Castelo de Viana do Alentejo

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Castelo de Viana do Alentejo
Castelo de Viana do Alentejo
Construção D. Dinis (1313)
Estilo Gótico
Conservação
Homologação
(IGESPAR)
MN
Aberto ao público Sim

O Castelo de Viana do Alentejo localiza-se na vila, freguesia e município de mesmo nome, distrito de Évora, em Portugal.[1]

Aproximadamente equidistante das cidades de Évora e de Beja, o castelo ergue-se no sopé sul do monte de S. Vicente, em posição dominante sobre a parte antiga da vila. É considerado, juntamente com o Castelo de Alvito, um dos mais notáveis conjuntos arquitetónicos fortificados do final do período gótico. O seu nome, Viana do Alentejo, liga-se ao título nobiliárquico da família Meneses, primeiros condes de Viana, que se destacaram nas campanhas portuguesas do Marrocos no século XV.

O castelo encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de junho de 1910.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Acredita-se que a primitiva ocupação de seu sítio remonte à época da Invasão romana da Península Ibérica, a julgar pelos testemunhos arqueológicos encontrados nas redondezas, em particular no sítio de Paredes 38° 20′ 20″ N, 7° 58′ 48″ O e no local da ermida de Nossa Senhora d'Aires, onde foram identificados restos de edificações, de uma necrópole com lápides funerárias e de moedas romanas da época dos primeiros imperadores. As invasões de povos germânicos e, posteriormente, de Muçulmanos mantiveram a exploração agrícola da região, que perdurava, quando foi alcançada pelas lutas da Reconquista cristã, quando entrou na posse de Portugal à época da conquista das vizinhas Évora e Beja.

O castelo medieval[editar | editar código-fonte]

Os seus domínios, primitivamente integrantes de uma herdade denominada "Foxem", de propriedade da Câmara Municipal de Évora, foram por esta doados, nos primeiros anos da segunda metade do século XIII, a Egídio Martins, mordomo da Cúria no tempo de Afonso III de Portugal (1248-1279), mantendo-se na posse de seus descendentes.

Após o falecimento de D. Martim Gil, senhor destes domínios, o rei Dinis de Portugal (1279-1325) tomou posse dos mesmos, passando Carta de Foral à povoação (1313) documento onde é denominada como Viana-de-a-par-de-Alvito, regulando-lhes as relações e doando cem libras para as suas obras de fortificação. Iniciaram-se, assim, as obras de construção do castelo e da cerca da vila. No ano seguinte (1314), a vila e seus domínios foram doados pelo soberano a seu filho, o futuro Afonso IV de Portugal, com a cláusula de o não trespassar a ninguém, salvo à esposa, a infanta castelhana D. Beatriz, o que ele efetivamente fez, em 1357, poucos dias antes de falecer.

Sob o reinado de João II de Portugal (1481-1495), estas defesas foram remodeladas, uma vez que o soberano, tendo reunido as Cortes em Évora a 12 de novembro de 1481, depois as transferiu para Viana, onde vieram a encerrar-se a 7 de abril de 1482. Na ocasião, o soberano utilizou o Castelo de Viana como residência temporária. Fato semelhante repetiu-se em 1489, tendo Viana de Alvito sido escolhida como palco para as grandes festividades realizadas por ocasião das bodas de seu filho, o príncipe D. Afonso, com a infanta D. Isabel de Castela, em janeiro e fevereiro de 1491, para o que foram também promovidas remodelações na Igreja Matriz.

Esses trabalhos tiveram continuidade sob o reinado de seu sucessor, Manuel I de Portugal (1495-1521), com obras sob a direção dos arquitetos Martim Lourenço, Diogo e Francisco de Arruda. No castelo, destaca-se a construção de um novo pano de muralhas devidamente ameado.

Nos séculos seguintes, entretanto, foram desaparecendo os pontos de referência do castelo, notadamente os fossos envolventes e as pontes pelas quais se acedia ao castelo.

Do século XX aos nossos dias[editar | editar código-fonte]

A intervenção do poder público, entretanto, só se fez sentir na década de 1940, com obras a cargo da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, tendo se procedido trabalhos de consolidação e restauro nas muralhas e nas ameias.

Características[editar | editar código-fonte]

O castelo, de estilo gótico, apresenta além de volumes trecentistas, adornos em estilo manuelino e mudéjar, fruto dos diversos períodos construtivos. Em linhas gerais conserva planta pentagonal irregular, constituída pela articulação de cinco cortinas de muralhas, amparadas por cubelos cilíndricos nos vértices, delimitando o terreiro. O topo destas é percorrido por adarve e os cubelos são arrematados por coruchéus de alvenaria. O maior destes cubelos foi convertido em Torre de Menagem. As fachadas a Sul, Leste, Oes-nordeste e Noroeste são arrematadas por merlões e ameias. Nas cortinas a Sul e a Noroeste rasgam-se, respectivamente a Porta da Matriz e a da Misericórdia, esta última abrindo-se diretamente para o nártex do templo.

Intramuros, o castelo complementa-se com as edificações das igrejas da Misericórdia e da Matriz, da antiga Câmara Municipal e da Capela de Santo António, valorizados pela harmonia dos jardins envolventes.

Galeria[editar | editar código-fonte]


Referências

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Ligações externas[editar | editar código-fonte]