Judah Bento Ruah

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Judah Bento Ruah
Judah Bento Ruah
Nascimento 28 de Março de 1892
Faro
Morte 16 de Maio de 1958
Lisboa
Ocupação Militar, fotógrafo e engenheiro
Serviço militar
País Portugal Portugal
Serviço Corpo Expedicionário Português
Patente Capitão

Judah Bento Ruah (Faro, 28 de Março de 1892 - Lisboa, 16 de Maio de 1958) foi um engenheiro, militar e fotógrafo português. Ficou conhecido como o autor das fotografias tiradas durante o Milagre do Sol, em 13 de Outubro de 1917.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascimento e formação[editar | editar código-fonte]

Nasceu na cidade de Faro,[2] em 28 de Março de 1892, filho de Hassan Bento Ruah e de Sol Benhaia Ruah, e sobrinho do conceituado fotógrafo Joshua Benoliel.[3]

Obteve os diplomas dos cursos de engenharia militar e electrotécnica.[2]

Fotografia de Judah Bento Ruah, mostrando do devotos a olhar para o céu durante o Milagre do Sol.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Alistou-se em 1916, tendo estado nos campos de batalha em França, durante a Primeira Guerra Mundial.[2]

Em 13 de Outubro de 1917 deslocou-se à Cova da Iria, em conjunto com o jornalista Avelino de Almeida, do jornal O Século para testemunhar um milagre, que alegadamente tinha sido anunciado aos Pastorinhos de Fátima pela Virgem Maria.[3] Foi à Cova da Iria a pedido do seu tio, Joshua Benoliel, que estava doente.[3] No local, tirou as únicas treze fotografias que se conhecem do Milagre do Sol, que são consideradas de grande importância para compreender o ambiente que se viveu durante aquele milagre, e por retratarem algumas das milhares de pessoas que se deslocaram ao local, que terão sido os primeiros peregrinos de Fátima.[3]

Entre 1917 e 1919 exerceu como engenheiro nas obras do Caminho de Ferro de Quelimane, e em 1921 no Caminho de Ferro de Lourenço Marques.[2] Em 1919 tinha o posto de alferes no Regimento de Sapadores Mineiros, e em 1935 já tinha ascendido ao posto de capitão.[2] Também trabalhou como fotógrafo militar.[2] Em 1932 integrou-se na Câmara Municipal de Lisboa como subdirector interino das Oficinas Gerais,[4] e em 1937 ascendeu a director das oficinas.[2] Em Janeiro de 1938[2] foi promovido a director dos Serviços Técnico-Especiais pelo presidente da Câmara Municipal, Duarte Pacheco, posição que manteve até ao seu falecimento.[4] Também trabalhou como vogal nas comissões municipais para a Fiscalização de Contratos, do Trânsito e da Codificação de Posturas.[2]

Falecimento e homenagens[editar | editar código-fonte]

Faleceu no dia 16 de Maio de 1958, no Hospital de São José, em Lisboa.[4]

Em 2018, o Santuário de Fátima organizou a exposição As Cores do Sol, dedicada a Judah Bento Ruah e às suas fotografias do Milagre do Sol, no âmbito do qual foram discutidas «a conjuntura e o contexto que levaram Judah Bento Ruah a Fátima, assim como o seu modo de operar como fotógrafo.».[5]

Referências

  1. PIRES, Catarina (11 de Abril de 2016). «A surpreendente história da família Ruah». Notícias Magazine. Consultado em 12 de Maio de 2021 
  2. a b c d e f g h i Duarte Pacheco. 1938 2018: 80 Anos da Presidência da Câmara Municipal de Lisboa. Lisboa: Gabinete de Estudos Olisiponenses. 2018. p. 33. Consultado em 12 de Maio de 2021 – via Issuu 
  3. a b c d ALVES, Diogo Carvalho (13 de Janeiro de 2021). «Protagonistas de Fátima: Judah Bento Ruah» (PDF). Voz da Fátima. Fátima: Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. p. 5. ISSN 1646-8821. Consultado em 12 de Maio de 2021 
  4. a b c «Eng.º Judah Bento Ruah». Revista Municipal. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa. 1958. p. 37. Consultado em 12 de Maio de 2021 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  5. «Fotógrafo Paulo Catrica vai orientar visita temática à exposição temporária "As Cores do Sol"». Santuário de Fátima. 5 de Junho de 2018. Consultado em 12 de Maio de 2021 
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