História alternativa: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Ajustes.
Linha 1: Linha 1:
[[Ficheiro:FatherlansUE64-ter.jpg|thumb|right|300px|Mapa fictício mostrando a divisão política em 1964 numa [[Europa]] onde a [[Alemanha Nazista]] não foi derrotada na [[Segunda Guerra Mundial]].]]
[[Ficheiro:FatherlansUE64-ter.jpg|thumb|right|300px|Mapa fictício mostrando a divisão política em 1964 numa [[Europa]] onde a [[Alemanha Nazista]] venceu a [[Segunda Guerra Mundial]].]]
'''História alternativa''' (às vezes denominada '''[[ucronia]]'''), é um subgênero da [[ficção especulativa]] (ou da [[ficção científica]]) cuja trama transcorre num mundo no qual a [[história]] possui um [[ponto de divergência]] da história como nós a conhecemos. A [[literatura]] de história alternativa faz a seguinte pergunta: "o que aconteceria se a história tivesse transcorrido de maneira diferente?" A maioria das obras do gênero são baseadas em eventos históricos reais, ainda que aspectos sociais, geopolíticos e tecnológicos tenham se desenvolvido diferentemente. Embora em algum grau toda a [[ficção]] possa ser descrita como "história alternativa", um representante apropriado do subgênero contém ficção na qual um [[ponto de divergência]] ocorre no [[passado]], fazendo com que a sociedade humana se desenvolva de maneira distinta da nossa.
'''História alternativa''' (às vezes denominada '''[[ucronia]]'''), é um subgênero da [[ficção especulativa]] (ou da [[ficção científica]]) cuja trama transcorre num mundo no qual a [[história]] possui um [[ponto de divergência]] da história como nós a conhecemos. A [[literatura]] de história alternativa faz a seguinte pergunta: "o que aconteceria se a história tivesse transcorrido de maneira diferente?" A maioria das obras do gênero são baseadas em eventos históricos reais, ainda que aspectos sociais, geopolíticos e tecnológicos tenham se desenvolvido diferentemente. Embora em algum grau toda a [[ficção]] possa ser descrita como "história alternativa", um representante apropriado do subgênero contém ficção na qual um [[ponto de divergência]] ocorre no [[passado]], fazendo com que a sociedade humana se desenvolva de maneira distinta da nossa.



Revisão das 10h52min de 16 de setembro de 2010

Mapa fictício mostrando a divisão política em 1964 numa Europa onde a Alemanha Nazista venceu a Segunda Guerra Mundial.

História alternativa (às vezes denominada ucronia), é um subgênero da ficção especulativa (ou da ficção científica) cuja trama transcorre num mundo no qual a história possui um ponto de divergência da história como nós a conhecemos. A literatura de história alternativa faz a seguinte pergunta: "o que aconteceria se a história tivesse transcorrido de maneira diferente?" A maioria das obras do gênero são baseadas em eventos históricos reais, ainda que aspectos sociais, geopolíticos e tecnológicos tenham se desenvolvido diferentemente. Embora em algum grau toda a ficção possa ser descrita como "história alternativa", um representante apropriado do subgênero contém ficção na qual um ponto de divergência ocorre no passado, fazendo com que a sociedade humana se desenvolva de maneira distinta da nossa.

Desde os anos 1950, este tipo de ficção fundiu-se em grande parte com os tropos da ficção científica envolvendo (a) entrecruzamento de períodos históricos, tempo paralelo, viagens entre histórias/universos alternativos (ou conhecimento psíquico da existência do "nosso" universo por pessoas em outro, como em obras de Dick e Nabokov), ou (b) viagens rotineiras "para cima" e "para baixo" no tempo resultando na partição da história em duas ou mais linhas temporais. Cruzamento de épocas, partição do tempo e temas da história alternativa se tornaram tão entrelaçados que é impossível discutí-los separados uns dos outros. O livro de 1962 "O Homem do Castelo Alto" de Philip K. Dick, em que os nazistas venceram a Segunda Guerra Mundial é um dos exemplos mais famosos de história alternativa, tendo marcado profundamente este gênero.

Em francês, romances de história alternativa são denominados uchronie. Este neologismo é baseado na palavra utopia (um lugar que não existe) e na palavra grega para "tempo", chronos. Uma uchronie, então, é definida como um tempo que não existe. Outro termo ocasionalmente utilizado (principalmente em espanhol) é "alohistória" (lit. "outra história")..[1]

História da alohistória

Antigüidade

O mais antigo exemplo conhecido de história alternativa aparece na História de Roma desde sua fundação de Tito Lívio, livro IX, secções 17-19. Nele, o autor reflete sobre a possibilidade de Alexandre, o Grande ter partido para a conquista à oeste, antes de lançar suas tropas para o leste, o que o teria feito atacar Roma no século IV a.C.[2]

Século XIX

A primeira obra efetivamente alohistórica parece ter sido o romance de Louis Napoléon Geoffroy-Château, denominado Napoléon et la Conquête du Monde, 1812-1813, no qual Geofffroy-Château imagina que Napoleão teria conquistado Moscou antes do desastroso inverno de 1812, o que lhe possibilitaria dominar boa parte do mundo.

Em língua inglesa, a primeira história alternativa conhecida parece ter sido o romance de Nathaniel Hawthorne, P.s Correspondance de 1845, livro cuja trama se volta para um homem aparentemente louco e que parece perceber uma realidade na qual figuras políticas e personalidades literárias já falecidas em 1845, tais como os poetas Burns, Byron, Shelley e Keats, o ator Edmund Kean, o político britânico George Canning e mesmo Napoleão Bonaparte ainda estão vivas. O primeiro romance inglês é Aristopia de Castello Holford (1895). Holford imagina o que teria sucedido se os primeiros colonizadores da Virgínia tivessem encontrado um recife de ouro puro, o que teria permitido estabelecer uma sociedade utópica na América do Norte.

Em português

O primeiro exemplo conhecido de literatura de história alternativa em português é a novela do escritor brasileiro José J. Veiga (1915-1999), A Casca da Serpente (1989), que imagina que Antonio Conselheiro (1830-1897) sobreviveu ao Massacre de Canudos (1897) para fundar uma nova Canudos, que existiu ao longo do século XX até a sua destruição durante a o regime militar na década de 1960.

O escritor brasileiro Gerson Lodi-Ribeiro tem feito muito para promover a história alternativa em língua portuguesa. Sua noveleta "A Ética da Traição" (1993) é considerada um clássico moderno da ficção científica brasileira. Imagina um presente alternativo em que o Brasil é um país muito menor, em razão da sua derrota na Guerra do Paraguai (1864-1970). Lodi-Ribeiro também escreveu história alternativa sob o pseudônimo de "Carla Cristina Pereira", explorando um cenário em que os portugueses chegaram à América antes de Colombo, e, aliados aos astecas, passam a construir um império global. Assumindo o pseudônimo em 2009, publicou com o seu próprio nome um romance dentro desse cenário, Xochiquetzal: Uma Princesa Asteca entre os Incas.

Publicada no Brasil em 2009, a antologia Steampunk: Histórias de um Passado Extraordinário, editada por Gianpaolo Celli, traz algumas histórias de história alternativa.

Em 2010, o escritor brasileiro Roberto de Sousa Causo teve publicada em livro a novela Selva Brasil, que imagina uma linha temporal alternativa em que o Brasil teria tentado invadir militarmente as Guianas, no início da década de 1960, ordenada pelo então presidente Jânio Quadros (1917-1992). A história é ambientada em 1993 e imagina um Brasil transformado por um conflito persistente em sua fronteira norte.

Ver também

Referências

Leituras adicionais

Ligações externas

Em inglês

Em português

Em Italiano

Ícone de esboço Este artigo sobre literatura é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.