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Francisco Coelho de Carvalho

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Francisco Coelho de Carvalho
Morte15 de maio de 1636
Cametá
CidadaniaBrasil Colônia
Progenitores
CônjugeBeatriz de Albuquerque
Filho(a)(s)Feliciano Coelho de Carvalho
Ocupaçãoadministrador colonial
Títulofidalgo da Casa Real, Comendador de Idanha na Ordem de Cristo, Senhor de Ouguela

Francisco Coelho de Carvalho foi um administrador colonial português, oitavo governador da capitania da Paraíba. Governou de 1608 a 1612 e sucedeu João de Barros Correia. Foi ainda governador do Maranhão e do Pará.

Filho de Feliciano Coelho de Carvalho, comendador de Seia, Governador de São Tomé e Governador da Paraíba, casado com D. Maria Monteiro, Francisco casou-se com a pernambucana Brites de Albuquerque, natural de Olinda, filha de Antonio Cavalcanti de Almeida e de Isabel de Góis (esta, filha de Arnau de Holanda. Seu filho mais velho, que o auxiliou no Maranhão, se chamou Feliciano Coelho de Carvalho.[1] Do casamento do outro filho, Antonio Albuquerque Coelho, com a prima Inês Francisco Coelho, nasceu Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho (1655-1725) ou Antonio Albuquerque Coelho de Carvalho, que assinava sem a partícula «de» e jamais teve o título de Dom.

Foi governador da Paraíba, do Maranhão, do Pará de 1645 a 1646, da capitania do Rio de Janeiro (que incorporava São Paulo e as chamadas Minas do Ouro) e ainda Angola.

Administração

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"Dom Filippe III, faço saber aos que esta carta patente virem, que houve por bem erigir em governo distinto e separado do Brasil, as terras do Maranhão e Pará, com as Fortalezas [Ceará, Maranhão e Pará] que há nelas, para as causas daquela conquista se assentarem melhor, e se poder cultivar e povoar a terra, e desejando encarregar o dito governador a uma parte de tal experiência, qualidade [e] talento (...); considerando que tudo isto concorre em Francisco Coelho de Carvalho, fidalgo de minha casa (...), hei por bem de prover do cargo de governador e capitão geral do Maranhão e Pará, pelo que mando a todos os capitães, Cavaleiros, soldados e a todos o mais ministros meus, assim da justiça como da fazenda, e a quaisquer outros pares que naquelas partes de presente residirem, [que recebam] ao dito Francisco Coelho de Carvalho por seu governador e capitão geral, e como tal lhe obedeçam (...) 13 de junho de 1621”.

— Rei Felipe II de Portugal(Felipe III da Espanha)[2]

O estudo de sua administração mostra como a administração financeira do Estado do Brasil se processava, praticamente sem gastos pelo Reino (Portugal), como descreve Angelo Carrara, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora:

Quanto ao valor para o sustento dos soldados da conquista do Pará em 1616 – 261 soldados no Maranhão, e 210 soldados no Pará - num total de 16:840$920, uma advertência: não há elementos que garantam que estes recursos foram integral e efetivamente despendidos, já que a folha de 1616 – a de 1617 constitui uma cópia melhor elaborada - constituem muito mais um quadro do orçamento geral da despesa de todo o Estado. Além disto, são as únicas ao longo de todo o século XVII a trazerem informações sobre despesas com a conquista do Pará e do Maranhão. De despesas com a conquista do Maranhão só se voltou a falar com a ordem régia de 10 de novembro de 1623, que mandou que pela Provedoria da Fazenda Real de Pernambuco se fizesse o provimento das conquistas do Maranhão e Pará, com os sobejos do rendimento do Estado do Brasil, e que o governador nomeado do novo Estado do Maranhão e Grão Pará, Francisco Coelho de Carvalho, levasse daquela capitania para o Maranhão os necessários provimentos de gente, armas, munições e o mais que fosse preciso.

Segundo frei Vicente do Salvador, o montante a ser dado ao Maranhão era de 20.000 cruzados (8:000$000), a metade do valor supostamente despendido em 1615-1616. Nessa arrecadação o governador Francisco Coelho de Carvalho demorou-se dois anos em Pernambuco, partindo para o seu destino a 13 de julho de 1626. Deviam também correr pela Provedoria de Pernambuco os pagamentos do Ceará. Este fato permite apresentar um outro argumento: o de que os tributos que se lançaram para cobrir as despesas com o Maranhão não foram propriamente administrados pela Real Fazenda, mas fundamentalmente pelas câmaras de Pernambuco.

Esta situação foi mantida até o momento em que o Conselho Ultramarino resolveu, em consulta de 25 de maio de 1630, que as despesas do Maranhão e Grão Pará passassem a ser feitas diretamente por Lisboa, em vista do estado da capitania, então ocupada pelos invasores holandeses.

Referências

  1. António Carvalho da Costa (1869). Corografia portugueza: e descripçam topografica do famoso reyno de Portugal. [S.l.]: D. Gonçalves Gouvea 
  2. Arquivo Nacional da Torre do Tombo – Portugal – Chancelaria de D. Filippe III de Portugal e Espanha – Livro das mercês – livro nº 18, fls. 154v e 155 (314-315)

Precedido por
André de Albuquerque Maranhão
(capitão-mor)
Governador da Paraíba
1608 — 1612
Sucedido por
João Rabelo de Lima
(capitão-mor)
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