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Contratenor: diferenças entre revisões

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Dowglas Santanna


== Notas ==
== Notas ==

Revisão das 23h06min de 7 de dezembro de 2013

Tipo de Voz
Feminino Masculino
Soprano alcance
Soprano
Tenor alcance
Tenor
Mezzo Soprano alcance
Meio-soprano
Barítono alcance
Barítono
Contralto alcance
Contralto
Baixo alcance
Baixo

Contratenor é um cantor masculino adulto que canta numa tessitura correspondente à do contralto, usando normalmente a técnica do falsete. Apesar de as propriedades vocais variarem entre contratenores, é comum a todos eles o timbre perceptivelmente distinto da voz feminina, para um ouvido atento.

A voz de contratenor teve um ressurgimento massivo em popularidade na segunda metade do séc. XX, parcialmente devido a pioneiros como Alfred Deller e pelo aumento de popularidade da ópera Barroca. Apesar de serem considerados um fenômeno da música renascentista e barroca. O termo contratenor deve ser usado exclusivamente no contexto do canto lírico.

História

No início da polifonia, a voz de contratenor era uma parte melódica em contraponto com a do tenor. Era escrito quase que na mesma extensão de um tenor. No século 15, o contratenor foi dividido em contratenor altus e contratenor bassus (contratenor alto e contratenor baixo), que estavam respectivamente acima e abaixo da voz de tenor. Já no século 16, entretanto, o termo se tornou obsoleto já que o Latin perdeu a sua popularidade. Na Itália, o contratenor alto se tornou simplesmente contr'alto (ou mesmo alto);[1] na França, haute-contre; na Inglaterra, countertenor; mas estes termos veio a significar fenômenos muito diferentes um do outro.


Inicialmente os contratenores permaneceram no nicho da música vocal sacra, porque as mulheres não tinham permissão para cantar nos cultos das igrejas. Entretanto, eles nunca foram recebidos na ópera até meados do século XX, e foram logo substituídos por castrati geralmente também na música sacra.[2] Handel excepcionalmente escrevesse papeis específicos para contratenores, , mas somente no oratório. Como resultado, nos séculos XVIII e XIX, a voz de contratenor era encontratada apenas na Inglaterra, nos coros das catedrais anglicanas de Cantuária e de São Paulo (Londres),[3] e na música coral profana do gênero chamado "glee".[4]


O ícone mais visível do redescobrimento dos contratenores no século XX foi Alfred Deller, um cantor inglês e campeão de performances autenticamente renascentistas. Deller inicialmente chamava a si mesmo de "alto", mas seu colaborador Michael Tippett recomendou o termo arcaico "countertenor" para descrever sua voz. La faixa de freqüência acústica natural de Alfred Deller era baixo-barítono.


Por volta de 1950 e 60, seu grupo, o Deller Consort, conseguiu aumentar o interesse (e a apreciação) pelo Renascimento e a música Barroca. Benjamin Britten escreveu o papel de Oberon em sua ópera Sonhos de uma noite de verão para ele. Deller foi o primeiro contratenor da era moderna a conseguir tanto prestígio, mas ele não seria o último.


Russell Oberlin foi a contraparte americana de Deller, e também outro pioneiro da música renascentista. O sucesso de Oberlin foi inteiramente sem precedentes em um país que tinha visto pouco exposição para qualquer coisa antes de Bach, e assim, o caminho para a próximo geração de contratenores foi pavimentado.


Hoje, contratenores atendem uma demanda requisitada por várias formas de música erudita. Na ópera, muitos papeis escritos originalmente para castrados são cantados agora por contratenores, assim como alguns papeis que são apresentados invertidos (homens interpretando mulheres e vice-versa). Compositores modernos escrevem papeis para contratenores, tanto para trabalhos em corais quanto na ópera. Grupos corais masculinos como o Chanticleer e The King's Singers os empregam com grande efeito em uma variedade de gêneros, incluindo música renascentista, gospel e até mesmo música folclórica.

Tipologia vocal

A grande maioria dos contratenores utiliza a técnica do falsete para chegar ao registro agudo, pelo que, em vozes masculinas destreinadas, o timbre tende a soar harmonicamente débil. No entanto, trabalhada com a técnica adequada, a voz de contratenor pode alcançar grande ressonância e volume.

Muitos contratenores passam do falsete para a voz de peito em notas graves com grande suavidade. Com efeito, a passagem suave entre os registros vocais é dos controles mais difíceis de se conseguir para o contratenor novato.

Registros

Registro agudo

É escuro muito intenso, possui riqueza em matizes entram facilmente na escala aguda podendo atingir um Bb4 ou até o C5.

Registro Central

De timbre geralmente escuro semelhante ao do contralto, muito aveludado e sonoro.

Registro Grave

É fácil de cor baritonal como o do contralto e geralmente feito com a voz de peito emitindo graves de cor de barítono podendo chegar até um Bb1 ou mais grave.

Personagens

Contratenores famosos

Dowglas Santanna

Notas

  1. Owen Jander, J.B. Steane, Elisabeth Forbes, Contralto, em Stanley Sadie, op. cit., I, pp. 933-935.
  2. Caruselli, I, artigo: castrato, p. 247 et seq.
  3. Caruselli, II, artigo: falsettista, p. 438.
  4. Caruselli, I, artigo: controtenore, p. 298.

Referências

  • (em italiano) Salvatore Caruselli (Ed.), Grande enciclopedia della musica lirica, Roma, Longanesi & C. Periodici
  • (em inglês) Stanley Sadie (Ed.), The New Grove Dictionary of Opera, New York, Grove (Oxford University Press), 1997. ISBN 978-0-19-522186-2

Ligações externas

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