Guido Mantega
Guido Mantega | |
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Guido Mantega em 2006. | |
149.º Ministro da Fazenda do Brasil | |
Período | 27 de março de 2006 a 1º de janeiro de 2015 |
Presidentes |
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Antecessor(a) | Antonio Palocci |
Sucessor(a) | Joaquim Levy (interino Bernard Appy) |
Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão do Brasil | |
Período | 1º de janeiro de 2003 a 18 de novembro de 2004 |
Presidente | Luiz Inácio Lula da Silva |
Antecessor(a) | Guilherme Gomes Dias |
Sucessor(a) | Nelson Machado |
Presidente do BNDES | |
Período | 22 de novembro de 2004 a 27 de março de 2006 |
Presidente | Luiz Inácio Lula da Silva |
Antecessor(a) | Carlos Lessa |
Sucessor(a) | Demian Fiocca |
Dados pessoais | |
Nascimento | 7 de abril de 1949 (73 anos) Gênova, GE Itália |
Nacionalidade | italiano brasileiro |
Prêmio(s) | Ordem do Mérito Militar[1] |
Partido | PT (1980–presente) |
Profissão | economista |
Assinatura | ![]() |
Guido Mantega[a] GOMM (Gênova, 7 de abril de 1949) é um economista nascido na Itália, mas naturalizado brasileiro. No período que o PT esteve no Governo Federal ocupou vários cargos da área econômica. Foi Ministro do Planejamento, Presidente do BNDES e Ministro da Fazenda nos dois mandatos do Presidente Lula. No primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff continuou no comando da Fazenda. Após a reeleição de Dilma foi sucedido no cargo por Joaquim Levy.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Guido nasceu em Gênova na Itália e chegou ao Brasil quando tinha três anos.[2] Filho de um empresário do ramo moveleiro, o seu pai queria que Guido quando ficasse mais velho ajudasse na empresa da família, e foi isso que motivou o futuro ministro pelo curso de Economia. Quando cursava Economia na USP se aproximou do Movimento Estudantil e ingressou no Partido Operário Comunista. No entanto nunca se envolveu em ações armadas.[2] Após se formar pela Universidade de São Paulo, fez o doutorado e especialização em Sociologia. Foi professor de Economia no curso de mestrado e doutorado da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, de 1982 a 1987. Teve entre seus alunos José Márcio Rego. É professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, desde 1981.[3]
Foi Diretor de Orçamento e Chefe de Gabinete na Secretaria Municipal de Planejamento de São Paulo durante a administração da prefeita Luiza Erundina (1989-1992).[3]
Como ex-membro do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP), teve o prefácio de seu primeiro livro, Acumulação Monopolista e Crise no Brasil, assinado por Fernando Henrique Cardoso. Seu livro com José Márcio Rego "Conversas com Economistas Brasileiros II" teve prefácio do economista Luiz Gonzaga Belluzzo.
A partir de 1993, trabalhou como assessor econômico do então candidato à presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2002, foi um dos coordenadores do programa econômico do Partido dos Trabalhadores (PT).[4][5]
Governo Lula[editar | editar código-fonte]
Com a posse de Lula, assumiu a pasta do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, sendo depois transferido para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), após a renúncia de Carlos Lessa.[6] Em 2003, Mantega foi admitido pelo presidente Lula à Ordem do Mérito Militar no grau de Grande-Oficial especial.[1]
Em 27 de março de 2006, assumiu o Ministério da Fazenda, substituindo Antonio Palocci.[7] Durante o segundo mandato de Lula, medidas como a redução de impostos e a oferta de crédito pelos bancos públicos foram cruciais para que o País não fosse afetado pela crise econômica iniciada nos Estados Unidos em 2008. Embora tenha havido queda do PIB em 2009, no ano seguinte a economia brasileira cresceu 7,5%, o maior índice em 24 anos.[8]
Governo Dilma[editar | editar código-fonte]

Em 24 de novembro de 2010, Mantega foi indicado por Dilma Rousseff para continuar no cargo de Ministro da Fazenda durante seu governo, sendo o primeiro ministro confirmado.[10]
Em sua gestão, adotou um conjunto de medidas que ficou conhecido como nova matriz econômica, que incluía corte de impostos, redução da tarifa de energia e controle dos preços dos combustíveis. O objetivo era o aumento da produtividade, da indústria, mas tais medidas foram apontadas por alguns economistas como causa da crise econômica de 2014.[11]
Em 27 de novembro de 2014, Dilma anunciou que Mantega deixaria o cargo, nomeando Joaquim Levy em sua substituição,[12] tendo como principais objetivos o combate à crise e o equilíbrio das contas públicas.[13] Ao deixar o Ministério da Fazenda a taxa de desemprego de 5% era das menores já registradas no País.[14]
Vida pós-política[editar | editar código-fonte]
Operação Zelotes[editar | editar código-fonte]
Em 9 de maio de 2016, já fora do Governo Dilma, depôs em São Paulo, sob condução coercitiva, na Operação Zelotes da Polícia Federal, que investiga favorecimentos de redução ou cancelamentos de multas a empresas, como a Cimento Penha, suspeita de ter comprado decisões do CARF.[15]
Operação Lava Jato[editar | editar código-fonte]
No dia 22 de setembro de 2016, foi preso temporariamente na operação Arquivo X, 34ª fase da Operação Lava Jato, por supostas fraudes da Petrobras. A operação foi motivada por um depoimento espontâneo à justiça feita pelo empresário Eike Batista, também investigado, de que Mantega, quando presidente do Conselho de Administração da Petrobras, teria operado um esquema de propina para facilitação de contratos entre a OSX, então presidida por Eike, e a Petrobras.[16]
As informações dadas pelo advogado de Guido Mantega e a Polícia Federal a respeito da prisão divergem. O advogado alegou que os agentes da PF prenderam o ex-ministro dentro do Hospital Albert Eistein, no centro cirúrgico. Já a PF afirmou que, nas proximidades do hospital, estabeleceu contato telefônico com Mantega, que apresentou-se espontaneamente na portaria do edifício. Segundo o G1, "'Não houve entrada de policiais no hospital, ainda mais no centro cirúrgico para retirar o ex-ministro', disse o delegado Igor Romário de Paula, coordenador da Lava Jato na Polícia Federal".[17] No entanto, foram feitas críticas à realização da prisão, uma vez que Eike Batista não apresentou provas concretas de suas alegações contra Mantega. Neste caso, a prisão de Mantega teria contrariado o princípio da presunção de inocência e do ônus da provas.[18]
Em 21 de agosto de 2019, decisão da justiça negou pedido de prisão, mas ordenou que Guido Mantega utilize tornozeleira eletrônica, além de proibir que o ex-ministro movimente contas no exterior, deixe o país, mude de endereço sem autorização ou exerça cargos públicos.[19].
Ver também[editar | editar código-fonte]
Notas[editar | editar código-fonte]
- ↑ Pelas normas do italiano, a sílaba tônica de seu sobrenome é a primeira. Em seu prenome a letra "u" é pronunciada: Güido.
Referências
- ↑ a b BRASIL, Decreto de 25 de março de 2003.
- ↑ a b «Guido Mantega Brasileiro do Ano 2012». IstoÉ. 30 de novembro de 2012. Consultado em 2 de março de 2020
- ↑ a b «www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/mantega-guido». Fundação Getúlio Vargas. 30 de abril de 2020. Consultado em 30 de abril de 2020
- ↑ Patricia Duarte (9 de outubro de 2014). «Mantega e Fraga marcam diferenças econômicas entre PT e PSDB». Exame. Consultado em 9 de maio de 2016. Arquivado do original em 6 de agosto de 2016
- ↑ Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «MANTEGA, Guido». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 15 de setembro de 2020
- ↑ «Lessa é demitido do BNDES; Mantega assume». Folha de S.Paulo. Folha da manhã. 19 de novembro de 2004. Consultado em 9 de maio de 2016
- ↑ «Antônio Palocci pede afastamento; Guido Mantega assume o Ministério da Fazenda». Uol. 27 de março de 2006. Consultado em 20 de março de 2020
- ↑ «PIB do Brasil cresce 7,5% em 2010 e tem maior alta em 24 anos». BBC Brasil. 3 de março de 2011. Consultado em 23 de março de 2020
- ↑ «Mantega indica novo modelo econômico - Economia - Estadão». Estadão. 5 de julho de 2012
- ↑ «Em nota, Dilma confirma Tombini, Mantega e Miriam Belchior na equipe». Estadão. O Estado de São Paulo. 24 de novembro de 2010. Consultado em 9 de maio de 2016
- ↑ «Quais os argumentos de quem vê exagero na crítica à 'Nova Matriz Econômica'». NEXO. 4 de outubro de 2017
- ↑ «Novo ministro da Fazenda tem experiência no mercado e no setor público». UOL. Folha da manhã. 27 de novembro de 2014. Consultado em 9 de maio de 2016
- ↑ «Levy deixa Fazenda após 11 meses no cargo e sucessivas derrotas». Economia - G1. 18 de dezembro de 2015. Consultado em 2 de dezembro de 2019
- ↑ «Veja o que marcou a era Mantega e seus ciclos à frente da Fazenda». Folha de S.Paulo. 21 de dezembro de 2014. Consultado em 2 de março de 2020
- ↑ Mascarenhas, Gabriel (9 de maio de 2016). «Ex-ministro Mantega é levado para depor em nova fase da Zelotes». Folha de S.Paulo. Folha da manhã. Consultado em 9 de maio de 2016
- ↑ «Eike Batista disse ter pago US$ 2,35 milhões a pedido de Mantega, diz MPF». 22 de setembro de 2016. Consultado em 24 de setembro de 2016
- ↑ «Mantega é preso em nova fase da Operação Lava Jato». G1. Globo. 22 de setembro de 2016. Consultado em 22 de setembro de 2016
- ↑ «Barbárie jurídica, golpe eleitoral e desobediência civil». Consultado em 24 de setembro de 2016
- ↑ «Juiz nega pedido de prisão, mas manda Guido Mantega usar tornozeleira eletrônica». Folha de S.Paulo. 22 de agosto de 2019. Consultado em 22 de agosto de 2019
Ver também[editar | editar código-fonte]
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- «Curriculum Vitae». no sítio do Ministério da Fazenda
Precedido por Guilherme Gomes Dias |
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Precedido por Antonio Palocci |
Ministro da Fazenda do Brasil 2006 – 2015 |
Sucedido por Joaquim Levy |
- Nascidos em 1949
- Ministros do Governo Lula
- Ministros do Governo Dilma Rousseff
- Ministros da Fazenda do Brasil
- Ministros do Planejamento do Brasil
- Economistas do Brasil
- Economistas da Itália
- Alunos da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo
- Presidentes do BNDES
- Professores da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
- Membros do Conselho Monetário Nacional
- Membros do Partido dos Trabalhadores
- Naturais de Gênova
- Brasileiros de ascendência italiana
- Cidadãos naturalizados do Brasil
- Pessoas com dupla nacionalidade
- Italianos expatriados no Brasil
- Grandes-Oficiais da Ordem do Mérito Militar