Gatas: diferenças entre revisões
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Revisão das 08h04min de 27 de janeiro de 2020
Gatas,[1] ghatas[2] ou ou gathas[3] /ˈɡɑːtəz,_ʔtɑːz/;[4] consistem em 17 cânticos que acredita-se terem sido compostos por Zaratustra, são considerados os textos mais sagrados na fé do Zoroastrismo. Estão divididos em cinco grupos, de acordo com a sua métrica original.
Os primeiros sete cânticos são chamados de Ahuna-vaiti, os gatas que transmitem Ahuna, o Princípio da Livre Escolha. Os quatro cânticos seguintes são Ushta-vaiti, os gatas que transmitem Ushta. Os quatro cânticos da frente são Spenta Mainyu, os gatas da Mentalidade Progressista. O cântico em seguida é Vohû khshathra, o gata da Boa Organização. O cântico final, incluindo o  Airyêmâ ishyô, é Vahishtâ-Îshti, o Gata do Melhor Desejo.
Preservação e sobrevivência do Gatas
A sobrevivência do Gatas até os dias de hoje é resultado de uma história triste com final feliz.
Quando a dinastia Sassânida ganhou a coroa caianida, no ano de 224 na Pérsia, a língua de Zaratustra tinha se tornado desconhecida e misteriosa.
Os gatas foram incorporados numa coleção de escritos posteriores agora conhecidos como Avesta. Esse material só sobreviveu traduzido, comentado e interpretado na língua pálavi dos sassânidas. A queda do Império Sassânida no ano de 630 e o subsequente eclipse da religião zoroastriana fez dura a vida dos que continuaram a tradição. Os livros religiosos foram atacados com fúria pelos conquistadores árabes sobrando do Avesta apenas um terço ou menos. Os gatas sobreviveram a essa catástrofe.
O contato continuado entre os zoroastrianos que haviam se refugiado na Índia e os que ficaram no Irã entre os séculos XV e XVIII, seguido do interesse em estudos orientais por parte de eruditos europeus, ajudou a devolver ao mundo as palavras de Zaratustra. A recuperação dos gatas é relativamente recente. A tradução e os estudos dos gatas hoje disponíveis têm mais ou menos uma centúria. Devemos muito dessa recuperação à curiosidade e paciência dos eruditos ocidentais, orientalistas.
Os gatas no Avesta
A posição dada aos gatas no Avesta testifica sua importância no conjunto. A saudação, que o introduz, chama de ideais os seus pensamentos e palavras e pede que sejam proclamados. Toda vez que os escritores subseqüentes ao Avesta mencionam os gatas o fazem com grande deferência. Os cânticos de Zaratustra são apontados como orações rituais a serem recitadas em momentos especiais e tidas como inspiradas por Deus.
“ | Ashem vohû vahistem astî ushtâ astî ushâ ahmâi hyat ashâi vahishtâi ashem | ” |
Asha é o melhor bem. Ela é alegria radiante. Alegria radiante vem à pessoa que pratica o bem somente por apreciá-lo como bem.
“ | Ýathâ ahû vairyô
athâ ratush ashât-cît hacâ vanghêush dazdâ mananghô shyaothananâm anghêush mazdâi xshathremcâ ahurâi â Ýim drigubyô dadat vâstârem. |
” |
Tanto a organização como a liderança devem basear-se na livre escolha levando-se em conta a retidão e a capacidade. A Boa mente torna possível essa escolha de forma que as ações da vida sejam motivadas em nós pelo Deus de Sabedoria. A Boa organização reabilita os seres oprimidos.
Traduções
Os gatas foram traduzidos e publicados, pela primeira vez para o português, por Onaldo Alves Pereira.
Referências
- ↑ Jaguaribe 2001, p. 257.
- ↑ Mattoso 1952, p. 202.
- ↑ Lippmann 1941, p. 66.
- ↑ "Gatha". Random House Webster's Unabridged Dictionary.
Bibliografia
- Jaguaribe, Hélio. Um estudo crítico da história. 1. São Paulo: Paz e Terra
- Lippmann, Edmund Oskar (1941). Historia do açúcar: desde a época mais remota até o começo da fabricação do açúcar de beterraba. 1. Rio de Janeiro: Leuzinger
- Mattoson, António Gonçalves (1952). História da civilização: Antiguidade. 4ª edição. Lisboa: Livraria Sá da Costa