Ilona Szabó
Ilona Szabó | |
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Szabó em março de 2017. | |
Nome completo | Ilona Szabó de Carvalho |
Conhecido(a) por | Cientista política especialista em segurança pública e política de drogas escritora comentarista de TV |
Nascimento | 31 de maio de 1978 (44 anos) Nova Friburgo, RJ, Brasil |
Nacionalidade | brasileira |
Cônjuge | Robert Muggah |
Ilona Szabó de Carvalho (Nova Friburgo, 31 de maio de 1978) é uma cientista política brasileira especialista em segurança pública e política de drogas. É diretora-executiva do Instituto Igarapé,[1] que co-fundou em 2011. É também autora do livro Drogas: as histórias que não te contaram (ed. Zahar), lançado em 2017;[2] pesquisadora e co-roteirista do documentário Quebrando o Tabu; e comentarista convidada do programa Estúdio i, da Globo News.
Entre 2003 e 2005, coordenou uma das maiores campanhas de coleta de armas da história, que resultou em mais de 500 mil armas de fogo retiradas de circulação em todo o Brasil.[3] Também coordenou a participação da sociedade civil para a Declaração de Genebra sobre Violência Armada e Desenvolvimento entre 2009 e 2012.
Entre 2008 e 2010, Ilona foi secretária-executiva da Comissão Latino-americana sobre Drogas e Democracia. Entre 2011 e 2016, foi secretária-executiva da Comissão Global de Políticas de Drogas,[4] onde organizou encontros, debates e declarações para divulgar melhores práticas sobre políticas de drogas adotadas em mais de 30 países. Durante esse período, trabalhou ao lado de ex-presidentes como Cesar Gaviria, Ernesto Zedillo, Fernando Henrique Cardoso e Ruth Dreifuss, do empresário Richard Branson, da representante especial da ONU Louise Arbour e do ex-secretário geral da ONU Kofi Annan.[5] Colaborou com a produção de documentos-referência sobre política de drogas, usados tanto na experiência de regulação da cannabis no Uruguai como no Acordo de Paz na Colômbia.
Recebeu o prêmio internacional Líder Responsável da Fundação BMW. Em 2015, foi nomeada Jovem Líder Global pelo Fórum Econômico Mundial e desde então participa anualmente dos encontros anuais do Fórum, em Davos.
Em 2016 foi jurada internacional para o Desafio Bloomberg para Prefeitos na América Latina e para a iniciativa 100&Change da Fundação MacArthur’s. Foi consultora para diversas organizações internacionais, como a OCDE, PNUD, UE e diversas ONGs internacionais, conduzindo avaliações pela América Latina e África. Também deu suporte a organizações de base em seu desenvolvimento organizacional.
Foi a única brasileira incluída na lista dos "50 maiores pensadores do mundo em 2020" publicada pela revista britânica Prospect, especializada em ciências políticas e atualidades.[6]
Algumas publicações e participações em programas[editar | editar código-fonte]
Em 2014, Ilona se apresentou no TEDGlobal 2014.[7] Em 2017, publicou seu primeiro livro, pela Zahar. Pelo Instituto Igarapé publicou pesquisas que se tornaram referência em matéria de política de drogas . É autora de dezenas de artigos de opinião na imprensa nacional e internacional, além de colunista na Folha de S.Paulo.[8] É comentarista convidada do Estúdio i, da Globo News, e participou de outros programas de entrevista de renome da televisão brasileira.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Ilona fez intercâmbio cultural pelo American Field Service (AFS) por um ano na Letônia, fez mestrado em Estudos de Conflito e Paz pela Universidade de Uppsala, na Suécia, é especialista em Desenvolvimento Internacional pela Universidade de Oslo e bacharel em Relações Internacionais pela Estácio de Sá. Participou de diversos cursos executivos, como Lideranças Transformadoras na Said Business School, da Universidade de Oxford, e Gestão de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) na Folke Bernadotte Academy do Colégio de Defesa Nacional Sueco, em Estocolmo.
Antes de trabalhar no terceiro setor, Ilona trabalhou por quase cinco anos em bancos de investimento do Rio de Janeiro no final da década de 1990.
Ilona é descendente de húngaros. É mãe de Yasmim Zoe, nascida em 2014, e é casada com o economista e acadêmico canadense e também co-fundador do Instituto Igarapé, Robert Muggah.
Ilona é fonte frequente da imprensa para os temas com que trabalha, já tendo tido seu perfil publicado por veículos como jornal O Globo, revista TPM, revista Marie Claire, El País e revista Gol.[9]
No início de 2019, Ilona foi nomeada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro como membro suplente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, órgão de consulta do governo que avalia o sistema penitenciário, propõe diretrizes de política criminal e faz inspeções em estabelecimentos penais, entre outras funções. Devido a manifestações de apoiadores da ala ideológica do governo nas mídias sociais, Ilona foi, por ordem do presidente Jair Bolsonaro, afastada do conselho pelo ministro.
Naquele ano, foi incluída pelo site Universa, do UOL, entre as "19 mulheres de 2010" que "servem de inspiração para que as mulheres que vêm aí possam acreditar que – antes tarde do que nunca – não haja mais lugar onde uma mulher não possa chegar".[10]
Em 24 de abril de 2020, em meio à pandemia de Covid-19, foi mencionada (pela terceira vez) pelo presidente no pronunciamento realizado após o pedido de demissão do então ministro Moro. Na ocasião, em rede nacional, Bolsonaro retomou o caso da nomeação de Ilona para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária em tom misógino[11] e com base em informações equivocadas. "Ver um episódio tão insignificante ser usado num momento-chave é entender que aquele discurso foi feito para a base do presidente, que precisa de inimigos reais ou imaginários. Eu sou uma peça imaginária nesse xadrez. E tem uma questão de gênero, que é bastante presente na postura do presidente", afirmou Ilona Szabó à revista Época.[11][12][13]
Referências
- ↑ «Ilona Szabó — Perfil». igarape.org.br. 7 de maio de 2015. Consultado em 29 de novembro de 2019.
- ↑ Drogas: o livro
- ↑ «Não podemos ficar só na preocupação, é necessário agir». Trip
- ↑ http://m.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/07/1651343-historiador-da-maconha-no-brasil-condena-politica-de-guerra-a-droga.shtml?mobile
- ↑ «Ilona Szabó, força e coragem para quebrar tabus». O Globo. 18 de agosto de 2013
- ↑ Gois, Ancelmo. «'Os pensadores de 2020': Ilona Szabó é a única brasileira em seleção de revista britânica». Ancelmo - O Globo. Consultado em 29 de julho de 2020
- ↑ «Estão morrendo mais por causa de remédios controlados do que por drogas ilegais». Trip
- ↑ «Ilona Szabó de Carvalho, cientista política, é a nova colunista de 'Cotidiano'». "Folha de S.Paulo". 20 de dezembro de 2017. Consultado em 17 de agosto de 2019
- ↑ «Diretora do Igarapé é a capa da revista Gol». Instituto Igarapé. 12 de julho de 2017. Consultado em 17 de agosto de 2019
- ↑ «19 mulheres de 2019: O futuro é feminino, mas elas batalham por um presente melhor». www.uol.com.br. Consultado em 29 de julho de 2020
- ↑ a b «Citada por Bolsonaro em discurso sobre Moro, Ilona Szabó diz que fala foi feita para incendiar base». 29 de abril de 2020
- ↑ «Leia íntegra do discurso de Bolsonaro após demissão de Moro». noticias.uol.com.br. Consultado em 29 de julho de 2020
- ↑ «Veja e leia a íntegra do pronunciamento de Bolsonaro sobre a saída de Moro do governo»
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- «Jovem Líder Global de 2015, pelo Fórum Econômico Mundial», BBC, 18 de março de 2015.
- «Ilona Szabó: "A direita está falando em renovação política para chegar ao autoritarismo"», Agência Pública, 23 de abril de 2019.