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Arnaldo Jabor

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Arnaldo Jabor
Arnaldo Jabor
Arnaldo Jabor em 2010
Nome completo Arnaldo Jabor
Nascimento 12 de dezembro de 1940
Rio de Janeiro, Distrito Federal, Brasil
Morte 15 de fevereiro de 2022 (81 anos)
São Paulo, São Paulo, Brasil
Causa da morte acidente vascular cerebral
Nacionalidade brasileiro
Parentesco Guel Arraes (genro)
Filho(a)(s) Carolina Jabor
Ocupação cineasta, roteirista, diretor de cinema e TV, produtor cinematográfico, dramaturgo, crítico, jornalista e escritor
Prêmios Urso de Prata em Berlim por Toda Nudez Será Castigada (1973)
Candango de Melhor Filme do Festival de Brasília por Tudo Bem (1978)
Kikito no Festival de Gramado de 1973 por Toda Nudez Será Castigada
Prêmio Especial do Júri, no Festival de Gramado, por O Casamento (1975) (ver mais)
Gênero literário Ironia, crônica, conto, causo, prosa, crítica social
Movimento literário Cinema Novo (Brasil)
Magnum opus Toda Nudez Será Castigada (1973)
Influências Voltaire, Swift, Rousseau, Smith, Orwell, Neorrealismo italiano, Nouvelle Vague, Nelson Rodrigues, Gláuber Rocha, Antonioni, Fellini, Nelson Pereira dos Santos
Religião ateu[1]
Website arnaldojabor.com.br

Arnaldo Jabor (Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1940São Paulo, 15 de fevereiro de 2022) foi um cineasta, roteirista, diretor de cinema e TV, produtor cinematográfico, dramaturgo, crítico, jornalista e escritor brasileiro.

Filho de Salomão Jabor Sobrinho, um oficial da Aeronáutica, e Diva Hess, uma dona de casa,[2] Arnaldo nasceu numa família de classe média. Seu pai descendia por linha paterna de libaneses, mas sua ascendência era bastante diversa, com ancestrais portugueses e alemães. Era ligado por parentesco de afinidade ao crítico literário Agrippino Grieco, cujo filho primogênito Donatello era casado com sua tia paterna Diva Jabor.[3]

Formado no ambiente do Cinema Novo, participou da segunda fase do movimento, que buscava analisar a realidade nacional, inspirando-se no neorrealismo italiano e na nouvelle vague francesa. Seu primeiro longa metragem foi o inovador documentário Opinião Pública (1967), uma espécie de mosaico sobre como o brasileiro olha sua própria realidade.

Arnaldo Jabor, 1972. Arquivo Nacional.

No início dos anos 70, com o recrudescimento da repressão política e da censura, os antigos autores cinemanovistas procuram caminhos metafóricos, alegóricos, para driblar a ação do governo e poder expor suas propostas. Jabor faz o mesmo com Pindorama (1970). Mas aqui o excesso de barroquismo e de radicalismo contra o cinema clássico comprometem a qualidade da obra, como o próprio Jabor admitiria mais tarde.

Seu próximo filme o redime completamente e se converte num dos grandes sucessos de bilheteria do cinema brasileiro: Toda Nudez Será Castigada (1973), adaptado da peça homônima de Nelson Rodrigues, possui um enfoque mais humano, mas ainda assim não poupa implacáveis críticas à hipocrisia da moral burguesa e de seus costumes, na história do envolvimento da prostituta Geni (Darlene Glória, no papel que lhe valeu o Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival de Berlim) com o viúvo Herculano (Paulo Porto).

O filme seguinte, dessa vez adaptado de um romance de Nelson, é ainda mais forte nas suas investidas contra as deformidades comportamentais e sexuais da sociedade: O Casamento (1975), último filme da atriz Adriana Prieto, também foi bem recebido por crítica e público e rendeu a atriz Camila Amado o Kikito de ouro de melhor atriz coadjuvante. Com Tudo Bem (1978), inicia a chamada "Trilogia do Apartamento"; talvez seu filme mais célebre, investiga, num tom de forte sátira e ironia, as contradições da sociedade brasileira já vitimada pelo fracasso do milagre econômico, isso no espaço restrito de um apartamento de classe média. A obra ganhou o prêmio de Melhor Filme no Festival de Brasília e proporcionou a Paulo Gracindo e Fernanda Montenegro, entre outros, grandes desempenhos.

A película seguinte se dedica mais a uma análise intimista e sexual: Eu Te Amo (1980), obra que consagrou Paulo César Pereio e Sônia Braga no cinema, concentrando-se nas crises amorosas e existenciais de um homem e uma mulher.

O próximo filme, Eu Sei que Vou Te Amar, com os jovens Fernanda Torres (ganhadora do prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes na ocasião) e Thales Pan Chacon na pele de um casal em crise, guarda semelhanças de forma e conteúdo com Eu Te Amo. Ambos os filmes se consagraram como grandes sucessos de bilheteria.

No início da década de 1990, com o fim do fomento estatal para a produção cinematográfica nacional no governo Collor,[4] Jabor foi obrigado a procurar novos rumos e encontrou na imprensa o seu ganha-pão. Estreou como colunista de O Globo no final de 1995 e mais tarde foi para a Rede Globo, atuando como colunista em vários telejornais da casa, como Jornal Nacional, Jornal da Globo, Bom Dia Brasil, Jornal Hoje, Fantástico e também na Rádio CBN, levando para TV e rádio o estilo irônico com que comenta os fatos da atualidade brasileira. Seus dois últimos livros Amor É prosa, Sexo É poesia (Editora Objetiva, 2004) e Pornopolítica (Editora Objetiva, 2006) se tornaram best-sellers instantâneos.

Abordando os mais variados temas (cinema, artes, sexualidade, política nacional e internacional, economia, amor, filosofia, preconceito), suas intervenções "apimentadas" na televisão e em suas colunas lhe renderam admiradores[5] e muitos críticos.[6]

Diversos textos que circulam pela internet são falsamente assinados por Arnaldo Jabor. No dia 3 de novembro de 2009, o próprio autor escreveu uma coluna negando essas autorias e fazendo uma crítica sobre o assunto, reclamando que a era digital não era para ele.[7] E no jornal O Sul, escreveu na sua coluna "A paranoia está batendo", em 5 de outubro de 2011, que iPhones e outros aparelhos modernos lhe deixam com sentimento de solidão, por escrever para uma pessoa e nem saber onde ela está.

Em 2014, ele foi um dos citados na Lista negra do PT,[8] nome por qual ficou conhecida uma lista de citados em um artigo do então vice-presidente do Partido dos Trabalhadores, Alberto Cantalice, intitulado como "A desmoralização dos pitbulls da grande mídia",[9] em que, além de Madureira, tinha Danilo Gentili, Lobão, Marcelo Madureira, Reinaldo Azevedo, Diogo Mainardi, Guilherme Fiuza e Demétrio Magnoli chamando-os de "elitistas e os acusando de serem contra os pobres e de fomentarem ódio".[8]

Jabor veio a falecer no dia 15 de fevereiro de 2022, aos 81 anos de idade, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde tratava complicações de um acidente vascular cerebral sofrido dois meses antes.[10]

Prêmios e nomeações

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Referências

  1. LOPES, Paulo (18 de fevereiro de 2012). «Arnaldo Jabor, ateu famoso». Paulopes. Consultado em 11 de maio de 2012 
  2. «Os dois pedaços de mim». Blogs Estadão. O Estado de São Paulo. 6 de dezembro de 2011 
  3. Arnaldo Jabor. «Agrippino Grieco atacou burros e pavões». 20 de agosto de 1996. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 
  4. Rosana Elisa Catelli, Shirley Pereira Cardoso (15 de março de 2009). «O cinema brasileiro contemporâneo: retomada e diversidade». Revista Universitária do Audiovisual. Universidade Federal de São Carlos 
  5. Nassif, Luís (10 de setembro de 2013). «O espanto de Jabor ante o mundo novo». GGN. Consultado em 15 de outubro de 2015 
  6. Costa júnior, Irapuan (29 de dezembro de 2013). «Arnaldo Jabor é um revoltado a favor que posa de crítico da esquerda». Jornal Opção. Consultado em 15 de outubro de 2015. Arquivado do original em 3 de março de 2016 
  7. «O tempo» 
  8. a b «A lista do PT». O Globo. 19 de junho de 2014. Consultado em 27 de outubro de 2023 
  9. «Alberto Cantalice: A desmoralização dos pitbulls da grande mídia». Partido dos Trabalhadores (em inglês). Consultado em 27 de outubro de 2023 
  10. «Morre Arnaldo Jabor, jornalista e cineasta do cinema novo, aos 81 anos». Folha de S.Paulo. Grupo Folha. 15 de fevereiro de 2022. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 

Ligações externas

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