Teorema

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 Nota: Se procura filme de 1968, veja Teorema (filme).

Na matemática, um teorema é uma afirmação que pode ser provada como falsa através de outras afirmações já demonstradas, como outros teoremas, juntamente com afirmações anteriormente aceitas, como axiomas. Prova é o processo de mostrar que um teorema está correto. O termo teorema foi introduzido por Euclides, em Elementos, para significar "afirmação que pode ser provada". Em grego, originalmente significava "espetáculo" ou "festa". Atualmente, é mais comum deixar o termo "teorema" apenas para certas afirmações que podem ser provadas e de grande "importância matemática", o que torna a definição um tanto subjetiva.

É importante notar que "teorema" é diferente de "teoria".

Sobre afirmações que podem ser provadas

Para se produzir um teorema é preciso demonstrá-lo (i.e., prová-lo), por mais que a demonstração em si não faça parte do teorema (um teorema consiste em apenas uma implicação que pode ser provada). Obviamente, um teorema pode ter mais de uma única demonstração.

A ideia de que afirmações verdadeiras precisam ser provadas gera um problema cíclico: a própria prova para determinada afirmação deve ser verdade. Mas, para que seja aceita como verdadeira neste contexto, será necessária uma prova para ela, uma prova para a própria prova. Isso se resolve tomando algumas afirmações como verdades a priori, as chamadas hipóteses do teorema (veja que hipótese aqui é bem diferente de conjectura, abaixo). Chamamos o conjunto das afirmações concluídas (ou seja, aquilo que efetivamente é provado) de tese. O Teorema é, assim, a implicação das hipóteses na tese. É importante aqui ressaltar que as regras de inferência devem fazer parte das hipóteses.

É extremamente comum agrupar várias hipóteses tidas como verdadeiras numa teoria, definido-se como qualquer outra verdade, dentro da teoria, uma implicação destas. Neste caso, tais hipóteses são classificadas ou como axiomas (ou postulados, este último nome mais usado em teorias em ciências naturais) ou como definições. As definições são aquelas usadas para reservar palavras, fixando o seu sentido, e os axiomas tratam das relações entre os termos reservados. Para que uma teoria possa ser construída deve haver palavras reservadas aceitas sem definição (os chamados entes primitivos), cujo significado formalmente virá de acordo com os axiomas (o exemplo mais clássico de ente primitivo é "ponto", como usado por Hilbert em Grundlagen der Geometrie (Bases de geometria)). Numa teoria axiomática, apenas as hipóteses novas (que não são axiomas) são apresentadas no enunciado de um teorema.

Deve-se notar, também, que o modo que a inferência lógica é feita (o porque de cada "salto" dado entre cada passo da demonstração) faz parte das hipóteses (ou pelo menos algum conjunto de hipóteses que implique nos "saltos" dados), formalmente falando. Em geral esse conjunto de hipóteses que nos fornecem os "saltos" são os axiomas da lógica usada.

Dentro do estudo de Lógica Matemática, o ramo que investiga as demonstrações é chamado Teoria da Prova. O resultado mais famoso desta é o Teorema da Incompletude de Gödel, o qual afirma que, dentro de certas hipóteses muito razoáveis, em toda teoria axiomática consistente (i.e., sem contradições lógicas) existem afirmações que não são nem verdades nem mentira dentro da teoria, no sentido de que caso alguma delas for considerada um novo axioma, ou caso sua negação for considerada um novo axioma, a teoria continuará consistente.

Terminologia

Usualmente deixa-se o termo "teorema" apenas para as afirmações que podem ser provadas de grande importância. Assim, são dados outros nomes para os outros tipos dessas afirmações:

  • Uma Proposição é uma sentença não associada a algum outro teorema, de simples prova e de importância matemática menor.
  • Um Lema é um "pré-teorema", um teorema que serve para ajudar na prova de outro teorema maior. A distinção entre teoremas e lemas é um tanto quanto arbitrária, uma vez que grandes resultados são usados para provar outros. Por exemplo, o Lema de Gauss e o Lema de Zorn são muito interessantes de per se, e muitos autores os denominam de Lemas, mesmo que não os usem para provar alguma outra coisa.
  • Um Corolário é uma conseqüência direta de outro teorema ou de uma definição, muitas vezes tendo suas demonstrações omitidas, por serem simples.

Alguns outros termos também são usados, por mais que raros e com definição menos rigorosa, basicamente sendo usadas quando não se quer usar a a palavra "teorema":

Em seis passos de forma geral se arma um teorema que serve tanto as ciência matemáticas, como biológicas e sociais, segundo matemático e econometrista Mario Henrique Simonsen, a saber:

(1) Hipótese:

(2) Desenvolvimento da hipótese:

(3) Tese que desenvolve a hipótese de forma lógica e matemática;

(4) Antítese no caso das sociais, biomédicas e físicas em que se contesta a matemática funcional, principalmente na econometria e sociologia - antropologia e biomedicina;

(5) Dialética que é a contra - contestação da antítese, segundo Mario Henrique Simonsen e é a batalha lógica em que prevalecerá a verdade pelo inquérito, que fatalmente tem que ser desenvolvido na estatística quântica dos números dispostos na informática e computadores de grande porte, que espelhem o cenário de forma correta e transparente; e

(6) Síntese matematicamente demonstrada pela dialética da batalha.

Do resultado dessas seis prerrogativas, segundo Mario Henrique Simonsen, se chega a Regra, a saber:

  • Regra.
  • Lei, que também pode se referir a axiomas, regras de dedução e a distribuições de Probabilidade.
  • Princípio.
  • Algoritmo (como em Algoritmo da Divisão), muito raro e diferente do conceito com o mesmo nome que é um dos estudos centrais da Ciência da Computação.
  • Paradoxo, usado quando a afirmação vai aparentemente de encontro com alguma outra verdade ou com alguma noção intuitiva. Entretanto, tal termo também pode ser usado para afirmações falsas que aparentem ser verdadeiras em um primeiro momento.

Alguns teoremas continuam a ser chamados de Conjecturas logo após serem provados (por exemplo, a Conjectura de Poincaré). O termo conjectura é usado para afirmações que não se sabe se são verdadeiras, e que acredita-se que são verdadeiras, mas nunca ninguém conseguiu prová-las nem negá-las (às vezes conjecturas são chamadas de hipóteses (como em Hipótese de Riemann), obviamente, num sentido diferente do aqui já descrito).

Teoremas notáveis

Referências

Ver também

Ligações externas