Melanophryniscus sanmartini

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Estado de conservação
Quase ameaçada
Quase ameaçada (IUCN 3.1) [2]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Anura
Família: Bufonidae
Gênero: Melanophryniscus
Espécie: M. sanmartini
Nome binomial
Melanophryniscus sanmartini
Klappenbach, 1968

Melanophryniscus sanmartini é uma espécie de anfíbio anuro da família Bufonidae.  Também conhecida popularmente como “San Martin red belly toad” (Sapo-da-barriga-vermelha de San Martin). Apresenta dorso escuro com textura verrucosa e algumas manchas marrom claro. O ventre apresenta manchas alaranjadas e uma faixa avermelhada na região das coxas. M. sanmartini foi descrita em 1968 e era considerada endêmica a algumas regiões do Uruguai, com o holótipo sendo o único exemplar adulto disponível. Em 2010 foram encontrados novos registros da espécie no estado de Rio Grande do Sul. Seu habitat parece estar restrito a áreas montanas, com campos úmidos e afloramentos rochosos no domínio fitogeográfico de Pampas. O gênero Melanophryniscus conta com mais 25 espécies distribuídas por países da América do Sul.

Taxonomia e Classificação[editar | editar código-fonte]

Melanophryniscus sanmartini Klappenbach, 1968 é o nome científico correto e aceito para essa espécie. O holótipo faz parte da coleção de anfíbios do Museu Nacional de História Natural de Montevidéu (MHNM).[3]

Reino Animalia

Filo Chordata

Gnathostomata

Sarcopterygii

Tetrapoda

Classe Amphibia

Ordem Anura

Família Bufonidae

Gênero Melanophryniscus

Reprodução e Desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

O tamanho é uma característica importante de seu dimorfismo sexual. As fêmeas são ligeiramente maiores que os machos na maturidade, fêmeas têm de 2,3 a 2,6 centímetros, enquanto os machos 1,9 a 2,2 centímetros.[4]

Algumas observações da espécie no Brasil sugerem um modo reprodutivo explosivo na estação chuvosa. Foi registrado maior atividade de reprodução, contabilizada pelo canto de machos, após o pôr do sol (entre 18h e 00h), em locais com poças temporárias após chuvas fortes.[5]

O girino de Melanophryniscus sanmartini habita ambientes lênticos, de poças temporárias. Um estudo comparativo da ecomorfologia de girinos de espécies do gênero Melanophryniscus que habitam ambientes lênticos, lóticos e fitotelmos revela um complexo compartilhamento de características morfológicas entre espécies com diferentes modos reprodutivos.[6]

Hábito alimentar[editar | editar código-fonte]

Estudos sobre os hábitos alimentares de Melanophryniscus sanmartini ainda são escassos na literatura. Em geral, várias espécies do gênero consomem principalmente formigas, ácaros e besouros.[7]

Distribuição[editar | editar código-fonte]

Modelos recentes mostram que a atual distribuição de M. sanmartini ocupa 79.665 km² em regiões de campos montanhosos entre o sul do estado do Rio Grande do Sul e em algumas regiões do leste do Uruguai.[5][8]

Citogenética[editar | editar código-fonte]

Melanophryniscus santmartini apresenta genoma nuclear diploide, com 11 pares de cromossomos (2n = 22). A partir de informações citogenéticas, existe proximidade citotaxonômica de Melanophryniscus sanmartini a espécies do grupo Melanophryniscus moreirae[9]. Esses relacionamentos ainda precisam ser testados em uma abordagem filogenética.

Doenças[editar | editar código-fonte]

Melanophryniscus sanmartini é a primeira espécie de anfíbio neotropical selvagem com relato de neoplasia espontânea. O registro mostrou um tipo de tumor gorduroso, considerado um lipoma subcutâneo. Esse tumor apresentava células de gordura adjacentes ao tecido conjuntivo fibroso e aparentava ser uma neoplasia benigna.[10]

Ameaças[editar | editar código-fonte]

De acordo com a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), M. sanmartini é classificado como “Quase ameaçada”. As principais causas de ameaça são a diminuição de seu habitat natural por silvicultura, pecuária extensiva e agricultura.[11] Outras fontes também apontam a distribuição fragmentada de suas populações como um fator de ameaça à essa espécie.[4]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Frost, D.R. (2014). «Melanophryniscus sanmartini». Amphibian Species of the World: an Online Reference. Version 6.0. American Museum of Natural History, New York, USA. Consultado em 7 de novembro de 2014 
  2. Lavilla, E.; Langone, J. (2004). Melanophryniscus sanmartini (em inglês). IUCN 2014. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2014. Página visitada em 7 de novembro de 2014..
  3. «Amphibian Species of the World: An Online Reference (Version 6)». Reference Reviews (6): 32–32. 12 de agosto de 2014. ISSN 0950-4125. doi:10.1108/rr-05-2014-0125. Consultado em 5 de dezembro de 2023 
  4. a b «AmphibiaWeb | Home». amphibiaweb.org (em inglês). Consultado em 5 de dezembro de 2023 
  5. a b Brusquetti, Francisco; Baldo, Diego; Motte, Martha (1 de maio de 2007). «Amphibia, Anura, Bufonidae, Melanophryniscus krauczuki: geographic distribution map and first record for Paraguay». Check List (2). 141 páginas. ISSN 1809-127X. doi:10.15560/3.2.141. Consultado em 5 de dezembro de 2023 
  6. Baldo, Diego; Candioti, Florencia Vera; Haad, Belén; Kolenc, Francisco; Borteiro, Claudio; Pereyra, Martín O.; Zank, Caroline; Colombo, Patrick; Bornschein, Marcos R. (julho de 2014). «Comparative morphology of pond, stream and phytotelm-dwelling tadpoles of the South American Redbelly Toads (Anura: Bufonidae: Melanophryniscus ): Larval Morphology of Melanophryniscus». Biological Journal of the Linnean Society (em inglês) (3): 417–441. doi:10.1111/bij.12296. Consultado em 5 de dezembro de 2023 
  7. Brusquetti, Francisco; Baldo, Diego; Motte, Martha (1 de maio de 2007). «Amphibia, Anura, Bufonidae, Melanophryniscus krauczuki: geographic distribution map and first record for Paraguay». Check List (2). 141 páginas. ISSN 1809-127X. doi:10.15560/3.2.141. Consultado em 5 de dezembro de 2023 
  8. Rosenstock, Nicole; Toranza, Carolina; Brazeiro, Alejandro (junho de 2015). «Climate and land-use changes effects on the distribution of a regional endemism: Melanophryniscus sanmartini (Amphibia, Bufonidae)». Iheringia. Série Zoologia (2): 209–216. ISSN 0073-4721. doi:10.1590/1678-476620151052209216. Consultado em 5 de dezembro de 2023 
  9. Baldo, Diego; Cotichelli, Leonardo; Pereyra, Martín O.; Borteiro, Claudio; Netto, Flavia; Kolenc, Francisco; Brusquetti, Francisco; Bidau, Claudio (março de 2012). «A Cytotaxonomic Survey of the Genus Melanophryniscus Gallardo, 1961 (Anura: Bufonidae)». Journal of Herpetology (em inglês) (1): 25–32. ISSN 0022-1511. doi:10.1670/10-293. Consultado em 5 de dezembro de 2023 
  10. Rossini, Emilia; Machín, Victoria; Borteiro, Claudio; Kolenc, Francisco; Verdes, José Manuel (24 de setembro de 2018). «Lipomatous tumour in the endangered toad Melanophryniscus montevidensis (Anura: Bufonidae) from Uruguay». Cuadernos de Herpetología (2). doi:10.31017/cdh.2018.(2018-020). Consultado em 5 de dezembro de 2023 
  11. «Melanophryniscus sanmartini: Esteban Lavilla, Jose Langone». IUCN Red List of Threatened Species. 30 de abril de 2004. Consultado em 5 de dezembro de 2023 
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