Alexandre Tombini

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Alexandre Tombini
Alexandre Tombini
Foto:Elza Fiúza/ABr
25º Presidente do Banco Central do Brasil
Período 1 de janeiro de 2011
até 9 de junho de 2016
Presidente Dilma Rousseff (2011- 2016)
Michel Temer (2016)
Antecessor(a) Henrique Meirelles
Sucessor(a) Ilan Goldfajn
Dados pessoais
Nascimento 9 de dezembro de 1963 (60 anos)
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Profissão Economista
Assinatura Assinatura de Alexandre Tombini

Alexandre Antônio Tombini (Porto Alegre, 9 de dezembro de 1963) é um economista brasileiro, ex-presidente do Banco Central do Brasil.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Formou-se em Economia pela Universidade de Brasília (UnB) em 1984 e obteve um Ph.D na mesma área pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, em 1991. É um servidor concursado do Banco Central desde 1998, tendo ocupado diversos cargos na instituição, como diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro do Banco Central. Afastou-se do banco entre 2001 e 2005, quando exerceu o cargo de assessor sênior da Diretoria Executiva no escritório da representação brasileira do Fundo Monetário Internacional, sempre colaborando nas negociações do Brasil com o órgão.[1]

Presidência do Banco Central[editar | editar código-fonte]

Em 24 de novembro de 2010, Tombini foi escolhido pela presidente eleita Dilma Rousseff para o cargo de presidente do Banco Central de seu governo, a partir de 2011, em substituição a Henrique Meirelles e como forma de dar continuidade à política econômica do governo Lula[2][3]. Em seu primeiro pronunciamento, ele disse que terá total autonomia operacional e que sua meta é o controle da inflação, que não deverá ultrapassar a meta de 4,5 por cento ao ano. Disse também que a missão do Banco Central será assegurar o poder de compra da moeda.[4]

A gestão Dilma Rousseff iniciou-se dando seguimento à boa parte da política econômica do Governo Lula.[5] O novo governo começou com a saída de Henrique Meirelles da presidência do Banco Central, depois de oito anos à frente da instituição.[6] Para o lugar de Meirelles, foi escolhido Tombini, que, em discurso de posse, defendeu um sistema financeiro sólido e eficiente como condição para crescimento sustentável.[7] Para outro local de destaque da equipe econômica do governo, o Ministério da Fazenda, Dilma optou pela permanência de Guido Mantega.

Apesar de ainda ter ficado dentro da meta do Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5%, com tolerância de 2 pontos para cima ou para baixo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) (último ano do governo anterior) registrou alta acumulada de 5,91% e foi o maior desde 2004.[8] No primeiro mês do Governo Dilma, o índice de inflação registrou taxa mensal de 0,83%, o maior resultado desde abril de 2005 (0,87%), que levou a taxa acumulada em 12 meses para 5,99%.[9]

Sabatina no Congresso[editar | editar código-fonte]

Em 7 de dezembro Tombini foi sabatinado no Congresso Nacional e começou dizendo que sua meta seria manter os juros num patamar que possibilitasse preservar o poder de compra do real como moeda, controlando a inflação. Prosseguiu reiterando que Dilma lhe deu autonomia total para perseguir essas metas de inflação baixa e controle de juros. Ressaltou, porém, que a saúde da economia não depende só de inflação baixa, mas também de câmbio flutuante e boa política fiscal.

Ele também foi enfático ao afirmar que o controle rígido que o Banco Central tem imposto sobre o sistema financeiro foi o que poupou o Brasil da crise econômica de 2008 e que o Bacen não hesita em aplicar medidas duras quando necessário para manter o mercado de créditos no país, acrescentando que ampliar o crédito é condição não só para o financiamento do consumo , mas principalmente para o financiamento habitacional e do investimento produtivo.

Tombini completou seu discurso afirmando que o desafio para os próximos anos seria manter a inflação baixa e manter o país livre das consequências da crise de 2008 num cenário internacional de economia oscilante. Nas palavras dele[10]:

Segundo mandato de Dilma e crise econômica[editar | editar código-fonte]

Após a reeleição de Dilma, em 2014, Tombini foi convidado por ela a permanecer na presidência do Banco Central.[11] O segundo governo Dilma foi marcado pela crise econômica iniciada ainda em 2014, mas que se agravou especialmente em 2015 e 2016. Devido à aceleração da inflação, Tombini sinalizou que poderia mudar os rumos da política monetária. Os agentes econômicos passaram a esperar uma alta dos juros. Apesar de o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, negar a necessidade de elevação dos juros, o BC iniciou a trajetória de elevação da Selic em abril de 2013. A Selic foi de 7,25% ao ano para 11,75% em termos nominais em dezembro de 2014. As taxas reais (ou seja, descontada a inflação) eram de 0,7 e de 5,3%, respectivamente.[12] A taxa continuou a ser aumentada até chegar ao patamar de 14,25% em julho de 2015, o maior desde julho de 2006.[13]

Diretoria Executiva do FMI[editar | editar código-fonte]

Em 8 de junho de 2016, após confirmada a saída de Alexandre Tombini da Presidência do Banco Central, foi noticiado pela imprensa que Tombini assumiria o cargo de diretor executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), substituindo Otaviano Canuto. [14]

Deixou o cargo em 9 de junho de 2016.[15]

Referências

  1. «Alexandre Antonio Tombini». www.bcb.gov.br. Consultado em 5 de outubro de 2017 
  2. «Alexandre Tombini assume a presidência do Banco Central». Terra 
  3. Dilma convida Tombini para o BC. O Globo, visitado em 24 de novembro de 2010.
  4. Tombini afirma que Dilma prometeu autonomia total. Diário Catarinense, visitado em 25 de novembro de 2010.
  5. «Dilma no discurso de posse: 'Venho consolidar a obra transformadora de Lula'». O Globo. 1 de janeiro de 2011. Consultado em 21 de abril de 2011 
  6. «Meirelles diz que deixa BC com sensação de dever cumprido». Folha.com. 25 de novembro de 2010. Consultado em 21 de abril de 2011 
  7. «Tombini toma posse como presidente do BC | EXAME». exame.abril.com.br. Consultado em 5 de outubro de 2017 
  8. «Inflação pelo IPCA marca 5,91% em 2010, a maior alta desde 2004, diz IBGE». O Globo. 7 de janeiro de 2011 
  9. «IPCA sobe 0,83% em janeiro, maior taxa desde abril de 2005». UOL Economia. 8 de fevereiro de 2011. Consultado em 22 de abril de 2011 
  10. É falso dilema que opõe inflação baixa e crescimento, diz Tombini. Portal G1, acessado em 7 de dezembro de 2010.
  11. Braziliense, Correio; Braziliense, Correio (21 de novembro de 2014). «Alexandre Tombini ficará no Banco Central no segundo mandato de Dilma» 
  12. Carvalho, Laura (2018). Valsa brasileira: Do boom ao caos econômico. [S.l.]: Editora Todavia S.A. p. 63-64. 193 páginas. ISBN 9788593828638 
  13. Alexandro Martello (29 de julho de 2015). «BC sobe juro para 14,25% ao ano e indica manutenção no futuro». G1. Brasília. Consultado em 30 de novembro de 2017 
  14. Agência Reuters. Tombini assumirá cargo de diretor executivo do FMI após deixar BC. Site UOL Economia. Disponível em http://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2016/06/08/tombini-assumira-cargo-de-diretor-executivo-do-fmi-apos-deixar-bc.htm. Acessado em 08 de Junho de 2016.
  15. «Alexandre Tombini deixa o comando do Banco Central». G1. 9 de junho de 2016 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Henrique Meirelles
Presidente do Banco Central do Brasil
2011 — 2016
Sucedido por
Ilan Goldfajn