Luis Carlos Heinze
Luis Carlos Heinze | |
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Senador do Rio Grande do Sul | |
Período | 1º de fevereiro de 2019 até atualidade |
Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul | |
Período | 1º de fevereiro de 1999 até 31 de janeiro de 2019 |
Prefeito de São Borja | |
Período | 1º de janeiro de 1993 até 31 de dezembro de 1996 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 14 de setembro de 1950 (70 anos) Candelária, Rio Grande do Sul |
Progenitores | Mãe: Cecy Therezinha Seckler Heinze Pai: Darcy Volnier Heinze |
Prêmio(s) | Medalha do Pacificador[1] |
Esposa | Sandra Maria Batista Heinze |
Partido | PDS (1992-1993) PPR (1993-1995) PP (1995-presente) |
Religião | Cristianismo/Luteranismo |
Profissão | Engenheiro agrônomo e produtor rural |
Fortuna | R$ 8,3 milhões (2018)[2] |
Luis Carlos Heinze (Candelária, 14 de setembro de 1950) é um engenheiro agrônomo e político brasileiro, ex-prefeito de São Borja, e atualmente senador do Rio Grande do Sul, filiado ao Progressistas (PP). Em 2018, foi eleito senador pelo Rio Grande do Sul, obtendo 2.316.177 votos, o equivalente a 21,94% dos votos válidos.[3]
Atuação na Câmara dos Deputados[editar | editar código-fonte]
Membro da Comissão Central dos Orizicultores Gaúchos no boicote da comercialização do arroz, 1984, da Comissão de Crédito Rural da FARSUL, Porto Alegre, RS, 1985-1988, da Comissão Central que organizou o Tratoraço a Porto Alegre, RS, 1986, e da Comissão Mista Brasil-Argentina para construção da Ponte Internacional São Borja-São Tomé, 1993-1996. Coordenou a Comissão do Endividamento dos Produtores Rurais Gaúchos, 1987. Participou de lideranças gaúchas do Alerta do Campo à Nação, Brasília, DF, 1987, e da coordenação do boicote estadual à comercialização, 1988. Defendeu e aprovou, na AMFRO, a contratação de estudos sobre a orizicultura gaúcha, 1994. Apoiou, incentivou e participou do movimento Caminhonaço a Brasília, DF, 1995. Liderou a comitiva de prefeitos gaúchos que foram a Brasília apoiar a bancada ruralista, 1995.[4]
Nas eleições de 2014, realizadas em 5 de outubro, no quinto mandato consecutivo, foi eleito o deputado federal mais votado pelo Rio Grande do Sul para a 55ª legislatura (2015 — 2019).[5] Em 1 de fevereiro de 2015 assumiu o cargo.[6][7]
No primeiro mandato como deputado federal – 1999/02 - assumiu a presidência da Comissão da Agricultura da Câmara dos Deputados e ficou conhecido nacionalmente quando enfrentou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST – e impôs um novo rito às desapropriações de terras para a reforma agrária – MP das Invasões.[carece de fontes] Desde então, outros temas agropecuários foram abordados por Heinze, como a lei do seguro agrícola, o refinanciamento das dívidas, a liberação dos transgênicos, a isenção do PIS e Cofins dos alimentos e dos produtos agrícolas, os novos programas e taxas de juros menores para o crédito rural, as mudanças no Código Florestal.[carece de fontes]
Histórico político[editar | editar código-fonte]
Foi prefeito de São Borja na gestão 93/96.[carece de fontes] Em 1998 foi eleito para o primeiro mandato com 63.606 votos. Em 2002, foi reeleito com 132.395 votos. Quatro anos depois foi reconduzido ao cargo com 205.734 votos - o deputado mais votado do seu partido, o segundo do Rio Grande do Sul. Em 2010 Heinze foi reeleito para o quarto mandato com 180.403 votos - o terceiro deputado mais votado do Rio Grande do Sul e, novamente, o primeiro do seu partido. Nas últimas eleições, concorrendo ao quinto mandato consecutivo, Luis Carlos Heinze foi o deputado federal mais votado do Rio Grande do Sul com 162.462 votos.[5]
Foi reeleito deputado federal em 2014, para a 55.ª legislatura (2015-2019). Votou a favor do Processo de impeachment de Dilma Rousseff.[8] Já durante o Governo Michel Temer, votou a favor da PEC do Teto dos Gastos Públicos.[8] Em abril de 2017 foi favorável à Reforma Trabalhista.[8][9] Em agosto de 2017 votou a favor do processo em que se pedia abertura de investigação do então presidente Michel Temer.[8][10]
Em março de 2018, o deputado foi escolhido pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo Partido Progressista.[11]
Controvérsias[editar | editar código-fonte]
Em uma audiência pública realizada no município de Vicente Dutra, em novembro de 2013, Heinze afirmou que "quilombolas, índios, gays, lésbicas" são "tudo que não presta".[12] Em fevereiro do ano seguinte, após a divulgação de um vídeo contendo as declarações do deputado, ele afirmou que mantém o que disse. Além disso, aconselhou os produtores rurais a contratarem seguranças privados, mesmo que isso acarretasse derramamento de sangue.[13]
Em 7 de dezembro do mesmo ano, durante o Leilão da Resistência, em Campo Grande, promovido para arrecadar dinheiro para a formação de milícias privadas contra índios, Heinze voltou a fazer declarações do mesmo gênero. O deputado afirmou que o ministro Gilberto Carvalho "aninha no seu gabinete índios, negros, sem terra, gays, lésbicas". Posteriormente, o ruralista disse que "excedeu" em um "momento de discurso".[14]
Em março de 2014 a organização de defesa das minorias Survival, ONG inglesa, decidiu eleger Heinze como "Racista do Ano", por seus comentários sobre os indígenas, homossexuais e negros em seu país.[15]
Em maio do mesmo ano, o Conselho Aty Guassu Guarani Kaiowa e outros, ingressou com uma ação no STF contra o deputado Heinze -.[16] Os ministros entenderam que o parlamentar não teve a intenção de atingir o ser humano e o processo foi arquivado em abril de 2015.
Em fevereiro de 2015, o deputado foi denunciado pelo então Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, pelos crimes de difamação injúria contra o procurador da República de Erechim, Ricardo Gralha.[17]
Em abril do mesmo ano, Heinze prestou depoimento à Polícia Federal sobre a acusação de ter recebido propina no esquema ligado à Petrobras.[18]
Ocorrências na Justiça e Tribunais de Contas[editar | editar código-fonte]
Foi alvo de inquérito aberto com a Operação Lava Jato da Policia Federal, que investiga esquema de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras.[19] No dia 6 de março de 2015, Heinze foi apontado, junto de outros 22 deputados federais e 12 senadores, como suspeito de envolvimento nos desvios de dinheiro. A lista de políticos suspeitos de envolvimento foi divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após pedido de abertura de inquérito pela Procuradoria-Geral da República.[20] Na delação premiada o doleiro Alberto Youssef afirmou que achava que o deputado Heinze participava do esquema de corrupção.
Após dois anos e seis meses de investigações pela Polícia Federal, Ministério Público e Receita Federal foi comprovado que o parlamentar não tinha qualquer envolvimento nos esquemas de corrupção. No dia 29 de setembro de 2017, o Diário da Justiça publicou o arquivamento do processo
Filiação religiosa[editar | editar código-fonte]
Luis Carlos Heinze é membro da Igreja Evangélica Luterana.[21]
Desempenho em eleições[editar | editar código-fonte]
Ano | Eleição | Coligação | Partido | Candidato a | Votos | Votos em São Borja | Resultado |
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1992 | Municipal de São Borja | PDS | PDS | Prefeito | — | 11.791 (1º - turno único) | Eleito[22] |
1998 | Estadual no Rio Grande do Sul | PPB e PL | PPB | Deputado Federal | 63.606 (14º) | 20.706 (1º) | Eleito[23][24] |
2002 | Estadual no Rio Grande do Sul | PPB | PPB | Deputado Federal | 132.395 (7º) | 15.485 (1º) | Eleito[25][26] |
2006 | Estadual no Rio Grande do Sul | PP | PP | Deputado Federal | 205.734 (2º) | 19.269 (1º) | Eleito[27][28] |
2010 | Estadual no Rio Grande do Sul | PP, PSDB, PRB, PPS, PSC, PSL, PHS e PTdoB | PP | Deputado Federal | 180.403 (3º) | 13.546 (1º) | Eleito[29] |
2014 | Estadual no Rio Grande do Sul | PP, PSDB, PRB e SD | PP | Deputado Federal | 162.462 (1º) | 7.781 (2º) | Eleito[30] |
2018 | Estadual no Rio Grande do Sul | PSDB, PTB, PP, PRB, PPS, PHS e REDE | PP | Senador | 2.316.365 (1º) | 17.607 (1º) | Eleito[31] |
Referências
- ↑ «Boletim do Exército do Brasil de julho de 2019». Secretaria Geral do Exército do Brasil (pdf). Consultado em 10 de setembro de 2020
- ↑ «LUIS CARLOS HEINZE». Tribunal Superior Eleitoral. Outubro de 2018. Consultado em 3 de novembro de 2019
- ↑ «Luis Carlos Heinze (PP) e Paulo Paim (PT) são eleitos senadores pelo Rio Grande do Sul»
- ↑ «QUem é Luiz Carlos Heinze». Deputado Heinze. Consultado em 17 de abril de 2016
- ↑ a b «Luiz Carlos Heinze 1144»
- ↑ «Conheça os Deputados». Portal da Câmara dos Deputados
- ↑ «Deputados federais eleitos tomam posse na Câmara»
- ↑ a b c d G1 (2 de agosto de 2017). «Veja como deputados votaram no impeachment de Dilma, na PEC 241, na reforma trabalhista e na denúncia contra Temer». Consultado em 11 de outubro de 2017
- ↑ Redação (27 de abril de 2017). «Reforma trabalhista: como votaram os deputados». Consultado em 18 de setembro de 2017
- ↑ Carta Capital (3 de agosto de 2017). «Como votou cada deputado sobre a denúncia contra Temer». Consultado em 18 de setembro de 2017
- ↑ G1 (24 de março de 2018). «PP-RS escolhe Luis Carlos Heinze para ser pré-candidato a governador». Consultado em 23 de abril de 2018
- ↑ «Em vídeo, deputado gaúcho diz que "quilombolas, índios, gays, lésbicas" são "tudo que não presta"». Zero Hora. 12 de fevereiro de 2014. Consultado em 12 de fevereiro de 2014
- ↑ «"Mantenho o que eu disse", diz deputado Luis Carlos Heinze sobre questão da terra no Estado». Zero Hora. 12 de fevereiro de 2014. Consultado em 12 de fevereiro de 2014
- ↑ «Para atacar Gilberto Carvalho, ruralista diz que ele aninha 'negros' no gabinete». Estadão. 27 de fevereiro de 2014. Consultado em 30 de março de 2014
- ↑ «ONG inglesa elege deputado Luis Carlos Heinze o "Racista do Ano"». Terra. 20 de março de 2014. Consultado em 23 de abril de 2016
- ↑ «Supremo Tribunal Federal». portal.stf.jus.br
- ↑ Ministério Público Federal (13 de fevereiro de 2015). «PGR denuncia deputado Luís Heinze por crimes contra a honra». Consultado em 23 de abril de 2018
- ↑ Estado de São Paulo (10 de abril de 2015). «Investigado pelo STF na Lava Jato presta depoimento à PF». Consultado em 23 de abril de 2018
- ↑ «Projeto Excelências». Luis Carlos Heinze (PP-Rio Grande do Sul). Consultado em 14 de julho de 2016
- ↑ «Rio Grande do Sul lidera ranking de políticos investigados na Lava-Jato». Sul21. 6 de março de 2015. Consultado em 23 de abril de 2016
- ↑ «Discursos e Notas Taquigráficas da Câmara dos Deputados: Transcurso dos 489 anos da reforma protestante». Câmara dos Deputados. 31 de outubro de 2006. Consultado em 17 de fevereiro de 2014
- ↑ Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul. «Resultado das Eleições 1992 no Rio Grande do Sul». Consultado em 9 de outubro de 2018
- ↑ Tribunal Superior Eleitoral (4 de outubro de 1998). «Votação por município - Eleições 1998». Consultado em 9 de outubro de 2018
- ↑ Tribunal Superior Eleitoral (4 de outubro de 1998). «Resultado das Eleições 1998 - Deputados Estaduais». Consultado em 9 de outubro de 2018
- ↑ Tribunal Superior Eleitoral (6 de outubro de 2002). «Votação por município - Eleições 2002». Consultado em 9 de outubro de 2018
- ↑ Tribunal Superior Eleitoral (6 de outubro de 2002). «Resultado da Eleição 2002». Consultado em 9 de outubro de 2018
- ↑ Tribunal Superior Eleitoral (1 de outubro de 2006). «Votação por município - Eleições 2006». Consultado em 9 de outubro de 2018
- ↑ Tribunal Superior Eleitoral (1 de outubro de 2006). «Resultado da Eleição 2006 - Deputados Estaduais». Consultado em 9 de outubro de 2018
- ↑ ClicRBS (3 de outubro de 2010). «Eleições 2010». Consultado em 9 de outubro de 2018
- ↑ Gazeta do Povo (5 de outubro de 2014). «Resultado Eleições 2014 - Deputado Estadual». Consultado em 9 de outubro de 2018
- ↑ UOL (7 de outubro de 2018). «Apuração e resultado das Eleições 2018 - Senador». Consultado em 10 de outubro de 2018
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Sítio oficial (em português)
- Luis Carlos Heinze na Câmara de Deputados