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O efeito placebo é particularmente importante nos mecanismos cerebrais que trazem [[consciência]] aos [[Estímulo nervoso|estímulos nervosos]] atrelados à [[dor]], sendo a sensação experimentada em grande parte dependente da forma como se pensa a mesma. Relata-se, nesses casos, que o efeito placebo é capaz de aliviar ou mesmo suprimir por completo a sensação de dor, mesmo que o estímulo doloroso - uma [[ferida]] por exemplo - continue a [[Sensibilidade|sensibilizar]] as [[Neurônio|vias neurais]] correspondentes com igual intensidade. O fenômeno inverso - conhecido como efeito [[nocebo]] - também mostra-se, por vezes, bem real: a expectativa de que a dor seja excruciante pode constituir causa suficiente para que realmente se perceba a mesma como tal, mesmo que a causa atrelada às [[Sistema sensorial|vias sensoriais]] não justifique, por si, tal sensação.<ref>Carter, Rita; et alii - O Livro do Cérebro - Rio de Janeiro - Agir - 2012 - ISBN 978-85-220-1361-6</ref>
O efeito placebo é particularmente importante nos mecanismos cerebrais que trazem [[consciência]] aos [[Estímulo nervoso|estímulos nervosos]] atrelados à [[dor]], sendo a sensação experimentada em grande parte dependente da forma como se pensa a mesma. Relata-se, nesses casos, que o efeito placebo é capaz de aliviar ou mesmo suprimir por completo a sensação de dor, mesmo que o estímulo doloroso - uma [[ferida]] por exemplo - continue a [[Sensibilidade|sensibilizar]] as [[Neurônio|vias neurais]] correspondentes com igual intensidade. O fenômeno inverso - conhecido como efeito [[nocebo]] - também mostra-se, por vezes, bem real: a expectativa de que a dor seja excruciante pode constituir causa suficiente para que realmente se perceba a mesma como tal, mesmo que a causa atrelada às [[Sistema sensorial|vias sensoriais]] não justifique, por si, tal sensação.<ref>Carter, Rita; et alii - O Livro do Cérebro - Rio de Janeiro - Agir - 2012 - ISBN 978-85-220-1361-6</ref>


Os placebos são aplicados para se testar os reais efeitos de medicamentos e terapias. São usados em estudos [[Duplo-cego|duplamente cego]]s e consistem no uso de [[Cápsula (medicamento)|cápsulas]] desprovidas de substâncias terapêuticas ou contendo produtos reconhecidos como inertes e inócuos, que são administrados a grupos de estudo humanos ou animais (chamados de "população" em investigação científica) para comparar e validar os efeitos desses medicamentos. O princípio subjacente é o de que, num ensaio com placebo, parte do sucesso da substância ativa pode ser devido não a esta mas sim ao efeito placebo da mesma. A análise [[estatística]] verificará, posteriormente, se o efeito do medicamento ''versus'' o placebo é realmente significativo ou não. Existem muitas [[patologia]]s suscetíveis ao efeito placebo, como é o caso da [[variz|insuficiência venosa]].<ref>{{citar web|url=http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=1421|titulo=Os flebotónicos|acessodata=15-12-2012|}}</ref>
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Revisão das 17h51min de 22 de julho de 2020

 Nota: Este artigo é sobre o efeito placebo. Para a banda de mesmo nome, veja Placebo (banda).
O efeito placebo pode ser produzido através de comprimidos inertes, cirurgia simulada ou facultando informação errada. Por exemplo, quando é desligado o estímulo elétrico dos elétrodos cerebrais em doentes de Parkinson.[1]

Um placebo (do latim placebo, que significa "agradarei")[2] é um fármaco, terapia ou procedimento inerte, que apresenta, no entanto, efeitos terapêuticos devido aos efeitos psicológicos da crença do paciente de que ele está a ser tratado.[3]

Placebo em medicamentos

Muitos médicos também podem atribuir efeito placebo a medicamentos com princípios ativos, mas que apresentam efeitos terapêuticos diferentes do esperado. Por exemplo, um comprimido de vitamina C pode aliviar a dor de cabeça de quem acredite estar ingerindo um analgésico, sendo um exemplo clássico de que o que melhora é não apenas o conteúdo do que ingerimos mas também o acreditar que estamos a ser tratados. Seguindo esta corrente de pensamento, o dicionário médico Hooper cita o placebo como "o nome dado a qualquer medicamento administrado mais para agradar do que beneficiar o paciente".

Placebo em terapias

Além dos medicamentos, o placebo também pode ser utilizado em terapias diversas e em pesquisas científicas. Um exemplo é a terapia a laser. Nesse caso, o laser é aplicado no paciente no modo desligado, podendo ser associado a um medicamento ou não. Depois, liga-se o laser, com a intenção de identificar se há melhora ou não. A irradiação do laser desligado pode ser considerado um efeito placebo. A utilização desse método em terapias tem sido bastante eficaz para comprovar a efetividade de uma determinada terapia.[4]

Efeitos do placebo no cérebro

O placebo pode ser eficaz porque pode reduzir a ansiedade do paciente, revertendo, assim, uma série de respostas psicossomáticas e levando a uma sensação de bem-estar. Este efeito, por vezes, é de fato real e benéfico ao paciente.[5]

O efeito placebo é particularmente importante nos mecanismos cerebrais que trazem consciência aos estímulos nervosos atrelados à dor, sendo a sensação experimentada em grande parte dependente da forma como se pensa a mesma. Relata-se, nesses casos, que o efeito placebo é capaz de aliviar ou mesmo suprimir por completo a sensação de dor, mesmo que o estímulo doloroso - uma ferida por exemplo - continue a sensibilizar as vias neurais correspondentes com igual intensidade. O fenômeno inverso - conhecido como efeito nocebo - também mostra-se, por vezes, bem real: a expectativa de que a dor seja excruciante pode constituir causa suficiente para que realmente se perceba a mesma como tal, mesmo que a causa atrelada às vias sensoriais não justifique, por si, tal sensação.[6]

Os placebos são aplicados para se testar os reais efeitos de medicamentos e terapias. São usados em estudos duplamente cegos e consistem no uso de cápsulas desprovidas de substâncias terapêuticas ou contendo produtos reconhecidos como inertes e inócuos, que são administrados a grupos de estudo humanos ou animais (chamados de "população" em investigação científica) para comparar e validar os efeitos desses medicamentos. O princípio subjacente é o de que, num ensaio com placebo, parte do sucesso da substância ativa pode ser devido não a esta mas sim ao efeito placebo da mesma. A análise estatística verificará, posteriormente, se o efeito do medicamento versus o placebo é realmente significativo ou não. Existem muitas patologias suscetíveis ao efeito placebo, como é os caso da insuficiência venosa.[7]

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Ver também

Referências

  1. Lanotte M, Lopiano L, Torre E, Bergamasco B, Colloca L, Benedetti F (novembro de 2005). «Expectation enhances autonomic responses to stimulation of the human subthalamic limbic region». Brain, Behavior, and Immunity. 19: 500–9. PMID 16055306. doi:10.1016/j.bbi.2005.06.004  Parâmetro desconhecido |númeero= ignorado (ajuda)
  2. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 342.
  3. Dicionário Cético: o Efeito Placebo «O efeito placebo» Verifique valor |url= (ajuda). Consultado em 15 de dezembro de 2012 
  4. Daliana Queiroga de Castro Gomes, Kevan Guilherme Nóbrega Barbosa. «Analgesia durante o tratamento ortodôntico com o uso do laser de baixa intensidade: revisão sistemática». Revista Dor. Consultado em 11 de junho de 2015 
  5. «Efeito Placebo: O Poder da Pílula de Açúcar». Consultado em 15 de dezembro de 2012 
  6. Carter, Rita; et alii - O Livro do Cérebro - Rio de Janeiro - Agir - 2012 - ISBN 978-85-220-1361-6
  7. «Os flebotónicos». Consultado em 15 de dezembro de 2012 
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