Capitão Guimarães: diferenças entre revisões
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'''Aílton Guimarães Jorge''', mais conhecido como '''Capitão Guimarães''', é um [[bicheiro]] e ex-militar brasileiro. Oficial das [[Forças Armadas]] durante o período da Ditadura Militar, é acusado de ter participado de procedimentos de torturas contra presos políticos<ref>{{citar web|url=http://www.direitos.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=3074&Itemid=2|título=Capitão do Exército e ex-torturador é chefão da máfia do bingo|autor=Celso Lungaretti, para o Direitos Humanos.|data=24.04.2007|acessodata=30.01.2012}}</ref>. Após deixar o [[Exército]], tornou-se banqueiro do [[Jogo do Bicho]]. |
'''Aílton Guimarães Jorge''', mais conhecido como '''Capitão Guimarães''', é um [[bicheiro]] e ex-militar brasileiro. Oficial das [[Forças Armadas]] durante o período da Ditadura Militar, é acusado de ter participado de procedimentos de torturas contra presos políticos<ref>{{citar web|url=http://www.direitos.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=3074&Itemid=2|título=Capitão do Exército e ex-torturador é chefão da máfia do bingo|autor=Celso Lungaretti, para o Direitos Humanos.|data=24.04.2007|acessodata=30.01.2012}}</ref>. Após deixar o [[Exército]], tornou-se banqueiro do [[Jogo do Bicho]]. |
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Filho de um guarda-civil, a quem acompanhava nas rondas pela Zona Norte do Rio de Janeiro quando criança. <ref name=ditesc>{{Citar livro |autor=[[Elio Gaspari|Gaspari, Elio ]]|título=A Ditadura Escancarada |subtítulo= |língua= |formato= |edição= 2|local=Rio de Janeiro |editora= Editora Intrínseca|ano=2014 |página= |páginas=526 |isbn= 978-85-8057-408-1}}</ref> Cursou a [[Academia Militar das Agulhas Negras]] na arma de [[Intendência]], foi um aluno aplicado, mas bagunceiro, foi o 15° de uma turma de 69, durante o curso passou 35 dias na cadeia.<ref name=ditesc/> |
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Este não é o mesmo Capitão Guimarães que foi assassinado em Itaboraí (RJ) quando disputava uma vaga na Câmara Municipal em 2016. |
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==Carreira militar== |
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Revisão das 18h19min de 28 de setembro de 2016
Aílton Guimarães Jorge, mais conhecido como Capitão Guimarães, é um bicheiro e ex-militar brasileiro. Oficial das Forças Armadas durante o período da Ditadura Militar, é acusado de ter participado de procedimentos de torturas contra presos políticos[1]. Após deixar o Exército, tornou-se banqueiro do Jogo do Bicho.
Filho de um guarda-civil, a quem acompanhava nas rondas pela Zona Norte do Rio de Janeiro quando criança. [2] Cursou a Academia Militar das Agulhas Negras na arma de Intendência, foi um aluno aplicado, mas bagunceiro, foi o 15° de uma turma de 69, durante o curso passou 35 dias na cadeia.[2]
Este não é o mesmo Capitão Guimarães que foi assassinado em Itaboraí (RJ) quando disputava uma vaga na Câmara Municipal em 2016.
Carreira militar
Bom de bola, sambista, frequentador do Cordão da Bola Preta, entrou por vontade própria nas operações políticas da Polícia do Exército.[2] Segundo seus superiores era "inteiramente imbuído dos objetivos revolucionários, por um Brasil melhor, livre da corrupção e da subversão".[2] Em 1968 foi carcereiro de Vladimir Palmeira, logo após a divulgação do Ato Institucional Número 5 prendeu Paulo Francis e Ferreira Gullar.[2] Em 1969, foi ferido na perna durante um tiroteio, o primeiro oficial ferido em combate à luta armada.[2] Recebeu a medalha do Pacificador e foi elogiado por seu comandante.[2] No DOI-CODI orgulhava-se de interrogar os prisioneiros sem máscara. [2]
Na madrugada de 14 de maio de 1971, já no posto de capitão, na companhia de dois outros capitães do exército, dois sargentos e dois cabos, assaltaram uma casa na estrada do Mendanha, no Rio, para roubar centenas de caixas de uísque, perfumes, milhares de calças e jaquetas de uma quadrilha de ex-oficiais da polícia militar. [2] Em poucos dias os ex-oficiais da PM descobriram quem os tinha roubado e propuseram um acordo, no final da negociação ficou acordado que o capitão passaria a fazer serviço de escolta.[2] Um ano se passou, sem que fosse dado nenhum serviço aos militares da PE, que então roubaram um caminhão carregado de roupas e venderam por pouco mais de 30 mil dólares. [2] Os contrabandistas reagiram e eles foram denunciados ao comando do I Exército.[2]
O caso foi inicialmente investigado pelo tenente-coronel José Amaral Caldeira que investigou pessoalmente e inocentou todos os envolvidos.[2] Os contrabandistas finalmente passaram a contratar o grupo do capitão Guimarães.[2] No final de 1972 foi chamado junto com um sargento para guardar a chegada de 3 caminhões com roupas e cosméticos na praia do Caju.[2] Logo depois, em Sepetiba, um jipe do exército escoltou um comboio com mais de 18 mil calças Lee até o centro da cidade.[2] Nestas duas operações trabalharam junto com o comissário Euclides Nascimento, da Scuderie Detetive Le Cocq.[2]
Na madrugada de 22 de novembro de 1973, o capitão e o comissário escoltavam dois caminhões de uísque e cigarros, ao passar por São Cristóvão foram parados por dois policiais militares armados que confiscaram a carga, tentaram um acordo, infrutífero.[2] O capitão mandou chamar reforço no quartel e um camburão da PE, sob o comando de Paulo Roberto Andrade, chegou para desarmar os policiais e dar seguimento na carga.[2] O caso não deixou nenhum registro na PE, nem na seção de informações, como era usual na época.[2]
Em 20 de fevereiro de 1974 o governo se movimentou, a Polícia Federal e o Serviço Nacional de Informações reuniram provas e remetaram ao general Sílvio Frota que abriu um IPM para investigar a denúncia, sob o comando do coronel Aloísio Alves Borges.[2] No dia seguinte boa parte da quadrilha estava presa, incluindo o capitão Guimarães.[2] No fim do mês eram trinta presos, para colher os depoimentos foram submetidos a torturas.[2] Na primeira instância, 24 presos foram libertados em dois meses, no final o STM absolveu a todos.[2]
Vida civil
Guimarães passou à vida civil para trabalhar com o bicheiro Ângelo Maria Longa, começou como gerente e em sete anos já sentava no conselho dos sete grandes banqueiros, redigindo atas, delimitando zonas para os pequenos banqueiros.[2] Seu território se estendeu de Niterói ao Espírito Santo.[2]
Com ligações no Carnaval carioca, foi presidente da LIESA de 1987 a 1993 e de 2001 a 2007, quando foi preso na Operação Hurricane da Polícia Federal[3], junto com outros bicheiros e dirigentes da entidade. Já foi presidente da Vila Isabel e patrono da Viradouro.
Referências
- ↑ Celso Lungaretti, para o Direitos Humanos. (24 de abril de 2007). «Capitão do Exército e ex-torturador é chefão da máfia do bingo». Consultado em 30 de janeiro de 2012
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z Gaspari, Elio (2014). A Ditadura Escancarada 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca. 526 páginas. ISBN 978-85-8057-408-1
- ↑ Folha de S. Paulo (19 de setembro de 2007). «Capitão Guimarães, preso na Hurricane, pede liberdade ao STF». Consultado em 30 de janeiro de 2012
Precedido por Anísio Abraão David Luizinho Drummond |
Presidentes da LIESA 1987 - 1993 2001 - 2007 |
Sucedido por Paulo de Almeida Jorge Castanheira |
Precedido por Dr. Waltencir Coelho |
Presidentes da Vila Isabel 1981 - 1982 |
Sucedido por Lícia Maria Maciel Caniné (Ruça) |