Tetracromatismo: diferenças entre revisões
m Foram revertidas as edições de 177.107.9.52 para a última revisão de 177.107.9.105, de 12:42, abril 2, 2016 (UTC) |
Revertendo o rollback e a reversão. Ambas estão erradas, então. |
||
Linha 2: | Linha 2: | ||
Conhecidas pela abreviação [[RGB]] ([[vermelho|''red'']] para "R", que significa vermelho, [[verde|''green'']] para "G", que significa verde, e [[azul|''blue'']] para "B", que significa azul). Está relacionado com [[Pixel|pixéis]]. A verdadeira cor primária [[amarelo|amarela]] ou aquele diferente verde não pode ser visualizada pela [[humanos|população humana]] [[Monocromacia|monocromata]], [[Dicromatismo|dicromata]] e a [[Tricromatismo|tricromata]], somente pela população [[Tetracromatismo|tetracromata ]]. Pode-se somente relacionar a visão tetracromata com uma [[:en:Quattron|Quattron]], por utilizar RGB + (mais) Y ([[amarelo|''yellow'']] para "Y", que significa amarelo). ]] |
Conhecidas pela abreviação [[RGB]] ([[vermelho|''red'']] para "R", que significa vermelho, [[verde|''green'']] para "G", que significa verde, e [[azul|''blue'']] para "B", que significa azul). Está relacionado com [[Pixel|pixéis]]. A verdadeira cor primária [[amarelo|amarela]] ou aquele diferente verde não pode ser visualizada pela [[humanos|população humana]] [[Monocromacia|monocromata]], [[Dicromatismo|dicromata]] e a [[Tricromatismo|tricromata]], somente pela população [[Tetracromatismo|tetracromata ]]. Pode-se somente relacionar a visão tetracromata com uma [[:en:Quattron|Quattron]], por utilizar RGB + (mais) Y ([[amarelo|''yellow'']] para "Y", que significa amarelo). ]] |
||
'''Tetracromatismo''' ou '''tetracromacia''' vem da mistura de ambas [[palavras]] de [[Língua grega|origem grega]] |
'''Tetracromatismo''' ou '''tetracromacia''' vem da mistura de ambas [[palavras]] de [[Língua grega|origem grega]], "[[Tetra (prefixo)|''tetra'']]" que significa quatro e "[[cor|''cromático'']]" que significa [[cor]]. O [[organismo]] que possui a tetracromacia, é considerado '''tetracromata''', é uma condição de ele possuir quatro tipos de [[Cone (célula)|células cones]] permitindo a [[Percepção|discriminação]] de [[cor]]es. Há nele um [[espaço de cores]] quadridimensional, significando que para combinar o [[Receptor sensorial|efeito sensorial de espectros]] (feito pelos [[Receptor sensorial|fotorreceptores]]) [[RGB|arbitrariamente]] de [[luz]] no seu [[espectro visível]] às cores requer a [[Cor secundária|mistura]] de pelo menos quatro cores primárias. |
||
O tetracromatismo está presente em várias [[espécies]] de [[aves]], [[peixes]], [[anfíbios]], [[répteis]], [[insetos]]<ref>Goldsmith, Timothy H. (2006). "What Birds See". [https://enwiki/Scientific_American Scientific American] ( |
O tetracromatismo está presente em várias [[espécies]] de [[aves]], [[peixes]], [[anfíbios]], [[répteis]], [[insetos]]<ref>Goldsmith, Timothy H. (2006). "What Birds See". [https://enwiki/Scientific_American Scientific American] (julho de 2006): 69–75.</ref><ref>Wilkie, Susan E.; Vissers, Peter M. A. M.; Das, Debipriya; Degrip, Willem J.; Bowmaker, James K.; Hunt, David M. (1998). [https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1219171/ "The molecular basis for UV vision in birds: spectral characteristics, cDNA sequence and retinal localization of the UV-sensitive visual pigment of the budgerigar (Melopsittacus undulatus)"]. [[:en:Biochemical Journal|Biochemical Journal]] 330 (Pt 1): 541–47. [[PMC]] [[PubMed]] 1219171. [[PMID]] [https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9461554 9461554].</ref>. Era bastante comum em diversos [[mamíferos]], mas a [[genética]] desses foram sendo [[Mutação|alteradas]] até que perdessem duas células cones das quatro <ref>{{cite journal | author= Jacobs, G. H. | year= 2009 | title= Evolution of colour vision in mammals | journal= Phil. Trans. R. Soc. B | volume= 364 | pages= 2957–2967 | doi= 10.1098/rstb.2009.0039 | pmid= 19720656 | issue= 1531 | pmc= 2781854}}</ref><ref>{{cite journal | last=Arrese | first=C. A. | year=2005 | title=Cone topography and spectral sensitivity in two potentially trichromatic marsupials, the quokka (Setonix brachyurus) and quenda (Isoodon obesulus) | journal=Proc. Biol. Sci. | volume=272 | issue=1565 | pages=791–796 | doi=10.1098/rspb.2004.3009 | pmid=15888411 | pmc=1599861 | display-authors=2 | last2=Runham | first2=P. B | last3=Hart | first3=N. S | last4=Shand | first4=J. | last5=Hunt | first5=D. M | last6=Beazley | first6=L. D}}</ref> que são sensíveis às cores passando a ser [[Dicromatismo|dicromatas]] com duas delas. |
||
== Fisiologia == |
== Fisiologia == |
||
A explicação normal é que a [[retina]] dos [[organismos]] tetracromatas possui |
A explicação normal é que a [[retina]] dos [[organismos]] tetracromatas possui quatro tipos de [[Cone (célula)|células cones]] de maior intensidade à [[cor]] (diferente de [[bastonete]]s que são também [[Fotorreceptor|receptores de luz]], porém com menor intensidade) com o [[Espectro eletromagnético|espectro de absorção]]. Significando que os [[animais]] enxergam [[Comprimento de onda|ondas de luz]] além da [[visão]] dos [[humanos]] normais, distinguindo [[cores]] que para um humano parecem ser idênticas. As [[espécies]] com a visão '''tetracromática''' têm uma [[Vantagem competitiva|vantagem]] [[Fisiologia|fisiológica]] desconhecida sobre as [[Adversário|espécies rivais]]<ref name=Backhaus1998>{{cite journal | title=Color vision: perspective from different disciplines | author= Backhaus, W., Kliegl, R., Werner, J.S. | pages=163–182 | year=1998}}</ref>. |
||
== Exemplos == |
== Exemplos == |
||
=== Peixes === |
=== Peixes === |
||
Os [[Carassius auratus|peixes-japoneses]] (conhecidos também como [[Carassius auratus|peixes-douradinhos]], [[Carassius auratus|peixes-vermelhos]], e [[Carassius auratus|quinguios]] |
Os [[Carassius auratus|peixes-japoneses]] (conhecidos também como [[Carassius auratus|peixes-douradinhos]], [[Carassius auratus|peixes-vermelhos]], e [[Carassius auratus|quinguios]] (''[[Carassius auratus]]'')<ref>{{cite book| last = Neumeyer| first = Christa | title = Das Farbensehen des Goldfisches: Eine verhaltensphysiologische Analyse|year = 1988| publisher = G. Thieme| isbn = 313718701X}}</ref> e os [[Danio rerio|peixes-zebras]] (conhecidos também como [[Danio rerio|bandeirinhas]], [[Danio rerio|danios-zebras]], [[Danio rerio|paulistinhas]], e [[Danio rerio|bandeiras-paulistas]] (''[[Danio rerio]]'')<ref>{{cite journal | doi = 10.1073/pnas.90.13.6009 | last1 = Robinson | first1 = J. | last2 = Schmitt | first2 = E.A. | last3 = Harosi | first3 = F.I. | last4 = Reece | first4 = R.J. | last5 = Dowling | first5 = J.E. | year = 1993 | title = Zebrafish ultraviolet visual pigment: absorption spectrum, sequence, and localization | url = | journal = Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. | volume = 90 | issue = 13| pages = 6009–6012 | pmid = 8327475 | pmc = 46856 | bibcode = 1993PNAS...90.6009R }}</ref> são exemplos de [[Organismo|seres]] tetracromatas por possuírem uma [[Cone (célula)|célula cone]] para cada tipo de [[cor]] que são quatro, como a cor [[vermelho|vermelha]], [[verde]], [[azul]] e [[ultravioleta|ultravioleta]]. |
||
=== Aves === |
=== Aves === |
||
Algumas [[aves]] como a [[Taeniopygia guttata|mandarim |
Algumas [[aves]] como a [[Taeniopygia guttata|mandarim/mandarim-diamante]] ([[Taeniopygia guttata]]) e os [[Columbidae|pombos]] ([[Columbidae|''Columbidae'']]) enxergam as [[ultravioleta|ondas de cores ultravioleta]] de 300 a 400 [[Nanómetro|nm]] ([[nanómetro|nanômetro]]) para a [[seleção sexual]] e um [[forrageamento]] <ref>{{cite journal |last1=Bennett |first1=Andrew T. D. |last2=Cuthill |first2=Innes C. |last3=Partridge |first3=Julian C. |last4=Maier |first4=Erhard J. |title=Ultraviolet vision and mate choice in zebra finches |doi=10.1038/380433a0 |journal=Nature |pages=433–435 |volume=380 |year=1996 |issue=6573|bibcode=1996Natur.380..433B }}</ref>. A [[plumagem]] ultravioleta e a coloração de suas [[peles]] exibem um alto nível de atração.<ref>{{cite journal | last1=Bennett |first1=Andrew T. D. |last2=Théry |first2=Marc | title=Avian Color Vision and Coloration: Multidisciplinary Evolutionary Biology | journal=The American Naturalist |issn=00030147 | pages=S1–S6 | volume=169 |issue=S1 | year=2007 |jstor=510163 | doi=10.1086/510163}}</ref> Uma [[ave]] comum perceberá essas [[Comprimento de onda|ondas de cores]] de 300 a 700 nm. Em termos de [[frequências]], essas ondas correspondem de 430 a 1000 [[Raios T|THz]] (''[[Raios T|terahertz]]''). A maioria das aves possuem [[retina]] com quatro tipos [[Espectro visível|espectrais]] de [[Cone (célula)|células cones]] que leva a acreditar que são tetracromatas. A [[visão]] de uma ave é ainda mais melhorada através da filtragem de gotículas de óleo pigmentadas que são/estão localizadas em seus [[fotorreceptor]]es. A [[luz]] incidente passa pelo filtro de gotículas de óleo antes de atingir o pigmento visual em segmentos externos desses fotorreceptores. |
||
Os quatro tipos de cones e a especialização de gotículas de óleo pigmentadas fornecem às aves uma percepção de cores melhor que a de [[humanos]].<ref>{{cite book |last1=Cuthill |first1=Innes C. |last2=Partridge |first2=Julian C. |last3=Bennett |first3=Andrew T. D. |last4=Church |first4=Stuart C. |last5=Hart |first5=Nathan S. |last6=Hunt |first6=Sarah |editor1-last=J. B. Slater |editor1-first=Peter |editor2-last=Rosenblatt |editor2-first=Jay S. |editor3-last=Snowdon |editor3-first=Charles T. |editor4-last=Roper |editor4-first=Timothy J. |date=2000 |title= Ultraviolet Vision in Birds |work=Advances in the Study of Behavior |publisher=Academic Press |doi=10.1016/S0065-3454(08)60105-9 |isbn=978-0-12-004529-7 |volume=29 |page=159 |url=http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0065345408601059 |accessdate=15 |
Os quatro tipos de cones e a especialização de gotículas de óleo pigmentadas fornecem às aves uma percepção de cores melhor que a de [[humanos]].<ref>{{cite book |last1=Cuthill |first1=Innes C. |last2=Partridge |first2=Julian C. |last3=Bennett |first3=Andrew T. D. |last4=Church |first4=Stuart C. |last5=Hart |first5=Nathan S. |last6=Hunt |first6=Sarah |editor1-last=J. B. Slater |editor1-first=Peter |editor2-last=Rosenblatt |editor2-first=Jay S. |editor3-last=Snowdon |editor3-first=Charles T. |editor4-last=Roper |editor4-first=Timothy J. |date=2000 |title= Ultraviolet Vision in Birds |work=Advances in the Study of Behavior |publisher=Academic Press |doi=10.1016/S0065-3454(08)60105-9 |isbn=978-0-12-004529-7 |volume=29 |page=159 |url=http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0065345408601059 |accessdate=15 de agosto de 2015}}</ref><ref>{{cite journal |last=Vorobyev |first=M. |date=Novembro de 1998 |title=Tetrachromacy, oil droplets and bird plumage colours |journal=Journal of Comparative Physiology A |doi=10.1007/s003590050286 |volume=183 |issue=5 |page=2 |url=http://link.springer.com/article/10.1007/s003590050286 |accessdate=2 de março de 2015}}</ref> Um estudo recente sugeriu que a tetracromacia fornece às aves um [[Espectro visível|espectro]] visual mais longo que a de humanos (humanos não podem enxergar a [[ultravioleta|luz ultravioleta]] de 300 a 400 nm), porém a resolução do espectro é similar em [[Vantagem comparativa|relação]] à sensibilidade aos [[cor|tons de cores]].<ref>{{Cite journal|title = Bird colour vision: behavioural thresholds reveal receptor noise|url = http://jeb.biologists.org/content/218/2/184|journal = Journal of Experimental Biology|date =15/01/2015|issn = 0022-0949|pmid = 25609782|pages = 184–193|volume = 218|issue = 2|doi = 10.1242/jeb.111187|language = en|first = Peter|last = Olsson|first2 = Olle|last2 = Lind|first3 = Almut|last3 = Kelber}}</ref> |
||
=== Insetos === |
=== Insetos === |
||
Os [[insetos]] que necessitam de [[forrageamento]] podem |
Os [[insetos]] que necessitam de [[forrageamento]] podem perceber as [[Comprimento de onda|ondas de luz]] refletidas pelas [[flores]] (uma área de 300 a 700 nm<ref name=Markha2004>{{cite journal | title=Black flower coloration in wild lisianthius nigrescens | last1=Markha |first1=K. R. |last2=Bloor |first2=S. J. |last3=Nicholson |first3=R. |last4=Rivera |first4=R. |last5=Shemluck |first5=M. |last6=Kevan |first6=P. G. |last7=Michener |first7=C. | pages=625–630 | volume=59c | year=2004 |pmid=15540592 | issue=9–10 | journal=Z Naturforsch C}}</ref><ref>{{cite journal | title=Colour Vision: Perspectives from Different Disciplines | editor1-last=Backhaus |editor1-first=W. |editor2-last=Kliegl |editor2-first=R. |editor3-last=Werner |editor3-first=J. S. | pages=45–78 | year=1998 | url=https://books.google.com/?id=gN0UaSUTbnUC&pg=PA47&dq=insects+wavelengths+300+nm+to+700+nm#v=onepage&q=insects%20wavelengths%20300%20nm%20to%20700%20nm&f=false| isbn=9783110161007 }}</ref>). A [[polinização]] tem uma relação de [[mutualismo]] se relacionado a isso, e o forrageamento de insetos e [[plantas]] tem uma [[coevolução]], ambos aumentam as ondas de luz, como a de [[percepção]] (os [[polinizador]]es), a [[Reflexão (física)|reflexão]] e a devariação (as [[cor]]es das plantas).<ref name="Backhaus1998"/> A [[seleção direcional]] levou as plantas a [[Reflexão (física)|refletirem]] cada vez mais tipos de cores que estendem para a [[Escala (medidas)|escala]] da [[ultravioleta|cor ultravioleta]] atraindo mais polinizadores.<ref name="Backhaus1998"/> Alguns polinizadores tetracromatas utilizam a [[percepção]] da cor ultravioleta para manter a [[Porcentagem|taxa]] de seu forrageamento e ter [[Vantagem competitiva|vantagens]] contra os insetos [[Tricromatismo|tricromatas]] que [[Adversário|competem]]. As [[abelhas]] enxergam a cor ultravioleta além de ser polinizadoras, porém são tricromatas por possuírem apenas três células cones, e que cada uma delas são responsáveis pela sensibilidade à cor ultravioleta, [[verde]] e [[azul]]. |
||
=== Alguns humanos === |
=== Alguns humanos === |
||
Os [[humanos]] possuem [[genética clássica|genes]] de |
Os seres [[humanos]] possuem [[genética clássica|genes]] de duas [[Cone (célula)|células cones]] que estão presentes no [[cromossomo X]] como a [[genética clássica]] de [[fotopsina]] [[:en:OPN1MW|OPN1MW]] e [[:en:OPN1MW2|OPN1MW2]], que sugere que humanos com dois cromossomos X poderiam ter [[múltiplos]] pigmentos de célula cone, possivelmente aquele que já [[Nascimento|nasceu]] como um tetracromata que possui quatro tipos de células cones, cada um delas responsável por uma [[Comprimento de onda|onda]] diferente de [[luz]] num [[espectro visível]].<ref name=Jameson2001>{{cite journal |
||
|author=Jameson, K. A., Highnote, S. M., & Wasserman, L. M. |
|author=Jameson, K. A., Highnote, S. M., & Wasserman, L. M. |
||
|year=2001 |
|year=2001 |
||
Linha 30: | Linha 30: | ||
|volume=8 |issue=2 |pages=244–261 |
|volume=8 |issue=2 |pages=244–261 |
||
|pmid=11495112 |
|pmid=11495112 |
||
|url=http://www.klab.caltech.edu/cns186/papers/Jameson01.pdf |archiveurl=http://web.archive.org/web/20120214002707/http://www.klab.caltech.edu/cns186/papers/Jameson01.pdf |archivedate=14 |
|url=http://www.klab.caltech.edu/cns186/papers/Jameson01.pdf |archiveurl=http://web.archive.org/web/20120214002707/http://www.klab.caltech.edu/cns186/papers/Jameson01.pdf |archivedate=14 de fevereiro de 2012 |format=PDF |
||
|doi=10.3758/BF03196159 |
|doi=10.3758/BF03196159 |
||
}}</ref> Um estudo sugeriu que entre 2% e 3% das [[mulheres]] tem quatro células cones, e que uma dessas células é responsável pela tetracromacia e pela [[Percepção|sensibilidade]] entre [[vermelho]] e um diferente [[verde]] possibilitando uma [[Fotorreceptor|percepção de cores]] melhor. Um outro estudo sugere que 50% das mulheres e 8% dos [[homens]] tem quatro [[Fotorreceptor|fotopigmentos]] |
}}</ref> Um estudo sugeriu que entre 2% e 3% das [[mulheres]] tem quatro células cones, e que uma dessas células é responsável pela tetracromacia e pela [[Percepção|sensibilidade]] entre [[vermelho]] e um diferente [[verde]] possibilitando uma [[Fotorreceptor|percepção de cores]] melhor. Um outro estudo sugere que 50% das mulheres e 8% dos [[homens]] tem quatro [[Fotorreceptor|fotopigmentos]], que correspondem ao aumento da [[Percepção|discriminação cromática]] se comparado aos [[Tricromatismo|tricromatas]].<ref name=Roth2006>{{cite web |
||
|url=http://www.post-gazette.com/pg/06256/721190-114.stm |
|url=http://www.post-gazette.com/pg/06256/721190-114.stm |
||
|title=Some women may see 100,000,000 colors, thanks to their genes |
|title=Some women may see 100,000,000 colors, thanks to their genes |
||
Linha 38: | Linha 38: | ||
|first=Mark |
|first=Mark |
||
|publisher=Pittsburgh Post-Gazette |
|publisher=Pittsburgh Post-Gazette |
||
|date=13 |
|date=13 de setembro 2006 |
||
}}</ref> |
}}</ref> Uma outra pesquisa foi concluida em junho de 2012 após 20 anos de estudo, que procurava mulheres não-funcionais com quatro células cones, [https://research.ncl.ac.uk/tetrachromacy/whoweare/ Dr. Gabriele Jordan] identificou uma mulher (identificada como "cDa29") que [[Percepção|distiguiu]] uma variedade maior de cores que os tricromatas, significando que ela é uma tetracromata funcional (ou uma tetracromata real)<ref>{{citation |last=Didymus |first=JohnThomas |title=Scientists find woman who sees 99 million more colors than others |journal=Digital Journal |date= 29 de junho de 2012 |url=http://www.digitaljournal.com/article/326976 }}</ref><ref>{{cite journal |
||
|last1=Jordan |first1=Gabriele |
|last1=Jordan |first1=Gabriele |
||
|last2=Deeb |first2=Samir S. |
|last2=Deeb |first2=Samir S. |
||
|last3=Bosten |first3=Jenny M. |
|last3=Bosten |first3=Jenny M. |
||
|last4=Mollon |first4=J. D. |
|last4=Mollon |first4=J. D. |
||
|date= |
|date=Julho de 2010 |
||
|title=The dimensionality of color vision in carriers of anomalous trichromacy |
|title=The dimensionality of color vision in carriers of anomalous trichromacy |
||
|journal=Journal of Vision |
|journal=Journal of Vision |
||
Linha 52: | Linha 52: | ||
|issue=12 |
|issue=12 |
||
|pages=12 |
|pages=12 |
||
}}</ref> |
}}</ref> invés de uma não-funcional. Os [[hominoidea]]s ([[espécie]] de [[macaco]], incluindo humanos) e os macacos do [[Velho Mundo]] normalmente tem três tipos de células cones, sendo tricromatas. Com uma sensibilidade menor à luz, os [[bastonete]]s contribuem para a [[visão]] colorida, dando uma pequena região de tetracromacia no [[espaço de cores]]<ref>{{cite book |
||
| title = Integrative Functions and Comparative Data |
| title = Integrative Functions and Comparative Data |
||
| volume = 7 (3) |
| volume = 7 (3) |
||
Linha 61: | Linha 61: | ||
| page = 226 |
| page = 226 |
||
| url = http://books.google.com/?id=mrgoAAAAYAAJ&q=tetrachromacy+rods+cones&dq=tetrachromacy+rods+cones |
| url = http://books.google.com/?id=mrgoAAAAYAAJ&q=tetrachromacy+rods+cones&dq=tetrachromacy+rods+cones |
||
}}</ref> |
}}</ref>. Os bastonetes humanos tem uma sensibilidade maior às [[Comprimento de onda|ondas de luz]] verdes para [[azul|azuis]]. |
||
A variação dos genes da célula cone é generalizada na maioria da [[Humanos|população humana]], mas a tetracromacia é derivada das mulheres [[Introdução à genética|portadoras]] da [[doença|anomalia]] conhecida como o "vermelho e verde" que é um [[daltonismo]] ([[Daltonismo|protanomalia]] ou [[Daltonismo|deuteranomalia]]). A base biológica |
A variação dos genes da célula cone é generalizada na maioria da [[Humanos|população humana]], mas a tetracromacia é derivada das mulheres [[Introdução à genética|portadoras]] da [[doença|anomalia]] conhecida como o "vermelho e verde" que é um [[daltonismo]] ([[Daltonismo|protanomalia]] ou [[Daltonismo|deuteranomalia]]). A base biológica desse [[fenômeno]] é a [[inativação do cromossomo X]] de [[alelos]] heterozigotos para os genes de pigmentação retinal, que é o mesmo mecanismo das [[Platyrrhini|macacas do Novo Mundo]] ([[Platyrrhini|''Platyrrhini''/platirrinos]]) e da [[Tricromatismo|visão tricromática]].<ref>{{cite book|author=Richard C. Francis|title=Epigenetics: The Ultimate Mystery of Inheritance|chapter=Chapter 8. X-Women|pages=93–104|location=New York and London|publisher=W. W. Norton|year=2011|isbn=978-0-393-07005-7}}</ref> |
||
Nos seres humanos, o processamento visual preliminar ocorre nos [[neurônios]] da [[retina]]. Não se sabe como seus [[Nervo óptico|nervos]] poderiam responder a um novo [[Visão|canal de pigmento]] ou [[Visão|cor]], |
Nos seres humanos, o processamento visual preliminar ocorre nos [[neurônios]] da [[retina]]. Não se sabe como seus [[Nervo óptico|nervos]] poderiam responder a um novo [[Visão|canal de pigmento]] ou [[Visão|cor]], isso é, eles poderiam lidar com os novos canais separadamente ou apenas combiná-los com os outros canais existentes. A informação é deixada pelo [[olho]] através do [[nervo óptico]] (não sabendo se o nervo tem a capacidade de lidar com um novo canal de pigmento). |
||
A informação visual deixada do olho através do nervo óptico é duvidosa, não |
A informação visual deixada do olho através do nervo óptico é duvidosa, não sabendo se o nervo óptico tem a capacidade disponível para lidar com um novo [[Visão|canal de pigmento]]. |
||
Os [[rato]]s normalmente possuem duas células cones que podem ser manipuladas para expressar uma terceira, e que |
Os [[rato]]s normalmente possuem duas células cones que podem ser manipuladas para expressar uma terceira, e que parecem demonstrar um aumento da discriminação cromática<ref>{{cite journal |last1=Jacobs |first1=Gerald H. |last2=Williams |first2=Gary A. |last3=Cahill |first3=Hugh |last4=Nathans |first4=Jeremy |date=23 de março de 2007 |title=Emergence of Novel Color Vision in Mice Engineered to Express a Human Cone Photopigment |journal=Science |pmid=17379811 |volume=315 |number=5819 |pages=1723–1725 |doi=10.1126/science.1138838 |url=http://www.sciencemag.org/content/315/5819/1723 |registration=yes|bibcode=2007Sci...315.1723J }}</ref> argumentando algumas dessas incertezas, no entanto, as publicações originais afirmam sobre a plasticidade do nervo óptico, mas também foram contestadas.<ref>{{cite journal |last=Makous |first=W. |date=12 de outubro de 2007|title=Comment on 'Emergence of Novel Color Vision in Mice Engineered to Express a Human Cone Photopigment' |journal=Science |pmid=17932271 |volume=318 |issue=5848 |page=196 |doi=10.1126/science.1146084 |url=http://www.sciencemag.org/cgi/content/full/318/5848/196b |bibcode=2007Sci...318..196M }}</ref> |
||
Os humanos não podem ver a [[ultravioleta|luz ultravioleta]] diretamente porque o [[cristalino]] bloqueia todo o [[comprimento de onda]] de 300 a 400 [[Nanómetro|nm]], e as ondas mais curtas são bloqueadas pela [[córnea]].<ref>{{cite journal|title=Violet and blue light blocking intraocular lenses: photoprotection versus photoreception|journal=British Journal of Ophthalmology|year=2006|volume=90|issue=6|pages=784–792|author=M A Mainster|pmc=1860240|doi=10.1136/bjo.2005.086553|pmid=16714268}}</ref> As células da retina são sensíveis à luz ultravioleta, alguns humanos com [[afacia]] (conhecida também como [[afacia|afaquia]]) conseguem visualizar as ondas de 300 nm, como um azul esbranquiçado que vária para um violeta esbranquiçado |
Os humanos não podem ver a [[ultravioleta|luz ultravioleta]] diretamente porque o [[cristalino]] bloqueia todo o [[comprimento de onda]] de 300 a 400 [[Nanómetro|nm]], e as ondas mais curtas são bloqueadas pela [[córnea]].<ref>{{cite journal|title=Violet and blue light blocking intraocular lenses: photoprotection versus photoreception|journal=British Journal of Ophthalmology|year=2006|volume=90|issue=6|pages=784–792|author=M A Mainster|pmc=1860240|doi=10.1136/bjo.2005.086553|pmid=16714268}}</ref> As células da retina são sensíveis à luz ultravioleta, alguns humanos com [[afacia]] (conhecida também como [[afacia|afaquia]]) conseguem visualizar as ondas de 300 nm, como um azul esbranquiçado que vária para um violeta esbranquiçado, porque as três células cones são mais sensíveis ou menos sensíveis às luzes ultravioleta, e a célula cone responsável pelo azul é um pouco mais sensível ao ultravioleta.<ref>{{cite news |title=Let the light shine in |last=Hambling |first=David |newspaper=The Guardian |date=29 de maio de 2002 |url=http://www.guardian.co.uk/science/2002/may/30/medicalscience.research}}</ref> |
||
A tetracromacia pode melhorar uma visão de pouca iluminação.<ref>[http://www.bbc.com/future/story/20140905-the-women-with-super-human-vision The women with superhuman vision], BBC</ref> |
A tetracromacia pode melhorar uma visão de pouca iluminação.<ref>[http://www.bbc.com/future/story/20140905-the-women-with-super-human-vision The women with superhuman vision], BBC</ref> |
||
Linha 78: | Linha 78: | ||
* [[Dicromacia]] |
* [[Dicromacia]] |
||
* [[Monocromacia]] |
* [[Monocromacia]] |
||
* [[:en:RGBY|RGBY]] |
|||
* [[Sistema somatossensorial]] |
* [[Sistema somatossensorial]] |
||
* [[:en:Supertaster|Super degustação]] |
|||
* [[Tricromacia]] |
* [[Tricromacia]] |
||
Linha 89: | Linha 87: | ||
==Ligações externas== |
==Ligações externas== |
||
* https://research.ncl.ac.uk/tetrachromacy/whoweare/ |
* https://research.ncl.ac.uk/tetrachromacy/whoweare/ |
||
* [http://www.scientificamerican.com/article.cfm?id=what-birds-see Goldsmith, Timothy H. "What Birds See" ''Scientific American'' July 2006]. Um artigo sobre a visão tetracromática das aves. |
* [http://www.scientificamerican.com/article.cfm?id=what-birds-see Goldsmith, Timothy H. "What Birds See" ''Scientific American'' July 2006]. Um artigo sobre a visão tetracromática das aves. |
||
* [http://archives.evergreen.edu/webpages/curricular/2006-2007/anp07/Looking%20for%20Madam%20Tetrachromat.htm Looking for Madam Tetrachromat] Por Glenn Zorpette. Revista ''Red Herring''. 1 de novembro de 2000 |
* [http://archives.evergreen.edu/webpages/curricular/2006-2007/anp07/Looking%20for%20Madam%20Tetrachromat.htm Looking for Madam Tetrachromat] Por Glenn Zorpette. Revista ''Red Herring''. 1 de novembro de 2000 |
||
* |
* |
||
* [http://www.bristol.ac.uk/biology/research/behaviour/vision/4d.html "Exploring the fourth dimension"]. [[:en:University of Bristol|University of Bristol]], Escola de Ciências Biológicas. 20 de março de 2009. |
* [http://www.bristol.ac.uk/biology/research/behaviour/vision/4d.html "Exploring the fourth dimension"]. [[:en:University of Bristol|University of Bristol]], Escola de Ciências Biológicas. 20 de março de 2009. |
||
* [http://www.radiolab.org/story/211193-perfect-yellow/ Colors - The Perfect Yellow] Por Radiolab, 21 de maio de 2012 (Explorando a tetracromacia em humanos) |
* [http://www.radiolab.org/story/211193-perfect-yellow/ Colors - The Perfect Yellow] Por Radiolab, 21 de maio de 2012 (Explorando a tetracromacia em humanos) |
||
* [http://jov.arvojournals.org/article.aspx?articleid=2191517 The dimensionality of color vision in carriers of anomalous trichromacy--Gabriele Jordan et al--Journal of Vision. 12 de agosto de 2010:] |
* [http://jov.arvojournals.org/article.aspx?articleid=2191517 The dimensionality of color vision in carriers of anomalous trichromacy--Gabriele Jordan et al--Journal of Vision. 12 de agosto de 2010:] |
||
* [http://www.rmki.kfki.hu/~lukacs/TETRACH.htm On Tetrachromacy] Ágnes Holba & B. Lukács |
* [http://www.rmki.kfki.hu/~lukacs/TETRACH.htm On Tetrachromacy] Ágnes Holba & B. Lukács |
||
* [http://www.10news.com/news/san-diego-woman-concetta-antico-diagnosed-with-super-vision-112213 San Diego woman Concetta Antico diagnosed with 'super vision'] San Diego ABC, notícias da TV |
* [http://www.10news.com/news/san-diego-woman-concetta-antico-diagnosed-with-super-vision-112213 San Diego woman Concetta Antico diagnosed with 'super vision'] San Diego ABC, notícias da TV. 22 de novembro de 2013. |
Revisão das 15h16min de 26 de maio de 2016
Tetracromatismo ou tetracromacia vem da mistura de ambas palavras de origem grega, "tetra" que significa quatro e "cromático" que significa cor. O organismo que possui a tetracromacia, é considerado tetracromata, é uma condição de ele possuir quatro tipos de células cones permitindo a discriminação de cores. Há nele um espaço de cores quadridimensional, significando que para combinar o efeito sensorial de espectros (feito pelos fotorreceptores) arbitrariamente de luz no seu espectro visível às cores requer a mistura de pelo menos quatro cores primárias.
O tetracromatismo está presente em várias espécies de aves, peixes, anfíbios, répteis, insetos[1][2]. Era bastante comum em diversos mamíferos, mas a genética desses foram sendo alteradas até que perdessem duas células cones das quatro [3][4] que são sensíveis às cores passando a ser dicromatas com duas delas.
Fisiologia
A explicação normal é que a retina dos organismos tetracromatas possui quatro tipos de células cones de maior intensidade à cor (diferente de bastonetes que são também receptores de luz, porém com menor intensidade) com o espectro de absorção. Significando que os animais enxergam ondas de luz além da visão dos humanos normais, distinguindo cores que para um humano parecem ser idênticas. As espécies com a visão tetracromática têm uma vantagem fisiológica desconhecida sobre as espécies rivais[5].
Exemplos
Peixes
Os peixes-japoneses (conhecidos também como peixes-douradinhos, peixes-vermelhos, e quinguios (Carassius auratus)[6] e os peixes-zebras (conhecidos também como bandeirinhas, danios-zebras, paulistinhas, e bandeiras-paulistas (Danio rerio)[7] são exemplos de seres tetracromatas por possuírem uma célula cone para cada tipo de cor que são quatro, como a cor vermelha, verde, azul e ultravioleta.
Aves
Algumas aves como a mandarim/mandarim-diamante (Taeniopygia guttata) e os pombos (Columbidae) enxergam as ondas de cores ultravioleta de 300 a 400 nm (nanômetro) para a seleção sexual e um forrageamento [8]. A plumagem ultravioleta e a coloração de suas peles exibem um alto nível de atração.[9] Uma ave comum perceberá essas ondas de cores de 300 a 700 nm. Em termos de frequências, essas ondas correspondem de 430 a 1000 THz (terahertz). A maioria das aves possuem retina com quatro tipos espectrais de células cones que leva a acreditar que são tetracromatas. A visão de uma ave é ainda mais melhorada através da filtragem de gotículas de óleo pigmentadas que são/estão localizadas em seus fotorreceptores. A luz incidente passa pelo filtro de gotículas de óleo antes de atingir o pigmento visual em segmentos externos desses fotorreceptores.
Os quatro tipos de cones e a especialização de gotículas de óleo pigmentadas fornecem às aves uma percepção de cores melhor que a de humanos.[10][11] Um estudo recente sugeriu que a tetracromacia fornece às aves um espectro visual mais longo que a de humanos (humanos não podem enxergar a luz ultravioleta de 300 a 400 nm), porém a resolução do espectro é similar em relação à sensibilidade aos tons de cores.[12]
Insetos
Os insetos que necessitam de forrageamento podem perceber as ondas de luz refletidas pelas flores (uma área de 300 a 700 nm[13][14]). A polinização tem uma relação de mutualismo se relacionado a isso, e o forrageamento de insetos e plantas tem uma coevolução, ambos aumentam as ondas de luz, como a de percepção (os polinizadores), a reflexão e a devariação (as cores das plantas).[5] A seleção direcional levou as plantas a refletirem cada vez mais tipos de cores que estendem para a escala da cor ultravioleta atraindo mais polinizadores.[5] Alguns polinizadores tetracromatas utilizam a percepção da cor ultravioleta para manter a taxa de seu forrageamento e ter vantagens contra os insetos tricromatas que competem. As abelhas enxergam a cor ultravioleta além de ser polinizadoras, porém são tricromatas por possuírem apenas três células cones, e que cada uma delas são responsáveis pela sensibilidade à cor ultravioleta, verde e azul.
Alguns humanos
Os seres humanos possuem genes de duas células cones que estão presentes no cromossomo X como a genética clássica de fotopsina OPN1MW e OPN1MW2, que sugere que humanos com dois cromossomos X poderiam ter múltiplos pigmentos de célula cone, possivelmente aquele que já nasceu como um tetracromata que possui quatro tipos de células cones, cada um delas responsável por uma onda diferente de luz num espectro visível.[15] Um estudo sugeriu que entre 2% e 3% das mulheres tem quatro células cones, e que uma dessas células é responsável pela tetracromacia e pela sensibilidade entre vermelho e um diferente verde possibilitando uma percepção de cores melhor. Um outro estudo sugere que 50% das mulheres e 8% dos homens tem quatro fotopigmentos, que correspondem ao aumento da discriminação cromática se comparado aos tricromatas.[16] Uma outra pesquisa foi concluida em junho de 2012 após 20 anos de estudo, que procurava mulheres não-funcionais com quatro células cones, Dr. Gabriele Jordan identificou uma mulher (identificada como "cDa29") que distiguiu uma variedade maior de cores que os tricromatas, significando que ela é uma tetracromata funcional (ou uma tetracromata real)[17][18] invés de uma não-funcional. Os hominoideas (espécie de macaco, incluindo humanos) e os macacos do Velho Mundo normalmente tem três tipos de células cones, sendo tricromatas. Com uma sensibilidade menor à luz, os bastonetes contribuem para a visão colorida, dando uma pequena região de tetracromacia no espaço de cores[19]. Os bastonetes humanos tem uma sensibilidade maior às ondas de luz verdes para azuis.
A variação dos genes da célula cone é generalizada na maioria da população humana, mas a tetracromacia é derivada das mulheres portadoras da anomalia conhecida como o "vermelho e verde" que é um daltonismo (protanomalia ou deuteranomalia). A base biológica desse fenômeno é a inativação do cromossomo X de alelos heterozigotos para os genes de pigmentação retinal, que é o mesmo mecanismo das macacas do Novo Mundo (Platyrrhini/platirrinos) e da visão tricromática.[20]
Nos seres humanos, o processamento visual preliminar ocorre nos neurônios da retina. Não se sabe como seus nervos poderiam responder a um novo canal de pigmento ou cor, isso é, eles poderiam lidar com os novos canais separadamente ou apenas combiná-los com os outros canais existentes. A informação é deixada pelo olho através do nervo óptico (não sabendo se o nervo tem a capacidade de lidar com um novo canal de pigmento).
A informação visual deixada do olho através do nervo óptico é duvidosa, não sabendo se o nervo óptico tem a capacidade disponível para lidar com um novo canal de pigmento.
Os ratos normalmente possuem duas células cones que podem ser manipuladas para expressar uma terceira, e que parecem demonstrar um aumento da discriminação cromática[21] argumentando algumas dessas incertezas, no entanto, as publicações originais afirmam sobre a plasticidade do nervo óptico, mas também foram contestadas.[22]
Os humanos não podem ver a luz ultravioleta diretamente porque o cristalino bloqueia todo o comprimento de onda de 300 a 400 nm, e as ondas mais curtas são bloqueadas pela córnea.[23] As células da retina são sensíveis à luz ultravioleta, alguns humanos com afacia (conhecida também como afaquia) conseguem visualizar as ondas de 300 nm, como um azul esbranquiçado que vária para um violeta esbranquiçado, porque as três células cones são mais sensíveis ou menos sensíveis às luzes ultravioleta, e a célula cone responsável pelo azul é um pouco mais sensível ao ultravioleta.[24]
A tetracromacia pode melhorar uma visão de pouca iluminação.[25]
Veja também
Referências
- ↑ Goldsmith, Timothy H. (2006). "What Birds See". Scientific American (julho de 2006): 69–75.
- ↑ Wilkie, Susan E.; Vissers, Peter M. A. M.; Das, Debipriya; Degrip, Willem J.; Bowmaker, James K.; Hunt, David M. (1998). "The molecular basis for UV vision in birds: spectral characteristics, cDNA sequence and retinal localization of the UV-sensitive visual pigment of the budgerigar (Melopsittacus undulatus)". Biochemical Journal 330 (Pt 1): 541–47. PMC PubMed 1219171. PMID 9461554.
- ↑ Jacobs, G. H. (2009). «Evolution of colour vision in mammals». Phil. Trans. R. Soc. B. 364 (1531): 2957–2967. PMC 2781854. PMID 19720656. doi:10.1098/rstb.2009.0039
- ↑ Arrese, C. A.; Runham, P. B; et al. (2005). «Cone topography and spectral sensitivity in two potentially trichromatic marsupials, the quokka (Setonix brachyurus) and quenda (Isoodon obesulus)». Proc. Biol. Sci. 272 (1565): 791–796. PMC 1599861. PMID 15888411. doi:10.1098/rspb.2004.3009
- ↑ a b c Backhaus, W., Kliegl, R., Werner, J.S. (1998). «Color vision: perspective from different disciplines»: 163–182
- ↑ Neumeyer, Christa (1988). Das Farbensehen des Goldfisches: Eine verhaltensphysiologische Analyse. [S.l.]: G. Thieme. ISBN 313718701X
- ↑ Robinson, J.; Schmitt, E.A.; Harosi, F.I.; Reece, R.J.; Dowling, J.E. (1993). «Zebrafish ultraviolet visual pigment: absorption spectrum, sequence, and localization». Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 90 (13): 6009–6012. Bibcode:1993PNAS...90.6009R. PMC 46856. PMID 8327475. doi:10.1073/pnas.90.13.6009
- ↑ Bennett, Andrew T. D.; Cuthill, Innes C.; Partridge, Julian C.; Maier, Erhard J. (1996). «Ultraviolet vision and mate choice in zebra finches». Nature. 380 (6573): 433–435. Bibcode:1996Natur.380..433B. doi:10.1038/380433a0
- ↑ Bennett, Andrew T. D.; Théry, Marc (2007). «Avian Color Vision and Coloration: Multidisciplinary Evolutionary Biology». The American Naturalist. 169 (S1): S1–S6. ISSN 0003-0147. JSTOR 510163. doi:10.1086/510163
- ↑ Cuthill, Innes C.; Partridge, Julian C.; Bennett, Andrew T. D.; Church, Stuart C.; Hart, Nathan S.; Hunt, Sarah (2000). J. B. Slater, Peter; Rosenblatt, Jay S.; Snowdon, Charles T.; Roper, Timothy J., eds. Ultraviolet Vision in Birds. Advances in the Study of Behavior. 29. [S.l.]: Academic Press. p. 159. ISBN 978-0-12-004529-7. doi:10.1016/S0065-3454(08)60105-9. Consultado em 15 de agosto de 2015
- ↑ Vorobyev, M. (Novembro de 1998). «Tetrachromacy, oil droplets and bird plumage colours». Journal of Comparative Physiology A. 183 (5): 2. doi:10.1007/s003590050286. Consultado em 2 de março de 2015
- ↑ Olsson, Peter; Lind, Olle; Kelber, Almut (15 de janeiro de 2015). «Bird colour vision: behavioural thresholds reveal receptor noise». Journal of Experimental Biology (em inglês). 218 (2): 184–193. ISSN 0022-0949. PMID 25609782. doi:10.1242/jeb.111187
- ↑ Markha, K. R.; Bloor, S. J.; Nicholson, R.; Rivera, R.; Shemluck, M.; Kevan, P. G.; Michener, C. (2004). «Black flower coloration in wild lisianthius nigrescens». Z Naturforsch C. 59c (9–10): 625–630. PMID 15540592
- ↑ Backhaus, W.; Kliegl, R.; Werner, J. S., eds. (1998). «Colour Vision: Perspectives from Different Disciplines»: 45–78. ISBN 9783110161007
- ↑ Jameson, K. A., Highnote, S. M., & Wasserman, L. M. (2001). «Richer color experience in observers with multiple photopigment opsin genes» (PDF). Psychonomic Bulletin and Review. 8 (2): 244–261. PMID 11495112. doi:10.3758/BF03196159. Cópia arquivada (PDF) em 14 de fevereiro de 2012
- ↑ Roth, Mark (13 de setembro 2006). «Some women may see 100,000,000 colors, thanks to their genes». Pittsburgh Post-Gazette
- ↑ Didymus, JohnThomas (29 de junho de 2012), «Scientists find woman who sees 99 million more colors than others», Digital Journal
- ↑ Jordan, Gabriele; Deeb, Samir S.; Bosten, Jenny M.; Mollon, J. D. (Julho de 2010). «The dimensionality of color vision in carriers of anomalous trichromacy». Journal of Vision. 10 (12). 12 páginas. PMID 21047744. doi:10.1167/10.8.12
- ↑ Hansjochem Autrum and Richard Jung (1973). Integrative Functions and Comparative Data. 7 (3). [S.l.]: Springer-Verlag. p. 226. ISBN 978-0-387-05769-9
- ↑ Richard C. Francis (2011). «Chapter 8. X-Women». Epigenetics: The Ultimate Mystery of Inheritance. New York and London: W. W. Norton. pp. 93–104. ISBN 978-0-393-07005-7
- ↑ Jacobs, Gerald H.; Williams, Gary A.; Cahill, Hugh; Nathans, Jeremy (23 de março de 2007). «Emergence of Novel Color Vision in Mice Engineered to Express a Human Cone Photopigment». Science. 315 (5819): 1723–1725. Bibcode:2007Sci...315.1723J. PMID 17379811. doi:10.1126/science.1138838. (pede registo (ajuda))
- ↑ Makous, W. (12 de outubro de 2007). «Comment on 'Emergence of Novel Color Vision in Mice Engineered to Express a Human Cone Photopigment'». Science. 318 (5848): 196. Bibcode:2007Sci...318..196M. PMID 17932271. doi:10.1126/science.1146084
- ↑ M A Mainster (2006). «Violet and blue light blocking intraocular lenses: photoprotection versus photoreception». British Journal of Ophthalmology. 90 (6): 784–792. PMC 1860240. PMID 16714268. doi:10.1136/bjo.2005.086553
- ↑ Hambling, David (29 de maio de 2002). «Let the light shine in». The Guardian
- ↑ The women with superhuman vision, BBC
Ligações externas
- https://research.ncl.ac.uk/tetrachromacy/whoweare/
- Goldsmith, Timothy H. "What Birds See" Scientific American July 2006. Um artigo sobre a visão tetracromática das aves.
- Looking for Madam Tetrachromat Por Glenn Zorpette. Revista Red Herring. 1 de novembro de 2000
- "Exploring the fourth dimension". University of Bristol, Escola de Ciências Biológicas. 20 de março de 2009.
- Colors - The Perfect Yellow Por Radiolab, 21 de maio de 2012 (Explorando a tetracromacia em humanos)
- The dimensionality of color vision in carriers of anomalous trichromacy--Gabriele Jordan et al--Journal of Vision. 12 de agosto de 2010:
- On Tetrachromacy Ágnes Holba & B. Lukács
- San Diego woman Concetta Antico diagnosed with 'super vision' San Diego ABC, notícias da TV. 22 de novembro de 2013.