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Integralismo: diferenças entre revisões

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==Ver também==
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Revisão das 13h50min de 3 de março de 2011

[controverso] Integralismo (também denominado "nacionalismo integral") é uma Doutrina política de inspiração tradicionalista, ultra-conservadora, inspirada na Doutrina Social da Igreja Católica, que surgiu em Portugal nos inícios do século XX defendendo o princípio de que uma sociedade só pode funcionar com ordem e paz, no respeito das hierarquias sociais, fundamentando-se para isso nas aptidões e nos méritos pessoais demonstrados (em oposição às doutrinas igualitárias saídas da Revolução Francesa, como o socialismo, comunismo e anarquismo), e na harmonia e união social.

O Integralismo em Portugal

Ver artigo principal: Integralismo Lusitano

O Integralismo originou-se em Portugal, sendo inicialmente uma reação ao anticlericalismo da 1ª República portuguesa implantada em 1910. O municipalismo e o sindicalismo de inspiração católica constituem a matriz. A ideologia defende a proteção dos valores nacionais (ex: passado histórico, tradição, cultura, costumes, religião), e a cooperação das diferentes classes sociais para atingir a harmonia e a união social. Actualmente engloba pessoas de quase todas as religiões.

O Integralismo, no caso lusitano, defendeu a monarquia, a liberdade sindical e corporativa, e a livre competição entre grupos econômicos e empresas. A doutrina económica não era porém a política liberal partidocrática (aquela que aceita a existência de partidos políticos apenas na gestão da governação), defendendo antes o organicismo e o municipalismo. O integralismo opôs-se à luta de classes e às greves, sendo também contrário aos sindicatos estatais como os da Itália fascista da década de 1930. Como forma de resolver os conflitos laborais, defendia o recurso aos Tribunais de Trabalho.

Em Portugal, os críticos e adversários, como Raúl Proença e Carlos Ferrão, associaram as ideias integralistas às da "Acção Francesa" de Charles Maurras. As idéias maurrasianas influenciaram muitos políticos na época, como por exemplo António de Oliveira Salazar, fundador do Estado Novo. Os integralistas lusos demarcaram-se do maurrasianismo[1] e do Salazarismo, a quem combateram, sofrendo alguns deles a deportação (Hipólito Raposo) e a prisão (idem, Francisco Rolão Preto)[2].

O Integralismo no Brasil

Ver artigo principal: Ação Integralista Brasileira
Bandeira da Ação Integralista Brasileira.

Nos anos 30, surgiu também um Integralismo Brasileiro. Algumas diferenças entre Portugal e o Brasil - na América do Sul não colocaram a questão do regime, monárquico ou republicano - o Integralismo sul-americano foi também predominantemente inspirado pela Doutrina Social da Igreja Católica, em especial no caso de Plínio Salgado, portanto muito contrário ao estatismo modernista do fascismo.

No Brasil, o integralismo teve forte influência durante o longo período em que Getúlio Vargas esteve pela primeira vez no poder (1930-1945) e inicialmente deu sustentação à ditadura varguista. Vargas, porém, não se revelou o que os Integralistas esperavam. Tentaram um novo golpe em 10 de maio 1938, o Levante integralista mas fracassaram.

O Integralismo no Brasil teve grande influência com a derrota da Intentona Comunista (1935). Luiz Carlos Prestes encontrou dificuldades para seu "golpe de estado" por conta de que alguns integralistas foram ativamente contra seu movimento.

Cerca de 80% da marinha do Brasil era adepta à filosofia de Plínio Salgado, porém, durante o "golpe" integralista, houve falhas nas correspondências, causando o fracasso do mesmo, essa associação com a marinha poderia ser crucial para a aplicação do estado integral no Brasil, lembremos de quando o almirante negro, João Cândido, um futuro integralista liderou a revolta da Chibata (1910).

Ao contrário do que muitos dos adversários do Integralismo revelam, o movimento não morreu após a ditadura varguista, permanece até os dias de hoje em várias formas de compreensão. Dois grupos conhecidos como Carecas do ABC e Carecas do Ceará, dizem-se seguidores das idéias de Plínio Salgado, o que gera divergências pois esses mesmos grupos são conhecidos como violentos e certos integralistas repudiam a violência e pregam uma "discussão saudável" de ideologias entre adversários. Há também outro grupo chamado de FIB - Frente Integralista Brasileira - esse muito mais moderado e diz manter toda a ideologia integralista original. Existem também outros grupos auto-intitulados de integralistas, como o Movimento Integralista e Linearista Brasileiro MIL-B [3] e a Ação Integralista Revolucionária. O MIL-B defende que a sua ideologia provém da sua interpretação do Integralismo com olhos do séc. XXI, o que criou a partir de 1992 uma vertente do Integralismo chamada de Linearismo.

As idéias integralistas

O Integralismo defende, na linha do pensamento tradicionalista, que cada nação necessita de um sistema político adequado a própria história, cultura, religião e pensamento. Dá prioridade à preservação da cultura local, da tradição, dos costumes e ao desenvolvimento das zonas rurais, como forma de vencer o cosmopolitismo e o monoculturalismo. O Integralismo é contrário ao modernismo filosófico e prático, que entende como massificador e uniformizador. Muitos integralistas também são contrários aos regimes de extrema-direita exercidos na Europa do século XX e chamam esses movimentos de "alienígenas". Pregando assim um movimento realmente português ou brasileiro, seja num ou no outro país, livre de cunho com qualquer outro movimento estrangeiro. Por isso é, por vezes, associado ao movimento ultra-nacionalista ou a uma extrema-direita não racista ou preconceituosa.

Também, os integralistas defendem uma forma de governo baseada na ligação do Estado com a família, defendendo princípios éticos, religiosos e morais para os homens, lutando, assim, contra a destruição dos estados defendida por Karl Marx e os comunistas ou socialistas de esquerda.

Referências

  1. José Hipólito Raposo, Dois Nacionalismos - L'Action française e o Integralismo Lusitano, Lisboa, Férin, 1929.
  2. José Manuel Quintas, Filhos de Ramires - As origens do Integralismo Lusitano, Lisboa, Editorial Nova Ática, pp. 17-18.
  3. Integralismo linear
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Ver também

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