Metralhadora leve
Uma metralhadora leve (português brasileiro) ou metralhadora ligeira (português europeu) (em inglês light machine gun, ou LMG) é uma metralhadora de peso leve projetada para ser operada individualmente[1], com ou sem assistente. É usada como uma arma de apoio de infantaria.
Em Portugal, é também utilizada a sigla ML para se referir às metralhadoras ligeiras.

As metralhadoras leves são alimentadas por carregador ou fita. Inclusive, há modelos que são compatíveis com ambas as formas de suprimento citadas, como o FN Minimi/M249 e o Ares Shrike 5.56.
Enquanto as primeiras metralhadoras leves atiravam cartuchos de potência total (full-size), as metralhadoras leves modernas frequentemente atiram cartuchos intermediários[1].
Alguns exemplos de metralhadoras leves que atiram cartuchos intermediários são: RPD (7,62x39mm), RPK (7,62x39mm) e RPK-74 (5,45x39mm), FN Minimi/M249 (5,56x45mm NATO), CETME Ameli (5,56x45mm NATO), Ultimax 100 (5,56x45mm NATO), L86 LSW (5,56x45mm NATO), Daewoo K3 (5,56x45mm NATO/.223 Remington), Ares Shrike 5.56 (5,56x45mm NATO) e Heckler & Koch MG4 (5,56x45mm NATO).

A primeira metralhadora leve do mundo a ser produzida em larga escala foi a dinamarquesa Madsen, adotada pelo Exército Real Dinamarquês em 1902[2].
Em Portugal[editar | editar código-fonte]
Em 1917, as forças militares de Portugal adotaram a metralhadora leve inglesa Lewis[3] e, inclusive, a utilizou na Primeira Guerra Mundial.
Este país também recebeu dois lotes da metralhadora leve Madsen, um em 1930 e outro em 1940. O lote de 1930 usava o calibre .303 British (7,7×56mmR) e o lote de 1940 usava o calibre 7,92×57mm Mauser, que também era utilizado nos fuzis Mauser.[4]
Em 1938, houve a adoção da metralhadora leve MG13 (nomeada Dreyse)[5] e tanto ela quanto a Madsen chegaram a ser usadas na Guerra do Ultramar.
Com a Segunda Guerra Mundial e a neutralidade de Portugal nela, sentiu-se a necessidade de adquirir uma metralhadora leve que utilizasse o calibre utilizado pelos aliados, nomeadamente o .303 British utilizado pelo exército inglês. Com isso, Portugal adquiriu as metralhadoras leves Bren em 1943 e em 1947[4].
Além disso, em 1944, foi adotada a metralhadora de uso geral MG34 (nomeada Borsig) para complementar a Dreyse em seu serviço[4], que também entrou em combate na Guerra do Ultramar.
A MG34 foi substituída pela MG42 em 1962, e em 1968, esta foi complementada pela HK21. (Estas são metralhadoras de uso geral)
E por fim, em 2019, o Exército Português adotou a FN Minimi Mk3 nas versões de metralhadora leve (5,56×45mm NATO) e de metralhadora de uso geral (7,62×51mm NATO) para substituir as metralhadoras de uso geral HK21, MG42 e MG3[6].
No Brasil[editar | editar código-fonte]
A primeira metralhadora leve a ser adotada pelas forças armadas brasileiras foi a metralhadora dinamarquesa Madsen. Inicialmente, a Madsen era importada da Dinamarca. Após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, ela passou a ser fabricada pelo Brasil no calibre 7×57mm Mauser, e a partir de 1949, era fabricada para o calibre .30-06 Springfield. Posteriormente, as Madsen foram transformadas para utilizarem o calibre 7,62×51mm NATO[2].
Na Revolução Constitucionalista de 1932, além das Madsen, também foram utilizadas as metralhadoras leves francesas Hotchkiss M1922, no calibre 7x57mm Mauser[7]. As Hotchkiss M1922 também foram usadas pelos volantes no combate ao cangaço e, além disso, foi muito utilizada por forças públicas estaduais[8].
A metralhadora leve BAR foi adquirida pelo Brasil na versão M1918A2 após a Segunda Guerra Mundial, no calibre .30-06 Springfield[9].
Após a adoção do fuzil de batalha FN FAL (Fuzil Automático Leve) como fuzil de serviço padrão, as forças armadas usavam o FAP (Fuzil Automático Pesado), que era uma metralhadora leve derivada do FAL que possuía um cano mais pesado e um bipé[10]. O FAP, assim como o FAL, utiliza o calibre 7,62×51mm NATO.
Em 2013, as forças armadas adotaram o FN Minimi, de calibre 5,56×45mm NATO, para substituição do FAP.[11]
Exemplos[editar | editar código-fonte]
Década de 1900 a 1940[editar | editar código-fonte]
Dinamarca: Madsen
França: Chauchat
França: Hotchkiss M1909 Benét-Mercié
Império Alemão: Bergmann MG 15nA
França/
Reino Unido: Vickers–Berthier
Estados Unidos/
Reino Unido: Lewis
Canadá: Huot Automatic Rifle
Estados Unidos: Browning Automatic Rifle
França: Hotchkiss M1922
Império do Japão: Type 11
Tchecoslováquia: ZB vz. 26
França: MAC 24/29
União Soviética: Maxim–Tokarev
Suíça: Furrer M25
Finlândia: Lahti-Saloranta M/26
União Soviética: Degtyaryov
Alemanha: MG 13
México: Mendoza C-1934
México: Mendoza RM2
Reino da Itália: Breda M30
Tchecoslováquia: ZB vz. 30
Suíça/
Áustria: MG 30
Reino Unido: Bren
Império do Japão: Type 96
Império do Japão: Type 99
Estados Unidos: M1941 Johnson
Década de 1950 a 1960[editar | editar código-fonte]
União Soviética: RPD
Tchecoslováquia: Vz. 52
Bélgica: FAL 50.41 e 50.42
União Soviética: RPK
Estados Unidos: Stoner 63
Década de 1970 até atualmente[editar | editar código-fonte]
Estados Unidos: Colt Automatic Rifle
Reino Unido: L86 LSW
Bélgica: FN Minimi
Espanha: CETME Ameli
Bélgica/
Estados Unidos: M249
Cingapura: Ultimax 100
Áustria: Steyr AUG HBAR
Israel: IWI Negev NG-5
Coreia do Sul: Daewoo K3
Alemanha: Heckler & Koch MG4
Alemanha: Heckler & Koch MG36
Índia: INSAS LMG
Cingapura: SAR-21 LMG
Estados Unidos: Ares Shrike 5.56
China: Type 81 LMG
Alemanha/
Estados Unidos: M27 Infantry Automatic Rifle
China: QJB-95
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ a b «Metralhadoras leves 1 - Sistemas de Armas»
- ↑ a b «As metralhadoras Madsen no Brasil Armas On-Line»
- ↑ «O combatente português da grande guerra - fardamento e equipamento» (PDF)
- ↑ a b c «ACADEMIA MILITAR» (PDF)
- ↑ «Tese.pdf - Repositório da Universidade Nova de Lisboa» (PDF)
- ↑ «O novo armamento ligeiro do Exército Português»
- ↑ «O Museu da Polícia Militar de São Paulo Armas On-Line»
- ↑ «Armas do Cangaço - Portal São Francisco»
- ↑ «Fuzil Automático Browning "B.A.R." Armas On-Line»
- ↑ «FN FAL - Fusil Automatique Legere - FIREARMS BRASIL»
- ↑ «FN MINIMI – EB aposenta o FAP e adota a FN Mini Mitrailleuse»