Olivancillaria vesica

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O. vesica.
O. vesica.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Subclasse: Orthogastropoda
Superordem: Caenogastropoda
Ordem: Hypsogastropoda
Subordem: Neogastropoda
Superfamília: Olivoidea
Família: Olividae[1]
Género: Olivancillaria
d'Orbigny, 1841[2]
Espécie: O. vesica
Nome binomial
Olivancillaria vesica
(Gmelin, 1791)[3]
Sinónimos
Bulla vesica Gmelin, 1791
Oliva aquatilis Reeve, 1850[2]

Olivancillaria vesica é uma espécie de molusco gastrópode marinho da família Olividae, classificada por Johann Friedrich Gmelin em 1791;[1] descrita em Caroli a Linnaei Systema Naturae per Regna Tria Naturae, Ed. 13. Tomo 1(6). G.E. Beer, Leipzig (pp. 3021-3910).[2] Habita fundos de praias arenosas, em águas da zona entremarés, no sudoeste do oceano Atlântico (costa brasileira).[4][5][6]

Descrição da concha e hábitos[editar | editar código-fonte]

Olivancillaria vesica atinge 6.5 centímetros, quando bem desenvolvida.[7] Concha de formato oval.[8] Última volta da espiral muito expandida. Espiral muito curta e inteiramente coberta por um grosso calo, com profunda sutura no lado dorsal junto à última volta e ventralmente coberta pelo calo. Finas linhas de crescimento sobre a superfície da concha. Lábio da abertura da concha fino, sem espessamento. Columela lisa, branca, com calo muito amplo que se estende até a espiral, cobrindo-a parcialmente.[3] Base da concha, envolvendo a última volta da espiral, de coloração amarelo amarronzada, o restante de coloração cinzento brilhante, por vezes cinza azulada.[7][9]

O animal vive em praias arenosas, onde enterra-se devido a seu apêndice escavador.[8] É um animal predador que se alimenta de moluscos bivalves das espécies Donax hanleyanus (Philippi, 1847), Mesodesma mactroides (Deshayes, 1854) e do crustáceo decápode Emerita brasiliensis (Schmitt, 1935).[7][10]

Distribuição geográfica[editar | editar código-fonte]

Esta espécie é encontrada na região do sudeste e sul do Brasil.[4] É comestível e pode ser encontrada nos sambaquis da costa brasileira.[11]

Nome popular e subespécies[editar | editar código-fonte]

Segundo o zoólogo Eurico Santos, esta espécie, devido a seu apêndice escavador, recebeu o nome popular de linguarudo, mas o autor também a encontrou sob a denominação de pacavaré, calorim e betu.[8] Originalmente a espécie era separada em duas subespécies: Olivancillaria vesica vesica (Gmelin, 1791)[7] e Olivancillaria vesica auricularia (Lamarck, 1811), esta última diferindo da forma padrão por apresentar a borda da abertura muito mais ampla e distante da columela.[12] A divisão em duas espécies distintas, registradas no WoRMS,[2] Olivancillaria vesica (Gmelin, 1791) e Olivancillaria auricularia (Lamarck, 1811), ocorreu no início do século XXI por uma revisão do gênero Olivancillaria (TESO & PASTORINO, 2011).[4]

Imposex[editar | editar código-fonte]

Um estudo detectou o fenômeno imposex na espécie Olivancillaria vesica (CAETANO & ABSALÃO, 2002).[13]

Referências

  1. a b «Olivancillaria vesica» (em inglês). Encyclopedia of Life. 1 páginas. Consultado em 11 de fevereiro de 2016 
  2. a b c d «Olivancillaria vesica (Gmelin, 1791)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 9 de fevereiro de 2016 
  3. a b OLIVER, A. P. H.; NICHOLLS, James (1975). The Country Life Guide to Shells of the World (em inglês). England: The Hamlyn Publishing Group. p. 232. 320 páginas. ISBN 0-600-34397-9 
  4. a b c Teso, Valeria; Pastorino, Guido (24 de maio de 2011). «A revision of the genus Olivancillaria (Mollusca: Olividae) from the southwestern Atlantic» (PDF) (em inglês). Museo Argentino de Ciencias Naturales. 1 páginas. Consultado em 13 de fevereiro de 2016 
  5. ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 194. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  6. RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 142. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2 
  7. a b c d «Olivancillaria vesica vesica» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 11 de fevereiro de 2016. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021 
  8. a b c SANTOS, Eurico (1982). Moluscos do Brasil. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil: Itatiaia. p. 108. 144 páginas. ISBN 8531901618 
  9. Kaof (26 de janeiro de 2010). «Olivancillaria vesica» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 11 de fevereiro de 2016 
  10. Rocha-Barreira, Cristina de Almeida (janeiro de 2008). «Feeding behavior of Olivancillaria vesica auricularia (Lamarck, 1810) (Mollusca, Olividae (PDF) (em inglês). ResearchGate. 1 páginas. Consultado em 11 de fevereiro de 2016 
  11. SOUZA, Rosa Cristina Corrêa Luz de; LIMA, Tania Andrade; SILVA, Edson Pereira da (2011). Conchas Marinhas de Sambaquis do Brasil 1ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Technical Books. p. 217. 252 páginas. ISBN 978-85-61368-20-3 
  12. «Olivancillaria vesica auricularia» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 11 de fevereiro de 2016. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021 
  13. Caetano, Carlos Henrique Soares; Absalão, Ricardo Silva (dezembro de 2002). «Imposex in Olivancillaria vesica vesica (Gmelin) (Gastropoda, Olividae) from a Southeastern Brazilian sandy beach» (em inglês). Revista Brasileira de Zoologia. Vol.19, supl.2 SciELO. 1 páginas. Consultado em 13 de fevereiro de 2016