Martinho de Tours: diferenças entre revisões
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'''Martinho de Tours''' ({{lang-la|''Martinus Turonensis''}}; [[Sabária]], [[Panónia]], [[316]] – [[Candes-Saint-Martin|Condate]], [[Gália]], [[397]]), foi um [[militar]], [[monge]] e, mais tarde, [[bispo]] |
'''Martinho de Tours''' ({{lang-la|''Martinus Turonensis''}}; [[Sabária]], [[Panónia]], [[316]] – [[Candes-Saint-Martin|Condate]], [[Gália]], [[397]]), foi um [[militar]], [[monge]] e, mais tarde, [[bispo]] de ''[[Tours|Civitas Turonorum]]'' (Cidade dos Turões, a atual [[Tours]]), sendo considerado [[santo]] pela [[Igreja Católica]].<ref name="Marie-Therese1999">QUINSON, Marie-Therese (1999). [http://books.google.com/books?id=66cfRJw1c_wC&pg=PA193 ''Dicionário cultural do cristianismo'']. Loyola. p. 193. ISBN 978-85-15-01330-2.</ref> |
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==Contexto Histórico== |
==Contexto Histórico== |
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Foi discípulo de [[Santo Hilário de Poitiers]] (um dos [[doutores da Igreja]]), que se notabilizou na [[Teologia]], e também foi contemporâneo de outro importante doutor da Igreja - [[Agostinho de Hipona]] {{nwrap ||354|430}}. Embora Martinho fosse um homem culto, foi na ação prática (caridade, ensino, fundação e construção de igrejas, de mosteiros e de escolas) que se distinguiu e notabilizou. |
Foi discípulo de [[Santo Hilário de Poitiers]] (um dos [[doutores da Igreja]]), que se notabilizou na [[Teologia]], e também foi contemporâneo de outro importante doutor da Igreja - [[Agostinho de Hipona]] {{nwrap ||354|430}}. Embora Martinho fosse um homem culto, foi na ação prática (caridade, ensino, fundação e construção de igrejas, de mosteiros e de escolas) que se distinguiu e notabilizou. |
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A sua ação missionária e pedagógica, a par da de outros, foi muito importante na [[cristianização]] da [[Gália]] (é mesmo apelidado de apóstolo da [[Gália]] ou “Pai das Gálias”), mas também numa área geográfica e cultural mais vasta, tendo esta se repercutido em outras províncias ocidentais do [[Império Romano]]. A sua ação educativa, caritativa e religiosa revelar-se-ia fundamental a longo prazo ao ter contribuído para deixar um legado cultural e religioso que perdurou para além da queda do [[Império Romano do Ocidente]] (no ano de 476) e que faz parte da formação da própria civilização cristã europeia. Foi um dos fundadores do [[monaquismo]] na [[Europa Ocidental]]. Devido à sua vida exemplar, ainda em vida foi reverenciado. |
A sua ação missionária e pedagógica, a par da de outros, foi muito importante na [[cristianização]] da [[Gália]] (é mesmo apelidado de apóstolo da [[Gália]] ou “Pai das Gálias”<ref name = relíquia />), mas também numa área geográfica e cultural mais vasta, tendo esta se repercutido em outras províncias ocidentais do [[Império Romano]]. A sua ação educativa, caritativa e religiosa revelar-se-ia fundamental a longo prazo ao ter contribuído para deixar um legado cultural e religioso que perdurou para além da queda do [[Império Romano do Ocidente]] (no ano de 476) e que faz parte da formação da própria civilização cristã europeia. Foi um dos fundadores do [[monaquismo]] na [[Europa Ocidental]]. Devido à sua vida exemplar, ainda em vida foi reverenciado. |
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== Biografia == |
== Biografia == |
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=== Infância === |
=== Infância === |
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Martinho (''Martinus'' em latim) era filho de um [[Tribuno]], comandante e soldado do [[exército romano]]. Nasceu e cresceu na cidade de [[Sabária]]/[[Savária]] (atual [[Szombathely]]), localizada na antiga província da [[Panónia]], atual área da [[Hungria]] a oeste do rio [[Danúbio]], em 316, uma província nas fronteiras do [[Império Romano]]. A família na qual nasceu não era cristã, a educação da sua família foi feita na religião dos seus antepassados: a da religião [[politeísta]] romana antiga (que tinha crença em deuses mitológicos venerados no [[Império Romano]]).<ref name = BCDP>{{Citar web |url= http://www.bcdp.org/v2/images/documentos/s.%20martinho.pdf |titulo=Cópia arquivada |acessodata=2013-11-13 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131113041105/http://www.bcdp.org/v2/images/documentos/s.%20martinho.pdf |arquivodata= 2013-11-13 |urlmorta= yes}}</ref> |
Martinho (''Martinus'' em latim) era filho de um [[Tribuno]], comandante e soldado do [[exército romano]]. Nasceu e cresceu na cidade de [[Sabária]]/[[Savária]] (atual [[Szombathely]]), localizada na antiga província da [[Panónia]], atual área da [[Hungria]] a oeste do rio [[Danúbio]], em 316, uma província nas fronteiras do [[Império Romano]]. A família na qual nasceu não era cristã, a educação da sua família foi feita na religião dos seus antepassados: a da religião [[politeísta]] romana antiga (que tinha crença em deuses mitológicos venerados no [[Império Romano]]).<ref name = BCDP>{{Citar web |url= http://www.bcdp.org/v2/images/documentos/s.%20martinho.pdf |titulo=Cópia arquivada |acessodata=2013-11-13 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131113041105/http://www.bcdp.org/v2/images/documentos/s.%20martinho.pdf |arquivodata= 2013-11-13 |urlmorta= yes}}</ref><ref name = vida>{{Citation | url = http://smartinho.blogspot.pt/2004/11/vida-de-s-martinho.html | date = 2004-11 | title = Vida de S. Martinho | publisher = Google | work = Blog spot}}.</ref> |
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Por curiosidade começou a frequentar uma [[igreja cristã]], ainda criança, sendo instruído na doutrina cristã, porém sem receber o [[batismo]]. Aos 10 anos de idade (no ano de 326) entrou para o grupo dos [[catecúmenos]] (aqueles que estão se preparando para receber o [[batismo]]). Assim, despertou para a fé cristã quando ainda menino.<ref name = BCDP /><ref name = Católica>{{Citation | url = http://www.catolicanet.com/?system=santododia&action=ver_santos&data=11/11 | title = Santo do dia | work = Católica net}}.</ref> |
Por curiosidade começou a frequentar uma [[igreja cristã]], ainda criança, sendo instruído na doutrina cristã, porém sem receber o [[batismo]]. Aos 10 anos de idade (no ano de 326) entrou para o grupo dos [[catecúmenos]] (aqueles que estão se preparando para receber o [[batismo]]). Assim, despertou para a fé cristã quando ainda menino.<ref name = BCDP /><ref name = vida /><ref name = Católica>{{Citation | url = http://www.catolicanet.com/?system=santododia&action=ver_santos&data=11/11 | title = Santo do dia | work = Católica net}}.</ref> |
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=== Membro do exército romano === |
=== Membro do exército romano === |
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Ao atingir a adolescência, aos 15 anos de idade (em 331), para tê-lo mais à sua volta, seu pai o alistou na [[cavalaria]] do [[exército]] imperial contra a própria vontade. Mas se o intuito do pai era afastá-lo da [[Igreja]], o resultado foi inverso, pois Martinho, continuava praticando os ensinamentos cristãos, principalmente a caridade.<ref name = BCDP /><ref name = Católica /> |
Ao atingir a adolescência, aos 15 anos de idade (em 331), para tê-lo mais à sua volta, seu pai o alistou na [[cavalaria]] do [[exército]] imperial contra a própria vontade. Mas se o intuito do pai era afastá-lo da [[Igreja]], o resultado foi inverso, pois Martinho, continuava praticando os ensinamentos cristãos, principalmente a caridade.<ref name = BCDP /><ref name = vida /><ref name = Católica /> |
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Depois, prestou serviço na [[Gália]], atual [[França]]; no entanto, mesmo como soldado da cavalaria do [[exército romano]], jamais abandonou os ensinamentos de [[Cristo]].<ref name = Católica /> |
Depois, prestou serviço na [[Gália]], atual [[França]]; no entanto, mesmo como soldado da cavalaria do [[exército romano]], jamais abandonou os ensinamentos de [[Cristo]].<ref name = Católica /> |
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Foi nessa época que ocorreu o famoso episódio do manto, que poderá ter ocorrido no ano de 337, próximo da cidade de [[Samarobriva]]/[[Ambiano]] (atual [[Amiens]], capital da [[Picardia]]). Um dia um mendigo que tiritava de frio pediu-lhe esmola e, como não tinha, o cavalariano cortou seu próprio manto com a espada, dando metade ao pedinte. Contam os relatos escritos que, durante a noite, o próprio [[Jesus]] lhe apareceu em sonho, usando o pedaço de manta que dera ao mendigo e agradeceu a Martinho por tê-lo aquecido no frio. Dessa noite em diante, decidiu que deixaria as fileiras militares para dedicar-se à religião.<ref name = BCDP /><ref name = Católica /> |
Foi nessa época que ocorreu o famoso episódio do manto, que poderá ter ocorrido no ano de 337, próximo da cidade de [[Samarobriva]]/[[Ambiano]] (atual [[Amiens]], capital da [[Picardia]]). Um dia um mendigo que tiritava de frio pediu-lhe esmola e, como não tinha, o cavalariano cortou seu próprio manto com a espada, dando metade ao pedinte. Contam os relatos escritos que, durante a noite, o próprio [[Jesus]] lhe apareceu em sonho, usando o pedaço de manta que dera ao mendigo e agradeceu a Martinho por tê-lo aquecido no frio. Dessa noite em diante, decidiu que deixaria as fileiras militares para dedicar-se à religião.<ref name = BCDP /><ref name = vida /><ref name = Católica /> |
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=== Batismo === |
=== Batismo === |
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Com vinte e dois anos foi batizado (no ano de 338), provavelmente por [[Hilário de Poitiers]], bispo da cidade de [[Pictavium]] ([[Pictávio]], atual [[Poitiers]]), mas também é possível que o tenha sido pelo bispo de [[Samarobriva]] ou [[Ambiano]] (atual [[Amiens]]), cidade perto da qual ocorreu o célebre repartir do manto a um mendigo.<ref>{{Citar web |url=http://www.bcdp.org/v2/images/documentos/s.%20martinho.pdf |titulo=Cópia arquivada |acessodata=2013-11-13 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131113041105/http://www.bcdp.org/v2/images/documentos/s.%20martinho.pdf |arquivodata=2013-11-13 |urlmorta=yes }}</ref> |
Com vinte e dois anos foi batizado (no ano de 338), provavelmente por [[Hilário de Poitiers]], bispo da cidade de [[Pictavium]] ([[Pictávio]], atual [[Poitiers]]), mas também é possível que o tenha sido pelo bispo de [[Samarobriva]] ou [[Ambiano]] (atual [[Amiens]]), cidade perto da qual ocorreu o célebre repartir do manto a um mendigo.<ref>{{Citar web |url=http://www.bcdp.org/v2/images/documentos/s.%20martinho.pdf |titulo=Cópia arquivada |acessodata=2013-11-13 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131113041105/http://www.bcdp.org/v2/images/documentos/s.%20martinho.pdf |arquivodata=2013-11-13 |urlmorta=yes }}</ref><ref>http://smartinho.blogspot.pt/2004/11/vida-de-s-martinho.html</ref><ref>http://www.catolicanet.com/?system=santododia&action=ver_santos&data=11/11</ref> |
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Afastou-se da vida da corte e do exército, tornou-se [[monge]], tendo permanecido na [[Gália]]. |
Afastou-se da vida da corte e do exército, tornou-se [[monge]], tendo permanecido na [[Gália]]. |
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Em 354, aos 38 anos de idade, chega a [[Pictavium]] ([[Pictávio]], a atual [[Poitiers]]), para se tornar discípulo do seu famoso bispo – [[Santo Hilário de Poitiers |Santo Hilário]], que o ordenou [[diácono]]. No mesmo ano, parte em regresso à [[Panónia]], para a sua cidade natal de Sabária, com o objectivo de se encontrar com a sua família e tentar converter vários dos seus conterrâneos à [[religião cristã]] através da [[pregação]] e da [[evangelização]]. Entre os novos convertidos que fez contaram-se sua mãe, mas não seu pai, que permaneceu no [[politeísmo]].<ref name = BCDP /><ref name = vida / > |
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No ano seguinte (355), no entanto, é expulso da [[Panónia]] por questões relacionadas com a perseguição movida pelos partidários do [[arianismo]], pois |
No ano seguinte (355), no entanto, é expulso da [[Panónia]] por questões relacionadas com a perseguição movida pelos partidários do [[arianismo]], pois era firme defensor do [[cristianismo católico]] ou [[catolicismo]].<ref name = BCDP /><ref name = vida /> |
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Durante 5 anos permaneceu isolado |
Durante 5 anos permaneceu isolado como monge, numa ilha do [[Mar Tirreno]], a Galinária, ao largo da costa de [[Itália]]. |
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Em 361, aos 45 anos de idade, Martinho regressou à [[Gália]], no mesmo ano em que Santo Hilário voltou do exílio e regressou à cidade de Pictávio. Tendo sabido esta informação, Martinho viaja para essa cidade. Ambos contactam diretamente e Santo Hilário doou a Martinho um terreno em [[Ligugé]], a doze quilômetros de Pictávio. Lá, Martinho fundou uma comunidade de monges. Mas logo eram tantos jovens religiosos que buscavam sua orientação, que construiu o primeiro [[mosteiro]] da [[França]] e da [[Europa ocidental]].<ref name = BCDP /> |
Em 361, aos 45 anos de idade, Martinho regressou à [[Gália]], no mesmo ano em que Santo Hilário voltou do exílio e regressou à cidade de Pictávio. Tendo sabido esta informação, Martinho viaja para essa cidade. Ambos contactam diretamente e Santo Hilário doou a Martinho um terreno em [[Ligugé]], a doze quilômetros de Pictávio. Lá, Martinho fundou uma comunidade de monges. Mas logo eram tantos jovens religiosos que buscavam sua orientação, que construiu o primeiro [[mosteiro]] da [[França]] e da [[Europa ocidental]].<ref name = BCDP /><ref name = vida /> |
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=== Missionário e evangelizador === |
=== Missionário e evangelizador === |
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No ocidente, ao contrário do oriente, os monges podiam exercer o [[sacerdócio]] para que se tornassem [[apóstolos]] na [[evangelização]]. Martinho liderou então a conversão de muitos habitantes da região rural. Com seus monges ele visitava as aldeias pagãs, pregava o evangelho, derrubava templos e ídolos e construía igrejas. Onde encontrava resistência fundava um mosteiro com os monges evangelizando pelo exemplo da caridade cristã, logo todo o povo se convertia.<ref name = BCDP /> |
No ocidente, ao contrário do oriente, os monges podiam exercer o [[sacerdócio]] para que se tornassem [[apóstolos]] na [[evangelização]]. Martinho liderou então a conversão de muitos habitantes da região rural. Com seus monges ele visitava as aldeias pagãs, pregava o evangelho, derrubava templos e ídolos e construía igrejas. Onde encontrava resistência fundava um mosteiro com os monges evangelizando pelo exemplo da caridade cristã, logo todo o povo se convertia.<ref name = BCDP /><ref name = vida / > |
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Dizem os escritos (como os de [[Sulpício Severo]]) que, nesta época, havia recebido dons místicos, operando muitos prodígios em beneficio dos pobres e doentes que tanto amparava. Sua vida foi uma luta contra o [[paganismo]] e em favor do [[cristianismo]].<ref name = BCDP /> |
Dizem os escritos (como os de [[Sulpício Severo]]) que, nesta época, havia recebido dons místicos, operando muitos prodígios em beneficio dos pobres e doentes que tanto amparava. Sua vida foi uma luta contra o [[paganismo]] e em favor do [[cristianismo]].<ref name = BCDP /><ref name = vida / > |
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=== Bispo === |
=== Bispo === |
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Quando a diocese de [[Cesaroduno]], também conhecida por [[Cidade dos Turões]] |
Quando a diocese de ''[[Caesarodunum]]'' ([[Cesaroduno]]), também conhecida por ''Civitas Turonorum'' ([[Cidade dos Turões]], a atual [[Tours]]), na [[Gália]] (atual [[França]]), ficou vaga, no ano de 371, tinha Martinho 55 anos, o povo o aclamou por unanimidade para ser o [[bispo]], no entanto, pessoalmente preferiria recusar o cargo.<ref name = BCDP /><ref name = vida / > |
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Martinho aceitou, apesar de resistir no início. Mas não abandonou sua peregrinação apostólica, visitava todas as paróquias, zelava pelo culto e não desistiu de converter pagãos (ou [[politeístas]]) e exercer exemplarmente a caridade. Nas proximidades da cidade fundou outro mosteiro, denominado [[Marmoutier]]. E sua influência não se limitou a [[Tours]], mas se expandiu por toda a [[Gália]] (atual [[França]]) e para além desta em outras províncias do [[Império Romano]], tornando-o querido e amado por todo o povo.<ref name = BCDP /> |
Martinho aceitou, apesar de resistir no início. Mas não abandonou sua peregrinação apostólica, visitava todas as paróquias, zelava pelo culto e não desistiu de converter pagãos (ou [[politeístas]]) e exercer exemplarmente a caridade. Nas proximidades da cidade fundou outro mosteiro, denominado [[Marmoutier]]. E sua influência não se limitou a [[Tours]], mas se expandiu por toda a [[Gália]] (atual [[França]]) e para além desta em outras províncias do [[Império Romano]], tornando-o querido e amado por todo o povo.<ref name = BCDP /><ref name = vida / > |
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Martinho exerceu o bispado por vinte e cinco anos. Já idoso, aos oitenta e um anos de idade, Martinho, bispo de Tours, ainda afirmava: ''Senhor, se o vosso povo precisa de mim, não vou fugir do trabalho. Seja feita a vossa vontade.'' Estava na cidade de [[Candes-Saint-Martin|Condate]] (atual [[:fr:Candes-Saint-Martin|Candes de Saint Martin]], na região de [[:fr:Centre-Val_de_Loire|Centre-Val de Loire]]), perto de [[Tours]], quando morreu no dia 8 de novembro de 397, aos oitenta e um anos de idade.<ref name = BCDP /> |
Martinho exerceu o bispado por vinte e cinco anos. Já idoso, aos oitenta e um anos de idade, Martinho, bispo de Tours, ainda afirmava: ''Senhor, se o vosso povo precisa de mim, não vou fugir do trabalho. Seja feita a vossa vontade.'' Estava na cidade de [[Candes-Saint-Martin|Condate]] (atual [[:fr:Candes-Saint-Martin|Candes de Saint Martin]], na região de [[:fr:Centre-Val_de_Loire|Centre-Val de Loire]]), perto de [[Tours]], quando morreu no dia 8 de novembro de 397, aos oitenta e um anos de idade.<ref name = BCDP /><ref name = vida / > |
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Três dias após |
Três dias após sua morte, em [[11 de novembro]], foi sepultado em [[Caesarodunum]] ou [[Tours|Civitas Turonorum]] (a atual [[Tours]]), dia que lhe passou a ser dedicado mais tarde em sua memória. |
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A vida de São Martinho é sobretudo conhecida devido aos escritos de [[Sulpício Severo]] (c.360-c.420), que foi seu discípulo e amigo, e de [[Gregório de Tours]] (538-594), que também foi bispo de [[Tours]] mas duzentos anos mais tarde. |
A vida de São Martinho é sobretudo conhecida devido aos escritos de [[Sulpício Severo]] (c.360-c.420), que foi seu discípulo e amigo, e de [[Gregório de Tours]] (538-594), que também foi bispo de [[Tours]] mas duzentos anos mais tarde. |
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[[Sulpício Severo]] escreveu a obra ''[[ |
[[Sulpício Severo]] escreveu a obra ''[[A vida de São Martinho]]'' (''Vita Martini'', em latim) que é o relato da sua vida que melhor informação nos dá mais próxima da época em que ele viveu, embora Sulpício lhe tenha acrescentado diversas lendas e prodígios. Esta obra teve grande divulgação pelas províncias do [[Império Romano]] e, mais tarde, tornou-se uma das mais famosas biografias de santos ([[hagiografia]]) da época medieval europeia, tendo esta contribuído ainda mais para o conhecimento e fama acerca de São Martinho.<ref name = BCDP /><ref name = vida / > |
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== Culto == |
== Culto == |
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=== Importância === |
=== Importância === |
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Venerado como São Martinho de Tours, tornou-se o primeiro Santo não [[mártir]] a receber culto oficial da Igreja e tornou-se um dos Santos mais populares da Europa medieval. |
Venerado como São Martinho de Tours, tornou-se o primeiro Santo não [[mártir]] a receber culto oficial da Igreja e tornou-se um dos Santos mais populares da Europa medieval. |
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Quatro mil igrejas são dedicadas a ele na [[França]], e o seu nome dado a milhares de localidades, povoados e vilas; como em toda a Europa, nas Américas, enfim, em muitos países do mundo. |
Quatro mil igrejas são dedicadas a ele na [[França]], e o seu nome dado a milhares de localidades, povoados e vilas; como em toda a Europa, nas Américas, enfim, em muitos países do mundo. |
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É em Tours, na França, que está o seu santuário e basílica que parte das suas relíquias dentro do braço erguido de uma enorme estátua, que o representa a abençoar. |
É em Tours, na França, que está o seu santuário e basílica que parte das suas relíquias dentro do braço erguido de uma enorme estátua, que o representa a abençoar<ref>{{Citation | publisher = Google | url = http://cienciaconfirmaigreja.blogspot.pt/2014/03/as-reliquias-na-grande-estatua-da.html | title = As relíquias na grande estátua da basílica de São Martinho de Tours | work = Ciência Confirma Igreja | date = 31 de março de 2014}}.</ref>. |
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Discorrendo sobre ele, o Papa [[Bento XVI]] disse: ''O gesto caritativo de São Martinho se insere na lógica que levou a Jesus a multiplicar os pães para as multidões famintas, mas sobretudo a dar-se a si mesmo como alimento para a humanidade na Eucaristia. ( |
Discorrendo sobre ele, o Papa [[Bento XVI]] disse: ''O gesto caritativo de São Martinho se insere na lógica que levou a Jesus a multiplicar os pães para as multidões famintas, mas sobretudo a dar-se a si mesmo como alimento para a humanidade na Eucaristia. (…) Com esta lógica de compartilhar se expressa de modo autêntico o amor ao próximo.'' (Alocução do Ângelus, 11 de novembro de 2007). |
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=== Santo Padroeiro === |
=== Santo Padroeiro === |
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São Martinho é padroeiro de diversas profissões (antigas e modernas) que são as seguintes: curtidores, alfaiates, peleteiros, soldados, cavaleiros, restauradores (hotéis, pensões, restaurantes), produtores de vinho.<ref>{{Citar web |url=http://www.bcdp.org/v2/images/documentos/s.%20martinho.pdf |titulo=Cópia arquivada |acessodata=2013-11-13 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131113041105/http://www.bcdp.org/v2/images/documentos/s.%20martinho.pdf |arquivodata=2013-11-13 |urlmorta=yes }}</ref> |
São Martinho é padroeiro de diversas profissões (antigas e modernas) que são as seguintes: curtidores, alfaiates, peleteiros, soldados, cavaleiros, restauradores (hotéis, pensões, restaurantes), produtores de vinho.<ref>{{Citar web |url=http://www.bcdp.org/v2/images/documentos/s.%20martinho.pdf |titulo=Cópia arquivada |acessodata=2013-11-13 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131113041105/http://www.bcdp.org/v2/images/documentos/s.%20martinho.pdf |arquivodata=2013-11-13 |urlmorta=yes }}</ref><ref>http://smartinho.blogspot.pt/2004/11/vida-de-s-martinho.html</ref> |
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Também é o padroeiro dos mendigos. |
Também é o padroeiro dos mendigos. |
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- ''No dia de São Martinho bebe o vinho e deixa a água correr para o moinho;'' |
- ''No dia de São Martinho bebe o vinho e deixa a água correr para o moinho;'' |
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- ''No São Martinho vai à adega e prova o vinho''.<ref>{{Citar web |url=http://www.bcdp.org/v2/images/documentos/s.%20martinho.pdf |titulo=Cópia arquivada |acessodata=2013-11-13 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131113041105/http://www.bcdp.org/v2/images/documentos/s.%20martinho.pdf |arquivodata=2013-11-13 |urlmorta=yes }}</ref> |
- ''No São Martinho vai à adega e prova o vinho''.<ref>{{Citar web |url=http://www.bcdp.org/v2/images/documentos/s.%20martinho.pdf |titulo=Cópia arquivada |acessodata=2013-11-13 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131113041105/http://www.bcdp.org/v2/images/documentos/s.%20martinho.pdf |arquivodata=2013-11-13 |urlmorta=yes }}</ref><ref>http://smartinho.blogspot.pt/2004/11/vida-de-s-martinho.html</ref> |
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=== Curiosidades === |
=== Curiosidades === |
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Instituiu a primeira escola e transformou o local, que hoje é a cidade de Tours. |
Instituiu a primeira escola e transformou o local, que hoje é a cidade de Tours<ref name = relíquias>{{Citation | url = http://cienciaconfirmaigreja.blogspot.pt/2014/03/as-reliquias-na-grande-estatua-da.html | title = As relíquias na grande estátua da basílica de São Martinho de Tours | work = Ciência Confirma Igreja | date = 31 de março de 2014 | publisher = Google}}.</ref>. |
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Sobre o túmulo de S. Martinho, por estar agoniado pela perspectiva da [[batalha de Tolbiac]] contra a temível horda dos [[alamanos]] (ano [[496]]), o rei [[Clóvis I|Clóvis]] prometeu converter-se ao “Deus de [[Santa Clotilde|Clotilde]]”, sua mulher católica, se obtivesse a vitória. Como venceu miraculosamente foi baptizado junto com os seus soldados no Dia de Natal do mesmo ano. |
Sobre o túmulo de S. Martinho, por estar agoniado pela perspectiva da [[batalha de Tolbiac]] contra a temível horda dos [[alamanos]] (ano [[496]]), o rei [[Clóvis I|Clóvis]] prometeu converter-se ao “Deus de [[Santa Clotilde|Clotilde]]”, sua mulher católica, se obtivesse a vitória. Como venceu miraculosamente foi baptizado junto com os seus soldados no Dia de Natal do mesmo ano.<ref name = relíquia /> |
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A família real francesa recebeu o nome de “Capeto” por ter recebido, há mais de um milénio, um pedaço da sua célebre capa como [[relíquia]] e pela circunstancia histórica explicada acima que fez nascer a primeira [[nação]] cristã da Europa. |
A família real francesa recebeu o nome de “Capeto” por ter recebido, há mais de um milénio, um pedaço da sua célebre capa como [[relíquia]] e pela circunstancia histórica explicada acima que fez nascer a primeira [[nação]] cristã da Europa.<ref name = relíquia /> |
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Em resultado da [[Revolução Francesa]] demoliu-se a sua basílica, que já tinha sido restaurada devido a circunstâncias idênticas pelos [[protestantes]], mas que desta vez os "revolucionários" fizeram passar uma rua por cima do túmulo, a fim de garantir que ele fosse esquecido definitivamente. Apenas no {{séc|XIX}} um aristocrata francês, conhecido como “o santo homem de Tours”, promoveu pela França uma cruzada para sua reparação, conseguindo-o. |
Em resultado da [[Revolução Francesa]] demoliu-se a sua basílica, que já tinha sido restaurada devido a circunstâncias idênticas pelos [[protestantes]], mas que desta vez os "revolucionários" fizeram passar uma rua por cima do túmulo, a fim de garantir que ele fosse esquecido definitivamente. Apenas no {{séc|XIX}} um aristocrata francês, conhecido como “o santo homem de Tours”, promoveu pela França uma cruzada para sua reparação, conseguindo-o. |
Revisão das 22h25min de 7 de setembro de 2019
São Martinho de Tours | |
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São Martinho no Mosteiro de Tibães | |
O Apóstolo da Gália e Bispo de Tours | |
Nascimento | 316 Sabária, Panônia Prima, Panônia |
Morte | 08-11-397 Condate, Armórica, Gália Lugdunense |
Festa litúrgica | 11 de Novembro |
Atribuições | Mitra, báculo e mendigo |
Portal dos Santos |
Martinho de Tours (em latim: Martinus Turonensis; Sabária, Panónia, 316 – Condate, Gália, 397), foi um militar, monge e, mais tarde, bispo de Civitas Turonorum (Cidade dos Turões, a atual Tours), sendo considerado santo pela Igreja Católica.[1]
Contexto Histórico
Viveu no século IV, época de importantes transformações. Martinho de Tours teve um importante papel nessas mesmas transformações ao ter sido, primeiro, um convertido à religião cristã e, depois, um dos impulsionadores de uma maior cristianização da Europa, cujo processo avançou significativamente no século IV. Ainda em termos de contexto histórico, nasceu três anos após o Edito de Milão promulgado pelo imperador Constantino (r. 306–337) no ano de 313, que havia concedido aos cristãos liberdade de culto.
Foi discípulo de Santo Hilário de Poitiers (um dos doutores da Igreja), que se notabilizou na Teologia, e também foi contemporâneo de outro importante doutor da Igreja - Agostinho de Hipona (354–430). Embora Martinho fosse um homem culto, foi na ação prática (caridade, ensino, fundação e construção de igrejas, de mosteiros e de escolas) que se distinguiu e notabilizou.
A sua ação missionária e pedagógica, a par da de outros, foi muito importante na cristianização da Gália (é mesmo apelidado de apóstolo da Gália ou “Pai das Gálias”[2]), mas também numa área geográfica e cultural mais vasta, tendo esta se repercutido em outras províncias ocidentais do Império Romano. A sua ação educativa, caritativa e religiosa revelar-se-ia fundamental a longo prazo ao ter contribuído para deixar um legado cultural e religioso que perdurou para além da queda do Império Romano do Ocidente (no ano de 476) e que faz parte da formação da própria civilização cristã europeia. Foi um dos fundadores do monaquismo na Europa Ocidental. Devido à sua vida exemplar, ainda em vida foi reverenciado.
Biografia
Infância
Martinho (Martinus em latim) era filho de um Tribuno, comandante e soldado do exército romano. Nasceu e cresceu na cidade de Sabária/Savária (atual Szombathely), localizada na antiga província da Panónia, atual área da Hungria a oeste do rio Danúbio, em 316, uma província nas fronteiras do Império Romano. A família na qual nasceu não era cristã, a educação da sua família foi feita na religião dos seus antepassados: a da religião politeísta romana antiga (que tinha crença em deuses mitológicos venerados no Império Romano).[3][4]
Por curiosidade começou a frequentar uma igreja cristã, ainda criança, sendo instruído na doutrina cristã, porém sem receber o batismo. Aos 10 anos de idade (no ano de 326) entrou para o grupo dos catecúmenos (aqueles que estão se preparando para receber o batismo). Assim, despertou para a fé cristã quando ainda menino.[3][4][5]
Membro do exército romano
Ao atingir a adolescência, aos 15 anos de idade (em 331), para tê-lo mais à sua volta, seu pai o alistou na cavalaria do exército imperial contra a própria vontade. Mas se o intuito do pai era afastá-lo da Igreja, o resultado foi inverso, pois Martinho, continuava praticando os ensinamentos cristãos, principalmente a caridade.[3][4][5]
Depois, prestou serviço na Gália, atual França; no entanto, mesmo como soldado da cavalaria do exército romano, jamais abandonou os ensinamentos de Cristo.[5]
Foi nessa época que ocorreu o famoso episódio do manto, que poderá ter ocorrido no ano de 337, próximo da cidade de Samarobriva/Ambiano (atual Amiens, capital da Picardia). Um dia um mendigo que tiritava de frio pediu-lhe esmola e, como não tinha, o cavalariano cortou seu próprio manto com a espada, dando metade ao pedinte. Contam os relatos escritos que, durante a noite, o próprio Jesus lhe apareceu em sonho, usando o pedaço de manta que dera ao mendigo e agradeceu a Martinho por tê-lo aquecido no frio. Dessa noite em diante, decidiu que deixaria as fileiras militares para dedicar-se à religião.[3][4][5]
Batismo
Com vinte e dois anos foi batizado (no ano de 338), provavelmente por Hilário de Poitiers, bispo da cidade de Pictavium (Pictávio, atual Poitiers), mas também é possível que o tenha sido pelo bispo de Samarobriva ou Ambiano (atual Amiens), cidade perto da qual ocorreu o célebre repartir do manto a um mendigo.[6][7][8]
Monge e professor
Afastou-se da vida da corte e do exército, tornou-se monge, tendo permanecido na Gália.
Em 354, aos 38 anos de idade, chega a Pictavium (Pictávio, a atual Poitiers), para se tornar discípulo do seu famoso bispo – Santo Hilário, que o ordenou diácono. No mesmo ano, parte em regresso à Panónia, para a sua cidade natal de Sabária, com o objectivo de se encontrar com a sua família e tentar converter vários dos seus conterrâneos à religião cristã através da pregação e da evangelização. Entre os novos convertidos que fez contaram-se sua mãe, mas não seu pai, que permaneceu no politeísmo.[3]Erro de citação: Elemento de fecho </ref>
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Discorrendo sobre ele, o Papa Bento XVI disse: O gesto caritativo de São Martinho se insere na lógica que levou a Jesus a multiplicar os pães para as multidões famintas, mas sobretudo a dar-se a si mesmo como alimento para a humanidade na Eucaristia. (…) Com esta lógica de compartilhar se expressa de modo autêntico o amor ao próximo. (Alocução do Ângelus, 11 de novembro de 2007).
Santo Padroeiro
São Martinho é padroeiro de diversas profissões (antigas e modernas) que são as seguintes: curtidores, alfaiates, peleteiros, soldados, cavaleiros, restauradores (hotéis, pensões, restaurantes), produtores de vinho.[9][10]
Também é o padroeiro dos mendigos.
Festa de São Martinho
Sua festa é comemorada no dia 11 de Novembro, data em que foi sepultado na cidade de Tours.
Há diversas tradições festivas associadas a esta data e que se relacionam com um espírito de convívio e de solidariedade.
Algumas dessas tradições são:
- Comer a chamada oca de São Martinho (um ganso);
- Beber do vinho novo (guardado após as vindimas), chamado vinho de São Martinho;
- Acender de fogos de festa: os fogos de São Martinho;
- Fazem-se Magustos, festas populares cujas formas de celebração consistem em se formarem grupos de amigos e de famílias que assam e comem castanhas.
Também associados à festa de São Martinho há dois ditos:
- No dia de São Martinho bebe o vinho e deixa a água correr para o moinho;
- No São Martinho vai à adega e prova o vinho.[11][12]
Curiosidades
Instituiu a primeira escola e transformou o local, que hoje é a cidade de Tours[13].
Sobre o túmulo de S. Martinho, por estar agoniado pela perspectiva da batalha de Tolbiac contra a temível horda dos alamanos (ano 496), o rei Clóvis prometeu converter-se ao “Deus de Clotilde”, sua mulher católica, se obtivesse a vitória. Como venceu miraculosamente foi baptizado junto com os seus soldados no Dia de Natal do mesmo ano.[2]
A família real francesa recebeu o nome de “Capeto” por ter recebido, há mais de um milénio, um pedaço da sua célebre capa como relíquia e pela circunstancia histórica explicada acima que fez nascer a primeira nação cristã da Europa.[2]
Em resultado da Revolução Francesa demoliu-se a sua basílica, que já tinha sido restaurada devido a circunstâncias idênticas pelos protestantes, mas que desta vez os "revolucionários" fizeram passar uma rua por cima do túmulo, a fim de garantir que ele fosse esquecido definitivamente. Apenas no século XIX um aristocrata francês, conhecido como “o santo homem de Tours”, promoveu pela França uma cruzada para sua reparação, conseguindo-o.
Referências
- ↑ QUINSON, Marie-Therese (1999). Dicionário cultural do cristianismo. Loyola. p. 193. ISBN 978-85-15-01330-2.
- ↑ a b c Erro de citação: Etiqueta
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- ↑ a b c d e «Cópia arquivada» (PDF). Consultado em 13 de novembro de 2013. Arquivado do original (PDF) em 13 de novembro de 2013
- ↑ a b c d «Vida de S. Martinho», Google, Blog spot, novembro de 2004.
- ↑ a b c d «Santo do dia», Católica net.
- ↑ «Cópia arquivada» (PDF). Consultado em 13 de novembro de 2013. Arquivado do original (PDF) em 13 de novembro de 2013
- ↑ http://smartinho.blogspot.pt/2004/11/vida-de-s-martinho.html
- ↑ http://www.catolicanet.com/?system=santododia&action=ver_santos&data=11/11
- ↑ «Cópia arquivada» (PDF). Consultado em 13 de novembro de 2013. Arquivado do original (PDF) em 13 de novembro de 2013
- ↑ http://smartinho.blogspot.pt/2004/11/vida-de-s-martinho.html
- ↑ «Cópia arquivada» (PDF). Consultado em 13 de novembro de 2013. Arquivado do original (PDF) em 13 de novembro de 2013
- ↑ http://smartinho.blogspot.pt/2004/11/vida-de-s-martinho.html
- ↑ «As relíquias na grande estátua da basílica de São Martinho de Tours», Google, Ciência Confirma Igreja, 31 de março de 2014.