Janthina janthina
Janthina janthina | |
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Uma ilustração do livro Voyage de Découvertes aux Terres Australes (1807), mostrando um molusco da espécie J. janthina com o animal e seu flutuador, que se constitui de uma jangada de bolhas de ar que são aprisionadas por muco. Estes flutuadores são movimentados pelos ventos e correntes marinhas.[1] | |
Classificação científica | |
Nome binomial | |
Janthina janthina (Linnaeus, 1758)[2] | |
Sinónimos | |
Helix janthina Linnaeus, 1758 Ianthina affinis Reeve, 1858 Ianthina africana Reeve, 1858 Ianthina balteata Reeve, 1858 Ianthina bicolor Menke, 1828 Ianthina bicolor var. conica Monterosato, 1878 Ianthina britannica Forbes & Hanley, 1852 Ianthina caeruleata Reeve, 1858 Ianthina casta Reeve, 1858 Ianthina depressa Reeve, 1858 Ianthina fibula Reeve, 1858 Ianthina grandis Reeve, 1858 Ianthina involuta Reeve, 1858 Ianthina planispirata A. Adams & Reeve, 1850 Ianthina roseola Reeve, 1858 Ianthina smithiae Reeve, 1858 Ianthina striulata Carpenter, 1857 Ianthina striulata var. contorta Carpenter, 1857 Ianthina trochoidea Reeve, 1858 Janthina (Achates) carpenteri Mörch, 1860 Janthina (Achates) orbignyi Mörch, 1860 Janthina auriculata E. von Martens, 1904 Janthina bicolor O. G. Costa, 1830 Janthina bicolor var. major Monterosato, 1878 Janthina bicolor var. minor Monterosato, 1878 Janthina communis Lamarck, 1822 Janthina costae Mörch, 1860 Janthina fragilis Lamarck, 1801 Janthina penicephela Peron & Lesueur, 1807 Janthina rotundata Dillwyn, 1840 Janthina violacea Röding, 1798 Janthina vulgaris Gray, 1847 (WoRMS)[2] |
Janthina janthina (nomeada, em inglês, common Janthina[3][4], large violet snail, common purple sea snail[4] ou common purple snail)[5] é uma espécie de molusco gastrópode marinho da família Epitoniidae, na ordem Caenogastropoda[2] (no passado, na família Janthinidae), epipelágica e pleustônica em oceanos tropicais.[3][4][6][7][8] Foi classificada por Carolus Linnaeus, nomeada Helix janthina, em 1758, na obra Systema Naturae[2]; agora considerada a espécie-tipo do gênero Janthina[9] e sua maior espécie.[5]
Descrição da concha e hábitos
[editar | editar código-fonte]Janthina janthina possui concha globosa, levemente triangular quando vista de sua abertura; com espiral baixa e cônica e geralmente com até 4 voltas suavemente arredondadas, de coloração púrpura a rosada, mais clara na área da espiral, atingindo até os 4 centímetros de comprimento e sem canal sifonal em sua abertura, que é subquadrada. A sua superfície possui sulcos pouco visíveis e seu lábio externo é arredondado e fino, anguloso, com sua columela reta, na parte anterior, e sem opérculo na abertura, quando adulta.[1][4][7][10][11] A tonalidade mais escura, na base da concha de Janthina janthina, faz com que o animal fique camuflado de seus predadores (tanto da vista de cima como da de baixo).[8]
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Ilustração da concha de J. janthina, retirada de Fibuier, Louis (1868); Ocean World: Being a Descriptive History of the Sea and its Living Inhabitants. New York: D. Appleton & Co.; uma espécie espalhada por todos os mares tropicais da Terra; constituindɒ-se no maior representante dos obsoletos Janthinidae.[3][5]
Os moluscos do gênero Janthina não possuem visão[3] e não podem viver desconectados de seus flutuadores; fixos por seus pés[12] e com a abertura da concha para cima, estando à mercê de ventos e correntes marinhas, na superfície das ondas, para o seu deslocamento, passando sua vida na zona epipelágica ou nêuston (superfície dos oceanos) de mares tropicais, se alimentando de cnidários dos gêneros Physalia, Porpita e Velella.[1][13][14] Tais flutuadores são constituídos por uma bolsa de bolhas de ar formadas por muco endurecido e secretado pelo animal. Tais bolsas também contém seus ovos, mantidos em cápsulas presas à parte inferior do flutuador das fêmeas e liberados como larvas que nadam livremente. Os indivíduos são protândricos; iniciam suas vidas como machos e posteriormente se tornam fêmeas.[7][13][15] Quando são alvo de predação eles podem soltar uma substância de coloração arroxeada para a sua defesa.[10][16] Podem ser depositados em praias pela maré, em grande número e ainda vivos[17], após tempestades.[7]
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Ilustração de Janthina janthina (Linnaeus, 1758)[2] com o animal ("FL": flutuador; "O": ovos; "Pr": probóscide; "Br": brânquias; "F": pé); retirada de Molluscs, Cambridge Natural History, v.3 (1895).
Distribuição geográfica
[editar | editar código-fonte]Esta espécie está distribuída geralmente nas áreas de clima tropical dos três oceanos[4], incluindoː
- Oceano Atlânticoː Cabo Verde, Colômbia[6], costa do Brasil[18], Cuba, Gabão, golfo do México, Grécia, Ilhas Britânicas, Irlanda, Jamaica, mar do Caribe, mar Mediterrâneo, México, norte do Atlântico, Panamá[6], Uruguai.[7]
- Oceano Índicoː Madagáscar, mar Vermelho, Moçambique, Somália, Tanzânia.[6]
- Oceano Pacíficoː Austrália meridional[19], Galápagos[4], Nova Zelândia.[6]
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Janthina janthina (Austrália), no Flickr, por Pei-Jan Wang.
Referências
- ↑ a b c OLIVER, A. P. H.; NICHOLLS, James (1975). The Country Life Guide to Shells of the World (em inglês). England: The Hamlyn Publishing Group. p. 58. 320 páginas. ISBN 0-600-34397-9
- ↑ a b c d e f g «Janthina janthina (Linnaeus, 1758)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 17 de novembro de 2020
- ↑ a b c d ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 70. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0
- ↑ a b c d e f «Janthina (Janthina) janthina» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 14 de novembro de 2020. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021
- ↑ a b c WYE, Kenneth R. (1989). The Mitchell Beazley Pocket Guide to Shells of the World (em inglês). London: Mitchell Beazley Publishers. p. 44. 192 páginas. ISBN 0-85533-738-9
- ↑ a b c d e «Janthina janthina (Linnaeus, 1758) distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 12 de novembro de 2020
- ↑ a b c d e RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 101. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2
- ↑ a b Santos, Natali; Saviolo, Priscila; Porcaro, Renata; Charlier, Sarah; Gonsales, Sílvia; Rossi, Tatiane; Ucela, Tiago (26 de agosto de 2008). «Pleuston e Neuston» (PDF). Universidade de São Paulo. 1 páginas. Consultado em 16 de dezembro de 2020
- ↑ «Janthina Röding, 1798» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 17 de novembro de 2020
- ↑ a b FERRARIO, Marco (1992). Guia del Coleccionista de Conchas (em espanhol). Barcelona, Espanha: Editorial de Vecchi. p. 116-117. 220 páginas. ISBN 84-315-1972-X
- ↑ Watery World (8 de dezembro de 2011). «Janthina janthina» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 14 de novembro de 2020
- ↑ LINDNER, Gert (1983). Moluscos y Caracoles de los Mares del Mundo (em espanhol). Barcelona, Espanha: Omega. p. 49. 256 páginas. ISBN 84-282-0308-3
- ↑ a b «Family Janthinidae - Violet snails» (em inglês). Seashells of NSW. 1 páginas. Consultado em 12 de novembro de 2020
- ↑ Beu, A.G. (2017). «Evolution of Janthina and Recluzia» (PDF) (em inglês). Records of the Australian Museum. 69(3). 1 páginas. Consultado em 14 de dezembro de 2020
- ↑ «Janthinidae» (em inglês). Merriam-Webster. 1 páginas. Consultado em 4 de novembro de 2020.
Definition of Janthinidaeː a family of marine snails (suborder Taenioglossa) comprising the violet snails and floating at the surface by means of a raft of air bubbles enclosed in hardened mucus secreted by the foot.
- ↑ ABBOTT, R. Tucker; MORRIS, Percy A. (1995). A Field Guide to Shells. Atlantic and Gulf Coasts and the West Indies (em inglês) 4 ed. Boston - New York: Houghton Mifflin Company - Google Books. p. 175. 350 páginas. ISBN 0-618-16439-1. Consultado em 12 de novembro de 2020
- ↑ «Janthina janthina (Linnaeus, 1758) janthina» (em inglês). SeaLifeBase. 1 páginas. Consultado em 17 de novembro de 2020
- ↑ «Janthina janthina (Linnaeus, 1758)». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 17 de novembro de 2020
- ↑ LINDNER, Gert (Op. cit., p.136.).