Francisco de São Tiago

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Francisco de São Tiago
Bispo da Igreja Católica
Bispo de São Luís do Maranhão
Atividade eclesiástica
Ordem Frades Menores Observantes
Diocese Diocese de São Luís do Maranhão
Nomeação 15 de dezembro de 1745
Entrada solene 14 de julho de 1747
Predecessor Dom Frei Manuel da Cruz Nogueira, O. Cist.
Sucessor Dom Frei Antônio de São José O.S.A.
Mandato 1745-1752
Ordenação e nomeação
Ordenação presbiteral 14 de junho de 1716
Nomeação episcopal 1 de setembro de 1745
Ordenação episcopal 13 de março de 1746
por Dom Tomás Cardeal de Almeida
Dados pessoais
Nascimento São Tiago do Sopo
13 de abril de 1692
Morte próximo ao Rio Itapecuru
18 de dezembro de 1752 (60 anos)
Nacionalidade português
Sepultado Catedral de São Luís do Maranhão
dados em catholic-hierarchy.org
Bispos
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Francisco de São Tiago, O.F.M. Obs. (São Tiago do Sopo, 13 de abril de 1692 - próximo da Fazenda São Lourenço, 18 de dezembro de 1752) foi um frade e prelado da Igreja Católica português, bispo de São Luís do Maranhão.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascido em São Tiago do Sopo, então no município de Valença do Minho, era filho de João Domingues Espinhosa e de Maria Domingues Vales.[1] Professou na Ordem dos Frades Menores Observantes e foi feito diácono em 7 de junho de 1716 e foi ordenado padre em 14 de junho seguinte.[2] Estudou teologia na Universidade de Coimbra.[3] Foi visitador de sua ordem nos Açores, além de examinador das ordens militares e deputado da Junta da Bula da Santa Cruzada.[4]

Após sua nomeação como bispo de São Luís do Maranhão por Dom João V em 1 de setembro de 1745, foi confirmado pelo Papa Bento XIV em 15 de dezembro de 1745 e consagrado em 13 de março de 1746 pelo Cardeal Patriarca Tomás de Almeida, coadjuvado por Dom José Dantas Barbosa, arcebispo-auxiliar de Lisboa e por Dom João da Cruz Salgado de Castilho, O.C.D., bispo-emérito de São Sebastião do Rio de Janeiro.[2]

Chegou à Diocese em 2 de julho de 1747 e fez a sua entrada solene na Sé em 14 de julho.[5] Assumiu a diocese na presença do Governador Francisco Pedro de Mendonça Gorjão, último governador a residir em São Luís.[6] Era tido como "manso, doente e mais para o claustro do que para o governo das almas", mantendo um bom relacionamento com as autoridades civis e militares.[7] Contribuiu ordenando 25 sacerdotes, sendo 9 seculares e 16 regulares, além de investir na atividade de catequese dos indígenas, em que "recomendava que o fizessem com muita brandura, não admitindo que o usassem de violências que pudessem pretextar as chamadas guerras justas, por meio das quais eram escravizados".[4]

Celebrou no Maranhão o decreto do Papa Bento XIV, que conferia a Dom João V e a seus sucessores o título de Rex Fidelissimus, em nome da Religião, por seus serviços à Igreja Católica.[6] Autorizou a fundação do Seminário de Santo Antônio e do Recolhimento de Nossa Senhora da Anunciação e Remédios, ambos de iniciativa do padre italiano Gabriel Malagrida, em conformidade com o Alvará Régio de 1751, que o autorizava a fundação de quatro recolhimentos: um em Parnaíba, no Piauí, outro em São Luís, no Maranhão, um em Belém e outro em Cametá, no Grão-Pará, além de um recolhimento, para donzelas em Igarassu, Pernambuco e em qualquer parte da América. O Decreto Real de 1750 também determinava "que se crie a mocidade com bons costumes, educação e doutrina de que se tanto necessita naquele Estado".[4]

Faleceu em viagem, retornando da Fazenda São Lourenço, pertencente a Lourenço (Lancelot) Belfort, às margens do Rio Itapecuru, onde foi buscar tratamento de saúde, em 18 de dezembro de 1752 e foi sepultado no Catedral de São Luís do Maranhão, dois dias depois.[2][4][5]

Referências

  1. Rubert, Arlindo (1988). A Igreja no Brasil. Expansão Territorial e Absolutismo Estatal (1700-1822). Volume III. Santa Maria: Pallotti. p. 363 
  2. a b c Catholic Hierachy
  3. «Pesquisa na Universidade de Coimbra». (teologia) 
  4. a b c d Meireles, Mário Martins (1977). História da Arquidiocese de São Luís do Maranhão (no tricentenário de criação da diocese). São Luís do Maranhão: Universidade do Maranhão. p. 133-137 
  5. a b Fernando Câmara (1977). A Diocese do Maranhão e o seu Tricentenário (PDF). Ceará: Revista do Instituto do Ceará. p. 3 
  6. a b Germana Costa Queiroz (2007). IGREJA CATÓLICA E ESTADO NO MARANHÃO COLONIAL (1750-1777) (PDF). São Luís do Maranhão: Universidade Estadual do Maranhão. p. 36-37 
  7. Pacheco, Felipe Conduru (1968). História eclesiástica do Maranhão. São Luís: Departamento de Cultura do Estado 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Dom Frei Manuel da Cruz Nogueira, O. Cist.

Bispo de São Luís do Maranhão

17451752
Sucedido por
Dom Frei Antônio de São José O.S.A.