Monstro de Frankenstein
| Monstro de Frankenstein | |
|---|---|
| Personagem de Frankenstein; ou, O Moderno Prometeu | |
Boris Karloff em uma clássica interpretação do monstro de Frankenstein. | |
| Informações gerais | |
| Primeira aparição | Frankenstein; or, The Modern Prometheus |
| Criado por | Mary Shelley |
| Interpretado por | Vários: Charles Stanton Ogle Boris Karloff Christopher Lee Peter Boyle Robert De Niro Javier Bardem |
| Informações pessoais | |
| Nome original | Monstro de Frankenstein |
| Pseudônimos | "Frankenstein", "The Monster", "The Creature", "The Wretch", "Adam Frankenstein" e outros |
| Características físicas | |
| Espécie | ser humano artificial |
| Sexo | Masculino |
O monstro de Frankenstein (também chamado de Adam, Monstro, Criatura de Frankenstein ou apenas Frankenstein) é um personagem fictício que apareceu pela primeira vez em 1818 no romance Frankenstein; or, The Modern Prometheus de Mary Shelley. Na cultura popular, a criatura é muitas vezes referida como "Frankenstein" devido ao seu criador Victor Frankenstein, porém na novela a criatura não tem nome. Também é variadamente referido como "criatura", "demônio", "espectro", "desgraçado", "diabo", "coisa", "ser" e "ogro" no romance.[1]
Como na história de Mary Shelley, o anonimato do monstro se tornou uma parte central das adaptações para o teatro em Londres e Paris, durante as décadas posteriores a primeira aparição do romance. A própria Shelley assistiu a uma apresentação de Presumption, a primeira adaptação teatral de sucesso de seu romance. "O projeto da peça me divertiu muito, pois na lista de dramatis personæ veio _________, pelo Sr. T. Cooke", ela escreveu para seu amigo Leigh Hunt. "Este modo sem nome de nomear o inominável é bastante bom".[2]
Na primeira adaptação cinematográfica, produzida pela Edison Studios em 1910, o monstro é gerado em um tanque químico.
Em uma década de publicação, o nome do criador — Frankenstein — foi usado para se referir ao monstro, mas tornou-se firmemente estabelecido após a série cinematográfica da Universal Studios, estrelada por Boris Karloff que popularizou a história na década de 1930. O filme foi em grande parte baseado em uma adaptação para o teatro em 1927 por Peggy Webling.[3] Frankenstein de Webling realmente dá a sua criatura o seu nome. O filme da Universal tratou a identidade do monstro em uma maneira similar ao romance de Shelley: o nome do ator, não o personagem, está escondido por um ponto de interrogação. No entanto, a criatura logo tornou-se mais conhecida no imaginário popular como "Frankenstein". Esse uso é, por vezes, considerado errôneo, mas comentaristas de uso consideram o sentido do monstro de "Frankenstein", como bem estabelecido e não um erro. [4][5] Nesta versão, o cientista é chamado Henry Frankenstein, e utiliza máquinas elétricas, raios e bobinas para trazer sua criação à vida. A cena em que ele exclama “It’s alive! It’s alive!” (“Está vivo! Está vivo!”) tornou-se um marco cultural, simbolizando o triunfo delirante do cientista ao desafiar a natureza.
Outro elemento marcante do filme foi o personagem Fritz, assistente corcunda de Victor Frankenstein. Fritz é originário da peça teatral Presumption; or, The Fate of Frankenstein (1823), não do livro. Embora não tenha sido criado por Mary Shelley, esse personagem foi incorporado ao filme da Universal, onde ganhou popularidade graças à interpretação de Dwight Frye. Mais tarde, Fritz serviu de base para o arquétipo popular do ajudante corcunda chamado Igor, que se tornou um ícone recorrente nas adaptações e na cultura pop relacionada a Frankenstein.
Biografia do personagem
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A criatura foi artificialmente gerada pelo filósofo natural Victor Frankenstein, um cientista suíço nascido na Itália, fascinado pelos mistérios da vida e da morte. Após anos de estudo sobre eletricidade, galvanismo e os limites entre matéria inerte e vitalidade, Frankenstein desenvolveu uma teoria revolucionária que o levou a realizar o impensável: dar vida a um ser criado a partir da matéria morta. O método exato de sua criação permanece um mistério — mantido em segredo pelo próprio cientista — mas sabe-se que envolveu princípios ocultos, conhecimento alquímico e manipulação de forças elétricas.
A criatura resultante possuía mais de dois metros de altura, aparência disforme e aterradora, força física sobre-humana, notável resistência ao frio e a capacidade de sobreviver com uma dieta mínima. Apesar de sua aparência monstruosa, demonstrava grande sensibilidade e capacidade intelectual. Em seus primeiros momentos de vida, no entanto, foi rejeitada com horror por seu criador, que fugiu de sua presença, incapaz de lidar com o resultado de sua ambição.
Sem orientação, a criatura vagueou pelas florestas até encontrar refúgio em um abrigo próximo à casa de uma família camponesa. Por quase um ano, permaneceu escondida, observando-os silenciosamente e aprendendo a falar e compreender a linguagem humana apenas por meio da escuta. Secretamente os ajudava, deixando lenha e realizando pequenas tarefas durante a noite. Desenvolveu um profundo afeto por eles e, certo dia, tentou se revelar — apenas para ser brutalmente repelida por sua aparência grotesca.
Devastada pela rejeição e pela solidão, a criatura viajou a pé até Genebra. Lá, tentou fazer amizade com William, o irmão mais novo de Victor, mas o menino gritou e ameaçou entregá-lo. Ao tentar silenciá-lo, a criatura acidentalmente o estrangulou. Em seguida, colocou sobre Justine Moritz, a criada da família Frankenstein, uma prova falsa que a implicou no crime, levando-a à execução — um ato de vingança consciente contra a humanidade, que ele já via como injusta e incapaz de compaixão.
Mais tarde, a criatura confrontou seu criador e exigiu que ele criasse uma companheira, argumentando que todo ser vivo merece amor e companhia. Victor inicialmente aceitou, tomado pela culpa, mas acabou destruindo a nova criatura antes de completá-la, temendo que o par gerasse descendência ou que a segunda criatura também se voltasse contra a humanidade.
Como punição, o monstro assassinou Henry Clerval, o melhor amigo de Victor, e, por fim, Elizabeth Lavenza, sua noiva, na noite de núpcias. Obcecado por vingança, Victor perseguiu sua criação por diversos países, atravessando geleiras e montanhas, até as extremidades geladas do Polo Norte. Lá, exausto e doente, morreu sem conseguir executar sua vingança. Foi encontrado por Robert Walton, capitão de uma expedição ao Ártico, a quem relatou sua tragédia antes de falecer.
A criatura, ao saber da morte de seu criador, foi tomada por uma tristeza profunda. Reconhecendo que sua existência havia sido marcada por sofrimento, isolamento e violência, decidiu pôr fim à própria vida. Desapareceu entre os gelos do norte, com a intenção de se destruir por completo — queimando seu próprio corpo — para que nenhum vestígio de sua anatomia ou do método de sua criação pudesse jamais ser descoberto ou repetido.
Representações
[editar | editar código]Referências
- ↑ Baldick, Chris (1987). In Frankenstein's shadow: myth, monstrosity, and nineteenth-century writing. Oxford: Clarendon Press. ISBN 9780198117261
- ↑ Haggerty, George E. (1989). Gothic Fiction/Gothic Form. University Park: Pennsylvania State University Press. 37 páginas. ISBN 9780271006451
- ↑ Hitchcock, Susan Tyler (2007). Frankenstein: a cultural history. New York: W. W. Norton. ISBN 9780393061444
- ↑ Evans, Bergen (1962). Comfortable Words. Random House: New York
- ↑ Garner, Bryan A. (1998). A dictionary of modern American usage. New York: Oxford University Press. ISBN 9780195078534
- ↑ Chaney also reprised the role, uncredited, for a sequence in Abbott and Costello Meet Frankenstein due to the character's assigned actor, Glenn Strange, being injured.
- ↑ «SNL Transcripts: Paul Simon: 12/19/87: Succinctly Speaking». 8 de outubro de 2018
- ↑ «Watch Weekend Update: Frankenstein on Congressional Budget Cuts from Saturday Night Live on NBC.com»
- ↑ «A Nightmare On Lime Street – Royal Court Theatre Liverpool». Royal Court Liverpool
- ↑ Verboven, Jos (17 de maio de 2021). «Trailer Park: 'Hotel Transylvania: Transformania'». Scifi.radio. Consultado em 29 de maio de 2021. Cópia arquivada em 2 de junho de 2021
Ligações externas
[editar | editar código]- Frankensteinfilms.com - Comprehensive site on Frankenstein movies, comic books, theatre plays and the original novel
- 13 Ways of Looking at Frankenstein - slideshow by Life magazine
- Literary discussion of the argument of Frankenstein
- 2014 Irish Examiner article