Joaquim Murtinho

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Joaquim Murtinho
Nascimento 7 de dezembro de 1848
Cuiabá, Mato Grosso
Morte 18 de novembro de 1911 (62 anos)
Rio de Janeiro, Distrito Federal
Nacionalidade brasileiro
Constituição brasileira de 1891, página da assinatura de Joaquim Murtinho (décima quarta assinatura). Acervo Arquivo Nacional

Joaquim Duarte Murtinho Nobre (Cuiabá, 7 de dezembro de 1848Rio de Janeiro, 18 de novembro de 1911) foi um político brasileiro liberal. Estadista, ganhou fama por restaurar as finanças republicanas no governo Campos Sales (1898-1902).

Biografia[editar | editar código-fonte]

Terceiro filho de José Antônio Murtinho, médico e militar, natural da Bahia, e de sua primeira esposa, Rosa Joaquina Pinheiro. Seu avô materno, Joaquim Duarte, ajudante da primeira linha dos corpos de milícia, era português natural de São Miguel do Outeiro, distrito de Viseu, e foi uma das vítimas do movimento nativista conhecido como Rusga, quando sua filha Rosa tinha apenas dois anos. Eram irmãos mais velhos de Joaquim Murtinho: José Antônio Murtinho, que também foi senador pelo Mato Grosso, e Manuel José Murtinho, ministro do Supremo Tribunal Federal.[1]

Engenheiro civil, fez o curso de Ciências Naturais na Escola Central, hoje Escola Nacional de Engenharia. Formou-se doutor em medicina[2] e especializou-se em homeopatia[3] e foi também professor catedrático da Escola Politécnica e vice-presidente do Senado. Foi presidente do Instituto Hahnemanniano do Brasil, que conseguiu introduzir a prática da homeopatia nos serviços médicos da Marinha e do Exército.[3]


Senador: Primeiro Mandato (1890-1896)[editar | editar código-fonte]

Murtinho foi eleito senador da República em 1890. Em 1897 fez parte do governo Prudente de Morais como ministro da Viação, Indústria e Comércio.

Ministério da Fazenda[editar | editar código-fonte]

Como ministro da Fazenda do governo Campos Sales, Murtinho tinha a difícil missão de organizar as finanças públicas e administrar os grandes desequilíbrios provocados pelas políticas desastradas de seu antecessor Rui Barbosa, que culminaram no encilhamento, e pela inação dos ministros-juristas que o sucederam. Suas primeiras medidas foram reduzir o meio circulante e articular o funding loan (1898).

Joaquim Murtinho (atribuído), da coleção Museu Histórico Nacional.

Com relação ao problema do café, nos conta Delfim Netto: "Murtinho acreditava que a solução do problema deveria ser encontrada pelo próprio mercado, que se encarregaria de eliminar os produtores marginais. É ele próprio que nos diz, no Relatório do Ministério da Fazenda de 1899:[4] "Convicto de que a intervenção oficial só poderia aumentar os nossos males, o governo deixou que a produção de café se reduzisse por seleção natural, determinando-se assim a liquidação e a eliminação dos que não tinham condições de vida, ficando ela nas mãos dos mais fortes e dos mais organizados para a luta".[5]

Senador: Segundo e terceiro mandatos (1903-1911)[editar | editar código-fonte]

Murtinho reelegeu-se para o Senado em 1903 e também em 1907.

Referências

  1. Revista Genealógica Brasileira
  2. Breve e fraca biografia: http://www.fazenda.gov.br/portugues/institucional/ministros/rep010.asp,acesso[ligação inativa] em 6 de outubro de 2011.
  3. a b «Dr. Joaquim Duarte Murtinho Nobre». PHOTOTHÈQUE HOMÉOPATHIQUE (présentée par Homéopathe International) (em francês/inglês). S/data. Consultado em 20 de março de 2012 
  4. O Relatório pode ser consultado em http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u1753/index.html. Acesso em 6 de outubro de 2011.
  5. Delfim Netto, Antonio. O Problema do Café no Brasil. São Paulo: Editora UNESP, 2009. página 45.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Antônio Olinto dos Santos Pires
Ministro dos Transportes do Brasil
1896 — 1897
Sucedido por
Dionísio Evangelista de Castro Cerqueira
Precedido por
Bernardino José de Campos Júnior
Ministro da Fazenda do Brasil
1898 — 1902
Sucedido por
Sabino Barroso