Jesús Cossio

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Jesús Cossio
Jesús cossio.jpg
Nascimento 1974
Lima
Nacionalidade  Peru
Área quadrinhista
Publicações
  • Ruplay - Historias Graficas Sobre La Violencia Política 1980-1984
  • Comics sobre Violencia Politica en el Perú 1985-1990
  • Las Increíbles Aventuras del Hombre que NO se Hacía Dramas
  • La Guerra por el Agua

Jesús Cossio (Lima, 1974) é um quadrinhista peruano, considerado como o autor mais influente de quadrinhos sobre jornalismo e documentário da América Latina.[1] Escreveu sobre os conflitos vividos no Peru entre os anos 1980 e 2000, e mais recentemente sobre os conflitos com mineradoras.[2] Seu trabalho possui um forte vínculo com a justiça social e a memória coletiva.[3] É conhecido no exterior, tendo obras publicadas e palestrando em países como Bolivia, Colômbia, Argentina, Chile, México, Brasil, Estados Unidos, Espanha, Áustria e França.[3][4][5][6]

Entre suas inspirações, estão quadrinhistas como Joe Sacco, Phoebe Gloeckner, Chester Brown, Emanuele Fior, Olivier Schrauwen, Emil Ferris, Aidan Koch, Rodrigo La Hoz, George Grosz e Karl Arnold.[3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Jesús Cossio trabalha com fanzines desde os vinte anos, e começou sua carreira como quadrinhista em 1994.[7]

Cossio trabalhou desde 2013 na Comissão Multisetorial de Alto Nível para as Reparações (CMAN), ligado ao Ministério da Justiça.[8] Lá, fazia oficinas para que crianças afetadas pelo conflito entre o Sendero Luminoso e o estado peruano pudessem contar histórias e opiniões que tinham ouvido de seus parentes. Depois, fez retratos falados das pessoas desaparecidas sem registros ou com registros deteriorados. Em 2016, Cossio se juntou a Alejandro Olazo e Illari Orccottoma e lançaram o projeto Retratos de Memória.[9]

Projetos[editar | editar código-fonte]

Fanzines[editar | editar código-fonte]

É autor de El cerdo volador, Pánico, Juventud moderna, Ciudades Convertidas en Selvas outras revistas.[1][3]

Livros didáticos[editar | editar código-fonte]

Em 1999, publicou seu primeiro livro junto com Carlos Mayhua e Luis Rossell, Entre cuadernos y barrotes: la educación peruana desde el punto de vista de sus víctimas.[3]

Em 2012, publicou juntamente com Rubén H. Ríos a Biopolítica para principiantes.[3]

Em 2013, publicou junto com Miguel Rubio, diretor do Grupo Cultural Yuyachkani, a Guerrilla en Paucartambo, livro ilustrado parte do projeto Memoria que Danza, que visa divulgar festas e tradições peruanas.[10]

Em 2016, publicou Los Años del Terror - 50 Perguntas sobre el Conflicto Armado en Perú 1980-2000, como parte de um projeto da CMAN.[11] A obra é um livro ilustrado feito para o ambiente escolar, que serve de introdução para a violência política da época.[2]

Quadrinhos documentário[editar | editar código-fonte]

Em 2008, publicou junto com Luis Rossell e Alfredo Villar o quadrinho Ruplay - Historias Graficas Sobre La Violencia Política 1980-1984, que narra as violações de direitos humanos durante o conflito do Sendero Luminoso com o governo peruano.[5]

Em 2010, publicou Barbarie - Comics sobre Violencia Politica en el Perú 1985-1990, que narra atos de violência como o massacre de Pucayu 2, Accomarca e o massacre das prisões.[12]

Em 2013, publicou Conga, quadrinho de quatro páginas sobre o conflito mineiro envolvendo o Projeto Conga, em Cajamarca.[13]

Em 2019, ilustrou Ya nadie te sacará de tu tierra, quadrinho documentário de dois volumes com roteiro de Carla Sagástegui sobre a Reforma Agrária de 1969, que buscava combater as haciendas, um sistema feudal introduzido pelos espanhóis no século XVI.[14]

Tiras satíricas[editar | editar código-fonte]

Em 2013, pasosu a publicar uma tira no Facebook intitulada Las Increíbles Aventuras del Hombre que NO se Hacía Dramas. A versão física foi publicada em 2015 pela Editora Pictorama. Na história, o protagonista encara seus problemas afetivos com distanciamento e sarcasmo.[7]

Em 2016, lançou pela Editora Pictorama o quadrinho Mala Onda, obra satírica sobre o conflito interno no Peru.[15]

Quadrinhos jornalísticos[editar | editar código-fonte]

Colaborou escrevendo charges ao El Otorongo, do jornal Perú.21.[7]

Em 2016, ilustrou o quadrinho online interativo La Guerra por el Agua, baseado em reportagens investigativas do jornal Ojo Publico sobre o conflito entre a empresa mineradora Southern Copper e os agricultores locais.[16]

Em 2020, ilustrou duas histórias (El caso Espinar e Los niños del petróleo) para o Expediente Toxico, quadrinho online interativo baseado em uma série investigativa homônima do jornal Convoca.pe sobre crianças expostas a metais pesados por causa de atividades de indústrias extrativistas nas zonas rurais.[6]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

Ligações Externas[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b «Jesús Cossio». Words Without Borders (em inglês). Consultado em 26 de setembro de 2022. Cópia arquivada em 26 de setembro de 2022 
  2. a b Pablo Pérez Álvarez (8 de abril de 2019). «The power of a comic as historical memory» (em inglês). FairPlanet. Consultado em 26 de setembro de 2022. Cópia arquivada em 27 de setembro de 2022 
  3. a b c d e f Tullis, Brittany (dezembro de 2019). «DESDE EL CÓMIC DOCUMENTAL AL TALLERISMO: UNA ENTREVISTA CON JESÚS COSSÍO» (PDF). St. Ambroise University. Mitologías Hoy (em inglês). 20: 261-268. ISSN 2014-1130. doi:10.5565/rev/mitologias.672. Consultado em 27 de setembro de 2022 
  4. a b «El conflicto interno en Perú a través de cómics» (em inglês). University of Illinois Chicago. 23 de junho de 2020. Consultado em 27 de setembro de 2022. Cópia arquivada em 27 de setembro de 2022 
  5. a b Alexander Hill (23 de maio de 2019). «Truth and Memory in Peru: A Conversation with Jesús Cossio - BristoLatino» (em inglês). BristoLatino. Consultado em 26 de setembro de 2022. Cópia arquivada em 26 de setembro de 2022 
  6. a b «Convoca.pe publica cómic interactivo con historias de peruanos afectados por metales pesados» (em espanhol). Convoca.pe. 21 de outubro de 2020. Consultado em 26 de setembro de 2022. Cópia arquivada em 26 de setembro de 2022 
  7. a b c «Facebook: la mente detrás de 'El hombre que no se hace dramas' | REDES-SOCIALES» (em espanhol). El Comercio Perú. 26 de novembro de 2014. Consultado em 27 de setembro de 2022. Cópia arquivada em 27 de setembro de 2022 
  8. «2017-guests». THE INTERNATIONAL COMIC ARTS FORUM (em inglês). Consultado em 27 de setembro de 2022. Cópia arquivada em 27 de setembro de 2022 
  9. «Retratos de memoria». Vist Projects (em espanhol). 29 de junho de 2022. Consultado em 26 de setembro de 2022. Cópia arquivada em 26 de setembro de 2022 
  10. «Guerrilla en Paucartambo» (em espanhol). Revista Buensalvaje. 14 de novembro de 2013. Consultado em 27 de setembro de 2022. Cópia arquivada em 27 de setembro de 2022 
  11. Nayo Aragón (27 de julho de 2016). «13 preguntas a Jesús Cossio sobre 'Los Años del Terror'». redaccion.lamula.pe (em espanhol). Consultado em 26 de setembro de 2022. Cópia arquivada em 27 de setembro de 2022 
  12. «Barbarie. Comics sobre Violencia Política en el Perú 1985-1990 | CDI». LUM, Centro de Documentación e investigación. Consultado em 26 de setembro de 2022. Cópia arquivada em 26 de setembro de 2022 
  13. Abya Yala (abril de 2019). «Conga | Jesús Cossio». Revista de la Universidad de México. Consultado em 26 de setembro de 2022. Cópia arquivada em 27 de setembro de 2022 
  14. Nicholas Burman (12 de dezembro de 2019). «Re-Writing the Revolution: In Conversation with Jesús Cossio and Carla Sagástegui» (em inglês). The Comics Journal. Consultado em 26 de setembro de 2022. Cópia arquivada em 26 de setembro de 2022 
  15. Gabriel Zarate (19 de julho de 2016). «El lector de historietas: "Mala onda", de Jesús Cossío». El lector de historietas. Consultado em 26 de setembro de 2022. Cópia arquivada em 27 de setembro de 2022 
  16. Nelly Luna Amancio. «La guerra por el agua» (em espanhol). Ojo Publico. Consultado em 26 de setembro de 2022. Cópia arquivada em 27 de setembro de 2022