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Estilo de aprendizagem

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Os estilos de aprendizagem referem-se a uma série de teorias concorrentes e contestadas que visam explicar diferenças na aprendizagem dos indivíduos.[1] Essas teorias propõem que todas as pessoas aprendem de forma diferente e podem ser classificadas de acordo com seu estilo de aprendizagem, embora as várias teorias apresentem visões diferentes sobre como os estilos devem ser definidos e categorizados.[1] Um conceito comum é que os indivíduos diferem em como aprendem.[2]

Atualmente várias são as teorias que visam explicar os estilos de aprendizagem, uma boa porção delas apresenta conceitos e modelos com diferenças significativas entre si, o que dificulta criar um consenso sobre o que realmente vem a ser o estilo de aprendizagem.

No entanto, existe uma premissa comum a todos os autores: existem diferenças individuais mediante a aprendizagem, ou seja, cada indivíduo reage de maneira particular diante de atividades exigidas.

Alliprandini, Pullin e Guimarães (2011) consideram que os estilos de aprendizagem referem-se ao método pelo qual o estudante raciocina, lembra, resolve, intui ou aprende, e não pelo conteúdo. Fatores sociais, emocionais, ambientais e condições físicas afetam a aprendizagem.

A ideia de estilos de aprendizagem individualizados tornou-se popular na década de 1970,[3] e influenciou muito a educação, apesar das críticas que a ideia recebeu de alguns pesquisadores.[4] Os proponentes recomendam que os professores avaliem os estilos de aprendizagem de seus alunos e adaptem seus métodos de sala de aula para melhor adequar-se ao estilo de aprendizado de cada aluno.[5] Embora haja ampla evidência de que os indivíduos expressam preferências sobre como eles preferem receber informações,[4] poucos estudos encontraram alguma validade no uso de estilos de aprendizagem na educação.[2] Os críticos dizem que não há evidências consistentes de que a identificação do estilo de aprendizagem de um aluno individual e o ensino para estilos de aprendizagem específicos produzam melhores resultados para os alunos.[4][6]

Os estilos de aprendizagem, segundo Jean Piaget,[7] acontecem em processos que acompanham o ser humano durante toda a vida. São processos inter-relacionados que irão se desenvolver juntamente com a maturação cerebral.[8] Esses processos são influenciados por múltiplos aspectos: os aspectos psicológicos, sociais, ambientais e genéticos.[9] A estimulação precoce e de diferentes formas propiciaria ao indivíduo a experimentação. Por meio de tentativas, erros e acertos, o indivíduo iria aumentar seu repertório de comportamentos. Como seres distintos, cada um aprenderia de modo particular, como: auditivos, visuais e sinestésicos.[10]

Um indivíduo pode ter seu aprendizado beneficiado ou facilitado por unicamente uma via ou uma mescla de recursos.[11] Existem alguns testes no mercado onde algumas perguntas são colocadas e que, conforme as respostas, direcionam o estilo da pessoa.

Os visuais são aqueles indivíduos que retém melhor a informação por meio de figuras, como por exemplo assistindo um vídeo, vendo uma imagem, fazendo anotações ou mapas mentais. A percepção visual[12] nesses indivíduos é mais amplificada. Os auditivos são aqueles indivíduos que aprendem melhor com informações verbais, como por exemplo uma aula teórica de um professor em uma sala de aula, ouvindo podcasts, por repetições ou músicas. São muitas vezes aqueles indivíduos que não tem necessidade de fazer anotações em sala de aula para a retenção de conteúdos e usam a estratégia da informação verbal para a sua fixação.[13]

Os chamados sinestésicos aprendem melhor quando experimentam na prática as atividades propostas.[14] As informações recebidas são melhores compreendidas quando esses indivíduos colocam a "mão na massa" ou seja quando você aprende fazendo ou na prática. Esses indivíduos são beneficiados de maior interação entre os sentidos como o tato, movimentos e informações visuais e verbais.

Ainda segundo os autores Felder-Silverman os estudantes podem ser classificados como ativos-reflexivos ou visuais-verbais. Os referidos autores criaram um questionário que procura identificar o estilo do estudante segundo critérios pré-definidos identificados a partir das respostas apontadas.

Modelo Felder e Silverman

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Richard Felder, professor do curso de Engenharia Química da Universidade do Estado da Carolina do Norte (EUA), inquieto com as dificuldades de aprendizado dos estudantes nas séries iniciais, que provocavam constantes reprovações e evasão dos alunos do curso de engenharia, deu início a uma pesquisa para encontrar soluções para este caso. Aliou-se a Dra. Linda Silverman, com vasta experiência em psicologia educacional, elaboraram um modelo de Estilos de Aprendizagem.

O modelo Felder e Silverman (1998) é composto por cinco dimensões, que representam as etapas da aprendizagem, onde em cada uma delas o aluno tende a um polo.

“Após alguns anos de pesquisa, Felder propôs duas alterações no modelo: omitir a dimensão indutivo-dedutivo e trocar a dimensão visual-ouvinte para visual-verbal” (SILVA et al 2014, p. 4).

Eliminou a dimensão indutiva/dedutiva, estava incomodado com o fato de alguns professores utilizarem os resultados de suas pesquisas como justificativa para o uso do modo dedutivo em sala de aula, visto ser mais fácil de se controlar e permitir uma cobertura mais rápida do conteúdo a ser ensinado.

Depois mudou a dimensão visual/auditiva para visual/verbal (o autor transfere as informações “auditivas” para a categoria “verbal”, uma vez que as palavras faladas e escritas podem ser incluídas nessa categoria). Ficam assim, contempladas no instrumento, as seguintes dimensões:

  • Sensorial ou intuitivo — percepção;
  • Visual ou verbal — entrada;
  • Ativo ou reflexivo — processamento;
  • Sequencial ou global — compreensão.

As dimensões mostram estilos como polos contrapostos, embora, isso não significa que o indivíduo deva ser classificado a partir de um deles, pois os estilos podem mudar dependendo do conteúdo e da forma que o professor apresenta a matéria.

Referências

  1. a b Coffield, Frank.; Learning and Skills Research Centre. (2004). Learning styles and pedagogy in post-16 learning : a systematic and critical review. London: Learning and Skills Research Centre. ISBN 1853389188. OCLC 813507408 
  2. a b Willingham, Daniel T .; Hughes, Elizabeth M .; Dobolyi, David G. (julho de 2015). "O status científico de teorias de estilos de aprendizagem". Ensino de Psicologia . 42 (3): 266-271. doi : 10.1177 / 0098628315589505.
  3. Em uma extensa lista de instrumentos e teorias de aprendizagem-estilos ( Coffield et al., 2004 , pp. 166-169), os autores listados três obras em estilos de aprendizagem antes de 1950, quatro da década de 1950, sete da década de 1960, 21 de os anos 70, 22 dos anos 80 e 17 dos anos 90.
  4. a b c Pashler, Harold; McDaniel, Mark ; Rohrer, Doug; Bjork, Robert A.(dezembro de 2008). "Estilos de aprendizagem: conceitos e evidências" (PDF) . Ciência psicológica no interesse público . 9 (3): 105-119. doi : 10,1111 / j.1539-6053.2009.01038.x. PMID  26162104.
  5. Pritchard, Alan (2014) [2005]. "Estilos de aprendizagem" . Modos de aprendizagem: aprendendo teorias e estilos de aprendizagem em sala de aula (3ª ed.). Milton Park, Abingdon, Oxon; Nova Iorque: Routledge . pp. 46-65. ISBN 9780415834926. OCLC  853494423 .
  6. Vasquez, Kris (2009). "Estilos de aprendizagem como profecias auto-realizáveis" . Em Gurung, Regan AR; Prieto, Loreto R. (eds.). Obtendo cultura: incorporando diversidade em todo o currículo . Sterling, VA: Estilete. pp. 53–63. ISBN 9781579222796. OCLC  228374299 .
  7. Cavicchia, Durlei. «O desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida» (PDF). Universidade Estadual Paulista. Consultado em 30 de março de 2019 
  8. Ré, Alessandro (11 de novembro de 2010). «Crescimento, maturação e desenvolvimento na infância e adolescência: Implicações para o esporte» (PDF). Revista Motricidade. Consultado em 30 de março de 2019 
  9. Scott, Catherine (1 de abril de 2010). «The Enduring Appeal of 'Learning Styles'». Australian Journal of Education. Consultado em 30 de março de 2019 
  10. James, Waynne (1 de setembro de 1995). «Learning styles: Implications for distance learning». Research Gate. Consultado em 30 de março de 2019 
  11. Ritter, Leonora (10 de outubro de 2007). «Unfulfilled promises: how inventories, instruments and institutions subvert discourses of diversity and promote commonality». Teaching in higher education. Consultado em 30 de março de 2019 
  12. PUC-Rio, PUC-Rio. «Percepção visual e processamento da imagem» (PDF). PUC-Rio. Consultado em 30 de março de 2019 
  13. July, Maria (1 de dezembro de 2001). «A criatividade verbal e sua importância nos ambientes educacionais». Revista Psicologia Escolar e Educacional. Consultado em 30 de março de 2019 
  14. Schmitt, Camila (1 de julho de 2016). «Estilos de aprendizagem: um estudo comparativo» (PDF). Revista Avaliação, Campinas, Sorocaba. Consultado em 30 de março de 2019 

Ligações externas

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  • Site que disponibiliza teste para conhecer o perfil cognitivo: [1]
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