Américo Cortez Pinto
Américo Cortez Pinto | |
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Nascimento | 4 de março de 1896 Leiria |
Morte | 30 de novembro de 1979 (82 anos) Cascais |
Nacionalidade | Portuguesa |
Ocupação | Médico e poeta |
Prémios | Prémio Antero de Quental (1941) |
Magnum opus | A Alma e o Deserto |
Américo Cortez Pinto (Leiria, 14 de março de 1896 — Cascais, 30 de novembro de 1979) foi um médico e poeta português.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Estudou no Liceu Nacional de Leiria e na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Foi médico, professor de Higiene e diretor do Instituto Português de Reumatologia. A par da sua carreira como profissional de saúde, foi escritor, sobretudo de poesia, e desenvolveu diversas atividades públicas, incluindo de natureza política.
Foi um dos fundadores da revista Ícaro, juntamente com Cabral do Nascimento, Alfredo Brochado e Luís Vieira de Castro e encontra-se colaboração da sua autoria noutros títulos da época: O Occidente [1] (1878-1915), Contemporânea[2] (1915-1926), Música [3] (1924-1925), nomeadamente o artigo "Momento musical", no nº 2 de 1 de setembro de 1924, e na Revista Municipal[4] da Câmara Municipal de Lisboa (1939-1973).
A 13 de novembro de 1943, foi agraciado com o grau de Oficial da Ordem Militar de Cristo.[5]
Monárquico e católico, foi vice-presidente da Associação dos Médicos Católicos e, posteriormemte, tornou-se apoiante do Estado Novo. Integrou os órgãos da União Nacional, em Leiria, e foi eleito deputado à Assembleia Nacional, nas legislaturas iniciadas em 1949, 1953 e 1957.[6] Nunca deixou, contudo, de defender o ideal monárquico, fazendo-o inclusive no Parlamento. Na revisão constitucional de 1951, juntamente com outros deputados defensores da monarquia, como Caetano Beirão, Augusto Cancela de Abreu ou João Ameal, propôs a restauração do regime deposto em 5 de outubro de 1910. Na revisão de 1959, em que se discute a alteração da forma de eleição do chefe de Estado, retoma a questão, tornada mais pertinente pela ameaça que o Estado Novo sofrera com a candidatura de Humberto Delgado. Nesta revisão da lei fundamental, Cortez Pinto também assinou, com outros deputados, dois projetos de lei, um defendendo a subseção da palavra «raça», inscrita no artigo 12.°, respeitante à «defesa da família como factor de conservação e desenvolvimento da raça[...]» pelo termo «etnia», que considerou mais adequado, por ser a nação composta por vários grupos antropobiológicos, e outro, da autoria de Carlos Moreira, propondo a inclusão do nome de Deus no texto constitucional (DS, n.° 122, .".6.1959, p. 974).[7]
Celebrando o Dia da Cidade, a 22 de maio de 1982, o Município de Leiria atribuiu o seu nome a uma das suas artérias e inaugurou um busto de bronze, em plinto de mármore, sito no pequeno largo dessa rua. A outra homenagem de Leiria a Américo Cortez Pinto é o painel da «arte de imprimissão», situado próximo da Praça Francisco Rodrigues Lobo. Também a Câmara Municipal de Oeiras atribuiu o nome do médico e poeta a uma rua em Carnaxide.
Prémios
[editar | editar código-fonte]- Prémio Antero de Quental com A Alma e o Deserto
- Prémio Alexandre Herculano com Da Famosa Arte da Imprimissão
Obras
[editar | editar código-fonte]- Lágrimas e sorrisos {1912}
- Senhora da Renuncia {1918}
- Poema da Tentação {1922}
- Os Perigos da castidade (1934)
- A Alma e o Deserto (1941)
- O Menino Jesus em Portugal (1941)
- Da Famosa Arte da Imprimação (1947; com estampas de Lino António e Adofo Simoni)
- Santos de Portugal (1956)
- Talant de Bien Faire - A Divisa do Infante e a criação do Estado da Índia {1955}
- João Carlos (estudo biográfico de João Carlos Celestino Gomes) (1961)
- Dionisos Poeta e Rey (1982 - edição póstuma)
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Grande Livro dos Portugueses ISBN 972-42-0143-0
Referências
- ↑ Rita Correia (16 de março de 2012). «Ficha histórica:O occidente : revista illustrada de Portugal e do estrangeiro (1878-1915)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 4 de janeiro de 2015
- ↑ Contemporânea (1915-1926) cópia digital, Hemeroteca Digital
- ↑ Jorge Mangorrinha (1 de outubro de 2013). «Ficha histórica: Música: revista de artes (1924-1925)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 15 de janeiro de 2015
- ↑ Revista Municipal (1939-1973) cópia digital, Hemeroteca Digital
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Américo Cortez Pinto". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 8 de agosto de 2019
- ↑ Parlamento.pt
- ↑ Famílias de Leiria