Fibra sensorial Ia

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Um fuso muscular com motoneurônio γ e fibra sensorial Ia
Circuito neuro-muscular de inibição recíproca

Uma fibra sensorial Ia, ou fibra primária aferente, é um tipo de via neural aferente que transmite informação sensorial de receptores encontrados em fusos musculares.[1] Essas fibras sensoriais monitoram constantemente o quão rápido um estiramento muscular sofre alterações.[2]

A função dos fusos musculares[editar | editar código-fonte]

Para o corpo mover-se adequadamente e com elegância, o sistema nervoso necessita de uma constante entrada de dados sensoriais provenientes dos músculos e articulações. Para receber um fluxo contínuo de dados sensoriais, o corpo desenvolveu receptores sensoriais especiais chamados de proprioceptores. Fusos musculares são um tipo de proprioceptor, e são encontrados dentro do próprio músculo, em paralelo com as fibras contráteis. Isto lhes dá a capacidade de monitorar o comprimento do músculo com precisão.[3]

Tipos de fibras sensoriais[editar | editar código-fonte]

A alteração no comprimento do fuso é transformada em potenciais elétricos de membrana por aferências sensoriais, cujos corpos celulares estão localizados nos gânglios das raízes dorsais, localizados próximo à medula espinhal.

Características das fibras sensoriais:[2][4]

Tipo Axônio Receptor Resposta
Tipo Ia 12 a 20 μm mielinizado Terminação primária do fuso Comprimento muscular e velocidade de variação do comprimento, com rápida adaptação
Tipo Ib 12 a 20 μm mielinizado Órgão tendinoso de Golgi Tensão muscular
Tipo II 6 a 12 μm mielinizado Terminação secundária do fuso Comprimento muscular (baixa sensibilidade à velocidade), disparando quando o músculo está estático
Tipo II 6 a 12 μm mielinizado Terminações fora do fuso muscular Pressão profunda
Tipo III 2 a 6 μm mielinizado Terminações nervosas livres Dor, estímulos químicos e temperatura
Tipo IV 0,5 a 2 μm não mielinizado Terminações nervosas livres Dor, estímulos químicos e temperatura

O primeiro dos principais grupos de receptores de estiramento que envolvem fibras intrafusais são as aferências Ia, que são maiores e mais rápidas, e que disparam quando o músculo está alongando. São caracterizadas por sua rápida adaptação, porque assim que o músculo para de mudar de comprimento, a fibra Ia para de disparar e se adapta ao novo comprimento. Fibras Ia essencialmente fornecem informação proprioceptiva sobre a taxa de alteração de seu respectivo músculo: a derivada do comprimento do músculo (ou da posição).

Inervação eferente[editar | editar código-fonte]

O fuso muscular também recebe inervação motora realizada por neurônios motores gama, que são utilizados pelo sistema nervoso para modificar a sensibilidade dos fusos musculares.

Terminais aferentes[editar | editar código-fonte]

As vias aferentes Ia terminam em dendritos proximais de neurônios motores.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Boyd, I. A. (1980). «The isolated mammalian muscle spindle». Trends in Neurosciences. 3 (11): 258–277. doi:10.1016/0166-2236(80)90096-X 
  2. a b Kandel, Eric. Princípios de Neurociências. [S.l.]: McGraw Hill Education 
  3. Elias, Leonardo Abdala (19 de agosto de 2013). «Modelagem e simulação do sistema neuromuscular responsável pelo controle do torque gerado na articulação do tornozelo.». Tese de doutorado. doi:10.11606/T.3.2013.tde-02102013-150228 
  4. Michael-Titus, Adina T (2007). Nervous System: Systems of the Body Series. [S.l.]: Churchill Livingstone. ISBN 9780443071799 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]