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Fórum Social Mundial: diferenças entre revisões

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Da imprensa credenciada, 800 pessoas se inscreveram para a II Ciranda Internacional da Informação Independente, que surgia com uma ferramenta de alimentação coletiva de um site de cobertura conjunta, em seis idiomas, propondo o princípio do ''[[copyleft]]'' para ações compartilhadas das midias alternativas.
Da imprensa credenciada, 800 pessoas se inscreveram para a II Ciranda Internacional da Informação Independente, que surgia com uma ferramenta de alimentação coletiva de um site de cobertura conjunta, em seis idiomas, propondo o princípio do ''[[copyleft]]'' para ações compartilhadas das midias alternativas.
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=== FSM 2003 ===
=== FSM 2003 ===

Revisão das 17h42min de 12 de março de 2009

 Nota: Se procura outro significado de Fórum, veja Fórum (desambiguação).

O Fórum Social Mundial (FSM) é um evento altermundialista organizado por movimentos sociais de diversos continentes, com objetivo de elaborar alternativas para uma transformação social global. Seu slogan é Um outro mundo é possível.

O número de participantes tem crescido nas sucessivas edições do Forum: de 10 000 a 15 000 no primeiro forum, em 2001, a cerca de 120 000 em 2009, com predominância de europeus, norte-americanos e latino-americanos, exceto em 2004, quando o evento foi realizado na Índia.

Diretrizes

Na origem, foi proposto como um contraponto ao Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, que se realiza anualmente, em janeiro. Atualmente as datas de ambos os eventos não são coincidentes.

O FSM pretende ser um espaço aberto e democrático. Tem-se demonstrado um grande momento de encontro da esquerda mundial, do movimento antiglobalização, e dos movimentos sociais, contando sempre com grandes personalidades e líderes planetários.

O Forum se realizou várias vezes (em 2001, 2002, 2003 et 2005), no Brasil, na cidade de Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul; em 2004, na Índia; de forma descentralizada em 2006, e em Nairobi, Quênia, em 2007. A oitava edição do Forum novamente teve lugar no Brasil, em Belém, capital do Estado do Pará.

Das propostas dos movimentos que compõem majoritariamente o fórum , resultou, durante o evento de 2005, em Porto Alegre, o Consenso de Porto Alegre.

Os fóruns

Os fóruns são realizados anualmente. Os três primeiros foram em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A partir de então decidiu-se que seria itinerante, devendo ser sediado em várias cidades diferentes a cada ano. Em 2004 foi em Bombaim, na Índia, em 2005 voltou a Porto Alegre. Em 2006 foi policêntrico (Caracas, Karachi,Bamako) e em 2008 foi descentralizado. Em 2007 foi na África, durante os dias 20 e 25 de janeiro em Nairóbi (Quênia) e em 2009, acontecerá em Belém do Pará.

FSM 2001

O primeiro Fórum Social Mundial foi realizado em janeiro de 2001 na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Contou com 20 mil participantes; 4.700 delegados de 117 países e 1.870 jornalistas credenciados. A programação foi composta por 420 oficinas autogestionadas organizadas pelas entidades participantes, além de seminários, 16 conferências, 22 testemunhos e diversas outras atividades culturais.

Com o primeiro FSM realizou-se a I Ciranda Internacional da Informação Independente, uma cobertura conjunta do evento por algumas midias alternativas de diferentes países que decidiam compartilhar seus conteúdos e disponibilizá-los para livre reprodução através da internet.

FSM 2002

Ficheiro:Fsm2002.jpg
Passeata de abertura do Fórum

O segundo Fórum também foi em Porto Alegre em janeiro e contou com 50 mil participantes; 12.274 delegados de 123 países e 3.356 jornalistas credenciados. Foram 622 atividades autogestionadas, 27 conferências e 96 seminários e diversas outras atividades culturais.

Da imprensa credenciada, 800 pessoas se inscreveram para a II Ciranda Internacional da Informação Independente, que surgia com uma ferramenta de alimentação coletiva de um site de cobertura conjunta, em seis idiomas, propondo o princípio do copyleft para ações compartilhadas das midias alternativas. buu

FSM 2003

O terceiro Fórum também foi em Porto Alegre em janeiro e contou com 100 mil participantes; 20 mil delegados de 123 países e 4.000 jornalistas credenciados. Foram 1.300 atividades autogestionadas (oficinas e seminários), 10 conferências, 22 testemunhos, 4 mesas de diálogo e controvérsia, 36 painéis e diversas outras atividades culturais.

A Ciranda Internacional da Informação Independente experimentou, em sua terceira edição, a organização prévia da cobertura conjunta por coletivos e veículos de comunicação alternativos brasileiros, com encontros preparatórios, um seminário e a montagem da redação jornalística que fez a acolhida das midias alternativas internacionais em Porto Alegre.

FSM 2004

O quarto fórum aconteceu em Mumbai, Índia, em janeiro. Contou com 111 mil participantes; 74.126 inscritos, representando 1.653 organizações de 117 países; 3.200 jornalistas e 1.203 atividades autogestionadas (seminários, oficinas e reuniões).

Pela primeira vez, a Ciranda Internacional da Informação Independente foi organizada em outro continente e fortemente influenciada pela gestão indiana da comunicação do FSM e sua opção pelo desenvolvimento de sistemas próprios em software livre. Com o IV FSM começavam os laboratórios para definição de uma ferramenta aberta para o sistema de alimentação de conteúdos da Ciranda.

FSM 2005

Ficheiro:Irreverencia-economica-p.jpg
Passeata de abertura do Fórum

Em 2005 o Fórum voltou para Porto Alegre, em janeiro. Contou com 155 mil participantes representando 135 países e 6.588 organizações; 6.823 jornalistas; 2.800 voluntários 2.500 trabalhadores da Economia Popular e Solidária. Foram 2.500 atividades autogestionadas entre as quais: 130 shows; 115 filmes e vídeos e 96 exposições de artes.

Na marcha de abertura, participaram mais de 200 mil pessoas.

Após meses de construção conjunta, as midias alternativas ampliam os recursos para suas ações compartilhadas. No V FSM, a Ciranda Internacional da Informação Independente se interconecta com Fórum de Rádios, Fórum de TVs e Laboratório dos Conhecimentos Livres (cultura digital). Seu novo sistema de alimentação é inteiramente desenvolvido na linguagem Wiki.

Nesta edição, a direção do FSM decide por não mais realizar o evento em Porto Alegre, pois após algumas reuniões entre os membros do Conselho Internacional se percebeu à emergência em circular com a proposta do Fórum para outros países do terceiro mundo, que à partir da dinâmica do FSM poderiam articular e reconhecer melhor novas práticas e reflexões por mudanças sociais dentro de suas realidades.

FSM 2006 policêntrico

Programado para realizar-se quase simultaneamente em três continentes, África, Asia e América Latina, teve um de seus eventos, o de Karachi, adiado por causa do terremoto no Paquistão em 2005. Os outros dois se realizam de 19 a 23 de janeiro de 2006, na cidade de Bamako, em Mali e de 24 a 29 de janeiro de 2006, na cidade de Caracas, na Venezuela.

Segundo membros do comitê de organização do evento, o primeiro dia do Fórum Social Policêntrico em Bamako, Mali, contou com cerca de seis a sete mil pessoas em sua cerimônia de abertura, no Estádio Modibo Keïta.

Simultaneamente ao Fórum Social Mundial 2006 Caracas, ocorreu o I Acampamento Binacional, Brasil-Uruguai. Constituindo um espaço direto de integração entre os dois países, o Acampamento Binacional buscou discutir temas que afetam o dia-a-dia dos seus povos, associando-se ao esforço do Fórum Social Mundial em buscar um novo mundo possível. O evento contou com uma rede de comunicação, ligando diretamente os debates centrais ao FSM 2006 em Caracas.

Novamente o conjunto de iniciativas de comunicação compartilhada realizou-se na sexta edição do Fórum Social Mundial 2006, com a realização da Ciranda, Fórum de Rádios e a Cayapa (de TVs). Em São Paulo, um laboratório de web radio foi ativado pela parceria com o Estúdio Livro, que editou programas diários com materiais recebidos de Caracas e retransmitidos pelo Fórum de Rádios. O programa foi batizado de Ciranda Piolho e mantido após o FSM 2006.

FSM 2007

Nairóbi, Quênia. Na sétima edição do Fórum Social Mundial (FSM), os movimentos de sociedade civil africana foram os grandes protagonistas.

Favela Kibera, a maior de Nairóbi, capital do Quênia. No local, em que foi filmado O jardineiro fiel, local da marcha de abertura do 7°Fórum Social Mundial. Foto: Valter Campanato/ABr

Os "cinco dias de resistência cultural e celebração", como o evento foi definido pelos organizadores, tiveram início com uma manifestação popular que saiu do bairro de favelas de Kibera, um dos maiores da África, e terminou no Parque Uhuru, na capital.

Começando na África do Sul, passando por Malaui e, após atravessar a Tanzânia, uma caravana de mais de 20 ônibus se uniu às comunidades de pastores masai do sul do Quênia e teve como destino final o parque onde foi realizada a cerimônia de abertura.

O parque, que fica no coração de Nairóbi, foi local de uma grande festa inaugural. No final da década de 80, o sítio natural foi palco da luta por sua preservação liderada pela queniana Wangari Maathai, Prêmio Nobel da Paz de 2004, que também participou do evento.

No local, foram realizados shows da sul-africana Chaka Chaka, dos quenianos Eric Wainaina e Suzanna Owiyo, e do músico do Zimbábue Oliver Mtukudzi.

O ator Danny Glover, do Forum Transafrica, durante o 7°FSM, em Nairóbi.

Nos dias seguintes, as atividades foram realizadas no complexo esportivo de Kasarani, que fica a aproximadamente 20 quilômetros do centro da cidade, que abrigou mais de 600 atividades organizadas pelos movimentos participantes. O quarto dia foi dedicado à exposição das propostas de ação e de campanhas por parte de diferentes grupos. À tarde, Wangari Maathai liderou uma atividade de plantio de árvores com participantes do FSM.

A cerimônia de encerramento foi realizada no Parque Uhuru, onde participantes chegaram vindos de uma maratona iniciada no bairro de favelas de Korogocho. Os que optarem por andar, em vez de correr, tiveram como ponto de partida o bairro de Kariobangi.

Com o lema "Um outro mundo é possível", o FSM é realizado desde 2001, e as datas em que o encontro é realizado são escolhidas para coincidir com o Fórum Econômico Mundial, que ocorre na cidade suíça de Davos.

O objetivo do evento é criar um espaço de encontro que favoreça a construção internacional de alternativas ao que seus organizadores consideram como "pensamento único neoliberal".

Os debates, mesas-redondas e exposições da sétima edição do FSM giraram em torno de doze tópicos, incluindo aids, paz e conflito, juventude, situação das mulheres, migrações e perseguições, dívida externa, os sem-terras e a privatização de bens comuns.

Participaram personalidades como o arcebispo anglicano sul-africano e Prêmio Nobel da Paz Desmond Tutu, o ex-presidente da Zâmbia Kenneth Kaunda, a ex-mulher de Nelson Mandela, Winnie Mandela., a escritora e política de Mali Aminata Traoré e a ex-alta comissária da ONU para os Direitos Humanos e ex-presidente irlandesa Mary Robinson.

A cobertura compartilhada do sétimo FSM pelas mídias alternativas foi mais uma vez feita pela iniciativa Ciranda Internacional da Informação Independente que também promoveu um encontro entre jornalistas e comunicadores sociais dos diferentes continentes para debater estratégias de cobertura do FSM 2008, quando não haverá um evento único, mas sim uma Semana de Mobilização Global que culminará com um Dia de Ação Global por Outro Mundo Possível, em 26 de Janeiro.

FSM 2008

Em 2008, não houve um evento centralizado do FSM mas sim uma Semana Mobilização Global que culminou em um Dia de Ação Global, em 26 de janeiro de 2008

Nessa data, entidades, movimentos e pessoas participantes do processo FSM fizeram ações, atividades, eventos, performances e convergências sobre temas e em formatos que escolheram nos quatros cantos do planeta.

A conexão entre esses eventos foi a possibilidade de comunicação coletiva, horizontal, compartilhada entre esses múltiplos eventos espalhados pelo planeta.

Também é possível participar das coberturas compartilhadas da Ciranda e outros meios alternativos que estão construindo plataformas livres na internet para divulgar informações sobre as jornadas.

FSM 2009

Participantes do Fórum Social Mundial montam suas barracas no Acampamento da Juventude, em Belém, 2009.

Conforme decisão tomada pelo Conselho Internacional do Fórum Social Mundial, em reunião realizada em Berlim, na Alemanha, no final de maio de 2007, a nona edição do FSM aconteceu na Amazônia, em Belém, capital do estado do Pará, entre 27 de janeiro e 1° de fevereiro de 2009, reunindo cerca de 120 mil pessoas de 150 países.[1] [2]

Considerado o criador do Fórum Social Mundial, o engenheiro Oded Grajew, do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, acredita que desde a primeira edição em Porto Alegre, em 2001, sua criatura "amadureceu, se consolidou e se espalhou pelo mundo".

Às vésperas da nona edição do FSM, Grajew ressaltou a importância da discussão acerca da sustentabilidade ambiental e o esgotamento do modelo econômico neoliberal como os principais assuntos do encontro:"A escolha da Amazônia não foi fortuita. É o primeiro fórum que vai ter a questão da sustentabilidade, do modelo econômico como predador do meio ambiente, provocador do aquecimento global e do esgotamento dos recursos naturais.[3]"

Referências

Ligações externas