Buri
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Município do Brasil | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Gentílico | buriense | ||
Localização | |||
Localização de Buri em São Paulo | |||
Localização de Buri no Brasil | |||
Mapa de Buri | |||
Coordenadas | |||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | São Paulo | ||
Municípios limítrofes | Paranapanema, Angatuba, Campina do Monte Alegre, Itapetininga, Capão Bonito, Taquarivaí e Itapeva | ||
Distância até a capital | Não disponível | ||
História | |||
Fundação | 1921 (102–103 anos) | ||
Administração | |||
Prefeito(a) | Cláudio Romualdo Ú Fonseca (2009 – 2012) | ||
Características geográficas | |||
Área total [1] | 1 194,977 km² | ||
População total (Censo IBGE/2010[2]) | 18 566 hab. | ||
Densidade | 15,5 hab./km² | ||
Clima | subtropical (Cfa) | ||
Altitude | 590 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2000[3]) | 0,701 — alto | ||
PIB (IBGE/2008[4]) | R$ 205 402,151 mil | ||
PIB per capita (IBGE/2008[4]) | R$ 11 340,67 |
Buri é um município brasileiro do estado de São Paulo. Localiza-se a uma latitude 23º47'51" sul e a uma longitude 48º35'34" oeste, estando a uma altitude de 590 metros. Sua população estimada em 2004 era de 19.324 habitantes. Encontra-se a 270 km da capital, na região Sudoeste do Estado de São Paulo, mesorregião de Itapetininga e microrregião de Itapeva.
História
Em 1782, o fidalgo português Inácio Xavier Luiz instalou-se com numerosa família à margem esquerda do Rio Apiaí-Guaçu, tendo o mesmo recebido do Reino Carta de Sesmaria das terras adjacentes . Joaquim Bolina de Barros ,descendente do sesmeiro ,doou em 1885 ,uma área para a construção da primeira capela ,cujo orago foi São Rafael . Ainda por volta de 1885 ,foi construída a primeira Igreja de São Roque ,atual Santo Padroeiro ,sendo seus construtores José Antonio de Barros e Deodoro Pires . Em 18/11/1895 , o local recebeu o nome de Porto do Apiaí . Na época da Proclamação da República ( 15/11/1889 ) o povoado então denominado Porto do Apiaí ,era ponto de parada obrigatória e pousadas de tropeiros que vinham do Rio Grande do Sul demandando as feiras de animais ,principalmente muares ,em Sorocaba . No Porto do Apiaí ,a travessia do Rio Apiaí-Guaçu era feita a nado ou de canoas ,mais tarde por balsa e muito tempo depois foi construída a primeira ponte de madeira . A construção da primeira serraria do Porto do Apiaí ,em 1900 , foi obra do italiano Mário Rebora Pezzoni ,em 1902 o empreendimento foi vendido para Geraldino Paiva . Tal serraria foi instalada na margem esquerda do Apiaí- Guaçu próximo ao primeiro cemitério da povoação (esse local fica nas proximidades da atual ponte da estrada de ferro ) Na época pela precariedade das estradas , grande parte das toras de madeiras nativas cortadas a montante do povoado eram transportadas por águas a reboque de canoas ,justificando assim a instalação da serraria logo nas barrancas do rio . O nome Buri ,só veio em 20/11/1907 (Lei estadual 1101/07)com a criação do distrito de Buri ainda pertencente ao município de Faxina (atual Itapeva) . Elevado à categoria de município com a denominação de BURI ,por Lei Estadual número 1805 ,de 01 de dezembro de 1921 ,desmembrado de Faxina .Sua instalação verificou-se em 25 de janeiro de 1922 .Com a chegada da Estrada de Ferro Sorocabana,inaugurada a estacão de Buri em 04/05/1908 ,o vilarejo ganhou notoriedade , pois grande parte das mercadorias destinadas para a região ,eram ali descidas ou embarcadas ,principalmente aquelas comercializados com a cidade de Capão Bonito ,as quais eram transportadas em carroças de burros .A região Sudoeste Paulista no eixo Itapetininga-Buri-Faxina-Itararé ,não atraiu a Marcha do Café ,por causa de seu clima subtropical com ocorrências de fortes geadas e terras ácidas de cerrado ,portanto posto a margem do desenvolvimento do restante do Estado de São Paulo. Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, na localidade de Vitorino Carmilo, antiga estação da Estrada de Ferro Sorocabana distante a 6 km da cidade de Buri, ocorreu em 15 e 16 de agosto, o que alguns chamam de "a maior batalha da América do Sul", a Segunda Batalha de Buri, onde estavam, de um lado, 6 mil soldados federais de diversos Estados, e, de outro, 1.030 soldados constitucionalistas. No segundo dia, a linha paulista foi rompida e a estação caiu definitivamente em poder dos federais. Nos primórdios da colonização das terras Burienses, somente a agricultura de subsistência era praticada. Com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana, houve intenso desmatamento para a retirada de grande quantidade de madeira (lenha) para o abastecimento das locomotivas a vapor. Nas áreas desmatadas foram introduzidas as primeiras lavouras comerciais, 1910 a 1950, destacando o cultivo de algodão, principalmente nas terras de culturas, ou seja , terras com topografia acidentadas onde após a retirada da melhor madeira , eram realizadas as queimadas e introduzidas as lavouras “plantadas no toco” ou lavouras de coivaras. Foi grande a contribuição na agricultura dada pelos imigrantes refugiados europeus, chegados em Buri logo após o período da Primeira Guerra Mundial. Estes trouxeram os primeiros arados e ferramentas agrícolas já utilizados, na época, na Europa. Com o passar do tempo, essas terras foram degradadas devido a topografia acidentada, intenso uso e solos propensos a erosão, a fertilidade foi reduzida impossibilitando seu cultivo. Com o incentivo governamental ao reflorestamento nos anos de 1960, o território Buriense foi “invadido” pelos plantios de pínus e eucaliptos. Por volta de 1970, foram iniciados os cultivos de milho e feijão em grande escala comercial,utilizando a calagem nas terras de cerrado , dando adeus aos “arados de burro” e a “tração animal”. Nos anos de 1990, a cultura do trigo foi introduzida em grandes áreas no município. Por volta do ano 2000, a cultura da soja chegou em grande escala, juntamente com máquinas e técnicas modernas.
Economia
Atualmente grandes áreas estão ocupadas por plantios de pínus e eucaliptos, de onde provém a madeira que é beneficiada nas 30 serrarias hoje existentes no município. Na agricultura o município se destaca no cultivo de cereais, principalmente milho, soja, trigo e feijão, apresentando elevadas produtividades em função dos solos férteis e alta tecnologia aplicada. Na olericultura é forte a exploração dos cultivos em estufas sobretudo tomate de mesa, pepino e pimentão. Nos últimos anos a citricultura vem se destacando pelas altas produtividades, atraindo grandes produtores para a região e hoje o município conta com 1.800.000 pés de laranjas.O rebanho bovino é de aproximadamente 40.000 cabeças, sendo 35.000 cabeças de raças de corte e 5.000 cabeças de raças mestiças destinadas à produção de leite - 7.000 litros diários. O município ainda produz frutas como caqui, pêssego, uva e melancia, além de ser importante produtor de batata inglesa, tomate estaqueado, inhame e gengibre.
Geografia
A topografia do município é considerada ondulada, apresentando regiões "dobradas" e outras planas, onde originalmente eram vegetadas com campos cerrados e cerradões, hoje utilizadas com cultivos de cereais, pastagens e reflorestamentos. As altitudes variam entre 570 - foz do rio Apiaí-Guaçu e 769 metros, espigão divisor do ribeirão Indaiatuba com o ribeirão Jacu, limite entre os municípios de Buri e Itapeva, sendo próximo ao vilarejo do Matão.
Vegetação
O território Buriense está localizado pouco abaixo do trópico de Capricórnio, onde os biomas se misturam, atualmente deparamos com vegetação de cerrado e catanduva, estes localizados nos espigões e regiões mais planas, enquanto que as espécies da Mata Atlântica são encontradas nos fundos de vales, regiões acidentadas, nas cabeceiras de nascentes, e ao longo dos ribeirões e rios, formando as matas ciliares. Existem áreas florestais, onde as espécies se permeiam, ou seja, composições florísticas com grande diversidade convivendo em um mesmo ambiente, exemplo disso são as florestas remanescentes em terras de meia encosta, onde aparecem as últimas árvores de Araucaria angustifolia – Pinheiro do Paraná, que foram salvas do devastador ciclo de madeira nativa na região. Nessas áreas são encontradas espécies dos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Matas de Araucária.
Demografia
Dados do Censo - 2000
População Total: 20.029
- Urbana: 17.163
- Rural: 3.856
- Homens: 10.570
- Mulheres: 9.559
Densidade demográfica (hab./km²): 14,75
Mortalidade infantil até 1 ano (por mil): 29,34
Expectativa de vida (anos): 65,27
Taxa de fecundidade (filhos por mulher): 3,20
Taxa de Alfabetização: 86,96%
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M): 0,701
- IDH-M Renda: 0,636
- IDH-M Longevidade: 0,671
- IDH-M Educação: 0,797
(Fonte: IPEADATA)
Hidrografia
A hidrografia do município é muito rica. O maior e o mais importante é o rio Paranapanema, que serve de limite entre Buri e os municípios de Itapetininga, Campina do Monte Alegre e Angatuba (leste e norte do território Buriense). O rio Apiaí-Guaçu corta todo o município no sentido Sudoeste para o Norte, antes recebendo a montante de Buri, as águas do rio Apiaí-Mirim, sendo este seu maior afluente, cujas cabeceiras encontram-se nos municípios de Apiaí e Guapiara. O Ribeirão Enxovia, maior afluente da margem esquerda do Rio Apiaí-Guaçu, nasce nas proximidades da rodovia que liga os bairros Eng Barcelar ao Distrito do Guarizinho, ambos no Município de Itapeva , já no município de Buri,recebe as águas do Ribeirão Morro Cavado, mais abaixo as águas do contribuinte Ribeirão Indaiatuba avolumam o Enxovia, que deságua no Apiaí-Guaçu pouco acima da ponte denominada dos Gaúchos. Outro importante curso d'água é o rio Paranapitanga, que corta o leste do município, desaguando no rio Paranapanema, próximo a sede do distrito de Aracaçú. Todos os rios burienses estão entre os mais limpos do estado de São Paulo, possuindo consideráveis reservas de matas ciliares.
- Rio Paranapanema
- Rio Apiaí-Guaçu
- Rio Apiaí-Mirim
- Rio Paranapitanga
- Ribeirão Enxovia
- Ribeirão Indaiatuba
- Ribeirão Morro-Cavado
- Ribeirão Corvo-Branco
- Ribeirão Santa Luzia
Rodovias
Administração
Futebol
Quando o assunto é o futebol, Buri está bem representada regionalmente. Trata-se do alvi anil Bandeirantes, clube amador que foi criado nos anos 30.
Referências
- ↑ IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010
- ↑ «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010
- ↑ «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008
- ↑ a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 dez. 2010