Chione cancellata

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Conchas compreendendo três valvas isoladas (esquerda) e dois espécimes inteiros (direita) do molusco bivalve Chione cancellata (Linnaeus, 1767), coletadas na costa da região sudeste do Brasil; Praia da Lagoinha, município de Ubatuba, São Paulo, em 14 de agosto de 1993.
Conchas compreendendo três valvas isoladas (esquerda) e dois espécimes inteiros (direita) do molusco bivalve Chione cancellata (Linnaeus, 1767), coletadas na costa da região sudeste do Brasil; Praia da Lagoinha, município de Ubatuba, São Paulo, em 14 de agosto de 1993.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Bivalvia
Subclasse: Autobranchia
Superordem: Imparidentia
Ordem: Venerida
Superfamília: Veneroidea
Família: Veneridae
Subfamília: Venerinae[1]
Género: Chione
Megerle von Mühlfeld, 1811[1][2]
Espécie: C. cancellata
Nome binomial
Chione cancellata
(Linnaeus, 1767)[1]
Distribuição geográfica
A região do mar do Caribe (na imagem)[3], até a região sul do Brasil, em Santa Catarina[4], é o habitat da espécie Chione cancellata.
A região do mar do Caribe (na imagem)[3], até a região sul do Brasil, em Santa Catarina[4], é o habitat da espécie Chione cancellata.
Sinónimos
Venus cancellata Linnaeus, 1767
Venus dysera Linnaeus, 1758, sensu Gmelin, 1791
Venus cingenda Dillwyn, 1817
(WoRMS)[1]

Chione cancellata é uma espécie de molusco Bivalvia marinho litorâneo da família Veneridae, classificada por Carolus Linnaeus em 1767; descrita como Venus cancellata em seu Systema Naturae[1]; sendo a espécie-tipo do gênero Chione Megerle von Mühlfeld, 1811.[2] Habita fundos de praias arenosas e lodosas do oeste do oceano Atlântico, em águas da zona entremarés até os 25 metros de profundidade.[4] Pode ser encontrada nos sambaquis brasileiros, do Rio de Janeiro até Santa Catarina, tendo importância arqueológica desconhecida.[5]

Descrição da concha[editar | editar código-fonte]

Chione cancellata possui concha trigonal e inflada, com 2.5 centímetros de comprimento quando bem desenvolvida. Suas valvas possuem costelas radiais sendo atravessadas por outro grupo de costelas concêntricas em direção às suas margens, lhes dando um aspecto reticulado ou cancelado (que possui certa semelhança com o modelo de uma rede, grade ou cancela; daí provindo o descritor específico cancellata); sem perióstraco encobrindo suas superfícies opacas de coloração branca ou de um branco-sujo, frequentemente dotadas de manchas irregulares de coloração castanha, por vezes formando um zigue-zague e partindo radialmente de seus umbos, que são subcentrais e voltados para região interior. Parte interna das valvas de um branco opaco.[4][5][6]

Distribuição geográfica[editar | editar código-fonte]

Esta espécie estava distribuída da Carolina do Norte até a Flórida e Texas, nos Estados Unidos, e por toda a costa brasileira em direção à região sul do Brasil, com exceção do Rio Grande do Sul[4]; e passando pelas Antilhas, leste da América Central, Colômbia e Venezuela, no mar do Caribe[3]; porém um artigo científico, publicado por Peter Roopnarine e Geerat Vermeij no Journal of Molluscan Studies em novembro de 2000 e denominado "One species becomes two: The case of Chione cancellata, the resurrected C. elevata, and a phylogenetic analysis of Chione", determinou que os espécimes que habitam as águas dos Estados Unidos e golfo do México, indo até o sul de Belize, compreendem uma espécie separada e descrita originalmente por Say como Venus elevata no ano de 1822; agora cientificamente denominada Chione elevata[7][8] e popularmente nomeada, em inglês, cross-barred venus[9], ou almeja china e almeja roñosa, em espanhol.[10]

Referências

  1. a b c d e «Chione cancellata (Linnaeus, 1767)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 27 de novembro de 2022 
  2. a b «Chione Megerle von Mühlfeld, 1811» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 27 de novembro de 2022 
  3. a b «Chione cancellata (Linnaeus, 1767) distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 27 de novembro de 2022 
  4. a b c d RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 283. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2 
  5. a b SOUZA, Rosa Cristina Corrêa Luz de; LIMA, Tania Andrade; SILVA, Edson Pereira da (2011). Conchas Marinhas de Sambaquis do Brasil 1ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Technical Books. p. 118. 252 páginas. ISBN 978-85-61368-20-3 
  6. «Significado de Cancelado». Dicionário Online de Português: Dicio. 1 páginas. Consultado em 27 de novembro de 2022 
  7. Roopnarine, Peter D.; Vermeij, Geerat J. (novembro de 2000). «One species becomes two: The case of Chione cancellata, the resurrected C. elevata, and a phylogenetic analysis of Chione» (em inglês). Journal of Molluscan Studies 66(4) (ResearchGate). 1 páginas. Consultado em 27 de novembro de 2022. Speci-mens inhabiting waters off the United States and Central America south to Belize comprise a separate species, described originally by Say as Chione elevata. 
  8. «Chione elevata (Say, 1822) distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 27 de novembro de 2022 
  9. ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 365. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  10. WARD, C. Herb (2017). Habitats and Biota of the Gulf of Mexico: Before the Deepwater Horizon Oil Spill. Volume 1: Water Quality, Sediments, Sediment Contaminants, Oil and Gas Seeps, Coastal Habitats, Offshore Plankton and Benthos, and Shellfish (em inglês). New York: SpringerOpen - Google Books. p. 777. 868 páginas. ISBN 978-1-4939-3445-4. Consultado em 27 de novembro de 2022