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Virgínia Quaresma: diferenças entre revisões

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'''Virgínia Sofia da Guerra Quaresma''' ([[Elvas]], [[28 de dezembro]] de [[1882]] — [[Lisboa]], [[26 de outubro]] de [[1973]]) foi a primeira jornalista repórter portuguesa. Para além de redigir notícias, distinguiu-se na reportagem e entrevista, dois géneros que fazem a "passagem" para o jornalismo moderno, e foi, juntamente com [[Berta Gomes de Almeida]], das primeiras mulheres a licenciar-se em Letras (1903).<ref>[http://www.cdocfeminista.org/index.php/pt/biografias-de-feministas?start=6 Centro de Documentação e Arquivo Feminista: "Virgínia Quaresma"].</ref><ref name="sil">[http://silenciosememorias.blogspot.pt/2010/12/296.html Silêncios e Memórias: "Virgínia Quaresma"].</ref>
'''Virgínia Sofia da Guerra Quaresma''' ([[Elvas]], [[28 de dezembro]] de [[1882]] — [[Lisboa]], [[26 de outubro]] de [[1973]]) foi a primeira jornalista repórter portuguesa. Para além de redigir notícias, distinguiu-se na reportagem e entrevista, dois géneros que fazem a "passagem" para o jornalismo moderno, e foi, juntamente com [[Berta Gomes de Almeida]], das primeiras mulheres a licenciar-se em Letras (1903).<ref>[http://www.cdocfeminista.org/index.php/pt/biografias-de-feministas?start=6 Centro de Documentação e Arquivo Feminista: "Virgínia Quaresma"].</ref><ref name="sil">[http://silenciosememorias.blogspot.pt/2010/12/296.html Silêncios e Memórias: "Virgínia Quaresma"].</ref><ref>Maria Augusta Seixas, ''Virgínia Quaresma (1882-1973): A primeira jornalista portuguesa''. Dissertação de Mestrado em Comunicação e Jornalismo. Coimbra, Faculdade de Letras, Universidade de Coimbra, 2004.</ref>

== Biografia ==
== Biografia ==
Nasceu em [[Elvas]], filha de [[Júlio Guerra Ferreira Quaresma]], um oficial do [[Exército Português]] que atingiria o posto de general e seria comandante militar dos Açores.
Nasceu em [[Elvas]], filha de [[Júlio Guerra Ferreira Quaresma]], um oficial do [[Exército Português]] que atingiria o posto de general e seria comandante militar dos Açores.
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Em Fevereiro de 1911 o jornal ''[[A Capital]]'' defendeu a nomeação de Virgínia Quaresma para o serviço diplomático, como segundo secretário de legação, já que possuía o curso adequado à diplomacia. Estando a diplomacia vedada às mulheres, em Agosto daquele ano, o mesmo periódico noticiou que ia ser ''nomeada para, em comissão de serviço público, estudar, em França, Itália, Suíça e Alemanha, a organização e funcionamento dos estabelecimentos modelares de educação feminina''.<ref name="sil"/>
Em Fevereiro de 1911 o jornal ''[[A Capital]]'' defendeu a nomeação de Virgínia Quaresma para o serviço diplomático, como segundo secretário de legação, já que possuía o curso adequado à diplomacia. Estando a diplomacia vedada às mulheres, em Agosto daquele ano, o mesmo periódico noticiou que ia ser ''nomeada para, em comissão de serviço público, estudar, em França, Itália, Suíça e Alemanha, a organização e funcionamento dos estabelecimentos modelares de educação feminina''.<ref name="sil"/>


Pouco depois partiu para o [[Rio de Janeiro]], onde permaneceu até finais de 1915. Foi então nomeada directora da sucursal de Lisboa da [[Agência Americana de Notícias]]. Voltou diversas vezes ao Brasil, onde trabalhou nos periódicos ''Correio Português'' e ''A Época''.<ref name="sil"/>
Pouco depois partiu para o [[Rio de Janeiro]], onde permaneceu até finais de 1915. Foi então nomeada directora da sucursal de Lisboa da [[Agência Americana de Notícias]] (AAN). Voltou diversas vezes ao Brasil, onde trabalhou nos periódicos ''Correio Português'' e ''A Época''.<ref name="sil"/>


Devido aos serviços que prestou durante a [[Grande Guerra]], foi condecorada com o grau de grande-oficial da [[Ordem de Santiago]].
Devido aos serviços que prestou durante a [[Grande Guerra]], foi condecorada com o grau de grande-oficial da [[Ordem de Santiago]].
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== Ligações externas ==
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*[http://www.cdocfeminista.org/index.php/pt/biografias-de-feministas/45-virginia-quaresma CDOC-feminista: Virgínia Quaresma]
*[http://www.cdocfeminista.org/index.php/pt/biografias-de-feministas/45-virginia-quaresma CDOC-feminista: Virgínia Quaresma]
*[http://silenciosememorias.blogspot.pt/2016/03/1395-virginia-quaresma-e-entrada-de.html Virgínia Quaresma]
*[http://www.fazendogenero.ufsc.br/9/resources/anais/1278014681_ARQUIVO_fazendoG9.pdf Isabel Maria da Cruz Lousada:
"Nos trilhos da violência contra a mulher: Virgínia Quaresma em Trânsitos Atlânticos"]


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Revisão das 11h27min de 13 de maio de 2017

Virgínia Sofia da Guerra Quaresma (Elvas, 28 de dezembro de 1882Lisboa, 26 de outubro de 1973) foi a primeira jornalista repórter portuguesa. Para além de redigir notícias, distinguiu-se na reportagem e entrevista, dois géneros que fazem a "passagem" para o jornalismo moderno, e foi, juntamente com Berta Gomes de Almeida, das primeiras mulheres a licenciar-se em Letras (1903).[1][2][3]

Biografia

Nasceu em Elvas, filha de Júlio Guerra Ferreira Quaresma, um oficial do Exército Português que atingiria o posto de general e seria comandante militar dos Açores.

Diplomou-se com o curso do magistério primário pela Escola Normal de Lisboa e licenciou-se com o Curso Superior de Letras, tendo sido uma das primeiras mulheres a obter esse grau.

Enveredou pelo jornalismo, tendo sido a primeira mulher que exerceu essa profissão em Portugal. Trabalhou inicialmente na imprensa feminina, mas passou a a colaborar nos jornais diários de expansão nacional publicados em Lisboa, notabilizando-se na reportagem de acontecimentos políticos.[2]

A sua acção como jornalista, particularmente a partir de 1906 na secção «Jornal da Mulher» de O Mundo, foi liderante na primeira fase do movimento feminista português, tendo publicado importantes textos em defesa do feminismo. Neste contexto manteve uma esclarecedora polémica com Maria Veleda.

Foi a redactora principal e secretária da redacção da revista Alma Feminina (1907-1908), uma publicação dirigida por Albertina Paraíso e especificamente voltada para o público feminino.

Nos anos seguintes passou a acumular as funções de jornalista do jornal O Século com as de professora de instrução secundária na Real Casa Pia.

Activista do pacifismo, integrou a Secção Feminista da Liga Portuguesa da Paz e pertenceu ao Comité Português da associação La Paix et le Désarmement par les Femmes, de Sylvie Camille Flammarion, criado em Dezembro de 1906. Tendo aderido à causa republicana, participou em numerosas sessões de propaganda realizadas nos Centros Escolares, enaltecendo o papel destes centros na difusão da instrução e no reforço da assistência infantil.[2]

Foi militante da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, embora sem ter assumido qualquer cargo dirigente. Teve papel relevante na campanha a favor da aprovação da Lei do Divórcio (1909) e interveio na emblemática assembleia geral feminista realizada a 26 de Outubro de 1910.

A convite de Ana de Castro Osório, foi oradora na sessão de homenagem à médica e feminista francesa Madeleine Pelletier realizada em Lisboa a 11 de Dezembro de 1910, tendo produzido um substancioso discurso sobre o feminismo, concluindo por dizer que a propaganda feminista devia, de facto, começar agora e prosseguir persistentemente, fossem quais fossem os escolhos encontrados no seu caminho. Um ano depois, a 3 de Novembro de 1911, discursou na sessão solene organizada pelo Grupo das Treze em memória de Carolina Beatriz Ângelo.[2]

Em Fevereiro de 1911 o jornal A Capital defendeu a nomeação de Virgínia Quaresma para o serviço diplomático, como segundo secretário de legação, já que possuía o curso adequado à diplomacia. Estando a diplomacia vedada às mulheres, em Agosto daquele ano, o mesmo periódico noticiou que ia ser nomeada para, em comissão de serviço público, estudar, em França, Itália, Suíça e Alemanha, a organização e funcionamento dos estabelecimentos modelares de educação feminina.[2]

Pouco depois partiu para o Rio de Janeiro, onde permaneceu até finais de 1915. Foi então nomeada directora da sucursal de Lisboa da Agência Americana de Notícias (AAN). Voltou diversas vezes ao Brasil, onde trabalhou nos periódicos Correio Português e A Época.[2]

Devido aos serviços que prestou durante a Grande Guerra, foi condecorada com o grau de grande-oficial da Ordem de Santiago.

Faleceu em 26 de Outubro de 1973, em Lisboa, com 90 anos de idade.

Referências

  1. Centro de Documentação e Arquivo Feminista: "Virgínia Quaresma".
  2. a b c d e f Silêncios e Memórias: "Virgínia Quaresma".
  3. Maria Augusta Seixas, Virgínia Quaresma (1882-1973): A primeira jornalista portuguesa. Dissertação de Mestrado em Comunicação e Jornalismo. Coimbra, Faculdade de Letras, Universidade de Coimbra, 2004.

Ligações externas

"Nos trilhos da violência contra a mulher: Virgínia Quaresma em Trânsitos Atlânticos"]

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