Camilo Santana
Camilo Santana | |
---|---|
Camilo Santana em 2018. | |
60.º Governador do Ceará | |
Período | 1 de janeiro de 2015 até 2 de abril de 2022 |
Vice-governador | Izolda Cela |
Antecessor(a) | Cid Gomes |
Sucessor(a) | Izolda Cela |
Deputado Estadual pelo Ceará | |
Período | 1º de fevereiro de 2011 até 31 de dezembro de 2014 |
Secretário das Cidades do Ceará | |
Período | 1º de janeiro de 2012 até 5 de junho de 2012 |
Governador | Cid Gomes |
Secretário do Desenvolvimento Agrário do Ceará | |
Período | 1º de fevereiro de 2007 até 31 de dezembro de 2010 |
Governador | Cid Gomes |
Dados pessoais | |
Nome completo | Camilo Sobreira de Santana |
Nascimento | 3 de junho de 1968 (54 anos) Crato, Ceará |
Alma mater | Universidade Federal do Ceará |
Partido | PSB (1990-2002) PT (2002-presente) |
Religião | Católico |
Profissão | Engenheiro agrônomo |
Assinatura | ![]() |
Camilo Sobreira de Santana (Crato, 3 de junho de 1968) é um engenheiro agrônomo, professor e político brasileiro filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT). Foi deputado estadual pelo Ceará, secretário do desenvolvimento agrário e das cidades nos governos Cid Gomes. Foi o governador do Estado do Ceará entre janeiro de 2015 até abril de 2022.[1]
Biografia[editar | editar código-fonte]
Camilo Santana, filho de Ermengarda Maria de Amorim Sobreira e de Eudoro Walter de Santana, formou-se em Agronomia pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e como mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela mesma instituição. Durante a graduação, exerceu a função de diretor do Diretório Central dos Estudantes da UFC.[2]
Trajetória política[editar | editar código-fonte]
Início da Carreira[editar | editar código-fonte]
Camilo Santana foi candidato à prefeito de Barbalha em 2000 e 2004,[3] mas não obteve sucesso em nenhuma das disputas, dando espaço ao mandato de Edmundo de Sá Filho no ano de 2001, e alcançando o segundo lugar nas eleições de 2004, recebendo cerca de 9.925 votos.[4]
Santana também foi professor e coordenador da FATEC Cariri e ocupou, como servidor público federal por concurso, a superintendência adjunta do IBAMA no Ceará em 2003 e 2004. Além disso, também foi Secretário do Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará no governo de Cid Gomes, de 1 de fevereiro de 2007 a 31 de dezembro de 2010.[2][3]
Camilo já recebeu o título de cidadão honorário dos municípios de Barbalha, Juazeiro do Norte, Quixeramobim, Crateús e Palmácia. Em 2010, chegou ao posto de deputado estadual pelo Ceará, sendo o político mais votado do pleito, com cerca de 131.171 votos no Estado.[3] O então deputado foi licenciado para assumir a Secretaria das Cidades durante o governo de Cid Gomes em 2012.[5]
Primeiro mandato como governador[editar | editar código-fonte]
A candidatura de Camilo foi oficializada no dia 29 de junho de 2014, em Fortaleza, durante convenção coletiva do PROS, PT e outros partidos aliados à coligação liderada pelo então governador Cid Gomes.[6] A convenção foi marcada, entretanto, pela indefinição a respeito das indicações aos cargos de senador e vice-governador da coligação. Santana já havia sido cogitado anteriormente para o cargo máximo do executivo do estado, mas não figurava a lista dos favoritos para o cargo, dominado por integrantes do PROS.[7]
No primeiro turno das eleições para governador do Ceará, Camilo teve 47,81% dos votos válidos contra 46,41% de Eunício Oliveira, o que levou a decisão para o segundo turno. No segundo embate, Camilo conseguiu alcançar 53,35% dos votos válidos contra 46,65% de Eunício, alcançando a vitória ao Governo do Estado. Contudo, seu candidato ao Senado, Mauro Filho (PROS), não conseguiu vencer a disputa com Tasso Jereissati (PSDB).[8]
Camilo Santana foi eleito governador do Ceará em 26 de outubro de 2014. Em 2015, no auge da luta pela instalação do HUB da LATAM (ponte de conexões de voos internacionais) no Ceará contra os interesses do Rio Grande do Norte e Pernambuco, o governador Camilo conseguiu reunir os ex-governadores do Ceará em evento suprapartidário em prol da cidade de Fortaleza, destacando-se a presença de Tasso Jereissati, Ciro Gomes, Gonzaga Mota, Francisco Aguiar (Presidente do TCM na época), Adauto Bezerra e Cid Gomes, embora o ex-governador Lúcio Alcântara não tenha comparecido.[9]
Na eleição de 2016, Camilo Santana contrariou seu partido, o PT, para apoiar o candidato à reeleição Roberto Cláudio (PDT) em detrimento da candidatura da petista Luizianne Lins à prefeitura de Fortaleza.[10]
Segundo mandato como governador[editar | editar código-fonte]
Em 05 de agosto de 2018, Camilo Santana é homologado candidato a reeleição para o governo do estado do Ceará. Em 07 de outubro de 2018, o candidato foi reeleito com 79,96% (3.457.556 votos) Governador do Estado do Ceará, contra o seu principal adversário General Theophilo (PSDB), que obteve 488.438 votos, correspondente a 11,30% dos votos válidos.[11]
Em 2020 enfrentou um motim da polícia militar cearense, no qual os policiais, sob a liderança política de um ex-deputado federal, Cabo Sabino, decidiram se amotinar pleiteando aumento salarial, proposta discutida pelo governo e pelos líderes dos representantes dos policiais. Os policiais alegaram que com o reajuste os seus salários ficariam inferior ao ano anterior devido à inflação. O motim ganhou apoio indireto do governo federal nas redes sociais, pela necessidade da categoria, sendo repreendido por toda a mídia e por vários lideres de esquerda. [12][13]
O motim durou 13 dias, iniciando no dia 13 de dezembro de 2019 e repercutiu nacionalmente, pelo aumento na violência no Estado e a ineficácia do governo estadual em resolver o problema. Em um dos episódios, o senador Cid Gomes, usou uma retroescavadeira para tentar retirar os amotinados de um batalhão da polícia em Sobral, sendo alvejado a tiros pelos revoltosos [14]Tendo em vista o agravamento da situação e dificuldade de se obter uma saída em curto prazo, o governador Camilo pediu ao presidente Jair Bolsonaro para enviar a Força Nacional para à Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Ceará. Após dias de paralisação, o motim foi encerrado sem nenhum ganho para os policiais, pois as cláusulas do acordo firmado são expressões já existentes na legislação atual. [15][16]
No âmbito estadual, no entanto, o governador Camilo Santana apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição Estadual (PEC) que proíbe a anistia de policiais amotinados no estado, afirmando ainda que "essa medida se faz imperiosa diante da gravidade e dos prejuízos que tais movimentos, ilegítimos por natureza, acarretam para toda a sociedade cearense, em evidente desrespeito à ordem jurídica e constitucional". [17]
Renúncia[editar | editar código-fonte]
Em 2 de abril de 2022, Santana deixou o governo do estado devido à data-limite para sua desincompatibilização, tendo em vista a candidatura ao Senado Federal. Passou o cargo para a vice-governadora Izolda Cela (PDT) em uma cerimônia realizada na Assembléia Legislativa do Ceará.
Desempenho em eleições[editar | editar código-fonte]
Ano | Eleição | Candidato a | Partido | Coligação | Suplentes/Vice | Votos | Resultado |
---|---|---|---|---|---|---|---|
2000 | Municipal de Barbalha | Prefeito | PSB | (PSB/PT/PCdoB/PV) | ? | 2.427 | 4° colocado[18] |
2004 | Municipal de Barbalha | PT | (PDT/ PT/PPS/PHS/PV) | ? | 9.925 | 2° colocado[19] | |
2010 | Estadual do Ceará | Deputado estadual | (PRB/PT/PMDB/PSB) | — | 131.171 | Eleito[20] | |
2014 | Estadual do Ceará | Governador | Para o Ceará Seguir Mudando
(PROS/PT/PRB/PP/PDT/PTB/PSL/PRTB/PHS/ PMN/PTC/PV/PEN/PPL/PSD/PCdoB/PTdoB/SD) |
Izolda Cela
(PROS) |
2.417.668 | Eleito[21]
2º turno | |
2018 | Estadual do Ceará | Por Um Ceará Cada Vez Mais Forte
(PT/PDT/PP/PSB/PR/PTB/DEM/PCdoB/PPS/ PRP/PV/PMN/PPL/PATRI/PRTB/PMB) |
Izolda Cela
(PDT) |
3.457.556 | Eleito[22]
1º turno |
Referências
- ↑ «Camilo Santana, do PT, é reeleito governador do Ceará». G1 Ceará. 7 de outubro de 2018
- ↑ a b O Povo 2012.
- ↑ a b c Assembleia Legislativa do Estado do Ceará 2019.
- ↑ Gazeta Cariri 2015.
- ↑ Anuário do Ceará 2019.
- ↑ G1/CE 2014.
- ↑ Silva 2014.
- ↑ Madeiro 2014.
- ↑ Lima 2015.
- ↑ Campos 2016.
- ↑ G1/CE 2018.
- ↑ «Damares defende direito de greve de PMs; Constituição proíbe paralisação»
- ↑ Olliveira, Cecília (20 de fevereiro de 2020). «Motim no Ceará: como a justa luta por direitos dos policiais serve de palanque político» (em inglês)
- ↑ «Greve de policiais no Ceará termina sem anistia aos agentes envolvidos». Brasil de Fato. Consultado em 23 de março de 2021
- ↑ «Acaba greve no CE. Camilo cresce; Bolsonaro encolhe; Moro honra a covardia»
- ↑ Povo, O. (28 de fevereiro de 2020). «Mesmo com críticas, Bolsonaro renova GLO no Ceará por mais uma semana»
- ↑ «Camilo apresenta proposta para proibir anistia de policiais amotinados no Ceará»
- ↑ «Resultado das Eleições - 2000»
- ↑ «Resultados das Eleições 2004»
- ↑ «Estatísticas das Eleições 2010»
- ↑ «TRE-Ceará - Resultados das Eleições 2014»
- ↑ «Divulgação dos resultados das Eleições 2018»
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Alves, Lorena (2013). «Dos 92 processos sobre kits sanitários, só um foi julgado». Consultado em 23 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 23 de agosto de 2019
- Anuário do Ceará (2019). «Quem é quem no governo do Estado». Consultado em 23 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 3 de julho de 2019
- Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (2019). «Camilo Santana - Perfil». Consultado em 22 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 22 de agosto de 2019
- Campos, João Pedroso de (2016). «Governador petista do Ceará rejeita PT na eleição em Fortaleza». Consultado em 22 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 16 de outubro de 2017
- Diário do Nordeste (2014). «Conheça a história do governador eleito Camilo Santana». Consultado em 22 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 16 de fevereiro de 2019
- Diário do Nordeste (2014). «"Escândalo dos banheiros" volta a ser tema em debate». Consultado em 23 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 23 de agosto de 2019
- Lima, Eliomar de (2015). «Camilo Santana reúne ex-governadores em torno da luta pelo hub da TAM - Blog do Eliomar». blogdoeliomar.com.br. Consultado em 9 de março de 2017. Cópia arquivada em 28 de dezembro de 2018
- Gazeta do Cariri (2015). «Edmundo Sá, ex-prefeito de Barbalha morre em hospital da cidade». Consultado em 22 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 22 de agosto de 2019
- G1/CE (2012). «Suspensa votação de processo do 'escândalo dos banheiros' no TCE- CE». Consultado em 23 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 23 de agosto de 2019
- G1/CE (2014). «Pros e PT definem Camilo Santana como candidato ao Governo do Ceará». G1. Consultado em 22 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 27 de dezembro de 2018
- G1/CE (2018). «Camilo Santana, do PT, é reeleito governador do Ceará». Consultado em 22 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 12 de janeiro de 2019
- Madeiro, Carlos (2014). «Com força dos Gomes, Camilo (PT) desbanca senador e vence no Ceará». Consultado em 22 de agosto de 2019
- O Povo (2012). «Camilo Santana deixa a secretaria das Cidades». O Povo Online. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2018
- O Povo, Redação (2012). «Justiça bloqueia bens de Camilo Santana e de outros 18 réus envolvidos no escândalo dos banheiros». O Povo Online. Consultado em 8 de março de 2018. Cópia arquivada em 30 de outubro de 2018
- O Povo Online (2012). «Justiça bloqueia bens de Camilo Santana e de outros 18 réus envolvidos no escândalo dos banheiros». Consultado em 23 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 30 de outubro de 2018
- Silva, Edson (2014). «Convenção oficializa Camilo Santana candidato ao Governo». Consultado em 22 de agosto de 2019
- TV Diário (2014). «"Me deixa muito indignado", desabafa Camilo sobre escândalo dos banheiros». Consultado em 23 de agosto de 2013. Cópia arquivada em 23 de agosto de 2019
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
Precedido por Cid Gomes |
Governador do Ceará 2015 – 2022 |
Sucedido por Izolda Cela |