Wade Hampton Frost

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Wade Hampton Frost
Wade Hampton Frost
Nascimento 3 de março de 1880
Marshall, Virginia, Estados Unidos da América
Morte 1 de maio de 1938 (58 anos)
Baltimore, Maryland, Estados Unidos da América
Causa da morte Câncer de esôfago
Residência Estados Unidos da América
Nacionalidade estadunidense
Alma mater
Ocupação Epidemiologista
Instituições Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg
Campo(s) Epidemiologia

Wade Hampton Frost (Marshall, Virginia, 3 de março de 1880Baltimore, Maryland, 1 de maio de 1938) foi médico, professor e presidente do primeiro Departamento de Epidemiologia da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg.[1][2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Frost nasceu em 3 de março de 1880 e foi o sétimo de oito filhos[1] de um médico local do condado de Marshall. Sua educação básica foi domiciliar obtida sob a tutela de sua mãe, exceto os dois anos finais, que foram em colégios internos. Em 1901, Frost recebeu seu título de Bacharel e em 1903, o diploma em medicina, com ênfase em matemática e habilidades de análise clínica,[3] ambos pela Universidade da Virgínia.[4]

Em 1905, Frost ingressou como cirurgião assistente 1 no Serviço Hospitalar Marinho (hoje Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos, em inglês: United States Public Health Service). No ano seguinte, atuou no controle da epidemia de Febre Amarela nos Estados Unidos. Em 1909, ele foi promovido a cirurgião assistente 2 (tradução livre de past assistant surgeon, em inglês), foi enviado para o Laboratório de Higiene (precursor do Institutos Nacionais da Saúde), onde se interessou por epidemiologia.[5] Finalmente, em 1917, tornou-se cirurgião.

Com o surto da gripe de 1918, o aumento drástico no número de mortes, o fechamento de escolas na costa leste dos Estados Unidos e a saturação de hospitais fizeram com que os esforços de Frost em entender a dinâmica de uma epidemia se intensificassem. Para acompanhar o progresso da pandemia em seu país, Frost e seu colega Edgar Sydenstricker elaboraram uma pesquisa nacional de saúde. Casa a casa, e seguindo uma amostra estatisticamente representativa, os entrevistadores conseguiram preencher cerca de 11 300 questionários, que coletaram a idade e o sexo de todos os moradores de cada casa, bem como a data e a duração de eventuais casos de pneumonia ou gripe, leve, grave ou fatal. O resultado dessa pesquisa foi o desenvolvimento de um método para estimar a taxa de mortalidade da pandemia de 1918, conhecido como método de mortalidade excessiva (excess mortality method, em inglês), que é usado atualmente pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC)[3] dos EUA para calcular o número de mortos por COVID-19.[6]

Em 1919, ele iniciou a sua carreira na Bloomberg School of Public Health, que faz parte da Universidade Johns Hopkins, sendo o primeiro residente conferencista no recém-inaugurado Departamento de Epidemiologia. Ele foi promovido a professor em 1921 e serviu como presidente do departamento de 1919 a 1938.[4][7] Na década de 1920, em trabalho conjunto com o matemático Lowell Reed, desenvolveu um modelo epidêmico estocástico, conhecido como o Modelo de Reed-Frost,[8] que foi amplamente divulgado no meio científico, tornando-se um programa de TV.[9] Frost renunciou ao Serviço de Saúde Pública em 1929 para dedicar todo o seu tempo à Johns Hopkins. Ele foi nomeado reitor da Escola de Higiene e Saúde Pública em 1931 e ocupou esse cargo até 1934.

Ao longo de sua carreira, Frost foi autor de sessenta e três publicações científicas (duas publicadas postumamente). Aproximadamente 75% eram de autoria única e quase metade (29 de 63; 46%) apareciam em periódicos como o Public Health Reports, American Journal of Epidemiology e o Hygienic Laboratory Bulletin (precursor do National Institute of Health Bulletin).[10] Poliomielite era o tópico mais comum em seus artigos antes de ele ingressar na Bloomberg School of Public Health, onde então publicou sobre gripe, difteria e tuberculose.[2][5] Ele morreu em Baltimore, Maryland em 1 de maio de 1938, de câncer de esôfago.[10]

Publicações selecionadas[editar | editar código-fonte]

  • Frost, Wade Hampton; Snow, John; Richardson, Benjamin Ward (1936). Snow on cholera: being a reprint of two papers. [S.l.]: New York: The Commonwealth fund. 191 páginas.
  • Frost, Wade Hampton (1941). Papers of Wade Hampton Frost, M.D: A contribution to epidemiological method. [S.l.]: H. Milford, Oxford University Press. 628 páginas.

Referências

  1. a b «Medical Historian Speaks at School about Wade Hampton Frost (web article) | Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health». publichealth.jhu.edu (em inglês). Consultado em 9 de setembro de 2021 
  2. a b «Wayback Machine» (PDF). web.archive.org. 11 de setembro de 2017. Consultado em 9 de setembro de 2021 
  3. a b Conocimiento, Ventana al (23 de julho de 2020). «Wade Hampton Frost and the (almost) Impossible Challenge of Counting the Dead from a Pandemic». OpenMind (em inglês). Consultado em 11 de setembro de 2021 
  4. a b «Wade Hampton Frost». portraitcollection.jhmi.edu. Consultado em 9 de setembro de 2021 
  5. a b Daniel, Thomas M. (2006). Wade Hampton Frost, Pioneer Epidemiologist 1880-1938: Up to the Mountain. [S.l.]: University of Rochester Press. pp. ‎ 238. ISBN 1580462006 
  6. «Pandemic Deaths Are Almost Impossible to Count. He Invented a Way to Estimate Them. | Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health». publichealth.jhu.edu (em inglês). Consultado em 11 de setembro de 2021 
  7. Terris, Milton (2001). «The Epidemiologic Tradition: The Wade Hampton Frost Lecture». Journal of Public Health Policy (2): 153–168. ISSN 0197-5897. doi:10.2307/3343456. Consultado em 10 de setembro de 2021 
  8. Dietz, Klaus. (2009). Epidemics: the Fitting of the First Dynamic Models to Data. Journal of Contemporary Mathematical Analysis. 44. 97-104. 10.3103/S1068362309020034.
  9. Johns Hopkins science review. Epidemic theory : what is it?, consultado em 9 de setembro de 2021 
  10. a b Morabia, Alfredo (outubro de 2013). «Snippets From the Past: The Evolution of Wade Hampton Frost's Epidemiology as Viewed From the American Journal of Hygiene/Epidemiology». American Journal of Epidemiology. 178: 1013–1019. doi:10.1093/aje/kwt199. Consultado em 15 de setembro de 2008 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]