Jornadas de Junho: diferenças entre revisões
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Revisão das 17h51min de 14 de junho de 2013
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| Participantes do conflito | |||||||||
| Movimento Passe Livre | Tropa de Choque da Polícia Militar do Estado de São Paulo | ||||||||
Os protestos na cidade de São Paulo em 2013 começaram em junho quando a passagem de ônibus aumentou de R$ 3,00 para R$ 3,20.[1] Desde o começo do mês de junho ocorrem protestos periódicos na cidade contra o aumento,[2] durante os quais foram registrados episódios de vandalismo,[3] pessoas presas, além de jornalistas e civis agredidos.[4][5] Dentre os principais organizadores das manifestações está o Movimento Passe Livre, fundado em uma plenária no Fórum Social Mundial em 2005, em Porto Alegre.[6] Para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a interrupção do trânsito durante um protesto é um ato de vandalismo e, dessa maneira, deve ser tratada como um "caso de polícia".[7] A próxima manifestação está prevista para o dia 17 de junho, uma segunda-feira, no Largo da Batata, no bairro de Pinheiros, a partir das 17 horas.[8].
Origens
Desde janeiro de 2011, a passagem das linhas de ônibus municipais em São Paulo custava R$3,00, após sofrer um reajuste ainda na gestão do prefeito Gilberto Kassab[9] - na época, o aumento também foi alvo de protestos.[10]
No início de 2013, logo após começar seu mandato, o novo prefeito Fernando Haddad (PT)anunciou que a tarifa sofreria um aumento ainda no primeiro semestre daquele ano.[11] A tarifa de R$3,20 foi publicada no Diário Oficial da cidade e posta em prática no dia 2 de junho, [12] desencadeando, assim, os protestos.[13]
O colunista da Folha de S.Paulo Gilberto Dimenstein, contudo, acredita que os 20 centavos são apenas um detalhe e o que há é um incômodo geral com o governo e a vida na cidade de São Paulo.[14]
Revolta da Salada
Nas redes sociais e internet, o protesto está sendo chamado de Revolta da Salada.[15] O nome é devido à proibição do uso de vinagre no protesto. O lema da Revolta se tornou "Liberté, Egalité, Fraternité, Vinagré".
No dia 13 de junho de 2013, agentes da Polícia Militar do Estado de São Paulo, atuando contra manifestações populares do Movimento Passe Livre, prenderam mais de 60 manifestantes por estarem portando vinagre.[16] O vinagre seria utilizado como meio de proteção ao gás lacrimogêneo e spray de pimenta nas movimentações que ocorreriam mais tarde naquele dia, que partiu do Theatro Municipal com destino à Avenida Paulista. O jornalista Piero Locatelli do veículo Carta Capital chegou a ser levado para a Polícia Civil por carregar uma garrafa de vinagre.[17]
Críticas
Aos manifestantes
Em comentário feito no dia 12 de junho, o jornalista Arnaldo Jabor afirma que a grande maioria dos manifestantes seria composta por jovens de classe média e que a manifestação seria decorrente de ignorância política e do estímulo dos protestos na Turquia. Em tom provocador, Jabor questiona por que não lutam contra PEC 37 que, em sua opinião seria um motivo mais válido. Por fim, finaliza dizendo que os manifestante talvez nem sequer saibam o que é a PEC 37 e que não valham sequer os R$0,20 do aumento das passagens.[18] Na mídia internacional, os jornais The New York Times e o Washington Post,[19] destacaram a ligação dos manifestantes, em sua maioria jovens universitários, com o Movimento Passe Livre e grupos de esquerda:
| “ | The protesters, mainly university students but also activists from leftist political parties, appear to be loosely tied to an organization called the Free Fare Movement, which advocates sharp decreases in public transportation fares or doing away with the fares and financing transit through tax increases.[20] | ” |
À ação policial
A ação policial a fim de conter os manifestantes recebeu duras críticas, especialmente após os protestos do dia 13 de junho. De acordo com o Movimento Passe Livre, houve cerca de cem feridos no centro da cidade, dentre quais sete jornalistas do jornal A Folha; dois deles atingidos por tiros de bala de borracha na cabeça.[21] O prefeito da cidade, Fernando Haddad, admitiu que o protesto do dia 13 de junho foi marcado pela violência policial[22] e o secretário de Segurança Pública de São Paulo pede investigação sobre possíveis abusos da polícia militar.[23]
Repercussão internacional
Os protestos receberam destaque nas principais agências de comunicação internacionais, como o jornal espanhol El País[24] e a rede de notícias norte-americana CNN.[25][26] No caso da rede britânica BBC, ela afirmou que as manifestações trariam complicações para a realização da Copa das Confederações, especialmente no caso de protestos análogos que ocorreram na cidade do Rio de Janeiro.[27][28] O estadunidense The New York Times concordou e destacou os confrontos entre os manifestantes e a polícia.[29]
Referências
- ↑ Agência Brasil: Manifestantes contra aumento da passagem entram em conflito com PM em São Paulo
- ↑ G1: 4º protesto contra tarifa em SP tem novo confronto e mais de 200 detidos
- ↑ UOL: O vandalismo afasta a população da causa
- ↑ Portal Imprensa: Manifestação em São Paulo deixa saldo de jornalistas feridos, presos e agredidos
- ↑ http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/06/apos-protesto-na-av-paulista-pms-agridem-jovens-em-bar.html
- ↑ G1: Saiba mais sobre os protestos em SP contra aumentos de ônibus e Metrô
- ↑ Estadão: Interromper trânsito é 'caso de polícia', diz Alckmin sobre protestos
- ↑ Notícias R7: Quinto protesto contra aumento de passagens em SP está marcado para segunda-feira
- ↑ «Tarifa de ônibus em São Paulo sobe para R$ 3» (em inglês). Folha de S.Paulo. 5 de janeiro de 2011. Consultado em 13 de junho de 2013
- ↑ Magalhães, Vera; Lima, Daniela (21 de março de 2011). «Grupo invade Alesp para protestar contra Kassab e aumento do ônibus» (em inglês). Folha de S.Paulo. Consultado em 13 de junho de 2013
- ↑ «São Paulo terá nova tarifa de ônibus no 1º semestre, diz Haddad» (em inglês). Folha de S.Paulo. 14 de janeiro de 2013. Consultado em 13 de junho de 2013
|coautores=requer|autor=(ajuda) - ↑ Diário Oficial da Cidade de São Paulo Edição 99 - 25 de maio de 2013
- ↑ Agência Brasil: Manifestantes contra aumento da passagem entram em conflito com PM em São Paulo
- ↑ Folha: Acordem: R$ 0,20 são apenas um detalhe
- ↑ «Após protestos em SP, 'Revolta da Salada' ganha página no Wikipedia». 14 de junho de 2013
- ↑ Rodrigo Mora (13 de junho de 2013). «Presos em protestos em SP relatam detenções por spray e vinagre». G1
- ↑ Piero Locatelli (13 de junho de 2013). «Em São Paulo, vinagre dá cadeia»
- ↑ http://g1.globo.com/jornal-da-globo/videos/t/edicoes/v/arnaldo-jabor-fala-sobre-onda-de-protestos-contra-aumento-nas-tarifas-de-onibus/2631566/
- ↑ Washington Post: Protesters rampage in Brazil against hikes in bus, metro fares; traffic frozen in Sao Paulo
- ↑ The New York Times: Bus-Fare Protests Hit Brazil’s Two Biggest Cities
- ↑ UOL: Protesto deixa cerca de cem feridos no centro de SP, diz movimento
- ↑ Folha: Haddad diz que protesto em SP foi marcado por 'violência policial'
- ↑ Folha: Secretário quer investigação de possíveis casos de abusos da PM
- ↑ «Violentes manifestations au Brésil contre la hausse des prix des transports» (em espanhol). El País. 12 de junho de 2013. Consultado em 13 de junho de 2013
- ↑ Notícias R7: Protesto contra aumento de passagem em SP ganha repercussão internacional
- ↑ Brocchetto, Marilia (12 de junho de 2013). «Protesters, police clash in Sao Paulo streets over fare increases» (em inglês). CNN. Consultado em 13 de junho de 2013
- ↑ Gazeta do Povo: Atos contra alta da tarifa têm repercussão internacional
- ↑ «Twenty arrested in Sao Paulo bus price hike protest» (em inglês). CNN. 12 de junho de 2013. Consultado em 13 de junho de 2013
- ↑ Romeiro, Simon (13 de junho de 2013). «Bus-Fare Protests Hit Brazil's Two Biggest Cities» (em inglês). The New York Times. Consultado em 14 de junho de 2013