Gliese 581

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Gliese 581
Dados observacionais (J2000.0)
Constelação Libra
Asc. reta 15h 19m 27s
Declinação −07° 43′ 20,209″
Magnitude aparente 10,57
Características
Tipo espectral M3V
Variabilidade BY
Astrometria
Velocidade radial −9,5 ± 0,5
Mov. próprio (AR) 1233,51
Mov. próprio (DEC) 94,52
Paralaxe 160,91 ± 2,62
Distância 20,3 ± 0,3 anos-luz
6,2 ± 0,1 pc
Magnitude absoluta 11,6
Detalhes
Massa 0,31 M
Raio 0,29 R
Gravidade superficial 4,92 ± 0,10
Luminosidade 0,013 L
Temperatura 3.480 ± 48 K
Metalicidade [M/H] = −0,33 ± 0,12
Idade 7-11 × 109 anos
Outras denominações
HO Librae, HO Lib, BD−07°4003, GJ 581, HIP 74995, LFT 1195, LHS 394, LPM 564, LTT 6112, NLTT 39886, TYC 5594-1093-1, Wolf 562.
Gliese 581

Gliese 581 é uma estrela anã vermelha de tipo espectral M3V localizada a 20,3 anos-luz da Terra, na constelação da Libra. A a massa estimada da estrela é cerca um terço da massa solar. É a 89º estrela com sistema planetário mais próximo do Sol.[1] A orbitar Gliese 581 existem seis planetas (por ordem crescente a contar de Gliese 581): Gliese 581 e, Gliese 581 b, Gliese 581 c, Gliese 581 g, Gliese 581 d e Gliese 581 f.[2][3]

Gliese 581 é famosa por ser a estrela em volta da qual orbita o provável primeiro planeta potencialmente habitável fora do Sistema Solar,Gliese 581 c, que foi descoberto em abril de 2007.[4] Gliese 581 tem aproximadamente um terço da massa do Sol e fica situada a 20,3 anos-luz na constelação de Libra. A descoberta do planeta foi anunciada por astrônomos de França, Portugal e Suíça em 24 de abril de 2007, e liderada por Stéphane Udry do Observatório de Genebra usando o instrumento HARPS do ESO (Observatório Europeu do Sul), localizado no Chile. A equipe usou a técnica de velocidade radial.

Em 29 de setembro de 2010, astrônomos do Observatório W. M. Keck anunciaram a descoberta de Gliese 581 f e Gliese 581 g, ambos com órbitas praticamente circulares. Gliese 581 g tem uma massa de 3-4 massas terrestres, com um período orbital de 37 dias, e provavelmente está na zona habitável de Gliese 581. No planeta há acoplamento de maré, ou seja, um lado dele está sempre virado para a estrela.[3]

Estrela[editar | editar código-fonte]

Comparação do tamanho do Sol (esquerda) e Gliese 581 (direita).

O nome Gliese 581 refere-se ao número de catálogo do Catálogo Gliese de estrelas próximas. Outros nomes para essa estrela são BD-07° 4003 (do Catálogo Durchmusterung) e HO Librae (designação de estrela variável). Gliese 581 não tem um nome individual como Sirius ou Procyon.[5][6] A estrela é uma anã vermelha com tipo espectral M3V, e está localizada a cerca de dois graus a norte de Beta Librae, a estrela mais brilhante da constelação de Libra. Gliese 581 é a 87ª estrela mais próxima ao Sol conhecida.[7]

Uma estrela anã de classe M como Gliese 581 tem uma massa muito menor que a do Sol, o que faz com que a região do núcleo da estrela queime hidrogênio mais lentamente. A partir da magnitude aparente e distância, pode-se estimar uma temperatura efetiva de 3.200 kelvin e uma luminosidade visual de 0,2% da luminosidade do Sol.[8]

Um planeta precisa de estar situado muito perto de Gliese 581, para assim receber uma quantidade de energia parecida à que a Terra recebe do Sol. A região em torno de uma estrela em que um planeta receberia aproximadamente a mesma energia que a Terra recebe é chamada de zona habitável. A extensão dessa zona não é fixa e muda muito de estrela para estrela.[9]

Sistema Planetário[editar | editar código-fonte]

Existem seis planetas confirmados a orbitar Gliese 581[10]:

  • Gl 581 b - Um planeta gasoso, massa de 5 vezes a da Terra
  • Gl 581 c
  • Gl 581 d - Um planeta rochoso,[carece de fontes?] com massa oito vezes maior que a Terra. O seu período orbital é de 66,8 dias terrestres. Se apresentar gases de efeito de estufa, é possível que seja um planeta com maior probabilidade de ser habitável do que Gl 581 c.
  • Gl 581 e - O planeta que está mais próximo da sua estrela, tem uma massa de apenas 1,9 vezes a massa da Terra.
  • Gl 581 f - Planeta com massa de 7 vezes a da Terra, e o mais distante em relação à estrela que orbita.
  • Gl 581 g - Planeta rochoso, até agora, o planeta que mais tem hipóteses de abrigar vida, além da Terra, com cerca de 90% de probabilidade,[11] sua massa é de 3 a 4 vezes a da Terra está na chamada zona habitável e esta no meio de 2 planetas um quente outro frio.

Dados do sistema[editar | editar código-fonte]

Nome Massa
(Mt)
Semieixo maior
(UA)
Período orbital
(dias)
Excentricidade Comparação
e ≥1,94 0,03 3,14942 ± 0,00045 0
b ≥15,65 0,04 5,36874 ± 0,00019 0
c ≥5,36 0,07 12,9292 ± 0,0047 0,17 ± 0,07
g 3,1 0,14601 ± 0,00014 36,562 ± 0,052 n/d
d ≥7,09 0,22 66,80 ± 0,14 0,38 ± 0,09
f 7,0 0,758 ± 0,015 433 ± 13

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Research Consortium on Nearby Stars, Universidade do Estado da Geórgia. «THE 100 NEAREST STAR SYSTEMS» (em inglês) 
  2. Mayor; et al. (2009). «The HARPS search for southern extra-solar planets,XVIII. An Earth-mass planet in the GJ 581 planetary system» (PDF). Astronomy and Astrophysics 
  3. a b «Keck Observatory discovers the first Goldilocks exoplanet». W.M. Keck Observatory’s. Consultado em 29 de setembro de 2010 
  4. Achado 1º planeta habitável fora do sistema solar
  5. V* HO Lib -- Variable Star, database entry, SIMBAD. Página acessada em 21 de agosto de 2008.
  6. Entry 5594-1093-1, Tycho Catalogue, The Hipparcos and Tycho Catalogues, CDS ID I/239.
  7. «The One Hundred Nearest Star Systems». Research Consortium on Nearby Stars. Consultado em 21 de agosto de 2008. Arquivado do original em 29 de março de 2013 
  8. Udry, S.; Bonfils, X.; Delfosse, X.; Forveille, T.; Mayor, M.; Perrier, C.; Bouchy, F.; Lovis, C.; Pepe, F.; Queloz, D.; Bertaux, J.-L. (2007). «The HARPS search for southern extra-solar planets. XI. Super-Earths (5 and 8 M) in a 3-planet system». Astronomy and Astrophysics. 469 (3). pp. L43 – L47. doi:10.1051/0004-6361:20077612. Consultado em 18 de agosto de 2008 
  9. Kasting, J. F.; Selsis; Levrard, B.; Paillet, J.; Ribas, I.; Delfosse, X.; et al. (2007). «Habitable planets around the star Gl 581?». Astronomy and Astrophysics. 476 (3). pp. 1373 – 1387. doi:10.1051/0004-6361:20078091 
  10. «Cópia arquivada». Consultado em 30 de setembro de 2010. Arquivado do original em 4 de julho de 2012 
  11. http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/descoberto-o-primeiro-exoplaneta-habitavel

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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