Partido Trabalhista Brasileiro (1981)

Partido Trabalhista Brasileiro | |
---|---|
Número eleitoral | 14 |
Presidente | Roberto Jefferson[1] |
Fundação | 3 de novembro de 1981 (39 anos) |
Registro | 3 de novembro de 1981 (39 anos)[2] |
Sede | São Paulo |
Ideologia | Partido pega-tudo[3] Conservadorismo social[4] Liberalismo econômico[5] Histórico: Trabalhismo[6] Getulismo[7] Nacionalismo de esquerda[8] |
Espectro político | Direita à Extrema Direita[9][10] Histórico: Centro-esquerda [11] |
Ala jovem | Juventude do PTB (JPTB)[12] |
Membros (2021) | 1 102 183 filiados[13] |
Governadores (2021) | 0 / 27 |
Prefeitos (2020) | 212 / 5 568 |
Senadores (2021) | 0 / 81 |
Deputados federais (2021) | 12 / 513 |
Deputados estaduais (2018) | 31 / 1 024 |
Vereadores (2020) | 2 474 / 56 810 |
Cores | Amarelo |
Página oficial | |
https://ptb.org.br/ | |
Política do Brasil |
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) é um partido político brasileiro fundado em 1981 por um grupo político que reivindicou a legenda e sigla do antigo PTB, extinto pela ditadura militar em 1965.[14] Seu código eleitoral é o 14.[15] Com 1.102.183 filiados em fevereiro de 2021, é o 6º maior do país.[16]
História[editar | editar código-fonte]
Após a anistia, diversos trabalhistas históricos voltaram do exílio, de onde vinham organizando a reestruturação do partido, principalmente sob a liderança de Leonel Brizola.[17] Houve então uma acirrada disputa pelo nome, pela sigla e pela legenda do PTB, entre o grupo de Brizola e o grupo liderado pela ex-deputada Ivete Vargas, sobrinha-neta de Getúlio Vargas (seu avô materno, Viriato Dornelles Vargas, era irmão de Getúlio), e antiga presidente do PTB paulista. Tendo o Tribunal Superior Eleitoral dado ganho de causa ao grupo de Ivete em 1980, o grupo de Brizola funda então o Partido Democrático Trabalhista, PDT.[17] O registro provisório do PTB junto ao TSE ocorreu em 1980. Na época, acusou-se Golbery de Couto e Silva de tramar a cessão da sigla para Ivete, a fim de enfraquecer o grupo de Brizola. Em 1980, o PTB tinha apenas um deputado federal, Jorge Cury, do RJ, e nas eleições de 1982, o partido elegeu 13 deputados federais: 5 no RJ e 8 em SP, levados por mais de 260 mil votos de Ivete, além de ter lançado o nome do ex-presidente Jânio Quadros para a disputa do governo paulista. Ivete Vargas morreu em 3 de janeiro de 1984.
Em 1985, o PTB conquista a prefeitura da maior cidade do país, São Paulo, graças à força personalística de Jânio Quadros que, no entanto, tinha pouco compromisso com o programa do partido. Jânio demonstrou esse desinteresse ao, tão logo tomar posse em 1 de janeiro de 1986, se desfiliar do PTB, meses após. Em 1986, o partido lança o empresário Antônio Ermírio de Moraes para o Governo de São Paulo, ficando na segunda colocação perdendo para Orestes Quércia mas ficando frente de Paulo Maluf.
Ao falecer, em 1983, Ivette Vargas foi sucedida pelo então deputado federal Ricardo Ribeiro, de Ribeirão Preto. Na Constituinte, o partido foi liderado pelo deputado federal Gastone Righi, janista de SP. De 1986 a 1991, o partido foi presidido pelo ex-deputado Luiz Gonzaga de Paiva Muniz, do RJ, e após, pelo Senador paranaense José Carlos Martinez, finalmente sucedido pelo deputado federal Roberto Jefferson, após seu falecimento.
Atualmente, seu número eleitoral é 14 e seu registro definitivo data de 3 de novembro de 1981.
Apesar do atual PTB declarar-se em seu programa como nacionalista, defensor da autonomia sindical e dos direitos trabalhistas consagrados na CLT, sua praxe política tem sido de colaboração com o governo em exercício e de defesa de políticas neoliberais [carece de fontes]. Apoiou o governo Figueiredo no Congresso a partir de 1983, obtendo, em troca, cargos de direção em órgãos públicos. Viria a apoiar também todos os governos seguintes: os de José Sarney, Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
O PTB atual abrigou em suas fileiras políticos que se opunham eleitoralmente ao PTB clássico, como Jânio Quadros (embora tenha sido eleito deputado federal pelo PTB do Paraná em 1958), que se elegeu prefeito de São Paulo pelo partido em 1985, e foi também o candidato a Governador da legenda em 1982. Mais recentemente, aceitou a filiação de o também ex-presidente Fernando Collor, que em 2006 se elegeu senador por Alagoas pelo PRTB. A legenda possui força eleitoral significativa no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Mas é no Nordeste, principalmente em Pernambuco, onde o partido se destaca, pois, dos atuais[quando?] 7 senadores, 3 são desta região. Dos 23 deputados federais, 12 são nordestinos (Pernambuco possui 4), ao passo que o Rio Grande do Sul e São Paulo têm 3 deputados cada. Apesar de se declarar como independente, apoia o Governo Lula, apoiou candidatos do PT aos governos estaduais, incluindo alguns vitoriosos, como no Piauí e na Bahia.
Em 1989, o atual PTB postulou o nome do paranaense Affonso Camargo à Presidência da República, que obteve votação inexpressiva (0,5%). Sua votação para a Câmara federal em 2002 e 2006 tem oscilado entre 4 a 5% dos votos. Em 2002 incorporou o PSD (Partido Social Democrático), e em 2007 incorporou o PAN (Partido dos Aposentados da Nação).
Sua presidente nacional foi, a partir do fim de 2014, a ex-vereadora carioca e nova deputada federal Cristiane Brasil, filha do ex-deputado Roberto Jefferson, sucedendo ao ex-deputado federal Benito Gama, derrotado no pleito de 2014, que tinha sucedido a Jefferson, após sua prisão em 2012. Sua bancada federal, de 21 deputados, em 2010, saltou para 25 deputados e 3 senadores, no pleito de 2014, mantendo 4% dos votos para a Câmara dos Deputados. Em 2015, o PTB anuncia que iria ser independente do governo durante ao plenário da câmara federal.
O atual presidente nacional do Partido, desde abril de 2016, é o ex-deputado federal Roberto Jefferson, que reconquistou seus direitos políticos.
Em 2020, nas eleições municipais desse ano, o partido elege 212 prefeituras e 2474 vereadores, sem eleger nenhum prefeito nas capitais.
Organização[editar | editar código-fonte]
Parlamentares atuais[editar | editar código-fonte]
O senador Telmário Mota (RR), eleito pelo PTB em 2014, e os senadores Lucas Barreto (AP) e Nelsinho Trad (MS), eleitos pelo PTB em 2018, saíram do partido em 2019. Desde então o PTB não tem mandato no senado.
Deputados federais atuais (11) | |||
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UF | Deputado(a) e Legislaturas |
Imagem | |
AL | Nivaldo Albuquerque 55ª, 56ª |
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CE | Pedro Augusto Bezerra 56ª |
— | |
MA | Pedro Lucas Fernandes 56ª |
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MT | Emanuelzinho 56ª |
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PA | Eduardo Costa 56ª |
— | |
PA | Paulo Bengtson 56ª |
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PB | Wilson Santiago 52ª, 53ª, 56ª |
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PR | Luisa Canziani 56ª |
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RS | Marcelo Moraes 56ª |
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RS | Maurício Dziedricki 56ª |
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RS | Ronaldo Santini 56ª |
— | |
Observação: Ronaldo Santini (RS) é suplente e atualmente está empossado. |
Deputados estaduais atuais (30) | |||
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UF | Deputado(a) | UF | Deputado(a) |
AC | Marcus Cavalcante | PE | Romero Sales Filho |
AL | Antonio Albuquerque | PI | Janaina Marques |
AM | Saullo Vianna* | PI | José Nerinho |
DF | Jaqueline Silva | PR | Tião Medeiros |
ES | Adilson Espindula | RJ | Marcus Vinícius Neskau |
MA | Mical Damasceno | RO | Ezequiel Neiva |
MG | Arlen Santiago | RR | Jeferson Alves |
MG | Braulio Braz | RS | Aloísio Classmann |
MG | Sargento Rodrigues | RS | Dirceu Franciscon |
MS | Neno Razuk | RS | Elizandro Sabino |
PA | Angelo Ferrari | RS | Luís Augusto Lara |
PA | Delegado Toni Cunha | RS | Kelly Moraes |
PB | Doda de Tião | SE | Rodrigo Valadares |
PB | Wilson Santiago Filho | SP | Douglas Garcia* |
PE | Álvaro Porto | TO | Antonio Andrade* |
Observações: Nomes marcados com o símbolo * foram eleitos por outros partidos. Antônio Furlan (AP), Campos Machado (SP), Henrique Arantes (GO), Marcelo Cruz (RO) e Roque Barbiere (SP) foram eleitos pelo PTB mas saíram do partido. |
Presidentes[editar | editar código-fonte]
- (1980-1984) Ivete Vargas
- (1984) Ricardo Ribeiro
- (1984-1993) Luiz Gonzaga de Paiva Muniz
- (1993-1994) Manoel Antônio Rodrigues Paiva
- (1994-1999) José Eduardo de Andrade Vieira
- (1999-2003) José Carlos Martinez
- (2003-2005) Roberto Jefferson
- (2005-2006) Flávio Martinez
- (2006-2012) Roberto Jefferson
- (2012-2014) Benito Gama
- (2014-2016) Cristiane Brasil
- (2016) Roberto Jefferson
Desempenho eleitoral[editar | editar código-fonte]
Legislatura | Bancada | % | ± |
---|---|---|---|
47ª (1983–1987) | 13 / 479 |
2,71 | ![]() |
48ª (1987–1991) | 16 / 494 |
3,23 | ![]() |
49ª (1991–1995) | 37 / 503 |
7,35 | ![]() |
50ª (1995–1999) | 31 / 513 |
6,04 | ![]() |
51ª (1999–2003) | 31 / 513 |
6,04 | ![]() |
52ª (2003–2007) | 26 / 513 |
5,06 | ![]() |
53ª (2007–2011) | 22 / 513 |
4,28 | ![]() |
54ª (2011–2015) | 22 / 513 |
4,28 | ![]() |
55ª (2015–2019) | 25 / 513 |
4,87 | ![]() |
56ª (2019–2023) | 10 / 513 |
1,94 | ![]() |
Os números das bancadas representam o início de cada legislatura, desconsiderando, por exemplo, parlamentares que tenham mudado de partido posteriormente.
Eleições estaduais[editar | editar código-fonte]
Participação e desempenho do PTB nas eleições estaduais de 2018[19] | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Candidatos majoritários eleitos (10 governadores e 17 senadores).
Em negrito estão os candidatos filiados ao PTB durante a eleição.
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Eleições presidenciais[editar | editar código-fonte]
Ano | Imagem | Candidato a Presidente | Candidato(a) a Vice-Presidente | Coligação | Votos | Posição |
---|---|---|---|---|---|---|
1989 | Affonso Camargo
(PTB) |
Luís Gonzaga de Paiva Muniz
(PTB) |
sem coligação | 379.286 (0,52%) | 11ª | |
1994 | Fernando Henrique Cardoso
(PSDB) |
Marco Maciel
(PFL) |
União, Trabalho e Progresso | 34.364.961 (54,27%) | 1ª | |
1998 | Fernando Henrique Cardoso
(PSDB) |
Marco Maciel
(PFL) |
União, Trabalho e Progresso | 35.936.540 (53,06%) | 1ª | |
2002 | Ciro Gomes(PPS) | Paulo Pereira da Silva(PTB) | Frente Trabalhista(PPS, PTB e PDT) | 10.170.882 (11,97%) | 4º | |
2010 | José Serra(PSDB) | Indio da Costa(DEM) | O Brasil pode mais(PSDB, DEM, PPS, PMN, PTdoB e PTB) | 43.711.388 (43,95%) | 2º | |
2014 | Aécio Neves
(PSDB) |
Aloysio Nunes
(PSDB) |
Muda Brasil | 51.036.040 (48,36%) | 2ª | |
2018 | Geraldo Alckmin
(PSDB) |
Ana Amélia
(PP) |
Para Unir o Brasil | 5.096.349 (4,76%) | 4ª |
Controvérsias[editar | editar código-fonte]
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Diferença de Ideologia[editar | editar código-fonte]
Após sua recriação, o partido foi criticado por deixar a influência de Getúlio Vargas de lado, figura histórica do antigo PTB. O partido também foi criticado durante o processo de impeachment de Collor, quando muitos políticos do partido no Congresso votaram pela absolvição de Collor.
Corrupção[editar | editar código-fonte]
Com base em dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral divulgou um balanço, em 4 de outubro de 2007, com os partidos com maior número de parlamentares cassados por corrupção desde o ano 2000. O PTB ocupa a quinta posição no ranking, com 24 cassações.[20]
Notas e referências
Notas
Referências
- ↑ «Roberto Jefferson reassume presidência nacional do PTB»
- ↑ Tribunal Superior Eleitoral (TSE). «TSE - Partidos políticos registrados no TSE». Consultado em 7 de novembro de 2015
- ↑ Mariana Alvim (31 de janeiro de 2018). «De Getúlio Vargas a Cristiane Brasil, como o PTB passou do trabalhismo histórico aos ataques à Justiça do Trabalho». BBC Brasil. Consultado em 10 de fevereiro de 2019
- ↑ https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42881692
- ↑ https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42881692
- ↑ https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42881692
- ↑ https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42881692
- ↑ https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42881692
- ↑ André Shalders (11 de setembro de 2017). «Direita ou esquerda? Análise de votações indica posição de partidos brasileiros no espectro ideológico». BBC Brasil. Consultado em 10 de fevereiro de 2019
- ↑ https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-62762006000100006&lng=en
- ↑ https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42881692
- ↑ https://ptb.org.br/jptb/
- ↑ http://www.tse.jus.br/eleitor/estatisticas-de-eleitorado/filiados}}
- ↑ http://memorialdademocracia.com.br/card/golbery-tira-de-brizola-a-sigla-ptb
- ↑ Tribunal Superior Eleitoral: Partidos políticos registrados no TSE Arquivado em 17 de julho de 2007, no Wayback Machine., acessado em 25 de julho de 2007
- ↑ «Estatísticas do eleitorado – Eleitores filiados». www.tse.jus.br. Consultado em 11 de março de 2020
- ↑ a b Erro de citação: Etiqueta
<ref>
inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome:1
- ↑ Bancada na Eleição Portal da Câmara dos Deputados. Acessado em 8 de março de 2021.
- ↑ TSE. «Repositório de Dados Eleitorais». Consultado em 8 de março de 2021
- ↑ «Desde 2000, 623 políticos foram cassados. DEM lidera ranking». O Globo. Consultado em 11 de julho de 2010