Thomas Skidmore

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Thomas Skidmore
Thomas Skidmore
Nascimento 22 de julho de 1932
Troy, Ohio
Morte 11 de junho de 2016 (83 anos)
Westerley
Nacionalidade Estados Unidos Estadunidense
Ocupação historiador
Magnum opus Brasil: de Getulio a Castelo

Thomas Elliot Skidmore (Troy, Ohio, 22 de julho de 1932 — Westerley, Rhode Island, 11 de junho de 2016)[1] foi um historiador norte-americano especializado em História do Brasil (brasilianista).

Além de escrever sobre a América Latina, Skidmore especializou-se em temas brasileiros. Negou ter atuado como agente da CIA, suspeita de parte da intelectualidade brasileira.[2][3][4]

Skidmore se graduou em Ciência política e Filosofia pela Universidade Denison em 1954. Motivado por um profundo interesse em história e pela crescente importância da América Latina no cenário global, ele prosseguiu seus estudos, obtendo mestrado em História pela Universidade Oxford em 1959 e doutorado em História Moderna Europeia pela Universidade Harvard em 1960.

Em 1969, Skidmore publicou seu obra chamada "Brasil: De Getúlio a Castelo", que rapidamente se tornou referência no meio acadêmico. Através de uma análise rigorosa e abrangente, o livro explorou a complexa trajetória política brasileira desde o Estado Novo de Getúlio Vargas até o ditadura militar de Castelo Branco. Era fluente em português, espanhol e francês, foi membro da Academia Brasileira de Ciências Sociais.

Lecionou em português para alunos brasileiros e estrangeiros. Orientou diversos estudantes de mestrado e doutorado que se tornaram importantes historiadores do Brasil. Ao longo de sua carreira prolífica, Skidmore publicou diversos outros livros e artigos sobre a história brasileira, abordando temas como a formação do Estado, as relações de poder, as desigualdades sociais e os movimentos sociais. Entre suas obras mais notáveis, destacam-se:

Skidmore publicaria em 1988 o livro "Brasil: De Castello a Tancredo", uma continuação que cobre o período entre o golpe e a morte do presidente eleito Tancredo Neves, em 1985.

Dois momentos em sua carreira evidenciam sua relação próxima com o Brasil: um, em 1970, quando redigiu uma carta, com outros intelectuais norte-americanos, contra a prisão do historiador marxista brasileiro Caio Prado Júnior, por autoridades do governo militar;[1] o outro, em 1984, quando, após um seminário, foi intimado a depor no Departamento de Polícia Federal; ameaçado de deportação, foi defendido por diversos intelectuais brasileiros.[1]

Numa entrevista realizada em 2012, revelou que soube do golpe de 1964 com um dia de antecedência, informação que ocultou nos livros e também nos diários que escreveu sobre o Brasil - consultados pelo jornal Folha de S.Paulo dias antes da visita, na Universidade Brown.[3][4]

O historiador se retirou da vida pública em novembro de 2009, quando passou a viver em um asilo em Westerley, onde enfrentou o Alzheimer e a síndrome do pânico.[3]

Morreu aos 83 anos, em 11 de junho de 2016, dois dias depois de sofrer um ataque cardíaco.[5]

Principais obras publicadas[editar | editar código-fonte]

  • Brasil: de Castelo a Tancredo (2ª ed.). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. 608p.
  • O Brasil Visto de Fora (2ª ed.). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001. 292p.
  • Brasil: de Getulio a Castelo (14ª ed.). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007. 512p.
  • Preto no Branco: Raça e Nacionalidade no Pensamento Brasileiro (1870-1930). São Paulo: Companhia das Letras, 2012. 400p.
  • Uma História do Brasil (3ª ed.). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000. 360p.

Referências

  1. a b c «Morre nos EUA aos 83 anos o brasilianista Thomas Skidmore». Folha de S.Paulo. Consultado em 3 de julho de 2016 
  2. Skidmore desperta feridas da ditadura. Por Luís Eblak. Folha de S.Paulo, 27 de novembro de 2010.
  3. a b c Aos 80 anos, Thomas Skidmore diz que soube do golpe militar um dia antes. Por Lucas Ferraz. Folha de S.Paulo, 5 de novembro de 2012.
  4. a b "Dilma é um tanque, tem instinto político". Entrevista de Thomas Skidmore à Folha de S.Paulo. Republicado no Jornal GGN, 5 de novembro de 2012.
  5. «Morre o brasilianista Thomas Skidmore». Pesquisa Fapesp. Consultado em 3 de julho de 2016 

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