Miscigenação: diferenças entre revisões

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A '''miscigenação''' consiste na mistura de [[raça]]s, de [[povo]]s e de diferentes [[Grupo étnico|etnias]].
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== A miscigenação no Brasil ==
== A miscigenação no Brasil ==
Vários lugares no mundo passaram por uma miscigenação tão intensa quanto o [[Brasil]].<ref>[http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2603200001.htm Retrato molecular do Brasil]. ''Folha de S.Paulo'', 26 de março de 2000.</ref>.Os portugueses já trouxeram para o Brasil séculos de integração genética e cultural de povos europeus, como os [[Celtas|povos Celta]], [[Roma Antiga|Romano]], [[Germanos|Germânico]] e [[Lusitano]]. Embora os portugueses sejam basicamente uma população europeia, a ocupação da Península Ibérica pelos [[mouros]] (árabes e berberes) durante cerca de dois séculos, no norte de Portugal, e de cerca de cinco séculos, no sul, e o êxodo dos [[judeu]]s, para Península Ibérica, nos primeiro séculos da nossa era, deixaram um importante legado a este povo. No Brasil, uma parte substancial dos colonizadores portugueses se miscigenou com índios e africanos, em um processo muito importante para a formação do País. A esse e a outros processos somou-se o processo de imigração de muitos mais europeus. Da metade do século XIX à metade do século XX, a nação recebeu cerca de cinco milhões de imigrantes europeus, em sua maioria portugueses, italianos, espanhóis,alemães e africanos. Um dos resultados da soma desses processos é a atual composição da população brasileira. Em 2008, 48% da população brasileira se considera [[branca]], 44% se identifica como [[parda]] e 7% se considera [[negra]].<ref>[[IBGE]]. [http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/protabl.asp?c=262&i=P&nome=on&notarodape=on&tab=262&unit=0&pov=3&opc1=1&poc2=1&OpcTipoNivt=1&opn1=2&nivt=0&orc86=3&poc1=1&orp=6&qtu3=27&opv=1&poc86=2&sec1=0&opc2=1&pop=1&opn2=0&orv=2&orc2=5&qtu2=5&sev=93&sev=1000093&opc86=1&sec2=0&opp=1&opn3=0&sec86=0&sec86=2776&sec86=2777&sec86=2779&sec86=2778&sec86=2780&sec86=2781&ascendente=on&sep=43344&orn=1&qtu7=9&orc1=4&qtu1=1&cabec=on&pon=1&OpcCara=44&proc=1&opn7=0&decm=99 População residente, por cor ou raça, situação e sexo, 2008].</ref>
Poucos lugares no mundo passaram por uma miscigenação tão intensa quanto o [[Brasil]].<ref>[http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2603200001.htm Retrato molecular do Brasil]. ''Folha de S.Paulo'', 26 de março de 2000.</ref>.Os portugueses já trouxeram para o Brasil séculos de integração genética e cultural de povos europeus, como os [[Celtas|povos Celta]], [[Roma Antiga|Romano]], [[Germanos|Germânico]] e [[Lusitano]]. Embora os portugueses sejam basicamente uma população europeia, sete séculos de convivência com [[mouro]]s do [[norte de África]] e com [[judeu]]s deixaram um importante legado a este povo. No Brasil, uma parte substancial dos colonizadores portugueses se miscigenou com índios e africanos, em um processo muito importante para a formação do País. A esse e a outros processos somou-se o processo de imigração de muitos mais europeus. Da metade do século XIX à metade do século XX, a nação recebeu cerca de cinco milhões de imigrantes europeus, em sua maioria portugueses, italianos, espanhóis,alemães e africanos. Um dos resultados da soma desses processos é a atual composição da população brasileira. Em 2008, 48% da população brasileira se considera [[branca]], 44% se identifica como [[parda]] e 7% se considera [[negra]].<ref>[[IBGE]]. [http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/protabl.asp?c=262&i=P&nome=on&notarodape=on&tab=262&unit=0&pov=3&opc1=1&poc2=1&OpcTipoNivt=1&opn1=2&nivt=0&orc86=3&poc1=1&orp=6&qtu3=27&opv=1&poc86=2&sec1=0&opc2=1&pop=1&opn2=0&orv=2&orc2=5&qtu2=5&sev=93&sev=1000093&opc86=1&sec2=0&opp=1&opn3=0&sec86=0&sec86=2776&sec86=2777&sec86=2779&sec86=2778&sec86=2780&sec86=2781&ascendente=on&sep=43344&orn=1&qtu7=9&orc1=4&qtu1=1&cabec=on&pon=1&OpcCara=44&proc=1&opn7=0&decm=99 População residente, por cor ou raça, situação e sexo, 2008].</ref>


Os índios brasileiros não apresentavam relevantes diferenças genéticas entre si: seriam todos descendentes do primeiro grupo de [[caçador]]es [[ásia|asiático]]s que chegaram às [[Américas]], há 60 mil anos<ref>[http://www.algosobre.com.br/historia/povos-nativos-do-brasil.html Povos Nativos do Brasil.]</ref>. Porém, culturalmente falando, os aborígenes brasileiros estavam inseridos numa diversidade de [[nação|nações]] com línguas e costumes distintos. A chegada dos primeiros colonos portugueses, [[homem|homens]] na maioria, culminou em relações com as índias. Em [[4 de abril]] de [[1755]], [[José I de Portugal|D. José]], [[rei]] de [[Portugal]], assinou decreto autorizando a miscigenação de portugueses com [[índio]]s<ref>[http://www.italiaoggi.com.br/not08/ital_not20010809c.htm ''Cavalcanti é a maior família brasileira'', ''ItaliaOggi.com.br'']</ref>.
Os índios brasileiros não apresentavam relevantes diferenças genéticas entre si: seriam todos descendentes do primeiro grupo de [[caçador]]es [[ásia|asiático]]s que chegaram às [[Américas]], há 60 mil anos<ref>[http://www.algosobre.com.br/historia/povos-nativos-do-brasil.html Povos Nativos do Brasil.]</ref>. Porém, culturalmente falando, os aborígenes brasileiros estavam inseridos numa diversidade de [[nação|nações]] com línguas e costumes distintos. A chegada dos primeiros colonos portugueses, [[homem|homens]] na maioria, culminou em relações com as índias. Em [[4 de abril]] de [[1755]], [[José I de Portugal|D. José]], [[rei]] de [[Portugal]], assinou decreto autorizando a miscigenação de portugueses com [[índio]]s<ref>[http://www.italiaoggi.com.br/not08/ital_not20010809c.htm ''Cavalcanti é a maior família brasileira'', ''ItaliaOggi.com.br'']</ref>.

Revisão das 23h14min de 27 de maio de 2016

A Redenção de Cam (1895): avó negra, mãe mulata, esposo e filho brancos. O quadro sintetiza o ideal de branqueamento da população brasileira. Pintura de Modesto Brocos y Gomes.

A miscigenação consiste na mistura de raças, de povos e de diferentes etnias.

A miscigenação no Brasil

Poucos lugares no mundo passaram por uma miscigenação tão intensa quanto o Brasil.[1].Os portugueses já trouxeram para o Brasil séculos de integração genética e cultural de povos europeus, como os povos Celta, Romano, Germânico e Lusitano. Embora os portugueses sejam basicamente uma população europeia, sete séculos de convivência com mouros do norte de África e com judeus deixaram um importante legado a este povo. No Brasil, uma parte substancial dos colonizadores portugueses se miscigenou com índios e africanos, em um processo muito importante para a formação do País. A esse e a outros processos somou-se o processo de imigração de muitos mais europeus. Da metade do século XIX à metade do século XX, a nação recebeu cerca de cinco milhões de imigrantes europeus, em sua maioria portugueses, italianos, espanhóis,alemães e africanos. Um dos resultados da soma desses processos é a atual composição da população brasileira. Em 2008, 48% da população brasileira se considera branca, 44% se identifica como parda e 7% se considera negra.[2]

Os índios brasileiros não apresentavam relevantes diferenças genéticas entre si: seriam todos descendentes do primeiro grupo de caçadores asiáticos que chegaram às Américas, há 60 mil anos[3]. Porém, culturalmente falando, os aborígenes brasileiros estavam inseridos numa diversidade de nações com línguas e costumes distintos. A chegada dos primeiros colonos portugueses, homens na maioria, culminou em relações com as índias. Em 4 de abril de 1755, D. José, rei de Portugal, assinou decreto autorizando a miscigenação de portugueses com índios[4].

Os africanos trazidos e escravizados no Brasil pertenciam a um leque enorme de etnias e nações. A maior parte eram bantos, originários de Angola, Congo e Moçambique. Porém, em lugares como a Bahia, predominaram os escravizados da região da Nigéria, Daomé e Costa da Mina em alguns momentos, principalmente no século XVIII. Alguns escravizados islâmicos eram alfabetizados em árabe e já traziam para o Brasil uma rica e variada bagagem cultural. O governo libertou os escravizados no final do século XIX, mas não lhes deu assistência social, e, por vários motivos, incluindo a necessidade de mão-de-obra e a ambição de "branquear" a população nacional, estimulou a vinda de imigrantes europeus. Havia entre os governantes do País a ideia de que se os imigrantes se casassem com pardos e negros, iriam "esbranquecer" a população brasileira. A famosa pintura A Redenção de Cam[5], feita em 1895 por Modesto Brocos y Gómez, sintetiza a ideia pairante na época: através da miscigenação, os brasileiros ficariam a cada geração mais brancos.

Referências