Usuário:Parzeus/Edson Kayapó

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Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Nascido no coração da Floresta Amazônica, no Estado do Amapá, Edson se define como filho de pai Kayapó. Além disso, considera-se também filho da Universidade Federal de Minas Gerais, instituição na qual graduou em História. Atualmente é professor do Instituto Federal da Bahia e da Universidade Federal do Sul da Bahia, onde leciona para povos indígenas e não indígenas.

Dono de um espírito “desassossegado”, como diria Fernando Pessoa, dorme pouco, pensa em bastante coisa e trabalha muito. O ambientalista nos conta que teve uma infância muito tranquila na floresta, tomou banho no Rio Amazonas, caminhou pela mata e ouviu histórias em volta de fogueiras. Aos onze anos foi levado por missionários para estudar em um colégio interno em Altamira, no Pará, onde teve contato com o sistema de ensino cristão e muitas regras, totalmente diferente do aprendizado baseado na oralidade que experimentou na aldeia.

Após a experiência do internato assumiu uma postura de missionário e viajou por diversas cidades de Minas Gerais pregando o evangelho. Em 1990, iniciou o curso de História em Belo Horizonte, se tornou ateu, se formou e retornou ao Amapá, onde reencontrou sua espiritualidade originária.

O escritor afirma que a literatura de autoria indígena dá visibilidade aos saberes, às formas de pensar, às epistemologias e às cosmologias dos povos originários, além de fortalecer o movimento. Ele enfatiza que os textos dos escritores indígenas são fruto de um modo de existir coletivo, pois o conhecimento é adquirido por meio dos anciãos e transmitido pelas gerações através da oralidade. Edson acredita que a junção dos saberes científicos com os saberes indígenas levará a uma potencialização da produção do conhecimento, permitindo repensar a trajetória humana no planeta, a crise socioambiental e a desigualdade social.

O professor reconhece que historicamente a escola brasileira não indígena traz conteúdos relacionados aos povos originários apenas como uma herança, ignorando suas existências na contemporaneidade. “Dar ênfase a herança passa a ideia de que ficaram apenas alguns traços das tradições e culturas indígenas para a sociedade brasileira”, diz. E completa, “nós estamos presentes, as escolas brasileiras têm que lidar com esse movimento e essa realidade indígena”. Edson afirma que com a “Educação Escolar Indígena Diferenciada, Intercultural, Bilíngue/Multilíngue e Comunitária” foram obtidos alguns avanços que levaram a valorização dos saberes tradicionais, o respeito aos modos de organização próprios e o resgate de línguas que estavam em processo de extinção.

O pesquisador relata que ao ter contato com a Teoria Decolonial, que surgiu na década de 60, percebeu que desde o século XVI os indígenas já a praticavam, pois não se sujeitavam ao modo de produção capitalista trazido pelo colonizador. A resistência fez com que fossem rotulados como preguiçosos, mentirosos, traiçoeiros e bárbaros. Neste sentido, Kayapó chama atenção para o risco de aprovação do Projeto de Lei 490/2007, que prevê alteração na demarcação das terras indígenas, o Marco Temporal. É muito grave, já que os povos indígenas são os que realmente garantem a preservação das florestas, ecossistemas e biomas, declara. Edson Kayapó nasceu no estado do Amapá e é pertencente ao povo Kayapó. É Doutor pelo Programa Educação: História, Política, Sociedade da PUC-SP e mestre em História Social pela mesma instituição. Graduado em História pela UFMG, com Especialização em História e Historiografia da Amazônia pela Universidade Federal do Amapá.

Pesquisador das questões amazônicas e indígenas, escritor premiado pela Unesco e pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Professor efetivo do Instituto Federal da Bahia, atuando na docência em licenciaturas, cursos técnicos e Pós-Graduação Lato Sensu, além de orientar TCCs e monografias. Exerce, ainda, as funções de docente e orientador de pesquisas de mestrado no Programa de Pós-graduação em Ensino e Relações Étnico-Raciais na Universidade Federal do Sul da Bahia.[1]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Edson é graduado em História pela Universidade Federal de Minas Gerais e é mestre e doutor em História social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É também especializado (lato sensu) em História e Historiografia da Amazônia pela Universidade Federal do Amapá. Como pesquisador, deica-se aos estudos das diversidades étnico-culturais dos povos indígenas do Brasil, além da educação e da literatura indígena.[2]

Atua como docente do curso de licenciatura intercultural indígena do Instituto Federal da Bahia e da pós-graduação em Ensino e Relações Étnico-raciais da Universidade Federal do Sul da Bahia.[2] É membro titular da Comissão Assessora para a Inclusão Acadêmica e Participação dos Povos Indígenas da Universidade Estadual de Campinas.[2]

Publicações[editar | editar código-fonte]

É autor dos livros “Projetos e presepadas de um Curumim na Amazônia”, “Um estranho espadarte na aldeia” e coautor da coletânea “Nós: uma antologia de literatura indígena”.

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Referências

  1. «Escritor premiado pela Unesco e ativista no movimento indígena é o convidado do podcast Leituras». Centro Cultural UFMG. 10 de setembro de 2021. Consultado em 11 de agosto de 2022 
  2. a b c «Edson Kayapó». EcoUni. Consultado em 11 de agosto de 2022 
  3. Negra, Geledés Instituto da Mulher (28 de agosto de 2018). «'Índio, nome dado pelos europeus, não representa nossa diversidade', diz historiador Edson Kayapó». Geledés. Consultado em 11 de agosto de 2022 
  4. Barros, Rafaella. «"Ruralismo tomou conta", diz ambientalista indígena». Poder360. Consultado em 11 de agosto de 2022 
  5. «Temos que ter um direito de resposta', diz indígena sobre Bolsonaro». Século Diário. Consultado em 11 de agosto de 2022 
  6. dias, silvia acácia de oliveira. «Professor do IFBA coleciona prêmios por obras literárias sobre a cultura indígena». IFBA - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia Instituto Federal da Bahia. Consultado em 11 de agosto de 2022