Estudo da sífilis não tratada de Tuskegee: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
LordOliver (discussão | contribs)
Linha 1: Linha 1:
__NOTOC__
__NOTOC__
[[Arquivo:Tuskegee study.jpg|thumb|250px|Coleta de sangue das cobaias humanas em Tuskegee]]
[[Arquivo:Tuskegee study.jpg|thumb|250px|Coleta de sangue das cobaias humanas em Tuskegee]]
O '''Estudo da Sífilis Não Tratada de Tuskegee''' foi um [[ensaio clínico|experimento médico]] realizado pelo Serviço Público de Saúde dos [[Estados Unidos]] (SPS) em [[Tuskegee (Alabama)|Tuskegee]], [[Alabama]], entre 1932 e 1972.<ref name=goldim/> O experimento é usado como exemplo de [[má conduta científica]].<ref name=sagan>{{Citar livro |autorlink=Carl Sagan |título=O mundo assombrado pelos demônios |subtítulo=a ciência vista como uma vela no escuro |local=São Paulo |editora=Companhia das Letras |ano=2006 |páginas=509 |isbn=978-85-359-0834-X|notas=|ref=sagan}}</ref><ref>{{citar livro |título = Philosophy of pseudoscience: reconsidering the demarcation problem |sobrenome=Pigliucci |nome=Massimo |edição = | local=Chicago |editora=The University of Chicago Press |ano=2013 |página = |isbn=978-0-226-05182-6 |url = http://www.press.uchicago.edu/ucp/books/book/chicago/P/bo15996988.html |coautores=Boudry, Maarten (eds.) |autorlink=Massimo Pigliucci |língua=inglês|ref=pigliucci}}</ref>
O '''Estudo da Sífilis Não Tratada de Tuskegee''' foi um [[ensaio clínico|experimento médico]] realizado pelo Serviço Público de Saúde dos [[Estados Unidos]] (SPS) em [[Tuskegee (Alabama)|Tuskegee]], [[Alabama]], entre 1932 e 1972.<ref name=goldim/> O experimento é usado como exemplo de [[Fraude científica|má conduta científica]].<ref name=sagan>{{Citar livro |autorlink=Carl Sagan |título=O mundo assombrado pelos demônios |subtítulo=a ciência vista como uma vela no escuro |local=São Paulo |editora=Companhia das Letras |ano=2006 |páginas=509 |isbn=978-85-359-0834-X|notas=|ref=sagan}}</ref><ref>{{citar livro |título = Philosophy of pseudoscience: reconsidering the demarcation problem |sobrenome=Pigliucci |nome=Massimo |edição = | local=Chicago |editora=The University of Chicago Press |ano=2013 |página = |isbn=978-0-226-05182-6 |url = http://www.press.uchicago.edu/ucp/books/book/chicago/P/bo15996988.html |coautores=Boudry, Maarten (eds.) |autorlink=Massimo Pigliucci |língua=inglês|ref=pigliucci}}</ref>


Foram usadas 600 homens [[Sífilis|sifilíticos]] como [[cobaia]]s em um [[experimento científico]]: 399 para observar a progressão natural da sífilis sem o uso de medicamentos e outros 201 indivíduos saudáveis, que serviram como base de comparação em relação aos infectados.<ref name=goldim/>
Foram usadas 600 homens [[Sífilis|sifilíticos]] como [[cobaia]]s em um [[experimento científico]]: 399 para observar a progressão natural da sífilis sem o uso de medicamentos e outros 201 indivíduos saudáveis, que serviram como base de comparação em relação aos infectados.<ref name=goldim/>

Revisão das 09h44min de 6 de maio de 2020

Coleta de sangue das cobaias humanas em Tuskegee

O Estudo da Sífilis Não Tratada de Tuskegee foi um experimento médico realizado pelo Serviço Público de Saúde dos Estados Unidos (SPS) em Tuskegee, Alabama, entre 1932 e 1972.[1] O experimento é usado como exemplo de má conduta científica.[2][3]

Foram usadas 600 homens sifilíticos como cobaias em um experimento científico: 399 para observar a progressão natural da sífilis sem o uso de medicamentos e outros 201 indivíduos saudáveis, que serviram como base de comparação em relação aos infectados.[1]

Sobrevivente da pesquisa

Os doentes envolvidos não foram informados sobre seu diagnóstico e jamais deram seu consentimento de modo a participar da experiência. Eles receberam a informação que eram portadores de "sangue ruim", e que se participassem do programa receberiam tratamento médico gratuito, transporte para a clínica, refeições gratuitas e a cobertura das despesas de funeral. Ao final do experimento Tuskegee, apenas 74 pacientes ainda estavam vivos; outros 25 tinham morrido diretamente de sífilis; 100 morreram de complicações relacionadas com a doença. Adicionalmente, 40 das esposas das cobaias humanas haviam sido infectadas pela doença, e 19 de suas crianças haviam nascido com sífilis congénita.[carece de fontes?]

Peter Buxtun, o denunciante, atuava como investigador de Doenças sexualmente transmissíveis para o SPS

A denúncia do caso à imprensa por um membro da equipe ditou o fim do estudo. Com a repercussão deste caso, vários institutos de ética médica e humana foram criados. Na época do estudo, o início da década de 1950, o Código de Nuremberg já determinava algumas das primeiras diretrizes éticas internacionais para a pesquisa com seres humanos. O Código de Nuremberg foi escrito por norte-americanos e é parte da sentença do Tribunal de Nuremberg (caso II), uma corte militar composta apenas por juízes estadunidenses. Também a Associação Médica Americana (AMA) já tinha publicado algumas normas visando proteger as pessoas envolvidas em pesquisas.[1]

Os resultados parciais do estudo foram aceitos para apresentação em congressos científicos e não mereceram qualquer restrição por parte da comunidade científica. Porém a divulgação dos monstruosos experimentos gerou indenizações para os descendentes e alguns sobreviventes da experiência, e o governo americano se comprometeu a criar programas para atender as vítimas da tragédia. Em 1997 ainda existiam 8 pessoas vivas que participaram do estudo - e o governo norte-americano decidiu fazer um pedido de desculpas formais a todos os que foram enganados durante o experimento de Tuskegee.[1]

Referências

  1. a b c d José Roberto Goldim (1999). «O Caso Tuskegee: quando a ciência se torna eticamente inadequada». Núcleo Interinstitucional de Bioética (UFRGS-PUCRS-UNIRITTER-IEC. Consultado em 11 de setembro de 2015 
  2. O mundo assombrado pelos demônios. a ciência vista como uma vela no escuro. São Paulo: Companhia das Letras. 2006. 509 páginas. ISBN 978-85-359-0834-X Verifique |isbn= (ajuda) 
  3. Pigliucci, Massimo; Boudry, Maarten (eds.) (2013). Philosophy of pseudoscience: reconsidering the demarcation problem (em inglês). Chicago: The University of Chicago Press. ISBN 978-0-226-05182-6 

Bibliografia

Fontes primárias

Fontes secundárias

  • Gjestland T (1955). «The Oslo study of untreated syphilis: an epidemiologic investigation of the natural course of the syphilitic infection based upon a re-study of the Boeck-Bruusgaard material». Acta Derm Venereol. 35 (Suppl 34): 3–368 
  • Gray, Fred D. (1998). The Tuskegee Syphilis Study: The Real Story and Beyond. Montgomery, Alabama: NewSouth Books 
  • Jones, James H. (1981). Bad Blood: The Tuskegee Syphilis Experiment. New York: Free Press 
  • The Deadly Deception, by Denisce DiAnni, PBS/WGBH NOVA documentary video, 1993.
  • Reverby, Susan M. (1998). «History of an Apology: From Tuskegee to the White House». Research Nurse 
  • Reverby, Susan M. (2000). Tuskegee's Truths: Rethinking the Tuskegee Syphilis Study. [S.l.]: University of North Carolina Press 
  • Reverby, Susan M. (2009). Examining Tuskegee: The Infamous Syphilis Study and its Legacy. [S.l.]: University of North Carolina Press 
  • Jean Heller (Associated Press), "Syphilis Victims in the U.S. Study Went Untreated for 40 Years" New York Times, July 26, 1972: 1, 8.
  • Thomas, Stephen B; Sandra Crouse Quinn (1991). «The Tuskegee Syphilis Study, 1932–1972: Implications for HIV Education and AIDS Risk Programs in the Black Community». American Journal of Public Health. 81 (1503): 1498–1505. PMC 1405662Acessível livremente. PMID 1951814. doi:10.2105/AJPH.81.11.1498 
  • Carlson, Elof Axel (2006). Times of triumph, times of doubt: science and the battle for the public trust. [S.l.]: Cold Spring Harbor Press. ISBN 0-87969-805-5 
  • Washington, Harriet A (2007). Medical Apartheid: The Dark History of Medical Experimentation on Black Americans from Colonial Times to the Present. Nova Iorque: Harlem Moon. ISBN 9780767929394 

Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Estudo da sífilis não tratada de Tuskegee


Ícone de esboço Este artigo sobre medicina é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.