Prunus laurocerasus: diferenças entre revisões
Linha 28: | Linha 28: | ||
}} |
}} |
||
[[Ficheiro:Koeh-Prunus laurocerasus.jpg|thumb|253px|''Flores de Prunus lauroceresus'']] |
[[Ficheiro:Koeh-Prunus laurocerasus.jpg|thumb|253px|''Flores de Prunus lauroceresus'']] |
||
[[Ficheiro:Lorbeerkirschblueten.jpg|thumb|253px|Flores de ''Prunus laurocerasus''.]] |
|||
[[Ficheiro:Karayemiş-8.jpg|thumb|253px|Folhagem e flores.]] |
[[Ficheiro:Karayemiş-8.jpg|thumb|253px|Folhagem e flores.]] |
||
[[Ficheiro:Prunus laurocerasus macrophylla.jpg|thumb|253px|Frutos.]] |
[[Ficheiro:Prunus laurocerasus macrophylla.jpg|thumb|253px|Frutos.]] |
||
Linha 38: | Linha 39: | ||
Os [[flor|botões florais]] aparecem no princípio da primavera e desabrocham no início do verão. As flores são aromáticas e agrupam-se em [[racemo]]s axilares com 7–15 cm de comprimento com 30–40 flores. Cada flor tem cerca de 1 cm de diâmetro, com 5 [[pétala]]s de coloração branco-cremoso e numerosos [[estame]]s amarelados. O [[fruto]] é uma pequena [[Drupa|cereja]] com 1–2 cm de largura, que adquire coloração negra quando amadurece, em geral no início do outono.<ref name=rushforth/> Os frutos mantém-se nos racemos produzindo ''cachos'' vagamente semelhantes a uvas. |
Os [[flor|botões florais]] aparecem no princípio da primavera e desabrocham no início do verão. As flores são aromáticas e agrupam-se em [[racemo]]s axilares com 7–15 cm de comprimento com 30–40 flores. Cada flor tem cerca de 1 cm de diâmetro, com 5 [[pétala]]s de coloração branco-cremoso e numerosos [[estame]]s amarelados. O [[fruto]] é uma pequena [[Drupa|cereja]] com 1–2 cm de largura, que adquire coloração negra quando amadurece, em geral no início do outono.<ref name=rushforth/> Os frutos mantém-se nos racemos produzindo ''cachos'' vagamente semelhantes a uvas. |
||
O cheiro a ''amêndoa'' emitido pelas folhas quando esmagadas deve-se à sua riqueza em [[ácido prússico]] (cianeto de hidrogénio), o que as torna tóxicas para a amaioria dos mamíferos e aves. Ao contrário do resto da planta, que é venenosa, os frutos maduros (as ''cerejas'') são comestíveis, ainda que mais suaves e um pouco secos em comparação com o fruto de outras espécies do género [[Prunus]]. Contudo, as [[semente]]s contidas nas drupas são venenosas.<ref name=Toxicology>[http://www.ces.ncsu.edu/depts/hort/consumer/poison/Prunula.htm Poisonous Plants: Prunus Laurocerasus].</ref> |
O cheiro a ''amêndoa'' emitido pelas folhas quando esmagadas deve-se à sua riqueza em [[ácido prússico]] (cianeto de hidrogénio), o que as torna tóxicas para a amaioria dos mamíferos e aves. Ao contrário do resto da planta, que é venenosa, os frutos maduros (as ''cerejas'') são comestíveis, ainda que mais suaves e um pouco secos em comparação com o fruto de outras espécies do género [[Prunus]]. Contudo, as [[semente]]s contidas nas drupas são venenosas,<ref name=Toxicology>[http://www.ces.ncsu.edu/depts/hort/consumer/poison/Prunula.htm Poisonous Plants: Prunus Laurocerasus].</ref> contendo, como o resto da planta, [[Glicosídeo|glicosídeos cianogénicos]] e [[amigdalina]],<ref name=Toxicology>[http://www.ces.ncsu.edu/depts/hort/consumer/poison/Prunula.htm Poisonous Plants: Prunus Laurocerasus]</ref> pelo que a sua ingestão pode causar severo desconforto a humanos.<ref>{{cite book|title=RHS A-Z encyclopedia of garden plants|year=2008|publisher=Dorling Kindersley|location=United Kingdom|isbn=1405332964|pages=1136}}</ref> |
||
Conhecem-se notícias da utilização da espécie como [[planta medicinal]] desde a [[Antiguidade clássica|antiguidade clássica europeia]], sendo-lhe atribuídas propiedades [[sedante]]s sobre o [[sistema nervoso]] e como estimulante respiratório. Em [[homeopatia]] a sua tintura é usada como calmante do sistema nervoso. As sementes, pelo seu elevado teor em [[ácido prússico]] são altamente [[tóxica]]s e têm o sabor característico das [[amêndoa]]s amargas. |
Conhecem-se notícias da utilização da espécie como [[planta medicinal]] desde a [[Antiguidade clássica|antiguidade clássica europeia]], sendo-lhe atribuídas propiedades [[sedante]]s sobre o [[sistema nervoso]] e como estimulante respiratório. Em [[homeopatia]] a sua tintura é usada como calmante do sistema nervoso. As sementes, pelo seu elevado teor em [[ácido prússico]] são altamente [[tóxica]]s e têm o sabor característico das [[amêndoa]]s amargas. |
||
A folhagem é utilizada como verdura em arranjos de [[florista]]. A [[água de louro-cerejo]] (em [[latim]] ''aqua laurocerasi''), um [[destilação|destilado]] obtido das folhas verdes da planta, tem uso [[Farmacologia|farmacológico]] em preprados para a [[asma]], [[tosse]]s, [[indigestão]] e [[dispepsia]] e como um [[sedativo]] [[narcótico]],<ref>{{cite news |title= Laurel, Cherry - Herb Profile and Information|url= http://www.botanical.com/botanical/mgmh/l/lauche11.html|publisher= botanical.com - A Modern Herbal |first= |last= |date= |accessdate= 2007-01-10}}</ref> mas como na realidade é uma solução de [[cianeto de hidrogénio]], e para mais de concentração incerta, é extremamente perigosa quando utilizada em auto-medicação. O [[imperador romano]] [[Nero]] usou ''aqua laurocerasi'' para envenenar os poços dos seus inimigos.<ref>{{cite news |title= Security and Water|url= http://www.waterencyclopedia.com/Re-St/Security-and-Water.html|publisher= |first=Faye |last=Anderson |date= |accessdate= 2007-01-10}}</ref> |
|||
== Protecção == |
|||
==Cultivo e protecção== |
|||
''Prunus laurocerasus'' é uma [[planta ornamental]] frequentemente utilizada em [[jardim|jardins]] parques nas regiões de [[clima temperado]]. É frequentemente utilizada na constituição de bordaduras, [[sebe]]s e abrigos e em composições em massa utilizadas para fins de [[paisagismo]] e arquitectura verde. A maioria dos [[cultivar]]es são [[arbusto]]s resistentes que sobrevivem condições de crescimento difíceis, incluindo ensombramento e secura, e que respondem bem à [[poda]], o que torna a espécie uma das preferidas para [[topiária]]. |
|||
Estão listados comercialmente cerc de 40 [[cultivar]]es, entre os quais:<ref name=rhs>Huxley, A., ed. (1992). ''New RHS Dictionary of Gardening''. Macmillan ISBN 0-333-47494-5.</ref> |
|||
*'Aureovariegata', variegado, folhas com margens amareladas; |
|||
*'Magnifolia', vigoroso, com grandes folhas com até 30 cm de largura e 11 cm de largura; |
|||
*'Otto Luyken' (nomeado em honra de [[Otto Luyken]]), forma ananicante, com pequenas folhas com 10 cm de comprimento e 2–3 cm de largura; |
|||
*'Zabeliana', notável pela sua resistência ao frio invernal. |
|||
O cultivar 'Otto Luyken' foi premiado com o glardaão [[Royal Horticultural Society]]'s [[Award of Garden Merit]].<ref>{{cite web|title=RHS Plant Selector - ''Prunus laurocerasus'' 'Otto Luyken'|url=http://apps.rhs.org.uk/plantselector/plant?plantid=1542|accessdate=29 May 2013}}</ref> |
|||
[[Image:Karayemiş-2.JPG|thumb|right|Leaves - ''Prunus laurocerasus'']] |
|||
A espécie encontra-se [[naturalização (biologia)|naturalizada]] em diversas regiões, sendo que em algumas delas (como a Grã-Bretanha e a costa noroeste da América do Norte) é considerada como [[espécie invasora]].<ref>[http://info.evergreen.ca/docs/res/invasives/Invasive-Plant-Profile-Cherry-Laurel.pdf Evergreen.ca Invasive Plant Profile]</ref> O seu rápido crescimento, associado com a sua folhagem perene e tolerancia à seca e ao ensombramento, permitem-lhe sucesso competitivo sobre algumas das espécies nativas dessas regiões. A espécie é dispersada pelas aves, que deixam cair as sememntes nas suas [[fezes]]. |
|||
Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da [[União Europeia]]. |
Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da [[União Europeia]]. |
||
{{Ref-section|Notas}} |
{{Ref-section|Notas}} |
||
== Referências == |
== Referências == |
Revisão das 13h29min de 24 de maio de 2014
louro-cerejo Prunus laurocerasus | |||||||||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Classificação científica | |||||||||||||||||||||
| |||||||||||||||||||||
Nome binomial | |||||||||||||||||||||
Prunus laurocerasus L. | |||||||||||||||||||||
Sinónimos[1] | |||||||||||||||||||||
|
Prunus laurocerasus L.[2] é uma espécie de planta com flor pertencente à família Rosaceae, conhecida pelos nomes comuns de louro-cerejo ou louro-cerejeiro, com distribuição natural nas regiões do sudoeste da Ásia e sueste da Europa em torno do Mar Negro, ocorrendo num território que se estende da Albânia e Bulgária à Turquia, às Montanhas do Cáucaso e ao norte do Irão.[3][4] A espécie é frequentemente incluída nos subgéneros Cerasus[5] ou Laurocerasus[6] A espécie é cultivada como planta ornamental nas regiões temperadas e frequentemente utilizada em topiária,existindo diversos cultivares com importância comercial.
Descrição
Prunus laurocerasus é um arbusto perenifólio que pode em condições favorávies atingir as dimensões de uma árvore de médio porte (mesofanerófito), que pode atingir 5 a 15 m de altra, raramente até 18 m de altura, com um tronco que pode atingir 60 cm de diâmetro.[7][8]
As folhas são ovaladas, de coloração verde-escura, coriáceas e lustrosas, com (5–)10–25(–30) cm de comprimento e 4–10 cm de largura, com margens finamente serradas. Quando trituradas, as folhas podem apresentar um ligeiro odor a amêndoa.[7]
Os botões florais aparecem no princípio da primavera e desabrocham no início do verão. As flores são aromáticas e agrupam-se em racemos axilares com 7–15 cm de comprimento com 30–40 flores. Cada flor tem cerca de 1 cm de diâmetro, com 5 pétalas de coloração branco-cremoso e numerosos estames amarelados. O fruto é uma pequena cereja com 1–2 cm de largura, que adquire coloração negra quando amadurece, em geral no início do outono.[7] Os frutos mantém-se nos racemos produzindo cachos vagamente semelhantes a uvas.
O cheiro a amêndoa emitido pelas folhas quando esmagadas deve-se à sua riqueza em ácido prússico (cianeto de hidrogénio), o que as torna tóxicas para a amaioria dos mamíferos e aves. Ao contrário do resto da planta, que é venenosa, os frutos maduros (as cerejas) são comestíveis, ainda que mais suaves e um pouco secos em comparação com o fruto de outras espécies do género Prunus. Contudo, as sementes contidas nas drupas são venenosas,[9] contendo, como o resto da planta, glicosídeos cianogénicos e amigdalina,[9] pelo que a sua ingestão pode causar severo desconforto a humanos.[10]
Conhecem-se notícias da utilização da espécie como planta medicinal desde a antiguidade clássica europeia, sendo-lhe atribuídas propiedades sedantes sobre o sistema nervoso e como estimulante respiratório. Em homeopatia a sua tintura é usada como calmante do sistema nervoso. As sementes, pelo seu elevado teor em ácido prússico são altamente tóxicas e têm o sabor característico das amêndoas amargas.
A folhagem é utilizada como verdura em arranjos de florista. A água de louro-cerejo (em latim aqua laurocerasi), um destilado obtido das folhas verdes da planta, tem uso farmacológico em preprados para a asma, tosses, indigestão e dispepsia e como um sedativo narcótico,[11] mas como na realidade é uma solução de cianeto de hidrogénio, e para mais de concentração incerta, é extremamente perigosa quando utilizada em auto-medicação. O imperador romano Nero usou aqua laurocerasi para envenenar os poços dos seus inimigos.[12]
Cultivo e protecção
Prunus laurocerasus é uma planta ornamental frequentemente utilizada em jardins parques nas regiões de clima temperado. É frequentemente utilizada na constituição de bordaduras, sebes e abrigos e em composições em massa utilizadas para fins de paisagismo e arquitectura verde. A maioria dos cultivares são arbustos resistentes que sobrevivem condições de crescimento difíceis, incluindo ensombramento e secura, e que respondem bem à poda, o que torna a espécie uma das preferidas para topiária.
Estão listados comercialmente cerc de 40 cultivares, entre os quais:[13]
- 'Aureovariegata', variegado, folhas com margens amareladas;
- 'Magnifolia', vigoroso, com grandes folhas com até 30 cm de largura e 11 cm de largura;
- 'Otto Luyken' (nomeado em honra de Otto Luyken), forma ananicante, com pequenas folhas com 10 cm de comprimento e 2–3 cm de largura;
- 'Zabeliana', notável pela sua resistência ao frio invernal.
O cultivar 'Otto Luyken' foi premiado com o glardaão Royal Horticultural Society's Award of Garden Merit.[14]
A espécie encontra-se naturalizada em diversas regiões, sendo que em algumas delas (como a Grã-Bretanha e a costa noroeste da América do Norte) é considerada como espécie invasora.[15] O seu rápido crescimento, associado com a sua folhagem perene e tolerancia à seca e ao ensombramento, permitem-lhe sucesso competitivo sobre algumas das espécies nativas dessas regiões. A espécie é dispersada pelas aves, que deixam cair as sememntes nas suas fezes.
Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da União Europeia.
Notas
- ↑ «The Plant List: A Working List of All Plant Species». Consultado em January 27, 2014 Verifique data em:
|acessodata=
(ajuda) - ↑ Species Plantarum 1: 474. 1753.
- ↑ Euro+Med Plantbase Project: Prunus laurocerasus
- ↑ Germplasm Resources Information Network: Prunus laurocerasus
- ↑ Prunus L. subg. Cerasus: USDA, ARS, National Genetic Resources Program. Germplasm Resources Information Network - (GRIN), National Germplasm Resources Laboratory, Beltsville, Maryland. (12 April 2013)
- ↑ Rehder, A. 1940, reprinted 1977. Manual of cultivated trees and shrubs hardy in North America exclusive of the subtropical and warmer temperate regions. Macmillan publishing Co., Inc, New York.
- ↑ a b c Rushforth, K. (1999). Trees of Britain and Europe. Collins ISBN 0-00-220013-9.
- ↑ Flora of NW Europe: Prunus laurocerasus
- ↑ a b Poisonous Plants: Prunus Laurocerasus. Erro de citação: Código
<ref>
inválido; o nome "Toxicology" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes - ↑ RHS A-Z encyclopedia of garden plants. United Kingdom: Dorling Kindersley. 2008. 1136 páginas. ISBN 1405332964
- ↑ «Laurel, Cherry - Herb Profile and Information». botanical.com - A Modern Herbal. Consultado em 10 de janeiro de 2007
- ↑ Anderson, Faye. «Security and Water». Consultado em 10 de janeiro de 2007
- ↑ Huxley, A., ed. (1992). New RHS Dictionary of Gardening. Macmillan ISBN 0-333-47494-5.
- ↑ «RHS Plant Selector - Prunus laurocerasus 'Otto Luyken'». Consultado em 29 May 2013 Verifique data em:
|acessodata=
(ajuda) - ↑ Evergreen.ca Invasive Plant Profile
Referências
- Prunus laurocerasus - Checklist da Flora de Portugal (Continental, Açores e Madeira) - Sociedade Lusitana de Fitossociologia
- Checklist da Flora do Arquipélago da Madeira (Madeira, Porto Santo, Desertas e Selvagens) - Grupo de Botânica da Madeira
- Prunus laurocerasus - Portal da Biodiversidade dos Açores
- Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 11 de janeiro de 2014 <http://www.tropicos.org/Name/27801103>
- Prunus laurocerasus - The Plant List (2010). Version 1. Published on the Internet; http://www.theplantlist.org/ (consultado em 11 de janeiro de 2014).
- Prunus laurocerasus - International Plant Names Index
- Castroviejo, S. (coord. gen.). 1986-2012. Flora iberica 1-8, 10-15, 17-18, 21. Real Jardín Botánico, CSIC, Madrid.
Ligações externas
- Prunus laurocerasus - Flora Digital de Portugal. jb.utad.pt/flora.
- Prunus laurocerasus - Flora-on
- Prunus laurocerasus - The Euro+Med PlantBase
- Prunus laurocerasus - Flora Vascular
- Prunus laurocerasus - Biodiversity Heritage Library - Bibliografia
- Prunus laurocerasus - JSTOR Global Plants
- Prunus laurocerasus - Flora Europaea
- Prunus laurocerasus - NCBI Taxonomy Database
- Prunus laurocerasus - Global Biodiversity Information Facility
- Prunus laurocerasus - Encyclopedia of Life