Euclides Marcolla

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Euclides Marcolla
Euclides Marcolla
Euclides Marcolla
Dados pessoais
Nascimento 26 de maio de 1914
São Borja, Rio Grande do Sul
Morte 22 de dezembro de 2010 (96 anos)
Curitiba, Paraná
Nacionalidade brasileira
Ocupação médico e político

Euclides Marcolla (São Borja, 26 de maio de 1914 - Curitiba, 22 de dezembro de 2010) foi um médico e político brasileiro filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).[1]

Vida pessoal e formação acadêmica[editar | editar código-fonte]

Euclides Marcolla nasceu em São Borja, no Rio Grande do Sul. Era filho de Atilho Marcolla e Otília Fetzner. Em 1942 graduou-se em medicina pela Faculdade Federal de Porto Alegre. Em 1949, casou-se com Zilda Barbachan e juntos tiveram três filhos.

Carreira profissional[editar | editar código-fonte]

Em 1943 Marcolla foi para Monte Alegre (Telêmaco Borba), no Paraná, atuar como médico. Assumiu a chefia do Serviço Médico das Industrias Klabin.[2][3]

Na década de 1940 foi um dos médicos responsáveis por combater a malária na fazenda Monte Alegre. Em 1945 foi instalado um hospital de campanha na localidade de Harmonia, onde 800 pacientes foram internados com a doença.[3] A equipe médica enfrentou diversos obstáculos e limitações para tratar os doentes, principalmente pela falta de medicamentos. Marcolla e os demais profissionais da saúde distribuíam para a população cápsulas de quinino para amenizar a situação, era até então um dos primeiros medicamento correntemente usado para tratar malária.[4]

Em 1949 um surto de paralisia infantil (poliomielite) foi registrado na fazenda Monte Alegre. Marcolla registrou os casos e informou as autoridades, bem como alertou Samuel Klabin, dirigente da fábrica de papel. Samuel Klabin solicitou a vinda de 4500 doses da vacina Sabin diretamente dos Estados Unidos. A equipe médica organizou uma campanha e vacinou muitas crianças. A localidade de Monte Alegre foi uma das primeiras do Brasil a receber esse tipo de vacina.[5] Marcolla também chefiou algumas operações para combater outras epidemias como febre amarela e tifo.[3]

Carreira política[editar | editar código-fonte]

A partir da década de 1950 Marcolla passou a se dedicar a política, filiando-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Foi presidente do partido, em Tibagi, no ano de 1954.

Na década de 1960 prestigiou e foi participante da emancipação política do município de Telêmaco Borba. Nas eleições de 1968, candidatou-se a prefeito pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA), tendo como vice o médico Idezides Rodrigues Rezende, o Dr. Rezende.[6] Foi eleito prefeito e assumiu a gestão no período de 1969 até 1972. Foi o segundo prefeito do município recém emancipado na região dos Campos Gerais do Paraná.

Foi homenageado diversas vezes, tendo também o seu nome em uma escola municipal no bairro Jardim Bandeirante, a Escola Municipal Dr. Euclides Marcolla.

Em 1993 ganhou o diploma de mérito ético-profissional, em homenagem do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), pelo cinquentenário de exercício profissional.

Últimos anos e morte[editar | editar código-fonte]

Marcolla, que era viúvo desde então, mudou-se para Curitiba nos últimos cinco anos de sua vida. Residiu com seu filho, Renato Barbachan Marcolla, sua nora e os quatro netos. No dia 22 de dezembro de 2010 morreu aos 96 anos, vítima de insuficiência cardiorrespiratória. Foi sepultado no cemitério Parque Municipal Jardim da Saudade em Telêmaco Borba.[7]

Referências

  1. «População dá o último adeus ao Dr. Euclides Marcolla». Prefeitura Municipal de Telêmaco Borba. 2010 
  2. Telma Barros Correia (julho de 1997). «A Socialização das cidades empresariais e o desmonte dos requisitos urbanos da vida fabril: tendências recentes no sul do Brasil». 49 Congresso Internacional de Americanistas. Consultado em 26 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 24 de setembro de 2015 
  3. a b c Juliana de Oliveira Teixeira (maio de 2018). «O nomos dos Pinheirais: o processo de colonização da Fazenda Monte Alegre pelas Indústrias Klabin do Paraná (1930-1940)» (PDF). Universidade Federal do Paraná. Consultado em 26 de novembro de 2022 
  4. Marcos Boulos; Araripe Pacheco Dutra; Silvia Maria DiSanti; Mário Shiroma; Vicente Amato Neto (1997). «Avaliação clínica do quinino para o tratamento de malária por Plasmodium falciparum». Rev. Soc. Bras. Med. Trop. Consultado em 26 de novembro de 2022 
  5. André Miguel Coraiola (2003). «Capital do papel: a história do município de Telêmaco Borba». Consultado em 26 de novembro de 2022 
  6. «Médico do povo: Idezides Rodrigues Rezende». Gazeta do Povo. 6 de agosto de 2013. Consultado em 26 de novembro de 2022 
  7. «'Morre ex-prefeito de Telêmaco Borba'». Consultado em 23 de dezembro de 2010. Arquivado do original em 27 de janeiro de 2011