Ciência sem Fronteiras

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Ciência sem Fronteiras foi um programa de pesquisa criado em 26 de julho de 2011[1] pelo governo Dilma Rousseff para incentivar a formação acadêmica no exterior, oferecendo bolsas de iniciação científica e incentivando projetos científicos em universidades de excelência em outros países.[2][3][4][5] A meta é que sejam distribuídas pelo programa 101.000 bolsas de estudo até 2015.[6]

O programa acabou no ano de 2017, após decisões tomadas na vigência do governo do presidente interino Michel Temer para a graduação, mas permanece com 5 mil bolsas na pós graduação.[7]

Objetivos[editar | editar código-fonte]

O programa tem como objetivos: investimento na formação de pessoal qualificado nas competências e habilidades necessárias para o avanço da ciência na sociedade do conhecimento; aumento da presença de pesquisadores (e estudantes) de vários níveis em instituições de destaque no exterior; promover a inserção das instituições brasileiras internacionalmente com abertura de oportunidades semelhantes para cientistas e estudantes estrangeiros; ampliar o espírito inovador de pessoal das indústrias tecnológicas; atrair talentos científicos e investigadores altamente qualificados para trabalhar no Brasil.

Modalidades e metas[editar | editar código-fonte]

Modalidade Nº de Bolsas
Doutorado 15.000
Doutorado pleno 4.500
Pós-doutorado 6.440
Graduação 64.000
Desenvolvimento Tecnológico e Inovação no Exterior 7.060
Atração de Jovens Talentos (no Brasil) 2.000
Pesquisador Visitante Especial (no Brasil) 2.000
Total 101.000

Áreas prioritárias[editar | editar código-fonte]

As áreas contempladas são:[8]

  • Engenharias e demais áreas tecnológicas;
  • Ciências Exatas e da Terra;
  • Biologia, Ciências Biomédicas e da Saúde;
  • Computação e Tecnologias da Informação;
  • Tecnologia Aeroespacial;
  • Fármacos;
  • Produção Agrícola Sustentável;
  • Petróleo, Gás e Carvão Mineral;
  • Energias Renováveis;
  • Tecnologia Mineral;
  • Biotecnologia;
  • Nanotecnologia e Novos Materiais;
  • Tecnologias de Prevenção e Mitigação de Desastres Naturais;
  • Biodiversidade e Bioprospecção;
  • Ciências do Mar;
  • Indústria Criativa (voltada a produtos e processos para desenvolvimento tecnológico e inovação);
  • Novas Tecnologias de Engenharia Construtiva;
  • Formação de Tecnólogos.

Cotas[editar | editar código-fonte]

Com a decisão do Supremo Tribunal Federal de que as cotas raciais para ingresso no ensino superior são constitucionais, a ONG Educafro decidiu reforçar a cobrança por cotas no programa Ciência sem Fronteiras.[9][10][11] A Educafro propôs que 35% das bolsas sejam concedidas para negros, índios e brancos pobres.[12][13][14]

Críticas e controvérsias[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Críticas à Rede Globo

Em 11 de maio de 2015, uma reportagem veiculada no Bom Dia Brasil afirmava que o dinheiro do Ciência sem Fronteiras não havia sido repassado pelo governo, fazendo com que diversos estudantes tivessem de retornar dos Estados Unidos, país para onde viajaram. Contudo, uma estudante de medicina afirmou em seu Facebook que sua experiência com o programa "não poderia ter sido melhor" e que retornou ao Brasil porque as aulas de sua universidade estavam para começar.[15] Muitos estudantes do Ciência Sem Fronteiras reclamaram que receberam incentivos do governo para estudar no exterior, porém o Brasil não teve condições de os ter de volta.[16]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Portal Brasil (17 de julho de 2012). «Ciência sem Fronteiras vai conceder 20 mil bolsas este ano». Consultado em 11 de setembro de 2014 
  2. Ministro da C&T lança o programa Ciência sem Fronteiras, Capes, acessado em 22 de agosto de 2011
  3. CEFET-MG é selecionado para participar do Programa Ciência sem Fronteiras Arquivado em 21 de setembro de 2011, no Wayback Machine., acessado em 25 de agosto de 2011
  4. Ciência Sem Fronteiras leva bolsistas à Nasa, página do Governo Federal do Brasil, acessado em 30 de abril de 2012
  5. Governo anuncia exames de inglês grátis para Ciência sem Fronteiras, acessado em 14 de maio de 2012
  6. Pagina oficial do programa, acessado em 31 de agosto de 2013
  7. «Ciência Sem Fronteiras acaba na graduação, mas permanece na pós». Guia do Estudante 
  8. Guia do programa Ciência sem Fronteiras
  9. ONG pede cota para negros em bolsas do Ciência sem Fronteiras e em concursos públicos federais
  10. Negros fazem greve de fome por mais acesso à Educação
  11. Representantes do movimento negro reivindicam cotas no programa Ciência Sem Fronteiras
  12. ONG quer cota de 35% no Ciência sem Fronteiras para negros, índios e brancos pobres
  13. Grupo se acorrenta em frente ao Planalto e é recebido por Marco Maia
  14. Interino na Presidência, Maia recebe manifestantes por cotas
  15. «Aluna do Ciência Sem Fronteiras critica matéria da Globo: "Tudo mentira"». Fórum. 13 de maio de 2015. Consultado em 10 de novembro de 2015 
  16. Rosana Pinheiro-Machado (6 de agosto de 2019). «Fuga de cérebros e autoexílio: governo Bolsonaro reacende o trauma da ditadura». The Intercept. First Look Media. Consultado em 8 de novembro de 2019. Cópia arquivada em 9 de novembro de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]