Cilícia romana: diferenças entre revisões

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'''Cilícia''' foi uma antiga [[província romana]] localizada na região da [[Cilícia]], na costa [[Mediterrâneo|mediterrânea]] da [[Anatólia]], na moderna [[Turquia]]. A região foi anexada ao [[Império Romano]] em 64 a.C. por [[Pompeu]] depois de sua vitória na [[Terceira Guerra Mitridática]]. Ela foi subdividida por [[Diocleciano]] por volta de 297 d.C. e permaneceu sob controle romano e bizantino por muitos séculos até finalmente sucumbir à [[expansão muçulmana]] no século VIII.
[[Ficheiro:Anazarbus klikya city south gate.jpg|thumb|Arco do Triunfo da cidade de [[Anazarbus]].]]
A '''Cilícia''' era uma [[Roma Antiga|província romana]] no actual território da [[Turquia]] e da [[Síria]], em torno da cidade de [[Tarso (Cilícia)|Tarso]]. Em [[64 a.C.]], o [[general]] romano [[Pompeu]] anexou-a à [[Província da Síria]]. O [[apóstolo]] [[Paulo de Tarso|Paulo]] (antes conhecido por Saulo) nasceu em Tarso.<ref>{{Citar livro
| autor = MESTERS, Carlos
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| local = São Paulo
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| ano = 1991
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== Primeiros contatos e fundação da província (103 – 47 a.C.)==
Cilícia era o nome da [[Armênia Menor]] (ou ''Armênia Mediterrânea''), na [[Idade Média]]. Várias cidades como [[Zeytun]] foram fundadas por [[armênios]] e até hoje mantém ruínas e marcas desta época.
A região da [[Cilícia]] havia muito tinha se tornado um santuário de [[pirata]]s que lucrava do [[Escravidão na Roma Antiga|comércio de escravos]] com os romanos. Quando eles começaram a atacar também navios e cidades romanos, o [[Senado Romano|Senado]] decidiu enviar expedições militares à região para lidar com a ameaça. Foi no decurso de uma delas que a província da Cilícia nasceu.


Partes da [[Cilícia Pedias|Cilícia ''Pedias'']] tornaram-se território romano ainda em 103 a.C. durante a primeira campanha de [[Marco Antônio Orador]] contra os piratas. Apesar de toda a "Cilícia" ter estado sob seu ''[[imperium]]'' durante seu mandato como [[propretor]] da região, apenas uma pequena porção foi de fato transformada numa província na época.
{{Referências}}


Em 96 a.C., [[Lúcio Cornélio Sula]] foi nomeado governador da região, também um propretor, período no qual ele conseguiu impedir uma invasão de [[Mitrídates II da Pártia]]. Em 80 a.C., o governador era [[Cneu Cornélio Dolabela (pretor em 81 a.C.)|Cneu Cornélio Dolabela]], que foi posteriormente condenado por saquear ilegalmente a província. Seu substituto, em 78 a.C., foi [[Públio Servílio Vácia Isáurico (cônsul em 79 a.C.)|Públio Servílio Vácia Isáurico]], que ficou até 74 a.C. e foi encarrado de expulsar os piratas no período<ref>Broughton, pg. 87</ref>. Entre 77 e 76 a.C., ele conseguiu diversas vitórias navais contra eles e conseguiu também ocupar as costas da [[Lícia]] e da [[Panfília]]<ref>Broughton, pg. 90</ref>. Depois que os piratas se refugiaram em suas fortalezas mais poderosas, Vácia Isáurico começou a tomar as outras, mais fracas, na costa. Ele tomou a cidade de [[Olimpo (Lícia)|Olimpo]] e muitas outras, incluindo ''[[Phaselis]]'' e ''[[Corycus]]''<ref name="s1233">Smith, pg. 1233</ref>.
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Então, em 75 a.C., ele avançou através dos [[Montes Tauro]] (a primeira vez que um exército romano fez isso) e conseguiu derrotar os [[isáurios]] que viviam na encosta norte da cordilheira. Ele cercou a principal cidade da região, [[Isáuria (cidade)|Isáuria]], e conseguiu capturá-la depois de desviar o curso de um rio, privando os defensores de sua única fonte de água<ref name="s1233"/>. Quando seu mandato terminou, Vácia Isáurico havia organizado o território que capturara e o incorporou à província da Cilícia<ref name="s1233"/>. De qualquer maneira, a maior parte da Cilícia ''Pedias'' ainda era ainda parte do [[Império Armênio]] de [[Tigranes, o Grande]], e a [[Cilícia Trachea|Cilícia ''Trachea'']] ainda estava nas mãos dos piratas.
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Foi somente quando [[Cneu Pompeu Magno]] venceu os piratas na decisiva [[Batalha de Coracésio]] (na moderna [[Alanya]]) em 67 a.C. que eles foram finalmente expulsos e a Cilícia ''Trachea'' foi conquistada. Depois que Pompeu recebeu o comando da [[Terceira Guerra Mitridática]], ele forçou a rendição de Tigranes e conquistou-lhe as porções da Cilícia ''Pedias'' que ainda estavam sob controle armênio. Em 64 a.C., Pompeu organizou a criação da nova província da Cilícia e anexou a ela todas as suas conquistas. A capital escolhida por ele foi [[Tarso]]. Ele subdividiu a Cilícia em seis partes: Cilícia ''Campestris'', Cilícia ''Aspera'', [[Panfília]], [[Pisídia]], [[Isáuria]] e [[Licônia]]. Estavam também sob o comando da nova província uma grande parte da [[Frígia]], incluindo o ''[[conventus iuridicus]]'' de [[Laodiceia no Licos|Laodiceia]], [[Apameia (Frígia)|Apameia]] e ''[[Synnada]]''.

Em 58 a.C., a ilha de [[Chipre romano|Chipre]] foi adicionada depois que os romanos tomaram-na do [[Egito ptolemaico]]. Esta era a configuração da Cilícia quando [[Cícero]] tornou-se [[procônsul]] da região entre 51 e 50 a.C. Nesta época, ela já estava dividida em oito ''conventus'' (ou ''fora''): o ''conventus'' de Tarso, onde morava o governador; o ''forum'' de [[Icônia]] para a Licônia; o ''forum Isauricum'', provavelmente em [[Filomélio]]; o ''forum Pamphylium'', em local desconhecido; o ''forum Cibyraticum'' em Laodiceia; os ''fora'' de Apameia, ''Synnada'' e Chipre.
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==Provincial changes (47 BC – 14 AD)==
[[Image:Roman Empire 125.png|thumb|right|200px|The Roman empire under [[Hadrian]] (ruled 117-38), showing the [[senatorial province]] of '''Cilicia''' in southern [[Anatolia]] ]]
The province was reorganized by [[Julius Caesar]] in 47 BC. The Forum (or Conventus) of Cibyra was attached to the [[Roman province|province]] of [[Asia (Roman province)|Asia]], together with the greater part of [[Pisidia]], Pamphylia, as well as possibly the Conventus of Apamea and [[Synnada]]. Further changes were made by [[Marc Antony|Marcus Antonius]] in 36 BC, when he gave Cyprus and Cilicia Aspera to [[Cleopatra]], and eastern Phrygia with Lycaonia, Isauria, and Pisidia, to king [[Amyntas of Galatia]].

In 27 BC, the [[Roman emperor]] [[Augustus]] made further changes, reducing the province of Cilicia still further. Cyprus was made a separate province; and Pamphylia with Isauria and Pisidia, after the death of Amyntas in 25 BC, was also made a separate province ([[Galatia (Roman province)|the province of Galatia]]), to which Lycaonia was also attached. The result was that Cilicia was reduced to the original parts Campestris and Aspera, and renamed Syria-Cilicia Phoenice. Under Augustus, Cilicia was an imperial province, administered by a consular ''[[Legatus Augusti pro praetore]]''.

As per the late Republican and early imperial methods of provincial rule, the western mountainous parts of Cilicia, which were not easy for a governor to manage, were left to the native princes. There were a total of three of these independent native dynasties. One was that of [[Olba (ancient city)|Olba]], in the mountains between Soli and [[Cyinda]], ruled by priest-dynasts. A second was Cilicia Aspera, which Marc Antony had originally given to Cleopatra. Augustus placed this territory under the rule of king [[Archelaus of Cappadocia]] in 25 BC. Finally, a small kingdom in the Amanus, under the rule of [[Tarcondimotus]], was preserved in the east.

==Under the Principate (14 – 297 AD)==
In 72 AD, during the reign of [[Vespasian]], all three remaining independent kingdoms established by Augustus were disestablished, and merged with the imperial province of Cilicia.<ref>A dictionary of the Roman Empire. By Matthew Bunson. ISBN 0-19-510233-9. See page 90.</ref> By the reign of [[Caracalla]], the proconsular governor was named as a Consularis, and it contained 47 known cities.<ref>For a full list of ancient cities see [http://asiaminorcoins.com/kilikia.html Asia Minor Coins - Killikia]</ref>

==Under the late empire (297 – c.700 AD)==
Sometime during the rule of the [[Diocletian]] and the [[Tetrarchy]] (probably around 297 AD), Cilicia was divided into three parts: '''Cilicia Prima''', under a ''[[consularis]]'', with its capital at Tarsus; '''Cilicia Secunda''', under a ''[[praeses]]'', with its capital at Anazarbus; and '''Isauria''' (originally '''Cilicia Aspera'''), under a ''praeses'', with its capital at Seleucia. All three provinces, plus the Syrian, Mesopotamian, Egyptian and Libyan provinces, formed the [[Diocese of the East]] (in the late 4th century the African component was split off as [[Diocese of Egypt (Late Antiquity)|Diocese of Egypt]]), part of the [[praetorian prefecture of the East]], the rich bulk of the [[eastern Roman Empire]].

Cilicia proper remained under East Roman (Byzantine) control until the early 8th century, when it was conquered by the [[Umayyad Caliphate]] and became art of the Islamic borderlands (''[[Thughur]]'') with Byzantium. The region had, however, been almost completely depopulated already since the middle of the 7th century and formed a no man's land between Byzantium and the Caliphate. The western parts of the old province of Cilicia remained in Byzantine hands and became part of the [[Cibyrrhaeot Theme]].

== Episcopal sees ==

Ancient episcopal sees of the Roman province of Cilicia I that are listed in the ''[[Annuario Pontificio]]'' as [[titular see]]s include:<ref name=AP>''Annuario Pontificio 2013'' (Libreria Editrice Vaticana 2013 ISBN 978-88-209-9070-1), "Sedi titolari", pp. 819-1013</ref>
*[[Adana]]
*[[Ayaş, Ankara|Aegeae]]
*Augusta (ruins at [[Toprakkale, Osmaniye]])
*[[Corycus]]

Ancient episcopal sees of the Roman province of Cilicia II that are listed in the ''[[Annuario Pontificio]]'' as [[titular see]]s include:<ref name=AP/>
*[[Alexandria Minor]]
*[[Anazarbus]]
*[[Castabala (city)|Castabala]]
*[[Epiphania, Cilicia|Epiphania in Cilicia]]
*[[Flavias]]
*[[Irenopolis, Cilicia|Irenopolis in Cilicia]]
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{{Referências|col=2}}

== Bibliografia ==
{{refbegin|2}}
* [[Thomas Robert Shannon Broughton|Broughton, T. Robert S.]], ''The Magistrates of the Roman Republic'', Vol. I (1951)
* Smith, William, ''Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology'', Vol III (1867)
* Smith, William, ''Dictionary of Greek and Roman Geography'' (1854)
{{refend}}


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Revisão das 09h40min de 11 de janeiro de 2014

Provincia Cilicia
ἐπαρχία Κιλικία
Província da Cilícia
Província do(a) Império Romano
 
64 a.C.c. 720


Província romana da Cilícia em 117 d.C.
Capital Tarso

Período Antiguidade Clássica
64 a.C. Conquistada por Pompeu
c. 720 Conquistada pelos omíadas

Cilícia foi uma antiga província romana localizada na região da Cilícia, na costa mediterrânea da Anatólia, na moderna Turquia. A região foi anexada ao Império Romano em 64 a.C. por Pompeu depois de sua vitória na Terceira Guerra Mitridática. Ela foi subdividida por Diocleciano por volta de 297 d.C. e permaneceu sob controle romano e bizantino por muitos séculos até finalmente sucumbir à expansão muçulmana no século VIII.

Primeiros contatos e fundação da província (103 – 47 a.C.)

A região da Cilícia havia muito tinha se tornado um santuário de piratas que lucrava do comércio de escravos com os romanos. Quando eles começaram a atacar também navios e cidades romanos, o Senado decidiu enviar expedições militares à região para lidar com a ameaça. Foi no decurso de uma delas que a província da Cilícia nasceu.

Partes da Cilícia Pedias tornaram-se território romano ainda em 103 a.C. durante a primeira campanha de Marco Antônio Orador contra os piratas. Apesar de toda a "Cilícia" ter estado sob seu imperium durante seu mandato como propretor da região, apenas uma pequena porção foi de fato transformada numa província na época.

Em 96 a.C., Lúcio Cornélio Sula foi nomeado governador da região, também um propretor, período no qual ele conseguiu impedir uma invasão de Mitrídates II da Pártia. Em 80 a.C., o governador era Cneu Cornélio Dolabela, que foi posteriormente condenado por saquear ilegalmente a província. Seu substituto, em 78 a.C., foi Públio Servílio Vácia Isáurico, que ficou até 74 a.C. e foi encarrado de expulsar os piratas no período[1]. Entre 77 e 76 a.C., ele conseguiu diversas vitórias navais contra eles e conseguiu também ocupar as costas da Lícia e da Panfília[2]. Depois que os piratas se refugiaram em suas fortalezas mais poderosas, Vácia Isáurico começou a tomar as outras, mais fracas, na costa. Ele tomou a cidade de Olimpo e muitas outras, incluindo Phaselis e Corycus[3].

Então, em 75 a.C., ele avançou através dos Montes Tauro (a primeira vez que um exército romano fez isso) e conseguiu derrotar os isáurios que viviam na encosta norte da cordilheira. Ele cercou a principal cidade da região, Isáuria, e conseguiu capturá-la depois de desviar o curso de um rio, privando os defensores de sua única fonte de água[3]. Quando seu mandato terminou, Vácia Isáurico havia organizado o território que capturara e o incorporou à província da Cilícia[3]. De qualquer maneira, a maior parte da Cilícia Pedias ainda era ainda parte do Império Armênio de Tigranes, o Grande, e a Cilícia Trachea ainda estava nas mãos dos piratas.

Foi somente quando Cneu Pompeu Magno venceu os piratas na decisiva Batalha de Coracésio (na moderna Alanya) em 67 a.C. que eles foram finalmente expulsos e a Cilícia Trachea foi conquistada. Depois que Pompeu recebeu o comando da Terceira Guerra Mitridática, ele forçou a rendição de Tigranes e conquistou-lhe as porções da Cilícia Pedias que ainda estavam sob controle armênio. Em 64 a.C., Pompeu organizou a criação da nova província da Cilícia e anexou a ela todas as suas conquistas. A capital escolhida por ele foi Tarso. Ele subdividiu a Cilícia em seis partes: Cilícia Campestris, Cilícia Aspera, Panfília, Pisídia, Isáuria e Licônia. Estavam também sob o comando da nova província uma grande parte da Frígia, incluindo o conventus iuridicus de Laodiceia, Apameia e Synnada.

Em 58 a.C., a ilha de Chipre foi adicionada depois que os romanos tomaram-na do Egito ptolemaico. Esta era a configuração da Cilícia quando Cícero tornou-se procônsul da região entre 51 e 50 a.C. Nesta época, ela já estava dividida em oito conventus (ou fora): o conventus de Tarso, onde morava o governador; o forum de Icônia para a Licônia; o forum Isauricum, provavelmente em Filomélio; o forum Pamphylium, em local desconhecido; o forum Cibyraticum em Laodiceia; os fora de Apameia, Synnada e Chipre.

Referências

  1. Broughton, pg. 87
  2. Broughton, pg. 90
  3. a b c Smith, pg. 1233

Bibliografia

  • Broughton, T. Robert S., The Magistrates of the Roman Republic, Vol. I (1951)
  • Smith, William, Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology, Vol III (1867)
  • Smith, William, Dictionary of Greek and Roman Geography (1854)