Usuário(a):Santitava/Frédéric Lordon

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Catégorie:Page utilisant P39 Catégorie:Page utilisant P18 Catégorie:Article utilisant l'infobox Biographie2 Catégorie:Article utilisant une Infobox Filósofo e economista francês, Frédéric Lordon é pesquisador no Centre de sociologie européenne (CSE)[1] [2] [3] e orientador de pesquisa na seção 35 do CNRS (Ciências filosóficas e filológicas, ciências da arte )[4] [5] [6]. Ele é também membro dos Économistes atterrés[7], coletivo que defende o pensamento econômico heterodoxo, cujas posições se alinham àquelas de uma parte da esquerda radical francesa[7] .

Biografia[editar | editar código-fonte]

Frédéric Lordon nasce, em 15 de janeiro de 1962, no seio de uma família burguesa da zona oeste de Paris. Seu pai é empresário e sua mãe dona de casa[8].

Ex-aluno da École nationale des ponts et chaussées (turma de 1985), ele continua a sua formação no ISA (Institut supérieur des affaires) (turma de 1987)[9], tornando-se MBA HEC (Mestrado em Administração de Empresas - MBA - da École des hautes études commerciales de Paris).

Na época da obtenção de seu MBA, de eleitor de direita, ele vira comunista[8]. Motivado pelo desejo de apresentar um ponto de vista crítico sobre a sociedade, ele se volta para a pesquisa e escolhe os estudos em Economia[8]. Defende sua tese de doutorado em 1993 na École des hautes études en sciences sociales (EHESS), intitulada Irregularidades das trajetórias de crescimento: evoluções e dinâmica não linear: para uma esquematização do endometabolismo[10], sob orientação de Robert Boyer - que declarou ter sido "de longe a melhor defesa que já [tinha ouvido]", e qualificou Lordon de "aluno extremamente brilhante, muito perfeccionista"[11]. Ao lado de seu doutoramento, ele exerce a função de pesquisador no Observatoire français des conjonctures économiques (OFCE) e de professor no Institut d'études politiques de Paris[12]. Participa do Manifeste d'économistes atterrés[8] [13] [14] e apoia as Rencontres déconnomiques, das quais participa ativamente em 2012[15].

Em 2012, mudando de identidade administrativa no CNRS, ele passa da economia para a filosofia, e ingressa na seção 35 do CNRS, na qual se torna orientador de pesquisa[16] [5] [6].

Na primavera de 2016, ele intervém diversas vezes no movimento Nuit Debout [8], do qual, segundo o HuffPost, torna-se "uma das cabeças pensantes"[17].

É colaborador regular do jornal mensal Le Monde diplomatique, em cujo site mantém um blog intitulado "La pompe à phynance"[18] [19].

De acordo com o jornal Le Figaro e com outros meios de comunicação, seu caso com a jornalista Aude Lancelin foi uma das causas da evicção desta do Le Nouvel Observateur[20] [21].

Afinidades políticas[editar | editar código-fonte]

Inicialmente eleitor de direita, Frédéric Lordon, como mencionado acima, torna-se comunista no final de seus estudos[22] [23] [8]. É com base na leitura assídua de autores como Karl Marx, Pierre Bourdieu, Michel Foucault, Jacques Derrida, Louis Althusser, Baruch Spinoza[23] [8], que tece uma análise crítica do "capitalismo neoliberal" [18] [24] [25].

Segundo o HuffPost, desde o movimento Nuit Debout (primavera de 2016), Frédéric Lordon é "uma das figuras intelectuais essenciais da esquerda radical"[17]. Em abril de 2016, um artigo da France Info o apresenta como "livre de amarras" a partidos políticos. Segundo o seu entorno, é impensável que tenha ligação com qualquer partido: ele se situa unicamente no ligar do pesquisador[8]. Ele já foi abordado pelo Front de gauche e por um grupo de parlamentares do Parti socialiste, mas nega ter tido com eles qualquer envolvimento. Segundo os órgãos de imprensa de France Info, o fato de Frédéric Lordon ter permanecido independente apraz aos "meios altermundialistas e radicais de esquerda"[8].

Durante a eleição presidencial de 2017, em um programa intitulado Là-bas si j'y suis, Lordon declara que a candidatura de Jean-Luc Mélenchon é, pela primeira vez em muito tempo, "portadora de uma diferença significativa de esquerda no panorama da oferta política"[26]. Isto posto, durante uma entrevista com Judith Bernard para o site Hors-Série em 2019, ele declara que "um governo de Mélenchon seria nocauteado de pé antes mesmo de colocar sua primeira nádega na cadeira presidencial".

No que diz respeito à sua relação com o marxismo, ele é geralmente considerado um marxista heterodoxo, em particular por sua proximidade com a Teoria da Regulação, que é uma crítica à análise marxista ortodoxa. Para se situar nesse campo, ele cita Pierre Bourdieu: "Marx é insuperável, contanto que o superemos"[27].

Segundo o cientista político Eddy Fougier, Frédéric Lordon é um dos "desglobalizadores franceses", tal o economista Jacques Sapir ou Emmanuel Todd, que são, como ele, a favor de uma relocalização da economia, de modo que sejam criadas condições econômicas que permitam uma política de tipo keynesiano graças ao "fechamento relativo da economia (protecionismo direcionado e controle dos capitais de giro) e da autonomia da política monetária (eventual saída da Zona Euro)". Como tal, Lordon faz parto das "novas correntes de contestação" que prolongam e renovam o altermundialismo[28].

Obras e publicações[editar | editar código-fonte]

Suas primeiras publicações são pequenos manuais críticos, "de fácil acesso para os não iniciados", publicados pela Raisons d'agir, editora da qual Pierre Bourdieu foi um dos criadores [29] .

O seu trabalho, cujo objetivo central é aproximar a economia da sociologia, inclui um programa de pesquisa Espinozista no âmbito das Ciências Sociais[30] e da Sociologia econômica[31].

Ele descreve sua posição no campo da economia como heterodoxa e, ao fazê-lo, compartilha as teses dos regulacionistas, particularmente aquelas que situam o caráter ontológico das lutas dentro dos fatos sociais. Ele adota a fórmula de Michel Foucault segundo a qual "a política é a guerra continuada por outros meios", paráfrase invertida da fórmula de Carl von Clausewitz: "a guerra é a continuação da política por outros meios".

Ele reinterpreta o conatus espinozista de modo a se libertar dos grilhões do estruturalismo althusseriano e permitir que a dimensão da ação dos sujeitos-indivíduos seja reintroduzida no seio das relações sociais e das sociedades. Considerados como ímpetos de potência, os indivíduos espinosistas são determinados por afetos externos que orientam seu comportamento. Lordon opõe essa tese ao humanismo subjetivista autodeterminado que constitui o cerne do imaginário neoliberal[32].

Lordon vem atualmente trabalhando em parceria com a romancista Sandra Lucbert em uma obra de filosofia política, poética e literária cujo objeto é o capitalismo neoliberal como regime de pulsão (com data de publicação ainda oculta) [33] [34] [35].

Posicionamentos[editar | editar código-fonte]

Crítica da União Europeia e reflexões sobre a soberania econômica e política[editar | editar código-fonte]

Em um artigo publicado em maio de 2010 pelo Monde diplomatique[36], Lordon retoma uma noção tradicionalmente rejeitada pela esquerda - e depois por grande parte da direita institucional (desde que o Front national, partido de extrema direita, fez dela sua doutrina central). Trata-se da noção de soberania em economia, e, para retomá-la, Lordon usa o exemplo do caso japonês:

À rebours de l'idéologie de la mondialisation qui fait l'apologie de la suppression de toutes les frontières, et spécialement de celles qui pourraient être opposées aux mouvements de capitaux, le cas japonais […] offre l'exemple d'une configuration non seulement viable, mais dotée d'assez bonnes propriétés[36].

Reconhecendo no mesmo artigo que "a história dos séculos XIX e XX deu motivos suficientes para que se desconfie da hipertrofia do princípio nacional que é chamado de nacionalismo"[36], ele recorda, porém, que em "destruindo a ideia de nação, o liberalismo destrói ao mesmo tempo a ideia de soberania, em tomando muito cuidado, signo de sua perfeita hipocrisia, de evitar qualquer reconstrução de soberania em escalas territoriais ampliadas". Em seu livro La Malfaçon. Moeda Europeia e Soberania Democrática (Les Liens qui libèrent, 2014), Lordon sustenta que os tratados europeus despojaram os Estados da Zona Euro de sua soberania econômica em os privando do controle sobre a política monetária e em colocando suas políticas orçamentárias sob a supervisão das instituições europeias e dos mercados financeiros[29]. A União Europeia tornou-se, portanto, “uma máquina de destruições sociais”. Segundo Lordon, não existe povo europeu, a União Europeia não pode ser transformada em profundidade porque a soberania popular não seria exercida[29], e a única forma de reconquistar a soberania popular seria retornar aos Estados[29] .

O SLAM ou capping by tax capting da remuneração do acionista[editar | editar código-fonte]

[[Categoria:Comunistas da França]] [[Categoria:Diretores de pesquisa do CNRS]] [[Categoria:!Artigos que utilizam P800]] [[Categoria:!Artigos que utilizam P166]] [[Categoria:!Artigos que utilizam P184]] [[Categoria:!Artigos que utilizam P463]] [[Categoria:!Artigos que utilizam P106]] [[Categoria:!Artigos que utilizam P69]] [[Categoria:!Artigos que utilizam P27]] [[Categoria:!Artigos que utilizam P569]]

  1. «CESSP - Centre européen de sociologie et de science politique - LORDON Frédéric». cessp.cnrs.fr (em francês). Consultado em 17 de janeiro de 2018 
  2. «Frédéric Lordon». cse.ehess.fr (em francês). Consultado em 17 de janeiro de 2018 
  3. «Frédéric Lordon, la concurrence des souverainistes». France Culture (em francês). 24 de março de 2017. Consultado em 17 de janeiro de 2018 
  4. Frédéric Lordon sur le site du Centre de sociologie européenne.
  5. a b «Frédéric Lordon, l'intransigeant colérique». Libération.fr (em francês). 29 février 2016. Consultado em 20 de novembro de 2017  Verifique data em: |data= (ajuda).
  6. a b «Comité national de la recherche scientifique - Section 35». cnrs.fr. Consultado em 26 de novembro de 2017 .
  7. a b «Frédéric Lordon». atterres.org (em francês). Consultado em 27 de fevereiro de 2019 
  8. a b c d e f g h i Elise Lambert, « Qui est Frédéric Lordon, l'économiste qui séduit le mouvement Nuit debout ? », francetvinfo.fr, 6 avril 2016.
  9. Dominique Berns, [http://web.archive.org/web/*/http://archives.lesoir.be/l-invite-du-lundi-frederic-lordon-%AB-la-crise-du_t-20081124-00K8CW.html [ligação inativa]], Le Soir, 24 novembre 2008.
  10. Frédéric Lordon (1993). Irrégularités des trajectoires de croissance : évolutions et dynamique non linéaire : vers une schématisation de l'endométabolisme (em francês). [S.l.: s.n.] 
  11. «Qui est Frédéric Lordon, l'économiste qui séduit le mouvement Nuit debout ?». Franceinfo (em francês). 6 de abril de 2016. Consultado em 16 de maio de 2020 
  12. « Pour une socionoétique des objets économiques. Entretien avec Frédéric Lordon », Frédéric Lordon, Mickaël Clévenot, Agnès Labrousse, Thomas Lamarche et Sabine Montagne, Revue de la régulation [En ligne], 2 janvier 2008.
  13. Voir sur atterres.org.
  14. «Frédéric Lordon». atterres.org (em francês). Consultado em 26 de novembro de 2017 .
  15. Vidéo de l'intervention de Frédéric Lordon à l'édition 2012 des Rencontres déconnomiques.
  16. Morin, Violaine (21 de abril de 2016). «L'insaisissable Frédéric Lordon, maître à penser de la Nuit debout». Le Monde.fr (em francês). ISSN 1950-6244. Consultado em 14 de novembro de 2017 .
  17. a b «L'Élysée a invité le philosophe anti-Macron Frédéric Lordon pour le grand débat». Le Huffington Post (em francês). 15 de março de 2019. Consultado em 1 de abril de 2019 
  18. a b Janvier, Antoine; Provenzano, François (1 de janeiro de 2016). «Critique du capitalisme néolibéral et travail rhétorique chez Frédéric Lordon : un discours d'affectation». Dissensus (em francês). ISSN 2031-4973. Consultado em 27 de fevereiro de 2019 .
  19. «La pompe à phynance». Les blogs du Monde diplomatique (em francês). Consultado em 27 de fevereiro de 2019 .
  20. «La journaliste de l'Obs, Hollande, le philosophe et "l'ogre des Télécoms"». LExpress.fr (em francês). 14 de outubro de 2016. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 .
  21. « Licenciement politique à L'Obs : le sms qui confirme », Mediapart, Predefinição:1er juin 2016 ; « Limogeage à L'Obs », Le Figaro, Predefinição:1er juin 2016.
  22. Autain, Clémentine. «Lordon, communiste par inadvertance». regards.fr (em francês). Consultado em 27 de fevereiro de 2019 .
  23. a b «Qui est Frédéric Lordon, le parolier de Nuit Debout ?». Contrepoints (em francês). 16 de abril de 2016. Consultado em 27 de fevereiro de 2019 .
  24. Frédéric Lordon (2002). «Violences néolibérales». Mouvements (em francês) (23): 41-48 .
  25. Frédéric Lordon (2010). «Le totalitarisme, stade ultime du capitalisme ?». Cités (em francês) (41): 127-142 .
  26. «Frédéric LORDON : soutenir Mélenchon ? | Textes à l'appui». Là-bas si j'y suis (em francês). Consultado em 28 de abril de 2020 
  27. «Entretien-fleuve avec Frédéric Lordon : "La société ne tient que suspendue à elle-même"». Les Inrockuptibles (em francês). 6 de outubro de 2018. Consultado em 7 de junho de 2020 
  28. Eddy Fougier (2012). «De l'altermondialisme aux «Indignés» : un nouveau souffle pour la contestation du capitalisme ?». Revue internationale et stratégique (em francês) (86): 26-36 .
  29. a b c d Violaine Morin, L’insaisissable Frédéric Lordon, maître à penser de la Nuit debout, lemonde.fr, 21 avril 2016
  30. Voir sur son site.
  31. EHESS, Centre de sociologie européenne, Présentation de Frédéric Lordon.
  32. Frédéric Lordon (2013). La société des affects (em francês). [S.l.]: Éditions du Seuil, coll. « L'ordre philosophique » .
  33. «Arromanches-les-Bains. Un nouveau site internet pour la Villa La Brugère». lamanchelibre.fr (em francês). Consultado em 23 de junho de 2020 
  34. «Villa La Brugère - Résidence - Sandra Lucbert». Villa La Brugère (em francês). Consultado em 24 de junho de 2020 
  35. «Enseignement 2019-2020 — Structuralisme des passions. Philosophie spinoziste et théorie psychanalytique : capitalisme et pulsionnalité. : HABU». enseignements-2019.ehess.fr. Consultado em 24 de junho de 2020 
  36. a b c Lordon, Frédéric (2010). «Et si on commençait la démondialisation financière ?». Le Monde diplomatique (em francês) .