Gilberto Carvalho
Gilberto Carvalho | |
---|---|
Gilberto Carvalho em 2011. | |
Ministro-Chefe da Secretaria-Geral da Presidência do Brasil | |
Período | 1º de janeiro de 2011 até 1° de janeiro de 2015 |
Presidente | Dilma Rousseff |
Antecessor(a) | Luiz Dulci |
Sucessor(a) | Miguel Rossetto |
Secretário Municipal de Comunicação de Santo André | |
Período | 1° de janeiro de 1997 até 31 de dezembro de 2000 |
Prefeito | Celso Daniel |
Sucessor(a) | Mario Maurici |
Secretário Municipal de Governo de Santo André | |
Período | 1° de janeiro de 2001 até 14 de janeiro de 2002 |
Prefeito | Celso Daniel |
Sucessor(a) | Mario Maurici |
Dados pessoais | |
Nascimento | 21 de janeiro de 1951 (73 anos) Londrina, PR, Brasil |
Progenitores | Mãe: Geracy Ballarotti Carvalho Pai: Antônio Carvalho |
Alma mater | Universidade Federal do Paraná (UFPR) |
Prêmio(s) | Ordem do Mérito Militar[1] |
Partido | PT (1980–presente) |
Profissão | filósofo, político |
Gilberto Carvalho ComMM (Londrina, 21 de janeiro de 1951) é um filósofo e político brasileiro filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT).[2] Foi ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil.[3]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nascido no município de Londrina, no Paraná, Gilberto Carvalho é um dos três filhos de Antônio Carvalho e Geracy Ballarotti Carvalho.[3] Cursou e concluiu o curso de filosofia pela Universidade Federal do Paraná.[3] Estudou teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná[4], mas deixou o curso antes da conclusão. Fez especialização em gerenciamento público, em instituições de Venezuela, México e Espanha. Ele foi ligado à Pastoral Operária (movimento da Igreja Católica) e desempenhou diversas funções no Partido dos Trabalhadores (PT). Exerceu o cargo de Secretário de Comunicação e de Governo na prefeitura municipal de Santo André[5] e foi o chefe de Gabinete Presidencial durante os oito anos de Lula na Presidência da República, além de Ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.[3]
Assessor e conselheiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sendo por vezes chamado de "o novo Golbery" ou de "o novo Chalaça", remetendo-se aos tempos do presidente Ernesto Geisel e do imperador Dom Pedro I.[6] Em 2003, foi admitido por Lula à Ordem do Mérito Militar no grau de Comendador especial.[1]
Foi casado com Maria do Carmo Alves de Albuquerque, com quem teve três filhos: Samuel, Gabriel e Myriam. Do segundo casamento, com Floripis dos Santos, teve duas filhas: Bruna e Brenda.[7][8]
Governo Dilma Rousseff
[editar | editar código-fonte]Em 3 de dezembro de 2010, foi anunciado pela equipe de transição da presidente eleita Dilma Rousseff como o futuro ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência.[9] Em sua primeira entrevista, disse que sua primeira meta seria enviar ao Congresso um projeto de lei para criar o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, cujo propósito é flexibilizar repasses de verbas para ONGs. Sua função como secretário-geral da presidência é negociar com organizações sociais da sociedade civil, bem como negociar reajustes de salário de diferentes categorias trabalhistas.[10]
Controvérsias
[editar | editar código-fonte]Celso Daniel
[editar | editar código-fonte]Os irmãos de Celso Daniel acusaram Gilberto Carvalho de participar de um suposto esquema de arrecadação de propina no ABC Paulista: "Os irmãos do prefeito dizem que Carvalho chegou a confessar que certa vez levou no seu Chevrolet Corsa preto uma mala com 1,2 milhão de reais para o então presidente do PT, José Dirceu".[11] As acusações que foram rechaçadas quando Gilberto e os irmãos de Celso Daniel estiveram frente a frente na CPI dos bingos, no final de 2005.[12][13] A socióloga Ivone Santana, que além de ser a namorada de Celso Daniel na época do assassinato, era a mãe da única filha do ex-Prefeito de Santo André, também nunca confiou na versão apresentada pelos seus cunhados para o assassinato, visto que eles não eram próximos do irmão Prefeito e não acompanhavam o dia a dia da administração.[13][14][15]
FARCs
[editar | editar código-fonte]Em junho de 2008, teve o seu nome, assim como os de outros integrantes do governo federal, citado por um veículo da imprensa colombiana, repercutindo reportagens da Folha de S.Paulo, após a apreensão do laptop de Raúl Reyes, número 2 do grupo guerrilheiro FARCs (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), que fora morto pelo governo colombiano em março de 2008.[16] O então Ministro da Defesa Nelson Jobim ao saber das mensagens que mencionavam integrantes do Governo Federal procurou o Presidente Lula para informá-lo da existência de tais mensagens.[17] O Presidente então encaminhou o material para ser periciado pela Interpol e pela ABIN e condenou os sequestros praticados pelo grupo guerrilheiro colombiano.[17][18][19] Gilberto Carvalho disse nunca ter tido contato ou trocado mensagens eletrônicas com Olivério Medina, limitando-se a ter intercedido para que melhorassem as condições da prisão onde ele estava.[18] O ex-padre Francisco Antonio Cadena Collazos, conhecido como 'Oliverio Medina' era considerado 'embaixador' do grupo guerrilheiro no Brasil.[8][20]
Operação Zelotes
[editar | editar código-fonte]No centro da operação da Polícia Federal denominada Zelotes, em 2015, foi acusado de fazer acordos secretos com lobistas, que desejavam obter benefícios fiscais, a partir do período do governo Lula. No dia 21 de junho de 2021 foi absolvido junto do ex-Presidente Lula e outros cinco réus das acusações apresentadas pelo MPF.[21]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b BRASIL, Decreto de 2 de abril de 2003.
- ↑ Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «CARVALHO, Gilberto». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 22 de junho de 2021
- ↑ a b c d Fraga, Plínio. «Os ouvidos do Planalto». Revista Piauí. Consultado em 28 de junho de 2021
- ↑ Londrina.pr.gov.br
- ↑ «Secretário de Governo de Santo André deixa o cargo - Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: política». Jornal Diário do Grande ABC. 13 de janeiro de 2002. Consultado em 16 de agosto de 2024
- ↑ «Amigo de Lula há 30 anos, Carvalho é confirmado na Secretaria Geral». G1. 3 de dezembro de 2010. Consultado em 7 de dezembro de 2010
- ↑ FRAGA, PLÍNIO (5 de setembro de 2011). «OS OUVIDOS DO PLANALTO». Folha de S.Paulo. Consultado em 21 de fevereiro de 2020
- ↑ a b Cechine, Sinclair (17 de fevereiro de 2017). «CARVALHO, Gilberto, Biografia». Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), Escola de Ciências Sociais da Fundação Getulio Vargas. Consultado em 21 de fevereiro de 2020
- ↑ «Equipe de transição anuncia mais três ministros do governo Dilma». G1. 3 de dezembro de 2010. Consultado em 4 de dezembro de 2010
- ↑ Passarinho, Nathalia (3 de dezembro de 2010). «Carvalho diz que primeira missão será flexibilizar repasses a ONGs». G1. Consultado em 7 de dezembro de 2010
- ↑ «Escândalos do Governo Lula: Quem é quem». Veja on-line. Consultado em 4 de dezembro de 2010
- ↑ «Acareação não elimina dúvidas sobre crime». Folha de S.Paulo. 27 de outubro de 2005. Consultado em 30 de junho de 2021
- ↑ a b «Reeleição será dolorosa, diz o chefe-de-gabinete de Lula». Folha de S.Paulo. 7 de novembro de 2005. Consultado em 30 de junho de 2020
- ↑ «"É fácil fazer teoria da conspiração, mas a morte de Celso Daniel não foi política"». El País. 5 de abril de 2016. Consultado em 1 de julho de 2021
- ↑ Duailibi, Julia (21 de dezembro de 2003). «Para namorada de Daniel, há "conspiração"». Folha de S.Paulo. Consultado em 30 de junho de 2021
- ↑ «Colômbia anuncia morte de nº 2 das Farc». Folha de S.Paulo. 2 de março de 2008. Consultado em 29 de junho de 2021
- ↑ a b «Abin investiga elo entre Farc e petistas». Folha de S.Paulo. 2 de agosto de 2008. Consultado em 29 de junho de 2021
- ↑ a b «Governo nega envolvimento com as Farc». Folha de S.Paulo. 2 de agosto de 2008. Consultado em 29 de junho de 2021
- ↑ «PT barrou as Farc em foro da esquerda em São Paulo». Folha de S.Paulo. 31 de maio de 2008. Consultado em 29 de junho de 2021
- ↑ Domingos, João (2 de agosto de 2008). «Assessor de Lula explica ajuda a rebelde». "O Estado de São Paulo". Consultado em 21 de fevereiro de 2020
- ↑ Peron, Isadora (21 de junho de 2021). «Juiz de Brasília absolve Lula em ação sobre MP que beneficiou montadoras da Zelotes». Valor Econômico. Consultado em 29 de junho de 2021