Saltar para o conteúdo

Anfioxo lanceolado: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Desfeita(s) uma ou mais edições de RCfilms (suspeita de criação de fake em artigo de peixe), com Reversão e avisos
Etiqueta: Substituição
RCfilms (discussão | contribs)
Desfeita a edição 54499587 de O revolucionário aliado
Etiqueta: Desfazer
Linha 11: Linha 11:
| género =''[[Branchiostoma]]''
| género =''[[Branchiostoma]]''
| espécie = '''''B. lanceolatum'''''
| espécie = '''''B. lanceolatum'''''
| binomial = ''Branchiostoma lanceolatum''
| binomial = ''Branchiostoma lanceolatum'' (Peixe-lanceta)
| binomial_autoridade = (Pallas, 1774)
| binomial_autoridade = (Pallas, 1774)
}}
}}
'''''Branchiostoma lanceolatum''''' ou '''anfioxo lanceolado''', é a espécie mais conhecida do grupo dos [[cefalocordado]]s. Também é chamado de '''peixe-lanceta''', apesar de não ser um [[peixe]].
'''''Branchiostoma lanceolatum''''' ou '''anfioxo lanceolado''', é a espécie mais conhecida do grupo dos [[cefalocordado]]s. Também é chamado '''lanceta''' ou '''peixe-lanceta''', apesar de não ser bem um [[peixe]].


O peixe-lanceta, nome que em português do Brasil é maioritariamente usado para designar diversos peixes, é um termo praticamente desconhecido em Portugal, ao ponto de ser incerta a sua existência nas águas portuguesas, embora existam tanto no Oceano Atlântico como em todos os outros mares. Na Ásia os lancetas são um alimento tradicional, criado em [[aquacultura]] e explorado comercialmente. No Japão, onde começaram a escassear no seu meio-ambiente natural, o mar, foram listados como animais em perigo de extinção. <ref> Tomiyama, Minoru; Azuma, Nobuyuki; Kubokawa, Kaoru (1998). "A New Population of the Amphioxus (Branchiostoma belcheri) in the Enshu-Nada Sea in Japan". Zoological Science. 15 (5): 799–803. doi:10.2108/zsj.15.799. ISSN 0289-0003</ref>

Os lancetas são os actuais representantes dos [[cefalocordados]]. <ref>[https://ucmp.berkeley.edu/chordata/cephalo.html Introduction to the Cephalochordata] – nota no [https://ucmp.berkeley.edu/ Museu de Paleontologia de Berkley]</ref>. São de certo modo fósseis vivos que estão na origem dos [[vertebrados]], portadores de [[genoma]]s, recentemente sequenciados, que revelam dados decisivos para o entendimento da [[evolução]]. <ref>[https://www.emaze.com/@AZCRFLRZ Referência breve] (slideshow)</ref> <ref>[https://lookformedical.com/search.php?q=anfioxos&lang=3 Anfioxos] – definição em [https://lookformedical.com/ Look for Medical]</ref> <ref>[https://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/cientistas-conseguem-mapear-genoma-do-elo-perdido-dos-vertebrados-3613069 Cientistas conseguem mapear genoma do 'elo perdido' dos vertebrados] – notícia no jornal [https://oglobo.globo.com/ O Globo], 18/06/2008</ref> <ref>[https://paulasarraino.wordpress.com/ FILO CHORDATA - dos PROTOCHORDATA até a Superclasse PISCES] – artigo de Andrade Fonseca, novembro de 2014</ref>

Raríssimos são os fósseis dos lancetas visto serem corpos moles que rapidamente desaparecem quando morrem. Foi descoberto um fóssil de [[Pikaia gracilens|PiKaia]] numa encosta das [[Montanhas Rochosas Canadianas]] (Burguess Shale), da época do [[cambriano]], que data de há cerca de 542 e 488 milhões de anos <ref>[https://ucmp.berkeley.edu/cambrian/burgess.html The Burgess Shale]</ref> e alguns fósseis de cordados na jazida de [[Chengjiang]], na [[China]]. <ref>[https://whc.unesco.org/en/list/1388 Chengjiang Fossil Site], [[UNESCO]]</ref>. Em 2017 foi localizado um fóssil intacto de lanceta, além de outros em idêntico estado que o procederam na evolução dos cordados, nas arribas da costa norte da [[Península de Peniche]], entre a [http://www.cm-peniche.pt/Municipio-de-Peniche-assinala-a-classificacao-da-Ponta-do-Trovao-como-GSSP-do-andar-Toarciano-Jurassico-Inferior Ponta do Trovão] <ref>[http://www.centerofportugal.com/pt/peniche-o-paraiso-geologico-de-portugal/ Peniche, o paraíso geológico de Portugal!]</ref> <ref>[https://www.publico.pt/2006/11/17/ciencia/noticia/peniche-ponta-do-trovao-tem-valor-geologico-mundial-1276957 Peniche: Ponta do Trovão tem valor geológico mundial] – notícia no jornal Público, 17 de Novembro de 2006</ref> e o [https://mapcarta.com/pt/33030624 Portinho de Areia da praia de Peniche de Cima].

A invulgar concentração de fósseis de corpo mole de sucessivas épocas neste lugar, em raro estado de conservação, é uma mais-valia que inquestionavelmente reforça o seu valor [[geológico]] enquanto património universal único. <ref>[http://www.cm-peniche.pt/Municipio-de-Peniche-assinala-a-classificacao-da-Ponta-do-Trovao-como-GSSP-do-andar-Toarciano-Jurassico-Inferior Classificação da PONTA DO TROVÃO como GSSP], 13/07/2016</ref>
== [[Genética]] ==
[[File:Bilaterian body plan.svg|right|thumb|200px| ''Bilaterian body plan'' (Plano de corpo bilateral)]]

É ponto assente entre os entendidos que o [[genoma]] dos vertebrados foi sujeito a duplicações. No processo evolutivo, cada um dos seus [[gene]]s deu origem a outros dois. Cada um deles, como numa [[brincadeira]] de crianças (tu e eu, eu e tu), terá servido lindamente a tendência de [[inovação]] própria dos cordados. Pertencem os cordados ao [[reino animal]] e caracterizam-se pela [[bilateria]], duas rodadas determinantes no inefável jogo da [[vida]].
[[Ficheiro:Meyerheim Versteckspiel.jpg|thumb|200px|direita|Crianças brincando às escondidas numa floresta [[Século XIX]]]]
Consiste a [[ideia]] <ref>[http://rcfilms.dotster.com/ideia.pdf Os olhos da ideia]</ref> em instigar a novidade, como por exemplo a criação de [[cabeça]]s e [[membro]]s. <ref>[https://www.eurekalert.org/pub_releases/2018-11/oios-wmv111918.php What makes vertebrates special? We can learn from lancelets] – Okinawa Institute of Science and Technology (OIST), novembro de 2018</ref> Quer isto dizer que o [[sociedade|comportamento social]], a [[cultura]], de algum modo interfere na constituição genética de um indivíduo, pelo seu [[ADN]].

Por influência dos [[Genius loci|espíritos do lugar]], caprichosos com são, aqui e em qualquer outra parte, a gruta da [[Furninha]], situada na encosta sul da [[Península de Peniche]], brinda-nos com mais alguns ensinamentos. Na gruta foram descobertos importantes vestígios [[Pré-história|pré-históricos]], cerâmica em particular ([[Nery Delgado]]). Vem isto a propósito de uma experiência feita com 113 indivíduos testados na observação de cerâmica datada de há 4.000 [[Anno_Domini|A.C.]] até à nossa época. " Mostram os resultados que o comportamento visual segue as mesmas tendências que as que orientam a evolução das sociedades complexas que construíram esses utensílios " <ref>[https://www.eurekalert.org/pub_releases/2019-03/snrc-pop030619.php Proofs of parallel evolution between cognition, tool development, and social complexity] – SPANISH NATIONAL RESEARCH COUNCIL (CSIC), 8 de março 2019</ref>, isto é, forçando o observador moderno a dirigir espontaneamente a linha do seu olhar para o traçado desses vasos, dessas estatuetas ou, no caso da [[pintura rupestre]], a dar-lhe a ver aquilo que eles viam, aquilo que para eles era essencial, nas encostas rochosas onde caçavam (ver [[Sítios de arte rupestre do Vale do Coa]]) ou nas grutas em que se recolhiam. <ref>[https://www.letras.ulisboa.pt/pt/noticias/1019-investigacao-de-uma-equipa-que-incluiu-joao-zilhao-investigador-do-centro-de-arqueologia-da-ulisboa-em-destaque-na-prestigiada-revista-science Investigação de uma equipa que incluiu João Zilhão, investigador do Centro de Arqueologia da ULisboa, em destaque na prestigiada revista "Science"] – notícia, 23 fevereiro 2018</ref>

== [[Livre arbítrio|Livre vontade]] ==
[[File:Human.svg|right|thumb|200px| Humanos: macho e fêmea. [[Ilustração]] em placa de ouro de [[Linda Salzman Sagan]], peça transportada pelas [[espaçonave|naves]] [[Pioneer 10]] e [[Pioneer 11|11]]]]

De entre os [[cordado]]s, o [[Humano|Homem]] é o [[animal]] mais evoluído. [[Cérebro]] muito desenvolvido, [[raciocínio]] [[abstrato]], uso desenvolto da [[linguagem]], capacidade de [[introspecção]], de [[resolução de problemas]] complexos, [[aprendizagem]] fácil que lhe permite, apesar da sua típica [[dualidade]], alterar tendências inatas são os seus traços distintivos.

Permitem os genes do Homem que ele seja um [[ser]] versátil por um lado e, por outro, dificilmente mutável, tendo em vista a preservação da espécie. Uma história que ilustra a dificuldade de [[mutação]] do ser humano é a dos gémeos James Springer e James Lewis, que foram separados com um mês de idade e adoptados por diferentes famílias, só voltando a estar juntos com trinta e nove anos, em 1979. Só então o psicólogo Thomas Bouchard, da Universidade de Minesota estudou o seu caso. <ref>[http://web.missouri.edu/~segerti/1000H/Bouchard.pdf Sources of Human Psychological Differences: The Minnesota Study of Twins Reared Apart], revista Science, New Series, Vol. 250, Nº 497 (Oct.12, 1990), 233-228</ref> Estando eles separados e nada sabendo um do outro, casaram-se e divorciaram-se ambos de mulheres com o nome de Linda e voltaram a casar com outras com o nome de Betty. Interessavam-se por desenho mecânico e carpintaria, na escola davam-se bem com matemática e eram fracos na escrita. Fumavam. Comiam e bebiam bem, um e outro. Tinham dores de cabeça todos os dias, à mesma hora. <ref>[https://www.theguardian.com/science/2015/mar/19/do-your-genes-determine-your-entire-life Do your genes determine your entire life?] – artigo de [https://www.theguardian.com/profile/julianbaggini Julian Baggini] no jornal [[The Guardian]], 19 de março 2015</ref>

Entendem alguns filósofos e cientistas que se dedicam ao estudo da [[genética do comportamento]] que a livre vontade pode ser restringida ou anulada por intervenção genética. Não falta quem conteste a hipótese de tal coisa acontecer. <ref>[https://philpapers.org/browse/free-will-and-genetics Free Will and Genetics] – referências várias</ref> Certo é que cada um de nós é [[unicidade|único]], apesar de podermos ter parecenças flagrantes com outros. Certo é ainda que, mau grado possamos confundir um com o outro, dispomos de meios eficazes, inatos ou culturais, de identificar quem é ou não é : como o cão que nos identifica pelo cheiro ou como a gaivota que, num simples relance, nos topa por termos destruído o ninho que abusivamente fez no nosso telhado e nos ameaça com voos rasantes por cima da cabeça. Que fazer perante um cão que não gosta de nós e nos morde ou de uma gaivota que nos pica? Qual a norma [[ética]] que devemos utilizar?

== [[Terra|Terra nossa]] ==

Era uma vez uma [[crosta]] [[tectónica]] constituída por rochedos volcânicos gigantescos que se encaixavam uns nos outros como num quebra-cabeças. Esta história durou muito tempo, uns bons 160 Ma ('''Ma = milhões de anos'''), tempo esse situado entre há cerca de 200 e 500 Ma. À volta dessa crosta tudo era mar. Havia então um só continente, a que um homem esclarecido do século XX deu o nome de [[Pangeia]]. Chamava-se ele [[Alfred Wegener]]. O nosso planeta era já habitado por [[cordado]]s, no [[cambriano inferior]], compreendido mais ou menos entre há 542 e 513 Ma. Os cordados primitivos surgiram na época anterior, no [[Ediacarano]] (entre há 630 e 542 Ma). <ref>[https://www.visionlearning.com/en/library/Earth-Science/6/Origins-of-Plate-Tectonic-Theory/65 ORIGINS OF PLATE TECTONIC THEORY] – artigo de [https://www.visionlearning.com/en/about/contributors Anne E. Egger], [https://www.visionlearning.com/ Vision Learning]</ref>

[[File:Terrestrial planet size comparisons.jpg|right|thumb|200px| Da direita para a esquerda : [[Mercúrio (planeta)|Mercúrio]], [[Vénus (planeta)|Vénus]], [[Terra]] e [[Marte (planeta)|Marte]]]]
[[File: Pangea 250.png|right|thumb|200px| O supercontinente PANGEIA em três fases da sua expansão (ver de baixo para cima)]]

A [[Pangeia]], nos seus primórdios, era um [[supercontinente]] implantado no [[hemisfério sul]]. Começou a quebrar-se há 170 Ma, pouco a pouco, em cima da camada de [[basalto]] que cobre tanto a superfície da [[Planeta telúrico|Terra]] como a de qualquer outro planeta ou lua do [[sistema solar]]. Quebrou-se múltiplas vezes, dando origem a novos oceanos e novos continentes. <ref>[https://www.britannica.com/place/Pangea Pangea, ancient supercontinent], Enciclopédia Britânica</ref> No final do [[Jurássico]], há oitenta milhões de anos, começou a abrir uma brecha a [[oeste]], dando origem à [[América]] e à [[Europa]] ([[Eurásia]]) e ligando o [[Atlântico]] ao [[Pacífico]]. <ref>[http://www.seafriends.org.nz/oceano/oceans.htm Oceanography: Oceans continental drift and the origins oceans] in [http://www.seafriends.org.nz/ Seafriends]</ref> É quando, ainda nessa época, há volta de 60,5 Ma, a fragmentação continental começa a aproximar-se da configuração que hoje tem. <ref>[http://www.rci The Breakup of Pangea: The North America – Africa]</ref> <ref>[http://www.rci.rutgers.edu/~schlisch/103web/Pangeabreakup/breakupframe.html The Breakup of Pangea: The North America - Africa Connection] – artigo de [https://eps.rutgers.edu/people-directory/19-faculty/247-roy-w-schlische Roy W. Schlische], Department of Geological Sciences Rutgers University</ref> (Ver [https://www.britannica.com/place/Pangea/media/441211/182539 '''video'''] na Enciclopédia Britânica)

{{referências}}

== Ver também ==
* [[Antropologia]]
* [[ADN]]
* [[Mutação]]
* [[Braquiópode]] - Ver 'ligações externas' no artigo : [http://rcfilms.dotster.com/FOSSIL-of-brachiopd-found-in-Portugal.pdf Fóssil de Braquiópode encontrado em Portugal], em [[Peniche]], julho de 2018 (artigo em inglês).

== Ligações externas ==
* [http://cephalopod-arms-eggs.penichefossil.net/ VENTOSAS, TENTÁCULOS E OVAS DE CEFALÓPODES] – VER página 5 e [http://rcfilms.dotster.com/arribas-ABALO-2WORMS-CLOSE.jpg '''fotografia'''] de um fóssil de peixe-lanceta. Parece não haver exemplar semelhante em qualquer outro lugar, senão em [[Peniche]]. ([http://penichefossil.net PENICHE FOSSIL])
{{esboço}}
{{taxabar}}
{{taxabar}}
{{Título em itálico}}
{{Título em itálico}}
{{esboço-animal}}


{{DEFAULTSORT:Anfioxo Lanceolado}}
{{DEFAULTSORT:Anfioxo Lanceolado}}

Revisão das 19h46min de 13 de março de 2019

Como ler uma infocaixa de taxonomiaBranchiostoma lanceolatum
Branchiostoma lanceolatum
Branchiostoma lanceolatum
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Subfilo: Cephalochordata
Classe: Leptocardii
Subclasse: Amphioxiformes
Família: Branchiostomatidae
Género: Branchiostoma
Espécie: B. lanceolatum
Nome binomial
Branchiostoma lanceolatum (Peixe-lanceta)
(Pallas, 1774)

Branchiostoma lanceolatum ou anfioxo lanceolado, é a espécie mais conhecida do grupo dos cefalocordados. Também é chamado lanceta ou peixe-lanceta, apesar de não ser bem um peixe.

O peixe-lanceta, nome que em português do Brasil é maioritariamente usado para designar diversos peixes, é um termo praticamente desconhecido em Portugal, ao ponto de ser incerta a sua existência nas águas portuguesas, embora existam tanto no Oceano Atlântico como em todos os outros mares. Na Ásia os lancetas são um alimento tradicional, criado em aquacultura e explorado comercialmente. No Japão, onde começaram a escassear no seu meio-ambiente natural, o mar, foram listados como animais em perigo de extinção. [1]

Os lancetas são os actuais representantes dos cefalocordados. [2]. São de certo modo fósseis vivos que estão na origem dos vertebrados, portadores de genomas, recentemente sequenciados, que revelam dados decisivos para o entendimento da evolução. [3] [4] [5] [6]

Raríssimos são os fósseis dos lancetas visto serem corpos moles que rapidamente desaparecem quando morrem. Foi descoberto um fóssil de PiKaia numa encosta das Montanhas Rochosas Canadianas (Burguess Shale), da época do cambriano, que data de há cerca de 542 e 488 milhões de anos [7] e alguns fósseis de cordados na jazida de Chengjiang, na China. [8]. Em 2017 foi localizado um fóssil intacto de lanceta, além de outros em idêntico estado que o procederam na evolução dos cordados, nas arribas da costa norte da Península de Peniche, entre a Ponta do Trovão [9] [10] e o Portinho de Areia da praia de Peniche de Cima.

A invulgar concentração de fósseis de corpo mole de sucessivas épocas neste lugar, em raro estado de conservação, é uma mais-valia que inquestionavelmente reforça o seu valor geológico enquanto património universal único. [11]

Bilaterian body plan (Plano de corpo bilateral)

É ponto assente entre os entendidos que o genoma dos vertebrados foi sujeito a duplicações. No processo evolutivo, cada um dos seus genes deu origem a outros dois. Cada um deles, como numa brincadeira de crianças (tu e eu, eu e tu), terá servido lindamente a tendência de inovação própria dos cordados. Pertencem os cordados ao reino animal e caracterizam-se pela bilateria, duas rodadas determinantes no inefável jogo da vida.

Crianças brincando às escondidas numa floresta Século XIX

Consiste a ideia [12] em instigar a novidade, como por exemplo a criação de cabeças e membros. [13] Quer isto dizer que o comportamento social, a cultura, de algum modo interfere na constituição genética de um indivíduo, pelo seu ADN.

Por influência dos espíritos do lugar, caprichosos com são, aqui e em qualquer outra parte, a gruta da Furninha, situada na encosta sul da Península de Peniche, brinda-nos com mais alguns ensinamentos. Na gruta foram descobertos importantes vestígios pré-históricos, cerâmica em particular (Nery Delgado). Vem isto a propósito de uma experiência feita com 113 indivíduos testados na observação de cerâmica datada de há 4.000 A.C. até à nossa época. " Mostram os resultados que o comportamento visual segue as mesmas tendências que as que orientam a evolução das sociedades complexas que construíram esses utensílios " [14], isto é, forçando o observador moderno a dirigir espontaneamente a linha do seu olhar para o traçado desses vasos, dessas estatuetas ou, no caso da pintura rupestre, a dar-lhe a ver aquilo que eles viam, aquilo que para eles era essencial, nas encostas rochosas onde caçavam (ver Sítios de arte rupestre do Vale do Coa) ou nas grutas em que se recolhiam. [15]

Humanos: macho e fêmea. Ilustração em placa de ouro de Linda Salzman Sagan, peça transportada pelas naves Pioneer 10 e 11

De entre os cordados, o Homem é o animal mais evoluído. Cérebro muito desenvolvido, raciocínio abstrato, uso desenvolto da linguagem, capacidade de introspecção, de resolução de problemas complexos, aprendizagem fácil que lhe permite, apesar da sua típica dualidade, alterar tendências inatas são os seus traços distintivos.

Permitem os genes do Homem que ele seja um ser versátil por um lado e, por outro, dificilmente mutável, tendo em vista a preservação da espécie. Uma história que ilustra a dificuldade de mutação do ser humano é a dos gémeos James Springer e James Lewis, que foram separados com um mês de idade e adoptados por diferentes famílias, só voltando a estar juntos com trinta e nove anos, em 1979. Só então o psicólogo Thomas Bouchard, da Universidade de Minesota estudou o seu caso. [16] Estando eles separados e nada sabendo um do outro, casaram-se e divorciaram-se ambos de mulheres com o nome de Linda e voltaram a casar com outras com o nome de Betty. Interessavam-se por desenho mecânico e carpintaria, na escola davam-se bem com matemática e eram fracos na escrita. Fumavam. Comiam e bebiam bem, um e outro. Tinham dores de cabeça todos os dias, à mesma hora. [17]

Entendem alguns filósofos e cientistas que se dedicam ao estudo da genética do comportamento que a livre vontade pode ser restringida ou anulada por intervenção genética. Não falta quem conteste a hipótese de tal coisa acontecer. [18] Certo é que cada um de nós é único, apesar de podermos ter parecenças flagrantes com outros. Certo é ainda que, mau grado possamos confundir um com o outro, dispomos de meios eficazes, inatos ou culturais, de identificar quem é ou não é : como o cão que nos identifica pelo cheiro ou como a gaivota que, num simples relance, nos topa por termos destruído o ninho que abusivamente fez no nosso telhado e nos ameaça com voos rasantes por cima da cabeça. Que fazer perante um cão que não gosta de nós e nos morde ou de uma gaivota que nos pica? Qual a norma ética que devemos utilizar?

Era uma vez uma crosta tectónica constituída por rochedos volcânicos gigantescos que se encaixavam uns nos outros como num quebra-cabeças. Esta história durou muito tempo, uns bons 160 Ma (Ma = milhões de anos), tempo esse situado entre há cerca de 200 e 500 Ma. À volta dessa crosta tudo era mar. Havia então um só continente, a que um homem esclarecido do século XX deu o nome de Pangeia. Chamava-se ele Alfred Wegener. O nosso planeta era já habitado por cordados, no cambriano inferior, compreendido mais ou menos entre há 542 e 513 Ma. Os cordados primitivos surgiram na época anterior, no Ediacarano (entre há 630 e 542 Ma). [19]

Da direita para a esquerda : Mercúrio, Vénus, Terra e Marte
O supercontinente PANGEIA em três fases da sua expansão (ver de baixo para cima)

A Pangeia, nos seus primórdios, era um supercontinente implantado no hemisfério sul. Começou a quebrar-se há 170 Ma, pouco a pouco, em cima da camada de basalto que cobre tanto a superfície da Terra como a de qualquer outro planeta ou lua do sistema solar. Quebrou-se múltiplas vezes, dando origem a novos oceanos e novos continentes. [20] No final do Jurássico, há oitenta milhões de anos, começou a abrir uma brecha a oeste, dando origem à América e à Europa (Eurásia) e ligando o Atlântico ao Pacífico. [21] É quando, ainda nessa época, há volta de 60,5 Ma, a fragmentação continental começa a aproximar-se da configuração que hoje tem. [22] [23] (Ver video na Enciclopédia Britânica)

Referências

  1. Tomiyama, Minoru; Azuma, Nobuyuki; Kubokawa, Kaoru (1998). "A New Population of the Amphioxus (Branchiostoma belcheri) in the Enshu-Nada Sea in Japan". Zoological Science. 15 (5): 799–803. doi:10.2108/zsj.15.799. ISSN 0289-0003
  2. Introduction to the Cephalochordata – nota no Museu de Paleontologia de Berkley
  3. Referência breve (slideshow)
  4. Anfioxos – definição em Look for Medical
  5. Cientistas conseguem mapear genoma do 'elo perdido' dos vertebrados – notícia no jornal O Globo, 18/06/2008
  6. FILO CHORDATA - dos PROTOCHORDATA até a Superclasse PISCES – artigo de Andrade Fonseca, novembro de 2014
  7. The Burgess Shale
  8. Chengjiang Fossil Site, UNESCO
  9. Peniche, o paraíso geológico de Portugal!
  10. Peniche: Ponta do Trovão tem valor geológico mundial – notícia no jornal Público, 17 de Novembro de 2006
  11. Classificação da PONTA DO TROVÃO como GSSP, 13/07/2016
  12. Os olhos da ideia
  13. What makes vertebrates special? We can learn from lancelets – Okinawa Institute of Science and Technology (OIST), novembro de 2018
  14. Proofs of parallel evolution between cognition, tool development, and social complexity – SPANISH NATIONAL RESEARCH COUNCIL (CSIC), 8 de março 2019
  15. Investigação de uma equipa que incluiu João Zilhão, investigador do Centro de Arqueologia da ULisboa, em destaque na prestigiada revista "Science" – notícia, 23 fevereiro 2018
  16. Sources of Human Psychological Differences: The Minnesota Study of Twins Reared Apart, revista Science, New Series, Vol. 250, Nº 497 (Oct.12, 1990), 233-228
  17. Do your genes determine your entire life? – artigo de Julian Baggini no jornal The Guardian, 19 de março 2015
  18. Free Will and Genetics – referências várias
  19. ORIGINS OF PLATE TECTONIC THEORY – artigo de Anne E. Egger, Vision Learning
  20. Pangea, ancient supercontinent, Enciclopédia Britânica
  21. Oceanography: Oceans continental drift and the origins oceans in Seafriends
  22. The Breakup of Pangea: The North America – Africa
  23. The Breakup of Pangea: The North America - Africa Connection – artigo de Roy W. Schlische, Department of Geological Sciences Rutgers University

Ver também

Ligações externas

Este artigo é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o. Editor: considere marcar com um esboço mais específico.