Andradita
Andradita | |
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Cristal individual (4.2cm) - Diakon, Nioro du Sahel, Mali | |
Categoria | Grupo da Granada |
Cor | Amarelo, amarelo-esverdeado a verde-esmeralda, verde escuro; castanho, vermelho acastanhado, amarelo acastanhado; preto cinza, preto |
Fórmula química | Ca3Fe2(SiO4)3 |
Propriedades cristalográficas | |
Sistema cristalino | Cúbico - Hexoctaédrico |
Hábito cristalino | Geralmente dodecaedros ou trapezoedros bem cristalizados (ou combinações destes), também granular a maciço |
Propriedades ópticas | |
Transparência | Transparente a translúcido |
Índice refrativo | n = 1,887 |
Propriedades ópticas | Isotrópico, tipicamente ligeiramente anisotrópico |
Espectro de absorção | Demantoide - banda dos 440nm ou absorção completa a 440nm e menos, também pode ter linhas aos 618, 634, 685, 690nm [1] |
Propriedades físicas | |
Densidade | 3,859 calculada; 3,8 - 3,9 medida |
Dureza | 6,5 a 7 |
Clivagem | Não tem |
Fratura | Concoidal ou desigual |
Tenacidade | Frágil |
Brilho | Adamantino a resinoso, baço |
Risca | Branca |
Referências | [2][3][4][1] |
Variedades | |
Demantoide | transparente |
Melanita | opaca |
Andradita é uma espécie do grupo da granada. É um nesossilicato, com fórmula Ca3Fe2Si3O12.
A andradita inclui três variedades:
- Melanita: de cor negra, rica em titânio.[5]
- Demantoide: de cor verde vivída, uma das mais valiosas e raras pedras no mundo gemológico.
- Topazolita: de cor amarela esverdeada e por vezes com qualidade suficiente para ser lapidada como gema.
Foi descrita pela primeira vez em 1868, a partir de uma ocorrência em Drammen, Buskerud, Noruega.[3] Foi assim designada em homenagem ao seu descobridor, o mineralogista brasileiro, estadista e poeta José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838).[2]
Homenagem luso-brasileira[editar | editar código-fonte]
A nomeação do mineral é uma lembrança àquele que é considerado o Pai da Pátria brasileira, e deriva do trabalho de José Bonifácio como químico. Havia ele sido discípulo do italiano Domenico Vandelli, cujo filho Alexandre António Vandelli veio a se casar com sua primogênita, Carlota Emília.[6]
Alexandre Vandelli fora trazido a Portugal pelo Marquês de Pombal, durante as reformas que este empreendeu em seguida à expulsão dos jesuítas do país. Seu mais destacado aluno veio a ser, justamente, o brasileiro José Bonifácio que, na área da química, geologia e mineralogia granjeou respeito internacional, a tal ponto que, em 1868, James Dwight Dana batizou de Andradita à granada de ferro e cálcio.[6]
Ocorrência[editar | editar código-fonte]
Ocorre em skarns desenvolvidos em calcários impuros ou rochas ígneas cálcicas sujeitas a metamorfismo de contato; em xistos cloríticos e serpentinitos e em rochas ígneas alcalinas (tipicamente titaníferas). Os minerais associados incluem vesuvianita, clorita, epídoto, espinela, calcita, dolomita e magnetita.[2] É encontrada na Itália, nos Montes Urais, Arizona e Califórnia no Oblast de Dnipropetrovsk na Ucrânia.
Tal como as restantes granadas, a andradita cristaliza no grupo espacial cúbico Ia3d, com parâmetro de célula unitária 12.051 Å a 100 K [7].
Referências
- ↑ a b Gemological Institute of America, GIA Gem Reference Guide 1995, ISBN 0-87311-019-6
- ↑ a b c Handbook of Mineralogy
- ↑ a b Mindat.org
- ↑ Webmineral data
- ↑ Mindat.org
- ↑ a b Adilio Jorge Marques e Carlos Alberto Lombardi Filgueiras (novembro de 2009). «Uma família de químicos unindo Brasil e Portugal» (PDF). Química Nova na Escola, Vol. 31, N° 4. Consultado em 9 de novembro de 2010
- ↑ Thomas Armbruster e Charles A. Geiger (1993): Andradite crystal chemistry, dynamic X-site disorder and structural strain in silicate garnets. European Journal of Mineralogy v. 5, no. 1, p. 59-71.
- Este artigo foi inicialmente traduzido do artigo da Wikipédia em inglês, cujo título é «Andradite», especificamente desta versão.