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Prunus laurocerasus: diferenças entre revisões

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Os [[flor|botões florais]] aparecem no princípio da primavera e desabrocham no início do verão. As flores são aromáticas e agrupam-se em [[racemo]]s axilares com 7–15&nbsp;cm de comprimento com 30–40 flores. Cada flor tem cerca de 1&nbsp;cm de diâmetro, com 5 [[pétala]]s de coloração branco-cremoso e numerosos [[estame]]s amarelados. O [[fruto]] é uma pequena [[Drupa|cereja]] com 1–2&nbsp;cm de largura, que adquire coloração negra quando amadurece, em geral no início do outono.<ref name=rushforth/> Os frutos mantém-se nos racemos produzindo ''cachos'' vagamente semelhantes a uvas.


O cheiro a ''amêndoa'' emitido pelas folhas quando esmagadas deve-se à sua riqueza em [[ácido prússico]] (cianeto de hidrogénio), o que as torna tóxicas para a amaioria dos mamíferos e aves. Ao contrário do resto da planta, que é venenosa, os frutos maduros (as ''cerejas'') são comestíveis, ainda que mais suaves e um pouco secos em comparação com o fruto de outras espécies do género [[Prunus]]. Contudo, as [[semente]]s contidas nas drupas são venenosas.<ref name=Toxicology>[http://www.ces.ncsu.edu/depts/hort/consumer/poison/Prunula.htm Poisonous Plants: Prunus Laurocerasus].</ref>
O cheiro a ''amêndoa'' emitido pelas folhas quando esmagadas deve-se à sua riqueza em [[ácido prússico]] (cianeto de hidrogénio), o que as torna tóxicas para a amaioria dos mamíferos e aves. Ao contrário do resto da planta, que é venenosa, os frutos maduros (as ''cerejas'') são comestíveis, ainda que mais suaves e um pouco secos em comparação com o fruto de outras espécies do género [[Prunus]]. Contudo, as [[semente]]s contidas nas drupas são venenosas,<ref name=Toxicology>[http://www.ces.ncsu.edu/depts/hort/consumer/poison/Prunula.htm Poisonous Plants: Prunus Laurocerasus].</ref> contendo, como o resto da planta, [[Glicosídeo|glicosídeos cianogénicos]] e [[amigdalina]],<ref name=Toxicology>[http://www.ces.ncsu.edu/depts/hort/consumer/poison/Prunula.htm Poisonous Plants: Prunus Laurocerasus]</ref> pelo que a sua ingestão pode causar severo desconforto a humanos.<ref>{{cite book|title=RHS A-Z encyclopedia of garden plants|year=2008|publisher=Dorling Kindersley|location=United Kingdom|isbn=1405332964|pages=1136}}</ref>


Conhecem-se notícias da utilização da espécie como [[planta medicinal]] desde a [[Antiguidade clássica|antiguidade clássica europeia]], sendo-lhe atribuídas propiedades [[sedante]]s sobre o [[sistema nervoso]] e como estimulante respiratório. Em [[homeopatia]] a sua tintura é usada como calmante do sistema nervoso. As sementes, pelo seu elevado teor em [[ácido prússico]] são altamente [[tóxica]]s e têm o sabor característico das [[amêndoa]]s amargas.
Conhecem-se notícias da utilização da espécie como [[planta medicinal]] desde a [[Antiguidade clássica|antiguidade clássica europeia]], sendo-lhe atribuídas propiedades [[sedante]]s sobre o [[sistema nervoso]] e como estimulante respiratório. Em [[homeopatia]] a sua tintura é usada como calmante do sistema nervoso. As sementes, pelo seu elevado teor em [[ácido prússico]] são altamente [[tóxica]]s e têm o sabor característico das [[amêndoa]]s amargas.


A folhagem é utilizada como verdura em arranjos de [[florista]]. A [[água de louro-cerejo]] (em [[latim]] ''aqua laurocerasi''), um [[destilação|destilado]] obtido das folhas verdes da planta, tem uso [[Farmacologia|farmacológico]] em preprados para a [[asma]], [[tosse]]s, [[indigestão]] e [[dispepsia]] e como um [[sedativo]] [[narcótico]],<ref>{{cite news |title= Laurel, Cherry - Herb Profile and Information|url= http://www.botanical.com/botanical/mgmh/l/lauche11.html|publisher= botanical.com - A Modern Herbal |first= |last= |date= |accessdate= 2007-01-10}}</ref> mas como na realidade é uma solução de [[cianeto de hidrogénio]], e para mais de concentração incerta, é extremamente perigosa quando utilizada em auto-medicação. O [[imperador romano]] [[Nero]] usou ''aqua laurocerasi'' para envenenar os poços dos seus inimigos.<ref>{{cite news |title= Security and Water|url= http://www.waterencyclopedia.com/Re-St/Security-and-Water.html|publisher= |first=Faye |last=Anderson |date= |accessdate= 2007-01-10}}</ref>
== Protecção ==


==Cultivo e protecção==
''Prunus laurocerasus'' é uma [[planta ornamental]] frequentemente utilizada em [[jardim|jardins]] parques nas regiões de [[clima temperado]]. É frequentemente utilizada na constituição de bordaduras, [[sebe]]s e abrigos e em composições em massa utilizadas para fins de [[paisagismo]] e arquitectura verde. A maioria dos [[cultivar]]es são [[arbusto]]s resistentes que sobrevivem condições de crescimento difíceis, incluindo ensombramento e secura, e que respondem bem à [[poda]], o que torna a espécie uma das preferidas para [[topiária]].

Estão listados comercialmente cerc de 40 [[cultivar]]es, entre os quais:<ref name=rhs>Huxley, A., ed. (1992). ''New RHS Dictionary of Gardening''. Macmillan ISBN 0-333-47494-5.</ref>
*'Aureovariegata', variegado, folhas com margens amareladas;
*'Magnifolia', vigoroso, com grandes folhas com até 30&nbsp;cm de largura e 11&nbsp;cm de largura;
*'Otto Luyken' (nomeado em honra de [[Otto Luyken]]), forma ananicante, com pequenas folhas com 10&nbsp;cm de comprimento e 2–3&nbsp;cm de largura;
*'Zabeliana', notável pela sua resistência ao frio invernal.

O cultivar 'Otto Luyken' foi premiado com o glardaão [[Royal Horticultural Society]]'s [[Award of Garden Merit]].<ref>{{cite web|title=RHS Plant Selector - ''Prunus laurocerasus'' 'Otto Luyken'|url=http://apps.rhs.org.uk/plantselector/plant?plantid=1542|accessdate=29 May 2013}}</ref>
[[Image:Karayemiş-2.JPG|thumb|right|Leaves - ''Prunus laurocerasus'']]

A espécie encontra-se [[naturalização (biologia)|naturalizada]] em diversas regiões, sendo que em algumas delas (como a Grã-Bretanha e a costa noroeste da América do Norte) é considerada como [[espécie invasora]].<ref>[http://info.evergreen.ca/docs/res/invasives/Invasive-Plant-Profile-Cherry-Laurel.pdf Evergreen.ca Invasive Plant Profile]</ref> O seu rápido crescimento, associado com a sua folhagem perene e tolerancia à seca e ao ensombramento, permitem-lhe sucesso competitivo sobre algumas das espécies nativas dessas regiões. A espécie é dispersada pelas aves, que deixam cair as sememntes nas suas [[fezes]].

Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da [[União Europeia]].
Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da [[União Europeia]].

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== Referências ==
== Referências ==

Revisão das 13h29min de 24 de maio de 2014

Como ler uma infocaixa de taxonomiaPrunus laurocerasus
louro-cerejo
Prunus laurocerasus.
Prunus laurocerasus.
Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: Angiospérmicas (Angiosperms)
Clado: Eudicotiledóneas (Eudicots)
Clado: Rosids
Ordem: Rosales
Família: Rosaceae
Subfamília: Amygdaloideae
Tribo: Amygdaleae
Género: Prunus
Espécie: P. laurocerasus
Nome binomial
Prunus laurocerasus
L.
Sinónimos[1]
  • Cerasus laurocerasus (L.) Dum.Cours.
  • Cerasus laurocerasus (L.) Loisel.
  • Laurocerasus officinalis M.Roem.
  • Laurocerasus otinii Carrière
  • Laurocerasus vulgaris Carrière
  • Padus laurocerasus (L.) Mill.
  • Prunus grandifolia Salisb.
Flores de Prunus lauroceresus
Flores de Prunus laurocerasus.
Folhagem e flores.
Frutos.

Prunus laurocerasus L.[2] é uma espécie de planta com flor pertencente à família Rosaceae, conhecida pelos nomes comuns de louro-cerejo ou louro-cerejeiro, com distribuição natural nas regiões do sudoeste da Ásia e sueste da Europa em torno do Mar Negro, ocorrendo num território que se estende da Albânia e Bulgária à Turquia, às Montanhas do Cáucaso e ao norte do Irão.[3][4] A espécie é frequentemente incluída nos subgéneros Cerasus[5] ou Laurocerasus[6] A espécie é cultivada como planta ornamental nas regiões temperadas e frequentemente utilizada em topiária,existindo diversos cultivares com importância comercial.

Descrição

Prunus laurocerasus é um arbusto perenifólio que pode em condições favorávies atingir as dimensões de uma árvore de médio porte (mesofanerófito), que pode atingir 5 a 15 m de altra, raramente até 18 m de altura, com um tronco que pode atingir 60 cm de diâmetro.[7][8]

As folhas são ovaladas, de coloração verde-escura, coriáceas e lustrosas, com (5–)10–25(–30) cm de comprimento e 4–10 cm de largura, com margens finamente serradas. Quando trituradas, as folhas podem apresentar um ligeiro odor a amêndoa.[7]

Os botões florais aparecem no princípio da primavera e desabrocham no início do verão. As flores são aromáticas e agrupam-se em racemos axilares com 7–15 cm de comprimento com 30–40 flores. Cada flor tem cerca de 1 cm de diâmetro, com 5 pétalas de coloração branco-cremoso e numerosos estames amarelados. O fruto é uma pequena cereja com 1–2 cm de largura, que adquire coloração negra quando amadurece, em geral no início do outono.[7] Os frutos mantém-se nos racemos produzindo cachos vagamente semelhantes a uvas.

O cheiro a amêndoa emitido pelas folhas quando esmagadas deve-se à sua riqueza em ácido prússico (cianeto de hidrogénio), o que as torna tóxicas para a amaioria dos mamíferos e aves. Ao contrário do resto da planta, que é venenosa, os frutos maduros (as cerejas) são comestíveis, ainda que mais suaves e um pouco secos em comparação com o fruto de outras espécies do género Prunus. Contudo, as sementes contidas nas drupas são venenosas,[9] contendo, como o resto da planta, glicosídeos cianogénicos e amigdalina,[9] pelo que a sua ingestão pode causar severo desconforto a humanos.[10]

Conhecem-se notícias da utilização da espécie como planta medicinal desde a antiguidade clássica europeia, sendo-lhe atribuídas propiedades sedantes sobre o sistema nervoso e como estimulante respiratório. Em homeopatia a sua tintura é usada como calmante do sistema nervoso. As sementes, pelo seu elevado teor em ácido prússico são altamente tóxicas e têm o sabor característico das amêndoas amargas.

A folhagem é utilizada como verdura em arranjos de florista. A água de louro-cerejo (em latim aqua laurocerasi), um destilado obtido das folhas verdes da planta, tem uso farmacológico em preprados para a asma, tosses, indigestão e dispepsia e como um sedativo narcótico,[11] mas como na realidade é uma solução de cianeto de hidrogénio, e para mais de concentração incerta, é extremamente perigosa quando utilizada em auto-medicação. O imperador romano Nero usou aqua laurocerasi para envenenar os poços dos seus inimigos.[12]


Cultivo e protecção

Prunus laurocerasus é uma planta ornamental frequentemente utilizada em jardins parques nas regiões de clima temperado. É frequentemente utilizada na constituição de bordaduras, sebes e abrigos e em composições em massa utilizadas para fins de paisagismo e arquitectura verde. A maioria dos cultivares são arbustos resistentes que sobrevivem condições de crescimento difíceis, incluindo ensombramento e secura, e que respondem bem à poda, o que torna a espécie uma das preferidas para topiária.

Estão listados comercialmente cerc de 40 cultivares, entre os quais:[13]

  • 'Aureovariegata', variegado, folhas com margens amareladas;
  • 'Magnifolia', vigoroso, com grandes folhas com até 30 cm de largura e 11 cm de largura;
  • 'Otto Luyken' (nomeado em honra de Otto Luyken), forma ananicante, com pequenas folhas com 10 cm de comprimento e 2–3 cm de largura;
  • 'Zabeliana', notável pela sua resistência ao frio invernal.

O cultivar 'Otto Luyken' foi premiado com o glardaão Royal Horticultural Society's Award of Garden Merit.[14]

Leaves - Prunus laurocerasus

A espécie encontra-se naturalizada em diversas regiões, sendo que em algumas delas (como a Grã-Bretanha e a costa noroeste da América do Norte) é considerada como espécie invasora.[15] O seu rápido crescimento, associado com a sua folhagem perene e tolerancia à seca e ao ensombramento, permitem-lhe sucesso competitivo sobre algumas das espécies nativas dessas regiões. A espécie é dispersada pelas aves, que deixam cair as sememntes nas suas fezes.

Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da União Europeia.

Notas

  1. «The Plant List: A Working List of All Plant Species». Consultado em January 27, 2014  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  2. Species Plantarum 1: 474. 1753.
  3. Euro+Med Plantbase Project: Prunus laurocerasus
  4. Germplasm Resources Information Network: Prunus laurocerasus
  5. Prunus L. subg. Cerasus: USDA, ARS, National Genetic Resources Program. Germplasm Resources Information Network - (GRIN), National Germplasm Resources Laboratory, Beltsville, Maryland. (12 April 2013)
  6. Rehder, A. 1940, reprinted 1977. Manual of cultivated trees and shrubs hardy in North America exclusive of the subtropical and warmer temperate regions. Macmillan publishing Co., Inc, New York.
  7. a b c Rushforth, K. (1999). Trees of Britain and Europe. Collins ISBN 0-00-220013-9.
  8. Flora of NW Europe: Prunus laurocerasus
  9. a b Poisonous Plants: Prunus Laurocerasus. Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "Toxicology" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  10. RHS A-Z encyclopedia of garden plants. United Kingdom: Dorling Kindersley. 2008. 1136 páginas. ISBN 1405332964 
  11. «Laurel, Cherry - Herb Profile and Information». botanical.com - A Modern Herbal. Consultado em 10 de janeiro de 2007 
  12. Anderson, Faye. «Security and Water». Consultado em 10 de janeiro de 2007 
  13. Huxley, A., ed. (1992). New RHS Dictionary of Gardening. Macmillan ISBN 0-333-47494-5.
  14. «RHS Plant Selector - Prunus laurocerasus 'Otto Luyken'». Consultado em 29 May 2013  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  15. Evergreen.ca Invasive Plant Profile

Referências

Ligações externas