São José do Vale do Rio Preto: diferenças entre revisões

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A povoação dos Sertões do Rio Preto se deve em princípio às proximidades com os caminhos para as [[Minas Gerais]] e com o mercado consumidor da então Capital, [[Cidade do Rio de Janeiro]]. Estávamos situados entre estes dois pólos de desenvolvimento. Muitas de nossas estradas foram vias de escoamento da produção das fazendas originárias das antigas sesmarias distribuídas na região que remetiam os seus produtos para o [[Rio de Janeiro]] ou para as [[Minas Gerais]]. Algumas estradas serviam como desvios para os carregamentos de ouro que não queriam passar pelos Registros.
A povoação dos Sertões do Rio Preto se deve em princípio às proximidades com os caminhos para as [[Minas Gerais]] e com o mercado consumidor da então Capital, [[Província do Rio de Janeiro]]. Estávamos situados entre estes dois pólos de desenvolvimento. Muitas de nossas estradas foram vias de escoamento da produção das fazendas originárias das antigas sesmarias distribuídas na região que remetiam os seus produtos para o [[Rio de Janeiro]] ou para as [[Minas Gerais]]. Algumas estradas serviam como desvios para os carregamentos de ouro que não queriam passar pelos Registros.


Com a queda da mineração, aumentou o número de [[sesmarias]] doadas na região. [[D. João VI]] distribuiu [[sesmarias]] e incentivou o plantio de café que veio a se constituir na nova riqueza nacional. Na Província do [[Rio de Janeiro]], a cultura do café produziu os seus primeiros efeitos com a criação das grandes fazendas e o surgimento dos [[Lista de baronatos do Império do Brasil|barões do café]]. Em São José, podemos citar como exemplos dessa nobreza latifundiária os barões de [[Barão de Águas Claras|Águas Claras]] e de [[barão de Bemposta|Bemposta]]. A antiga '''fazenda de Águas Claras''', hoje um bairro do município, teve a honra de hospedar [[Pedro II do Brasil|D. Pedro II]] e seus familiares durante um mês.
Com a queda da mineração, aumentou o número de [[sesmarias]] doadas na região. [[D. João VI]] distribuiu [[sesmarias]] e incentivou o plantio de café que veio a se constituir na nova riqueza nacional. Na Província do [[Rio de Janeiro]], a cultura do café produziu os seus primeiros efeitos com a criação das grandes fazendas e o surgimento dos [[Lista de baronatos do Império do Brasil|barões do café]]. Em São José podemos citar como exemplos dessa nobreza latifundiária os barões de [[Barão de Águas Claras|Águas Claras]] e de [[barão de Bemposta|Bemposta]]. A antiga '''fazenda de Águas Claras''', hoje o nome de um bairro do município, teve a honra de hospedar [[Pedro II do Brasil|D. Pedro II]] e seus familiares, por mais de uma vez, quando o monarca fez instalar uma linha telefônica entre o palácio da Quinta da Boa Vista e a sede da fazenda, de onde mantinha o controle do governo. O aparelho encontra-se hoje na fazenda Nossa Senhora do Belém, no mesmo município. Essa amizade entre a nobreza latifundiária dos barões do café e a realeza possibilitou a abertura de uma linha de trem serpenteando o rio Preto, até as proximidades da Igraja Matriz, de onde eram embarcadas 150 mil sacas da rubiácea, anualmente, mas com a queda do preço internacional do produto, em 1930, as lavouras foram erradicadas e a ferrovia retirou seus trilhos, em 1946. A máquina Goldfingher subia a Raiz da Serra da Estrela, passava por Petrópolis, Areal e o distante Distrito São José do Rio Preto, com uma estação ferroviária nas terras da Fazenda Águas Claras. O Imperador D. Pedro II viajou nesse trem apenas uma vez, com sua família, partindo de Petrópolis, e passou sete dias hospedado no solar de estilo colonial, ricamente ornado com flores e grinaldas produzidas especialmente para a ocasião.


À [[cafeicultura]] deve São José a construção das grandes sedes de fazendas, tais como as das fazendas do Calçado Grande, Nossa Senhora do Belém, Sossego e Águas Claras. A lavoura do café aumentou, consideravelmente, o emprego da mão-de-obra escrava, o que resultou em toda a Província na presença maciça do elemento negro que tanto contribuiu, com seu trabalho, para a efetivação de um novo ciclo de desenvolvimento implantado no [[Vale do Paraíba]].
À [[cafeicultura]] deve São José a construção das grandes sedes de fazendas, tais como as das fazendas do Calçado Grande, Nossa Senhora do Belém, Sossego e Águas Claras. A lavoura do café aumentou, consideravelmente, o emprego da mão-de-obra escrava, o que resultou em toda a Província na presença maciça do elemento negro africano que tanto contribuiu, com seu trabalho, para a efetivação de um novo ciclo de desenvolvimento implantado no [[Vale do Paraíba]].


Os primeiros povoados da região do Rio Preto foram constituídos pelas famílias mineiras que atravessavam o Paraíba em busca de novas terras para a agricultura, depois da queda da atividade de mineração. Também vieram os plantadores de café, trazendo a experiência do plantio realizado em outras regiões da Província. Completaria este quadro a presença de colonos portugueses e, a seguir, de italianos.
Os primeiros povoados da região do Rio Preto foram constituídos pelas famílias mineiras que atravessavam o Paraíba em busca de novas terras para a agricultura, depois da queda da atividade de mineração. Também vieram os plantadores de café, trazendo a experiência do plantio realizado em outras regiões da Província. Completaria este quadro a presença de colonos portugueses e, a seguir, de italianos.
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* São José do Vale do Rio Preto – 1987.
* São José do Vale do Rio Preto – 1987.


Como era de se esperar, este imenso território da Freguesia de São José do Rio Preto que já era um desmembramento da antiga freguesia de Inhomirim, sofreu vários desmembramentos no decurso da História da Província Fluminense. Dela foram desmembradas a freguesia de Cebolas e o Curato de Matosinho, em 1839, a Freguesia de Nossa Senhora Aparecida, em 1842, a Freguesia de São Pedro de Alcântara, em 1846 (origem do Município de [[Petrópolis]]) e finalmente, a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Bemposta, em 1855.
Como era de se esperar, este imenso território da Freguesia de São José do Rio Preto que já era um desmembramento da antiga freguesia de Inhomirim, sofreu outros desmembramentos no decurso da História da Província Fluminense. Dela foram desmembradas a freguesia de Sebolas e o Curato de Matosinho, em 1839, a Freguesia de Nossa Senhora Aparecida, em 1842, a Freguesia de São Pedro de Alcântara, em 1846 (origem do Município de [[Petrópolis]]) e finalmente, a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Bemposta, em 1855.


A futura cidade de [[Petrópolis]], bem como a área que formou o seu município na bacia do [[Piabanha]], constituíam um simples Curato daquela freguesia e obedeciam administrativamente às autoridades de São José do Rio Preto.
A futura cidade de [[Petrópolis]], bem como a área que formou o seu município na bacia do [[Piabanha]], constituíam um simples Curato daquela freguesia e obedeciam administrativamente às autoridades de São José do Rio Preto.
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Com a efetivação da lei nº 961, de 29 de setembro de 1857, foi conferida à Colônia de [[Petrópolis]] os foros de Cidade. Porém, não lhe coube o território de São José do Rio Preto, a fértil bacio do Rio Preto conservou-se dependente da administração de [[Paraíba do Sul]].
Com a efetivação da lei nº 961, de 29 de setembro de 1857, foi conferida à Colônia de [[Petrópolis]] os foros de Cidade. Porém, não lhe coube o território de São José do Rio Preto, a fértil bacio do Rio Preto conservou-se dependente da administração de [[Paraíba do Sul]].


O Decreto nº 01, de 8 de maio e nº 01A, de 3 de junho de 1892, incorporou a Freguesia de São José do Rio Preto a [[Petrópolis]] como seu 5º Distrito. Sob a administração de [[Petrópolis]], São José do Rio Preto sofreu amputações territoriais. São José do Rio Preto conseguiu sua emancipação e surgiu o Município de São José do Vale do Rio Preto.
O Decreto nº 01, de 8 de maio e nº 01A, de 3 de junho de 1892, incorporou a Freguesia de São José do Rio Preto a [[Petrópolis]] como seu 5º Distrito. Sob a administração de [[Petrópolis]], São José do Rio Preto sofreu amputações territoriais. São José do Rio Preto conseguiu sua emancipação, em 15 de dezembro de 1987, surgindo o Município de São José do Vale do Rio Preto, que faz divisa com os municípios de Petrópolis, Teresópolis, Areal e Sapucaia. (''Do Livro "Causos na História de São José do Vale do Rio Preto", Roberto Perez, 2001'').


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Revisão das 13h12min de 15 de novembro de 2007

São José do Vale do Rio Preto
  Município do Brasil  
Igreja Matriz de São José, no centro da cidade
Igreja Matriz de São José, no centro da cidade
Igreja Matriz de São José, no centro da cidade
Símbolos
Brasão de armas de São José do Vale do Rio Preto
Brasão de armas
Hino
Gentílico riopretano
Localização
Localização de São José do Vale do Rio Preto no Rio de Janeiro
Localização de São José do Vale do Rio Preto no Rio de Janeiro
Localização de São José do Vale do Rio Preto no Rio de Janeiro
São José do Vale do Rio Preto está localizado em: Brasil
São José do Vale do Rio Preto
Localização de São José do Vale do Rio Preto no Brasil
Mapa
Mapa de São José do Vale do Rio Preto
Coordenadas 22° 09' 03" S 42° 55' 26" O
País Brasil
Unidade federativa Rio de Janeiro
Municípios limítrofes Petrópolis, Sapucaia, Sumidouro, Teresópolis e Três Rios
Distância até a capital 110 km
História
Fundação 15 de dezembro de 1987
Administração
Prefeito(a) Manuel Martins Esteves (PMDB)
Características geográficas
Área total 239,950 km²
População total (est. 2006) 21,375 hab.
Densidade 89,1 hab./km²
Clima sub-Tropical
Altitude 615 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2000) 0,720 Erro de expressão: caractere "," não reconhecido
PIB (IBGE/2003) R$ 117.201.387,00
PIB per capita (IBGE/2003) R$ 5 634,41

São José do Vale do Rio Preto é um município brasileiro do estado do Rio de Janeiro, situado na Região Serrana Fluminense.

História

A povoação dos Sertões do Rio Preto se deve em princípio às proximidades com os caminhos para as Minas Gerais e com o mercado consumidor da então Capital, Província do Rio de Janeiro. Estávamos situados entre estes dois pólos de desenvolvimento. Muitas de nossas estradas foram vias de escoamento da produção das fazendas originárias das antigas sesmarias distribuídas na região que remetiam os seus produtos para o Rio de Janeiro ou para as Minas Gerais. Algumas estradas serviam como desvios para os carregamentos de ouro que não queriam passar pelos Registros.

Com a queda da mineração, aumentou o número de sesmarias doadas na região. D. João VI distribuiu sesmarias e incentivou o plantio de café que veio a se constituir na nova riqueza nacional. Na Província do Rio de Janeiro, a cultura do café produziu os seus primeiros efeitos com a criação das grandes fazendas e o surgimento dos barões do café. Em São José podemos citar como exemplos dessa nobreza latifundiária os barões de Águas Claras e de Bemposta. A antiga fazenda de Águas Claras, hoje o nome de um bairro do município, teve a honra de hospedar D. Pedro II e seus familiares, por mais de uma vez, quando o monarca fez instalar uma linha telefônica entre o palácio da Quinta da Boa Vista e a sede da fazenda, de onde mantinha o controle do governo. O aparelho encontra-se hoje na fazenda Nossa Senhora do Belém, no mesmo município. Essa amizade entre a nobreza latifundiária dos barões do café e a realeza possibilitou a abertura de uma linha de trem serpenteando o rio Preto, até as proximidades da Igraja Matriz, de onde eram embarcadas 150 mil sacas da rubiácea, anualmente, mas com a queda do preço internacional do produto, em 1930, as lavouras foram erradicadas e a ferrovia retirou seus trilhos, em 1946. A máquina Goldfingher subia a Raiz da Serra da Estrela, passava por Petrópolis, Areal e o distante Distrito São José do Rio Preto, com uma estação ferroviária nas terras da Fazenda Águas Claras. O Imperador D. Pedro II viajou nesse trem apenas uma vez, com sua família, partindo de Petrópolis, e passou sete dias hospedado no solar de estilo colonial, ricamente ornado com flores e grinaldas produzidas especialmente para a ocasião.

À cafeicultura deve São José a construção das grandes sedes de fazendas, tais como as das fazendas do Calçado Grande, Nossa Senhora do Belém, Sossego e Águas Claras. A lavoura do café aumentou, consideravelmente, o emprego da mão-de-obra escrava, o que resultou em toda a Província na presença maciça do elemento negro africano que tanto contribuiu, com seu trabalho, para a efetivação de um novo ciclo de desenvolvimento implantado no Vale do Paraíba.

Os primeiros povoados da região do Rio Preto foram constituídos pelas famílias mineiras que atravessavam o Paraíba em busca de novas terras para a agricultura, depois da queda da atividade de mineração. Também vieram os plantadores de café, trazendo a experiência do plantio realizado em outras regiões da Província. Completaria este quadro a presença de colonos portugueses e, a seguir, de italianos.

O ciclo do café começou a desmoronar-se com o esgotamento do solo, a libertação dos escravos e a queda internacional do preço do produto, de 1888 a 1929. A crise que se seguiu à derrocada do café fez com que a região do Rio Preto, a exemplo de outras, sofresse um período de retrocesso econômico. Casas comerciais se fecharam, o que afetou diretamente o crédito agrícola, os trilhos da via férrea foram retirados, as grandes fazendas foram despovoadas e a política dominante dos proprietários de terras entrou em declínio. Muitas famílias venderam os seus bens e foram para outras regiões.

Um novo ciclo econômico foi paulatinamente se instalando em São José do Rio Preto, através da avicultura que trouxe de volta o desenvolvimento e representou, a princípio, um fator econômico altamente socializante, pois as famílias com o manejo fácil de 3 ou 4 galinheiros, podiam ganhar o seu sustento, com a participação da mulher e dos filhos e ainda deixando livre o chefe da família para exercer outra atividade paralela.

O ciclo da avicultura harmonizou-se com a agricultura, com o fornecimento de adubo para a lavoura. A olericultura tomou grande vulto na economia riopretana. De 1950 a 1960, no auge da avicultura, São José do Rio Preto foi considerado o maior centro avícola da América do Sul.

Começaram, nesta época, a surgir novos loteamentos, comércios, colégios, hospital, etc, trazendo o crescimento e progresso a São José do Rio Preto. De acordo com registros históricos São José do Vale do Rio Preto teve as seguintes denominações:

  • Povoado de São José da Serra Acima - 1813;
  • Freguesia de São José da Serra – 1823;
  • Freguesia de São José do Rio Preto – 1825;
  • Paranaúna – 1944;
  • São José do Rio Preto – 1947;
  • São José do Vale do Rio Preto – 1987.

Como era de se esperar, este imenso território da Freguesia de São José do Rio Preto que já era um desmembramento da antiga freguesia de Inhomirim, sofreu outros desmembramentos no decurso da História da Província Fluminense. Dela foram desmembradas a freguesia de Sebolas e o Curato de Matosinho, em 1839, a Freguesia de Nossa Senhora Aparecida, em 1842, a Freguesia de São Pedro de Alcântara, em 1846 (origem do Município de Petrópolis) e finalmente, a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Bemposta, em 1855.

A futura cidade de Petrópolis, bem como a área que formou o seu município na bacia do Piabanha, constituíam um simples Curato daquela freguesia e obedeciam administrativamente às autoridades de São José do Rio Preto.

O decreto de 15 de janeiro de 1833, deu à povoação de Paraíba do Sul o predicamento de vila, compreendendo São José do Rio Preto, com sua paróquia e sua administração policial e judiciária como parte do novo município.

Com a efetivação da lei nº 961, de 29 de setembro de 1857, foi conferida à Colônia de Petrópolis os foros de Cidade. Porém, não lhe coube o território de São José do Rio Preto, a fértil bacio do Rio Preto conservou-se dependente da administração de Paraíba do Sul.

O Decreto nº 01, de 8 de maio e nº 01A, de 3 de junho de 1892, incorporou a Freguesia de São José do Rio Preto a Petrópolis como seu 5º Distrito. Sob a administração de Petrópolis, São José do Rio Preto sofreu amputações territoriais. São José do Rio Preto conseguiu sua emancipação, em 15 de dezembro de 1987, surgindo o Município de São José do Vale do Rio Preto, que faz divisa com os municípios de Petrópolis, Teresópolis, Areal e Sapucaia. (Do Livro "Causos na História de São José do Vale do Rio Preto", Roberto Perez, 2001).

Ligações externas